Poesia sobre Cidade
Na Cidade do Rio de Janeiro, quando você pergunta a uma pessoa, qual ônibus passa em tal lugar. Eles tem a mania de responder assim: você pega ou o 315, o 418, o 711, o 224, ah! O 977 também passa lá...
Pronto! Já me embaralhou a mente e não gravei nenhum...
Minha Loucura
Acordei com uma vontade louca
de correr pela cidade gritando
seu nome pela rua, com voz ja rouca.
Acordei com uma vontade pouca
de deixar seu lado, aconchegando
a minha alma nos seus braços, quando
afogo-me nas suas palavras ocas
INVISÍVEL
Essa cidade não sabe que eu sou de outro planeta
Que viajei na reluzente calda de um cometa
Sob uma chuva perene de meteoros incandescentes
Essa gente não sabe do que tenho
E não tenho e do que sou capaz...
Quando a solidão do inabitável
Castigava a terra com restos de estrelas.
A luz se impunha as trevas,
Então o Filho pregou o amor
E a justiça sobre as montanhas,
Esse soneto divino que é o existir
Não permitira ainda o orvalhar romântico
Sobre os jardins de Amsterdam,
Antes Moisés conduzira o êxodo
Sob o causticante sol do deserto
Eu estava longe de tudo e perto do nada,
E quanto mais perto de tudo,
Mais você se torna invisível,
As pessoas só veem o que lhes interessam...
Essa cidade não ouve nem lê
O que eu escrevo ou declamo
Não sabe dessa ternura mórbida
Que sacrifica os santos...
Eu tenho moléculas de hidrogênio e oxigênio,
Eu tenho a luz dos astros
E a melancolia impressa no olhar
Eu tenho a devoção dos mártires...
Essa cidade nada sabe de mim
Enquanto a lua dança num eclipse
E o arco Iris listra o firmamento
O apocalipse se revela...
Silenciosamente eu canto,
Eu toco um violino e a harpa...
Uma harpa angelical me acompanha...
Soneto alado
Pelas asas do avião
voa o meu coração,
esperando voltar logo
à cidade da paixão.
Paixão que a esta altura
faz-me lembrar a ternura,
da linda mulher madura
dando asas à loucura.
E pensando em você
ganho asas em movimento
do amor alado daqui dentro.
A felicidade então aflora,
é a liberdade a se incitar,
que só tendo asas para explicar.
Fatalidade
Felicidade
Feliz cidade
Fé luz idade
Fecundidade
Falsatividade
Inferioridade
Facilidade
Fragilidade
Feridade
Ah, a distância, porque tão cruel?
Entre o céu e a terra, as gerações, o tempo, uma cidade ou país a distância entre aqueles que se importam é sinônimo de castigo, pois ao lado dela está o pior dos sentimentos, a saudades.
Palavra essa que não tem tradução mas seu significado é tão doloroso que todos que estão distantes a conhece tão de perto.
Sejam bem-vindos as ruas sujas da cidade,
onde hoje em dia a pouca liberdade.
Que se lixe o governo e a sua falsa democraçia,
é por causa desses ladrões k o povo anda com azia.
Curitiba É Bonita Demais
Vem cá, vem dançar
Que eu vou te contar
Esta cidade, linda, linda
Mil versos vão dar
É Curitiba, é minha vida
Meu mundo, enfim
Na rua das Flores
No Largo da Ordem
Ou em qualquer outro lugar
Vamos passear
Bem juntos cantar
É Curitiba, linda, linda
Eu vou te mostrar
O verde dos parques
É um sonho à parte
As noites não são nunca iguais
O inverno é dolente
O verão tão ardente
Curitiba é querida demais
Eu que já sonhei com Paris. Sonhei em morar na cidade iluminada. Sair pela noite, sozinho.
Eu que já sonhei em morar na Califórnia. Viver dentro das veias de um motoclube.
Eu que já sonhei com Berlim. Morar nesse reduto das histórias que tanto me fascinam.
Agora sonho com só um lugar para morar. Agora já não me vejo sozinho nos sonhos.
Quero morar nos teus cabelos. Assim eu repousarei todas as cicatrizes. Repararei as tuas. Te farei cafuné até que o sono te chame e você fale com o corpo "dormi", com aqueles espasmos que tu tem.
Nunca vou te magoar. Isso eu prometo. Eu aprendi a voar com o amor. Não o conhecia. Não serei eu o velho solteiro. Não serei eu, digno de dó das crianças no parque. Não serei eu o moço que pega todas em todas as festas. Cansei de tantos lugares cheios de gente vazia. Achei tudo que procurava, num único lugar, numa única pessoa.
Eu te entendo. Tu me entende. O amor sabe o que diz. Eu acredito no que falamos.
Não enxergo, lá no fim do horizonte, uma imagem sem estarmos de mãos dadas. Não canso de rever nossos filhos que ainda não nasceram. Nem de sentir saudade dos beijos que ainda nem te dei.
Vem comigo! Vem, porque a vida parece curta demais para te ter só por essa.
Cingapura
Não há como explicar Cingapura com poucas palavras e pelo que andei lendo dessa cidade-Estado, nem livros podem mostrar claramente a alguém sua grandiosidade, sem que se conheça, ainda que pouco seu povo, suas edificações e as obras que construiu em cerca de cem anos.
Como a gente vive de comparações, ainda que seja para concluir que uma coisa não tem nada a ver com outra, meu sentimento maior hoje foi de que eu não tenho vergonha de ser brasileiro, tenho pena de ser brasileiro pelas oportunidades que nos roubaram, pelas coisas que não temos, não fizemos e não vamos ter nem fazer, porque em Cingapura tudo foi criado sob a égide da lei, da ordem, da ética, do respeito ao próximo e da vontade de um povo, tão sofrido como o nosso, mas que tem brio e sabe se fazer respeitar.
Vou construir um bom nome, numa nova cidade, com um quê de credibilidade, uma pitada de maldade…e um fiozinho bem fininho de docilidade.
Seria mais uma na rua principal, apenas um ser vivo que anda e faz a vida parecer cem vezes menor do que é agora. Criar novos hábitos, dormir mais, pensar menos, saber nada e falar por falar, tudo o que vier à cabeça…Pintar um quadro de natureza morta, cantar na igreja, fazer sopa pra doentes e limpar o coraçao com perspectivas tão menos doentias…tantas vezes menos…que nem saberia explicitar.
Mas como? Se o tempo se encarregou de dificultar todas as coisas mais sinceras…
Salvador
Grito forte, grito alto na cidade baixa
E os verdes amores dos tons das flores, eu esqueço, mas tenha piedade de mim, Deus
Nas noites frias dessa cidade
Pego o elevador e vou até os teus museus, os olhos dos velhos, a pele negra
O segredo do teu povo está escrito nas paredes, a sede, a fome
Amanhã eu era, ontem não fui, vim parar aqui, onde não entendo
A morte vem fardada sobre os trilhos de sangue nas ruas, e os cachorros latem a noite me assustando
O vento nas árvores, a lua me constrange, eu minto sobre o sol
Mas não me escondo da lua, ela não me julga, não me queima os pés descalços quando piso o asfalto
Nada é como ontem, que pena.
E as moças dançam para os moços
Que não ligam para as moças, a morena o leva a cama, mas só a branca ele ama, e a branca o levará a morte, se por sorte.
Ou o fará vagar pela cidade como covarde.
Como sem vida na ida, como sem corda na volta, se enforque, se mate hoje, assim é o ontem
Nosso sacrifício diário, suor e sangue sem valor
Os senhores da alta nobreza na cidade baixa desfilam riquezas, riquezas da vida
Mas a vida é terrena e pequena
9 anos
Logo, aos cinco anos, viajamos para uma cidade pequena no interior, morávamos numa fazendinha que fica num famoso Morro Frio. Fazia tanto frio que usávamos uns quatro casacos pra ir ao colégio... E quando voltávamos para casa guardávamos todos na mochila, que vinha redondinha de tanta roupa. Por isso sempre preferi estudar atarde. Podia usar meu perfume de flores do campo e todos do ônibus sentirem meu cheiro.
Eu esperava pacientemente num banquinho de madeira, quase caindo, de tanto levar chuva. Acho que foi feito pelo meu pai, ele fazia tudo pra gente naquele tempo.
Mas eu ficava lá, com meu cãozinho com nome de Toff por uns trinta minutos aguardando. E lá vinha ele, entre neblinas o farol do ônibus amarelo escolar. Logo na manhã, seis e meia.
Dentro do ônibus, ninguém costumava conversar muito, talvez ainda estivessem meio sonolentos e anestesiados, e sentada, eu olhava a janela esfumaçada cheia de borrões e desfoques, ainda cheia de frio.
Eu estudava o quinto ano do ensino fundamental, na primeira escola da cidade. Não havia muros, só grades de ferro pintadas de verde. Sempre foi verde. Se fossem retocar, seria da cor verde.
E quando eu chegava lá todos já estavam na fila pra rezar antes da aula, e eu corria pra frente, no terceiro lugar, por que já tínhamos nossos lugares na fila marcado.
Saudades da minha cidade.
Um vento forte atravessa as folhas do meu quintal e bate com ímpeto contra o meu peito,
Parece levar um pouco de mim.
E realmente leva,
Toda dor, toda incerteza, toda saudade.
Saudade de cada detalhe de cada esquina da minha cidade.
Do inspirador túnel verde.
Que nos inspira à poesia e nos ensina a canção da esperança.
Do meu venerado rio Amazonas que sempre esteve ali,
Inerte ao meu olhar.
Exibindo sua dança sem músicas.
Saudades dos meus amigos mais íntimos,
Dos amores, das amizades e dores.
Das conversas jogadas ao vento,
Do louco desejo de segurar o tempo.
O vento se foi,
Despertou em mim antigas lembranças,
Que sei que vale a pena lembrar.
Lembranças que me ajudam viver,
E acima de tudo, sonhar.
Biografia do Danilo Souza Santos
Danilo Souza Santos,nasceu dia 23 de março de 1988, na cidade de São Vicente-sp. Danilo Souza Santos conheceu a poesia através da Escola Estadual Armando Victório Bei, em 2006, desde daí ele começou a pública suas próprias poesias. Em 2008 ele conquistou um prêmio de melhor Poesia Escolar.
Em 2010 deixou a poesia de lado, para trabalha no Atacadão de Santos.
Em 2014 dia 10 de Outubro de 2014, conheceu sua maior inspiração sua futura esposa Karina Da Silva Galvão
Em 2015 voltou mesmo com pouco tempo, a escreve suas próprias poesias.
A luz da cidade me impede de ver estrelas
A luz dos teus olhos me impede de ver verdades
Eu vejo tuas mágoas, mas não a cauda delas.
Queria livrar-te das inverdades.
Queria guardar teu sorriso como recordação
Acordar todos os dias com um sinal teu
Queria poder vedar teu coração
E impedir que se aproxime quem te submeteu.
Queria ir longe para te observar
Apenas cuidar da tua felicidade
Talvez eu torne a me afastar
Pra não ser uma luz qualquer da cidade
E ofuscar o teu brilho.
Romance (te encontrei nas flores pela cidade)
Eu gosto das histórias
dramáticas e apaixonantes.
Dos personagens que
romantizam a vida,
se misturam na natureza,
nos íntimos mais belos.
Parecem ter apenas uma
escolha: ser sensível.
Sensível da maneira mais difícil.
A mais dolorida na tristeza.
Sensível da maneira mais fácil.
A mais linda nas alegrias.
E eu? Eu? Eu...
Eu sou só um inspirado espectador.
Cheio de coragem para me arriscar
entre seus espinhos e suas pétalas.
Buscando mais dos seus perfumes,
e menos das podas do seu jardim.
Queria ser como o cara do filme
ou o garoto do livro.
Editar tudo isso durante meses,
E ser feliz no final de algumas horas.
A janela
Eu posso ver as luzes da cidade
As almas que vagam penosas por lealdade
A lua que quase passa despercebida
E a rua que dá mil voltas sem saída.
Eu vejo a vida da minha janela
Procura e acha mais do que procura como Anabela
Daquele livro, daquela autora.
Do parapeito da cortina bem feitora.
O chão daqui é tão convidativo
A viagem por um desejo impulsivo
Visto assim que até então controlável
Como a luz latente da janela inviolável.
Desembaraços.
Não substitua seu nome próprio, meu bem.
Uma pessoa, uma cidade... um Deus. Tudo pela sua qualidade ou por uma perífrase de alguns atributos.
Príncipe poeta, camaleão de 7 cores.
As vezes penso que deveria abandonar alguns sonhos, mudar de profissão, mudar de cidade, quem sabe de identidade.
Mas logo meu coração procura razões e força para continuar a lutar.
Vem de dentro uma vontade nova de tentar os sonhos antigos, aqueles que guardei em algum lugar e deixei esquecido.
A vida seguiu batendo de frente com tantos obstáculos que hoje a luta parece até menor quando olho para trás.
Devo ser forte, senão essas lutas não teriam sido vencidas.
Devo ter fé, senão a esperança já teria desaparecido.
E continuarei meu caminho, até que minha missão tenha sido cumprida.
Errando, acertando, mas sempre lutando...