Poesias de 20 Linhas
Deus escreve certo mesmo nas linhas
tortas das nossas vidas. Tudo que provém do Divino
é reto, perfeito e útil para nós, mesmo que as vezes
não nos pareça agradável à primeira vista. Lembre-se:
Deus só faz o melhor!
“Deus escreve certo por linhas tortas.”
Uma certa vez, ouvi isso de um colega, um colega distante, porém que ouviu sobre nossa história. Um colega recente, mas que notou o brilho nos nossos olhos. Quando me disse isso, já não estávamos mais juntos, e eu ainda o amava, e não entendia, porque eu sei que você correspondia. Apesar de te amar verdadeiramente, nossa reconciliação nunca ocorreu, e eu te esperei por tanto tempo. E hoje sinto que não esperei o suficiente, me lembro do que esse colega ressaltou várias vezes, e me pergunto se um dia nós encontraremos, se um dia as linhas tortas dos nossos destinos irão se cruzar novamente, e cruzo os dedinhos, pedindo baixinho, por favor, por favor, por favor. Com 50, ou 70 anos, me pergunto se um dia, mesmo que por um breve momento, no fim de nossas vidas, vou voltar a te olhar nos olhos e te dizer o quanto eu esperei por você. Às vezes te noto, te percebo, me fitando, me olhando, me observando de canto dos olhos, discretamente, quase imperceptível, quase, eu te conheço e reconheço quando está me olhando, talvez lembrando de nós, a sós, trocando beijos encharcados de amor, abraços carregados de paz.
Traços que foram desaparecendo
Traços de mim,as linhas que me delineavam,que me foram consumindo,aquelas que desapareceram.Sinto-me lisa,pura, incolor....que a vida me levou.
Traços que a minha alma tinha traçado,os que me iluminavam...Sinto-me fria ....(Adonis Silva 09-2018)
Não tenho perguntas para todas as respostas,
porque não tenho certezas que possam traçar linhas precisas entre o que sou e o que sinto.
Não tenho perguntas porque há já respostas:
Sempre que meus olhos caem sobre os seus
Tenho a convicção precisa que apenas sou se neles mergulho.
Não tenho perguntas porque para que respostas?
Se no exato momento em que lhe abraço cessam interrogações, dúvidas e medos?
Tudo se resume àquele instante...
Nem perguntas nem respostas, simplesmente,
Porque naquele encontro de corpos me compreendo:
Nele me deixo dominar apenas para poder no ato de entrega me achar completo em você.
E lá vamos nós nesse barco, entre traços, linhas, letras, vagas, versos, além das entrelinhas e "entreversos". E talvez há tanto a se ampliar, "entretextos", "entresilêncios" e outros tantos "entres" nesse mar infinito. Mas, vamos... eu, você e eles, nós quem sabe ou ninguém, mas estamos indo ou ficando, sentindo e deixando o fluir acontecer ...
Que venham então, os ares que se abrem entre céus sem mais horizontes e algumas nuvens a dissipar-se!
A que primeiro tocou-me e despertou a volúpia dos frios, dedico essas linhas.
A aquela que arrancou os meus primeiros suspiros, desejo a distância - não pretendo depravar esse platonismo utópico com doses de realidade.
A aquela que primeiro aninhou os lábios aos meus, componho uma ode acerca da inocência despojada pelo beijo.
A primeira paixão, entrego a tocha que usamos para acender nosso átimo lume.
A aquela que primeiro amei, reservo as lágrimas derramadas em sua partida.
As segundas e terceiras, enalteço por limparem o gosto amargo das primeiras, há muito impregnado em minh’alma.
A aquela que primeiro me amar, suplico por pressa, pois o tempo urge e tardas a chegar.
O sono me abandonou mais uma vez. Eu acho que ele não gosta de mim. Já escrevi centenas de linhas de códigos, apaguei outras centenas e o sono não vem.
Resende, 05 de julho de 2018.
HORIZONTE
Em paz com a vida
Seguindo as linhas do horizonte
Ligo o imaginário e tento descobrir
O que pode simplesmente estar ao além
Será que atrás daquela montanha mora a felicidade
O que nos espera além dos limites
Vivemos de esperanças
E ela nos fortalece a seguir
Se já soubéssemos o que tinha do outro lado
Qual seria a graça subir?
SETE LINHAS.
O tempo passa depressa
A gente vê, mas duvida
E vive feito quem tem
A sombra no chão mantida
Mas o calendário aponta
É quando nos damos conta
Do sopro chamado vida.
REMENDO 💘
O meu corpo ferido
Visto-me de poesia
Onde coso e remendo
Com as linhas da lua
Coso com amor
Coso com paciência
Coso todos os trapos
Que me cobrem o corpo
Coso, remendo, rasgo
Esta desalinhada mente
Enquanto coso
Vou-me encostando a ti
Para não coser sozinha
Neste meu remendado passo
Das insónias em ponto cruz
Coso rasgo e remendo
Enquanto me deito contigo.
Dedico uma a uma as linhas
os versos... as rimas que eu escrevo
e no final as assino, como minhas
Sim, meus escritos...
os desejos, as vontades
num delirante anseio desta alma
que viajante caminha
por vales verdejantes... pradarias
Quantas vidas foram necessárias
para estar hoje aqui
e poder de proprio punho
meus versos escrever
Não sei dizer... mas escrevi muito
só nesta minha existência
nesta eterna vida
Popularmente, costumam dizer que “Deus escreve certo por linhas tortas”... Mas o quão tortas seriam essas linhas? E o porquê de entortá-las?
Será que o vão motivo de transcrever essas tais linhas tortas, vale menos que a certeza final? Então eu penso…
“Será que por vezes, essa tal lição entortada, feita para se alcançar a certeza final, não poderia ser endireitada?”
Tantos porquês para uma simples questão… vou parecer um solista para alguns. Mas então, eu vos pergunto: Porque parafrasear?
Por vezes em muitas palavras,
Até se transforma em canção,
Entre as linhas rabiscadas,
Informa amor, saudade ou a solidão.
Nas floresta, nos bosques, no jardim,
Nas flores que ao leve toque perfumam o ar,
Na melodia, nas cifras, no jeito simples de cantar,
Tem poesia na vida, tem poesia em você e em mim.
Palavras soltas, que vão e vem, embalam os olho de um singelo leitor,
Amar, encantar e ser encantado, descobrir-se poeta,
Apertar o coração, e em meio as lágrimas compor,
Sorrir, abraçar e se deliciar na descoberta.
É sonho, flutua, descreve utopia,
É viagem, é prazer, a noite, ao dia,
Nas entrelinhas o delírio da poesia,
Ser poeta é descrever verdades e fantasias.
Para mim...
Escrevo para mim,
hoje, especialmente...
Entre o nascer e o agora,
poucas linhas são de glória!
Sou única! Sou tantas!
Sou entretanto, uma gota
no universo mágico da alegria.
Sou a realidade entranhada
no vasto mundo das seitas!
Sou avessa a aparências!
Vou além da correnteza,
mas por um lapso de tristeza,
nada me move além do gesto
de ficar parada no mesmo lugar!
Não atendo às suas expectativas!
Não me curvo aos preceitos,
nem a lei dos homens!
Não suporto a guerra de egos
de gente soberba e vazia!
Me refaço todos os dias,
se assim achar necessário,
reinventando minhas asas
que insistem em me carregar....
Versos íntimos,
Sem sensações
O sangue se derrama,
Nas entre linhas,
Julgo o que ninguém vê,
Bem como as intemperes
São as portas do destino,
Bem qual se destina tua vida,
Seja um suspiro para o futuro,
Inconsciente nesta cena,
Que se reproduz o desejo,
O sinto secreto mais profundo,
Verte até umidamente...
Sendo assim o lapso
De emoções em um parador
Extremo bem acido...
Sobre a língua dormente,
Tremula entre tantos...
Sejam o ultimo sentimento...
Algoz puro atroz...
Venha suas lagrimas de prazer,
Grite sem que ninguém compreenda...
as linhas do tempo
que prendiam
meu barco
num universo
paralelo
foram cortadas.
decidi navegar
pelas águas
da vida real
que ainda
não foram
desbravadas.
Mulher
Uma beleza escondida nas mais pequenas linhas do teu rosto. Um olhar fatal, daqueles que penetra a nossa alma ao analisar nosso corpo. Lábios carnudos que preenche de forma escultural uma das mais belas partes do seu rosto. E esse sorriso, é que sorriso! Todo encantador, e que faz todo homem a desejar, pois o seu sorriso vive a brilhar.
Linhada
Linhas de linho de fibra
E de cordas de violão
Separa o real do imaginário
Nos traços das nossas mãos
Linhas que transmitem energia elétrica
E estabelece a comunicação
Liga dois pontos distintos
Traços contínuos duma só dimensão
Linhas de trem e de ônibus também
Linha do equador e linha para pescar
Linha de crédito que nem todos têm
Marca d’água do navio faixas feitas para alertar
Linhaça linhada linhagem
E linha de pensamento
Das palavras ditas aos ventos
Linha só para amarrar
'JOSÉ ERA SINOPSE'
José era sinopse,
linhas vazias,
extinção.
Apanhara estrelas,
sonhos avulsos.
Jogara com o destino.
Equilibrou partidas.
Abandonou-as.
Caiu,
levantou-se...
José era sinopse
Imbuíra melancólicas pressuposições,
caminhos tortuosos,
veredas.
Correra de encontro aos ventos,
equilibrando-se em cordas,
fumaredas.
Sem orações,
abraços,
ou reiterações...
José era sinopse,
mas transformou-se é compêndio,
documentários.
Fixou amor,
caracteres,
permanência.
Redige a própria história.
Com seus conglomerados temas,
tenta haurir reflexões,
escrever trajetórias,
poemas...
Rugas
Essas linhas que aparecem no rosto e em todo o corpo,
Chegam para todas as etnias e classes sociais e,
Têm o nome de rugas.
E não são rugas de chorar, de sentir e sorrir
São da idade, do tempo que passou e não volta
Então, para que mentir?
Se não sentiu, não chorou e não sorriu
Elas iriam estar aí, do mesmo jeito
Com ou sem esmeros.
Pra que mentir?
Dizer que veem junto a experiência
Fazendo história e blá, blá, blá!
Pra que olhar-se tão vulgarmente,
E desculpar-se das próprias rugas
Provando da baixa autoestima.
Se tens a preocupação de justificar as rugas
Através dos ritos de passagem que envenenou o corpo
Conta outra! É resto, é o espírito que já está morto.