Poesia de Lua

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Não conseguia suportar que ele ficasse magoado, e ao mesmo tempo não podia evitar que ele me magoasse.

Olha, você se incomoda de deixar pra fazer as coisas estúpidas quando eu estiver por perto? Eu não vou ser capaz de me concentrar se eu pensar que você está pulando de penhascos na minhas costas.

Mesmo enquanto afugentava as imagens, senti meus olhos cheios de lágrimas, e a dor a cercar o buraco em meu peito.

Parecia que eu estava presa em um daqueles pesadelos apavorantes em que você precisa correr, correr até os pulmões explodirem, mas não consegue fazer com que seu corpo se mexa com rapidez suficiente.

O desprezo não incomoda, embora seja uma arma poderosa. O que realmente me incomoda, é nunca chegar a saber o que o frio da indiferença, grita nas entrelinhas do abismo de silêncio que ele mesmo cavou. É o não saber da interpretação feita sobre minhas palavras. O medo das possíveis ambiguidades escondida nas linhas dos meus textos.Isso me incomoda.

Não existe o amanha! Porque quando o amanha chegar estaremos vivendo o Hoje! Então viva Hoje como se fosse o Amanha !!!

À medida que o relógio começava a soar a hora, vibrando sob a sola de meus pés lentos, eu sabia que era tarde demais para mim – e fiquei feliz que alguma coisa sedenta de sangue esperasse nos bastidores.

Como eu poderia explicar de modo que ele entendesse? Eu era uma concha vazia. Como uma casa vazia, por meses sem ninguém – uma casa condenada –, eu era completamente inabitável. Agora havia algumas melhorias. A sala da frente estava em reformas. Mas era só isso – só um cômodo pequeno. Ele merecia alguém melhor – melhor do que uma casa em ruínas com um cômodo só. Nenhum investimento dele poderia me deixar funcional outra vez.

Como eu poderia combater as fronteiras tênues do nosso relacionamento, se eu gostava tanto de ficar com ele?

Já não sei se são meus pés que movem o mundo, ou o mundo que move meus pés. A direção que escolho é o rumo dos ventos. De manhã vou para onde o Sol nasce. A tarde, para onde se põe a dormir. E a noite, me sento para admirar no mar o reflexo da minha história que sopra aos pés da Minha Lua.

Mas isso não era um sonho, e, ao contrário do pesadelo, eu não estava correndo para salvar a minha vida; eu corria para salvar algo infinitamente mais precioso. Hoje minha própria vida pouco significava para mim.

Mas eu conseguiria fazer isso? Conseguiria trair meu coração ausente para salvar minha vida patética?

As relações humanas se tornaram superficiais e alucinógenas. Aqueles que são realmente verdadeiros sobre o que sentem, parecem cobaias em uma constante ilusão de afeto.

Quando se está cego em relação a alguém, qualquer palavra fica bonitinha quando falada. De olhos vendados, os instintos ficam aguçados e sentimos melhor, não é mesmo? Só não escutamos o certo.

Se você precisa correr atrás da pessoa para lembrar a ela ao menos que você existe, significa que você nem precisa ir embora, a pessoa já te deixou há muito tempo.

Sinta falta de você quando sentir que está se afastando de si, não do outro. Você é necessário para continuar vivendo, se a outra pessoa for, você continua. Agora se você for…

E eu que de repente me peguei sorrindo e o motivo era o fato de que, a não ser eu, ninguém mais ocupava a minha vida com privilégio.

Bati asas e voei para fora do sufoco que era tentar me encaixar em um ninho de abraço que não era meu.

Situações mal resolvidas são como fantasmas que assombram até encontrarem um jeito de alcançar a paz.

Eu não sei nadar, mas tomei coragem de pegar um barco contigo. Te confiei o outro remo. Por favor, não nos afunde.