Poesia Pobreza
TEMOS UMA TRISTE PECULIARIDE:
O Brasil é o único país do mundo onde o pobre vai para as ruas contra ele mesmo.
Dos 12,9 mil trabalhadores piraporenses, 4,6 mil fecharam o ano passado atuando na informalidade e 2,7 mil desempregados.
No geral, mais de 4 mil cidadãos sobrevivendo com até 1 salário mínimo mensal, segundo números do IBGE e do CAGED.
Aumento do desemprego, subemprego, pobreza e uma campanha eleitoral se aproximando...
Durante este período de quarentena
pude reforçar uma ideia através da
leitura: uma das razões pelas quais
os pobres de um país continuarão
pobre é que metade deles priorizam
os livros de romance ao invés de
finanças e negócios. O que acaba os
fazendo acreditar que os ricos nascem
em berço de ouro.
Poucos têm muito e dizem ter pouco, enquanto muitos têm pouco e dizem ter o necessário.
Nunca reclame do pouco que tem, valorize-o, pois a quantidade não é sinônimo de qualidade.
[miséria diz]
Aflora, dignidade,
pois quanta maldade eu vejo aflorar
a noite afora
no frio, no vácuo
morre na ponte
cai do telhado
queimado, sem teto
Aflora, dignidade,
pois toda a miséria é indigna
em casa, a forra
no seco, coberto
digno de gestos
cai da boca migalhas,
todo o pão
O CELEIRO
04/06/2018
.
A supressão de direitos
E a limitação do saber
Formam o mecanismo perfeito
Para se exercer o poder
Dos fortes sobre os fracos
Que lambem os pratos
E buscam no fundo das panelas
Algum resto de comida
Enquanto oferecem as sortidas
Ceias para quem os flagela.
.
O trabalho mesmo remunerado
Pode significar servidão
Quando ao trabalhador é negado
O direito de obter do patrão
Ganhos justos e carga horária
Que transformem a rotina diária
Em degraus para que ele cresça
E deixe de vestir-se com trapos
Enquanto para o patrão abastado
Ele cose lindas roupas de seda.
.
Que o agasalhado produza agasalho
E o alimentado produza alimento
Para que a força do trabalho
Seja garantia de alento
Para todas as classes
Que esperam que a sociedade
Um dia ainda seja
Celeiro de bem-estar e justiça
Ao trocar o egoísmo e a cobiça
Pela distribuição de renda e riqueza.
O ser humano não deve se alegrar com uma vida miserável.
Com efeito, não podemos romantizar a pobreza.
Barraca
Naquela grande cidade
Embaixo do viaduto
Havia uma barraca …
Quem ali moraria?
Teria tido alguma vez?
Teria tido alguma voz?
Qual seria o seu nome?
Teria sede ou talvez fome?
E quanto à sua família,
Por onde é que ela andaria?
Naquela grande cidade
Embaixo do viaduto
Havia tantas barracas…
Naquela grande cidade
Quantos viadutos havia?
Fartura
Se há fome, desconheço…
Sou guloso, reconheço
Sempre bem alimentado
Tenho até mesmo engordado
Eu me nutro com cereal,
Carne, fruta e vegetal…
E, às vezes, de surpresa,
Saboreio sobremesa
Minha vida se resume
Em fartura e capricho
Deixe que eu me apresente:
Meu nome é Saco de Lixo.
"...É mais do que isso. A classe média brasileira exige ficar isolada no seu padrão de consumo. Não basta ter, é preciso que os outros não tenham.
Não é só que eles querem ir pra Disney, é que eles não querem encontrar você por lá."
Não há provas de que Lao-Tsé, o fundador do Taoísmo, tenha dito isso; mas acho claro que ele diria: "o cara sai da pobreza, mas a pobreza não sai do cara."
(Gladston Mamede. "Memórias de Garfo & Faca". Instituto Pandectas)
O pobre não é aquele que
tem pouco — mas aquele
sem interesse pelo saber.
E pode piorar: aquele que
acha que sabe muito, é tão
somente aquele em
pobreza extrema.
A descentralização é um processo irreversível , enquanto muitos tentam manter a centralização e o controle. O próprio sistema evolui para a total descentralização de processos.
É como estar em um oceano descentralizado e tentar fazer uma piscina.
Tracemos um paralelo entre o desenvolvimento do avião e o desenvolvimento sócio-econômico das nações.
No início da aviação, as pessoas discutiam se o melhor modelo eram asas móveis ou eram asas fixas.
Depois de seguidos fracassos as asas móveis foram abandonadas e nem se falam mais nelas.
Parece incrível que no século 21 ainda estejamos discutindo sobre socialismo versus capitalismo, mesmo que o bater de asas dos países socialistas em diversas ocasiões tenha se esborrachado no chão.
É uma perda de tempo gigantesca continuar debatendo sobre ideias que comprovadamente não funcionam, enquanto as asas e turbinas do capitalismo se mostram tão superiores.
"Naturalizaram chamar de justiça dar a cada um o que é seu, mas tristemente constatei que isso se traduziu em dar-se ao pobre a pobreza, ao miserável a miséria, ao afortunado a fortuna, perpetuando desse modo o que de mais perverso pode existir em uma sociedade: um abismo instransponível para ascensão social daqueles que não nasceram privilegiados pela sorte.
Sonho com o dia em que isso mude, mas até lá, acordado, tenho o dever de lutar para ver esse estado de coisas se transformar."
Minha definição de sucesso é o conhecimento.
Tenha conhecimentos e você dominará não apenas o mundo, mas, especialmente, a pobreza financeira...
Vivemos um uma sociedade que um continente sangra em guerra e o outro preocupado como comemorar seus folclores e rituais.
será que falhamos como humanos? Ou ser humano é mais uma fantasia que criaram pra nossa espécie se orgulhar?
Somos a espécie que destrói vidas, corre atrás do relógio, e é oprimido sonhando em oprimir.
Somos o verdadeiro lobo em pele de cordeiro.
Humano engolindo humano.
Nessa dança sem ritmo e sem graça.
Onde poucos tem dignidade e a maioria vive abaixo da linha da mediocridade.
Resposta do Pobre ao Rico
Nós
Achamos um excelente momento
Para mandar um recado para
Esta criatura excomungada.
"NINGUÉM É TÃO IMPORTANTE O QUANTO PENSA E NEM TÃO INSIGNIFICANTE QUANTO APARENTA SER".
Com ajuda ou não
O PODRE
É o GARFO na mesa
De qualquer "RICO".
Na dança das engrenagens, o futuro se molda,
O brilho do progresso, no céu, se desenrola.
A tecnologia avança, incansável, inabalável,
No olho da tempestade, o homem é vulnerável.
Os empregos se desvanecem, como neblina ao amanhecer,
Na sombra do progresso, o trabalhador a sofrer.
As máquinas, incansáveis, usurpam a mão do homem,
No teatro do mercado, a humanidade é apenas um nome.
A pobreza, silenciosa, se espalha, feroz,
O avanço tecnológico, uma maldição atroz.
No templo da inovação, o ouro se acumula,
Enquanto o homem, esquecido, na miséria se oculta.
Porém, na face sombria da moeda do progresso,
Surge a necessidade de um novo acesso.
Uma transformação que abrace a todos, sem distinção,
Onde a tecnologia é aliada, não a destruição.
Nas linhas de código, no pulsar das máquinas,
Há espaço para todos, em novas páginas.
Porque o avanço não deve ser a sentença do homem,
Mas o trampolim para um futuro onde todos têm nome.
Quem pensa é visto como rebelde e perigoso, e quem expõe seu pensamento oferece risco ao sistema.
Renato Mendes Urso