Poesia de Perdão
Temos que compreender
A essência do coração
Junto a paz que não se compra
E a alegria do perdão,
Tão completo e tão divino
Que revigora a razão!
- O perdão
O perdoar chega ser loucura, sim, irracional és.
Pois não mede problemas, e sim soluções.
O criador do perdão revelou em sua ação pelos humanos que: o amor incondicional é maior que a razão!
Aqueles que têm hoje um alto nível de compreensão
sabem que o perdão é uma coisa secundária.
_____Sim__
FACES DO PERDÃO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Perdoar é um exercício de grandeza. Pedir perdão, um exercício de humildade.
HUMILDEMENTE
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Procure sempre saber se deve pedir desculpa ou perdão, porque a desculpa é pra culpa; o perdão é pro dolo.
O melhor choro da vida é o que acompanha a redenção, ou seja, o choro de arrependimento, perdão e transformação.
(ver Salmos 51:1-12, Romanos 6:3-11, 2 Coríntios 5:17 e Efésios 4:22-24)
PERDÃO POP STAR
Demétrio Sena, Magé - RJ.
É bem fácil pros lábios conjugar perdão;
perdoar é grandeza para o próprio ego,
quando a mão estendida propaga seu feito
e compõe mais um prego na cruz do pedinte...
Para quem se agiganta o perdão é brinquedo
que se quebra e se doa pra comprar um novo,
pão azedo com ovo doado ao faminto
pela força do brio e por bênçãos astrais...
Esse show de grandeza indefere a canção,
pois entoa o refrão para o mundo escutar;
tem um tom que apodrece o teor e o sentido...
Neste caso a virtude só é de quem pede,
quem não mede humildade nem humilhação;
perdoar se assemelha com pedir perdão...
Perdão do esquecimento
(inspiração adolescente)
Pequei!
Se pequei, pecastes mais!
Eu gritei...
E de um surdo eco me arrepiei.
De joelhos mais uma vez fiquei...
Procurei teu olhar sem encontrá-lo.
Queria-te por toda força junto a mim.
Mas nada fazia sentido...
Tudo desfeito!
O amor que nos unia, findou.
Ódio em teu olhar notei!
Compreendi que entre nós tudo estava acabado...
Chorei noites, fiz nascer dias.
Construí e imaginei mortes.
Mas seu perdão eu nunca mais teria...
1968
PERDÃO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Raivoso e no auge de uma discussão, chamei o indivíduo de cão sarnento. Gritei, mesmo, em alto e inequívoco som: “Seu cão sarnento! Seu cão sarnento!”. Ele se assustou com a minha ira e se foi. Achou melhor não continuar ali, destilando aquela ironia que me deixara transfigurado. Adivinhou meu próximo passo, que seria fazer com ele o que meninos malvados fazem com os cães sarnentos que proliferam nos subúrbios.
Mas devo confessar que, passado aquele momento refleti. Comecei a sentir um remorso imenso do que fizera. Da ofensa impensada e descabida que tanta gente nem acreditou ouvir da boca de uma pessoa que sempre tenta ser tão serena, reflexiva, social e até ecologicamente correta. Cheguei à conclusão de que fora intempestivo, cruel, truculento e desumano em meu xingamento, especialmente pela comparação que fiz.
Não demorei a vencer o brio e fazer o que era certo. Fui pedir perdão. Não tinha ideia de como seria recebido, mas fui lá. Vesti a coragem de ser humilde, assumi o risco de ser humilhado, abri meu coração e parti para o desafio às cegas. Um desafio que terminaria espantosamente bem, porque fui recebido como se nada houvera. Como se eu nunca tivesse gritado aquelas ofensas que ainda ecoavam em minha mente.
Meu alívio foi total. Tirei das costas um peso que não podia levar por longo tempo. Minha consciência me condenava duramente. Eu mesmo já me punia. Não conseguia me perdoar pelo comportamento insano. Fui surpreendido com uma lição de humildade, ao ser acolhido com afeto. Não precisei me humilhar para ser perdoado. A comunidade canina, muito melhor do que o ser humano, já me perdoara no ato da ofensa.
DIA DE...
Demétrio Sena, Magé – RJ.
É dia do abraço,
do amor e da paz...
e do perdão.
Não acredite,
se o seu calendário
disser que não.
AS NATUREZAS OPOSTAS DO PERDÃO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Quem não cobra uma dívida; não se vinga de alguém que lhe fez mal... quem finge não entender ofensas, desfeitas e desconfianças; deixa para lá o desprezo, a injustiça e a preferência que o preterem, este sim, perdoa... mesmo que não fale manso, não se forje contrito e não sorria ou abrace a contragosto, por mandamento e promessa divina.
Muitas vezes, o perdão se faz acompanhar de reaproximação e festejo; regozijo e 'reconfiança'... mas tantas outras, de uma cautela que o bom senso recomenda, para que outro evento indesejado não torne tudo ainda mais grave que antes do perdão. Isso varia de perdoado a perdoado; de perdoador a perdoador, com os seus temperamentos e as previsões baseadas em alguma reincidência, por exemplo.
Também tenhamos cuidado com a seguinte hipocrisia: acharmos perdoável quem queremos perdoar ou que alguém perdoe, mas acharmos imperdoável quem não conseguimos nem aceitamos que o outro perdoe. É nesse ponto que o perdão perde a idoneidade, por se tornar seletivo e camuflar seus conflitos de interesses.
Tudo soma-se ao fato inquestionável que nossas asas são de cera... elas se derretem ao calor de momentos e não as recompomos com facilidade. Somos inapelavelmente humanos, por mais santos que pretendamos ser aos olhos de quem nos interessa por motivos nem sempre relevantes.
PERDÃO É XEPA
Demétrio Sena - Magé
Jamais peçamos perdão com imponência ou soberba... olhando nos olhos com altivez, como quem tem o direito pleno de recebê-lo, e nosso interlocutor, a obrigação de nos dar. Esse ato é simplório, quando sincero... de quem reconhece que precisa da graça; que a dívida é sua e não do outro. Perdão é xepa vivencial... é para ser pedido, e com muita humildade. Em alguns casos, implorado... nunca exigido.
... ... ...
#respeiteautorias Isso é lei
Perdão...
Perdão pq eu falhei,
Falhei em imaginar
que pudesse me entregar
E por completo te amar, sem meus sentimentos magoar.
Perdão por acreditar,
por deixar de viver
para viver você...
seu sonho, sua vida e sem saber que já tinha, desistido de mim mesmo.
Perdão pq eu não consigo me achar,
E agora, Será!
Que o pobre coração,
Iludido nessa prisão,
poderá me perdoar!
Não se pode cometer o pecado e desejar o prestígio e o perdão.
É preciso escolher entre o brilho fugaz ou a redenção do arrependimento.
Sou grata pelos amigos que me ensinam constantemente o que é o amor, perdão, caridade, companheirismo...
Pelos problemáticos que me ensinam a não repetir sua atitudes. Pelos maus que me ensinam o quão feio é ser má.
Pelos mentirosos que me ensinam que não vale a pena enganar aos outros quando a única coisa que realmente importa no final do dia é uma consciência tranquila.
Sou grata a todos que passam pela minha vida, todos acrescentam coisas boas e mesmo que sua passagem pelo meu caminho tenha sido terrível o que fica é sempre aprendizado.
PERDÃO...
Ó sorte, eu sei. Eu sei, essa valia
Essa direção que dás pra emoção
A solidão é exata no que merecia
Pois, do amor, cisquei a ilusão
O coração habituara a tirania
Da ficção, de ficar na tensão
No vitimismo, e na melodia
Criei e musiquei a sensação
Então, no ter o que existisse
Me segurei na burra tolice
Do sonho desfrutável a mão
Ó sorte! me deste o caminho
O amparo dum doce carinho
Eu quis outro rumo. Perdão!...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/01/2021, 14’50” – Triângulo Mineiro
SONETO DO PERDÃO
O teu não, vergasta a minha fé
Dá-me o perdão como veredito
És a quimera de que necessito
Refreai-me da cilada do mundé
Do coração, o dito não é escrito
O teu fascínio embarga-me até
Eu sou só pra ti e ti pra mim, é
Vou além. Tu me levas ao infinito
E nesta de alma perdida, sofrida
Rasga-me o peito a tua partida
Se, só queria alegria e não dor
Então, aqui na sobra repartida
Lágrimas da saudade escorrida
Murcham com mágoas, o amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Abril de 2017 - cerrado goiano
SONETO CANTANDO O PERDÃO
Deixa Senhor que eu cante estes versos
Sofrentes, mesmo que seja, duro e triste
Mas que trove o remorso que nele existe
Ó culpa... nos meus sentimentos imersos
O meu solfejar o desencanto, pelourinho
Do sentir, que vive a penar nesta vaidade
Suspiroso, inquieto... Cruciante realidade
De quem feri uma rosa com seu espinho
Deixe cantar quem quer indulto neste canto
E seja acorde de compreensão e acalanto
Ó Senhor, é o cântico de um acre coração
Que traz amargor e roga pelo sacramento
De alívio, dum efeito, um distinto advento
E, então, deixa o soneto cantar o perdão!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
06 dezembro, 2023, 20’28” – Araguari, MG
Ato de Contrição
Perdão! Se fiz sem fazer
Omiti e testemunhei ver
Adormeci sem acudir
Atendi e sucumbi
As esperanças esvaídas
Os abraços nas partidas
Olhares almejados ao leu
Receptivos cingir réu
Janelas fechadas ao sol
Negativas ao crisol
Falar mais que ouvir
Olhar mais que sentir
Sorrisos que malogrei
Brados que valorizei
Remissão! Reto do coração!
Neste meu ato de contrição.
Luciano Spagnol
00’01”, 08/04/2013