Poesia de Carinho e Afeto por um Menino
MÃE CANTA PARA MIM
Canta:
As tuas ladainhas de embalar,
Nas noites de menino a arfar
À procura de um sono imenso
Com cheiro a fumo de incenso
Para quebrar o quebranto
No desencanto
Do mau-olhado
Rezado e talhado
Na cruz de Cristo
Ensebada
Por mãos de outros usada
Na renegação do malquisto
Que vem pela calada
Na inocência
Até à velhice da demência
Sem nunca parar o maldito
Do proscrito.
Mãe:
Vem.
Canta para mim.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 04-10-2022)
A roupa que a gente veste
se honra desde menino
aqui o cabra da peste
tem sangue de Virgulino
não fale mal do nordeste
sem conhecer o nordestino.
Aqui o povo já é feliz,
Do mais velho ao menino.
É um povo acolhedor,
Seja qual for seu destino.
É um povo sem vaidade
Mas que preza a liberdade
Grandeza do nordestino
Parto -
... do meu Nascimento!
Não fui criança de Paz
nem menino d'alegria,
nasci longe, em Monsaraz,
d'uma toada que se ouvia ...
Nasci em dia de nada,
quando nada me abraçava,
porque o nada me esperava
nesse dia de chegada ...
Foi o nada que me gerou,
do nada me ergui
e até o nada me deixou ...
Fui de mim o meu avô,
solitário, pai e mãe eu fui,
mas o nada já é ave que voou!...
As grandes tarde de uma fogueira.
Na minha ingenuidade de menino meu pai me ensinou a definição de felicidade com aventura, sempre que tinha um tempo ao entardecer nos contava estória e mais estórias contos e mais contos sentados próximo de uma fogueira, desde criança ele em um ritual de transformação com sabedoria transmitia seu conhecimento de uma forma divertida seus truques de sobrevivente falava mais alto, dizia que devíamos extrair somente o necessário para saciarmos nossa fome da natureza, a caça, pesca era uma diversão, vivia intensamente cada segundo daquela aventura, no retorno de uma longa jornada pelas campinas ao adentrar na mata o medo dominava nossa imaginação atravessar uma trilha desconhecida desafiava meus instintos primitivos, mas sobreviver não tinha preço naquele momento, enxergavamos a lua as estrelas, os vaga-lumes iluminava o picadeiro; ouvia o pio da coruja, urutau, meus nervos a cada som desconhecido mexia com meu corpo minhas pernas trêmulas quase travava, eu imaginava um espírito na trilha. Quando saíamos na estrada me tornava um criança em pleno estado de êxtase minha alma voltava ao meu corpo, meu pai acreditava que esse ritual deveria ser passado de geração para geração essa felicidade terei o prazer de transmitir aos meus descentes, amava suas estórias de assombração, nas tardes próximo a uma fogueira vivi uma infância perfeita.
Gilson de Faria.
10/06/2021
20:30.
Você
.
Me vejo assim feito menino
Que encontrei no meu caminho
Seu o amor para crescer,
E se me fosse a vida
Só um instante em que te vejo
Eu já teria nela mil motivos para viver...
.
Todo presente que eu desejo
É um dia após o outo com você,
E se um pedido eu fizesse
Seria ele
Que não me deixe te perder...
.
A vida passa
E eu busco nela o meu viver,
Eu só encontro nela vida
Quando estou perto de você...
.
Edney Valentim Araújo
1994...
Brasilidade
" — Menino. Você é brasileiro?
— Sou paulista!
— Menino. Você é brasileiro?
— Sou guacho!
— Menino. Você é brasileiro?
— Sou nortista! "
Citação do livro "Syphon, Gin e Gelo"
Escutei um dia
Uma história linda
De um menino que corria.
Pela savana, disparava
Quando via
o carro que a trazia.
Só pra ter
o sorriso da menina
O menino corria.
Ela ainda não sabia
Mas o sorriso ...
Ah! isso "ela tinha".
Tantos verões
Vieram, virão
Muitos viram.
Mergulho no lago
Peixinho no mar
Destinos selados.
Momentos festivos
Encontros furtivos
Um beijo furtado.
A menina do sorriso
No lábio que selou
O sorriso do menino.
Do menino que corria
Sempre que queria
O sorriso da menina.
Escutei um dia
Do menino que corria
Essa história linda.
Meu menino iluminado.
Meu menino,
Iluminado.
quando estou ao seu lado,
me sinto abraçado.
Hoje ao meu lado,
você não esta!
mas estou sempre,
A lher amar...
Meu, menino...
Iluminado,
Amado,
Sol nascente...
Calor incandescente...
Você dentro do meu ser,
Se eternizou...
E sempre sera lembrado,
Pois é, o meu calor.
Meu amor,
Menino iluminado.
- Um abraço, profundo de ti.
Pela ponte da estrada
ela ficava olhando o menino
que vagamente caminhava.
Lá de cima ela sonhava
com o dia que tocaria
a pele macia
do Menino do rio.
Eram crianças e imaturas
Não havia nem as maldades
que se criam na adulta imaginação
Tudo era puro e de verdade
no inócuo do coração
Quando menina ela o amava
De longe olhava o Menino no rio
Um dia, na ponte, ela o encontrou
olhando em seus olhos, tudo contou
Num beijo durou como sendo infinito,
Agora em seus braços, o Menino do rio
Era, enfim, seu grande Amor.
(FERGOM, Edleuza. O Menino do Rio. In: GONDIM, Kélisson (Org.). Vozes Perdidas no tempo. Brodowski: Palavra é Arte, 2020. p. 104).
Menino, conta pra mim a tua história!
Sei! Está guardada em tua memória
Teu tormento transformado em superação
Conta, menino, conta pra mim tua canção!
Tudo envolve amor e euforia
Questões em prosa e poesia
Tão quanto tua Maria envolventes
De frescores suaves, beneficentes
Virtudes de inestimada alegria...
Menino, como é belo o teu viver!
Propagas prazeres ante à solitude
Da calma o coração passa a tremer
de tantos que te querem vicissitude
Faças, Menino! Faças emudecer!
A voz que também não soube ouvir
De pequeno que não para de sorrir
As gargalhadas que não te podes perecer
Não ocultes o prazer jamais, Menino!
Dos saberes, dos amores, do bem viver
Que ser pequeno e ser forte leonino
E ter garras pra então se defender
Mostres o teu sonho, grande Menino!
Que tu sonhas junto a outros partilhar
E o mundo vem, Menino, transformar.
(PIRES, A. F. Menino. In: GONDIM, Kélisson (Org.). Vozes Perdidas no tempo. Brodowski: Palavra é Arte, 2020. p. 17).
Fico preso em meus pensamentos,
Mesmo com o passar do tempo, ainda me vejo como um menino inocente.
No turbilhão da vida diária,
Percebo o menino perdido em mim, buscando seu caminho.
Ao longo dos anos, carrego a tristeza,
Mas vejo o menino dos sonhos, ansiando por felicidade.
Quisera voltar a ser aquele menino do interior,
Perdido nas memórias do tempo que se foi.
Busco encontrar-me no âmago daquele menino,
Que um dia sonhou em alcançar a felicidade plena.
E, com a passagem dos anos,
Esforço-me para ser a pessoa feliz que o menino idealizou.
olha ai diferença
do menino que te ama
ele não quer morar
só na tua cama
Mas um coração vazio
Não costuma perdoar
Todas noites
No vacilo
Vai até acostumar
Solidão é bem pior
Mora dentro de você
No momento quer saber
Pelas ruas
Madrugadas
Rola solto vai vem
Sabe ser a preferida
Mas no fundo não convém
Ser de tudo
assim usada
Dar o fora
Atenção
Já é hora
Vai saber
Muda sua opinião
Vida loka
Atrasa não
Cadê o beijo de amor
É preciso insistência
E bastante coerência
Pra mudar a relação
Nunca é tarde
valorize
Sua mina
É legal
faça agora sua parte
levante seu astral
foi assim
que veio o amor
e roubou teu coração
não adianta não querer
agora veio pra valer
então saia por ai
vá se divertir
e aceite na moral
Primeiro beijo
nas cabeças do menino
gosto do desejo
contato imediato
no pensar da menina
será que não é um sapo.
Segue o baile...
Lamento de um Eterno Menino
Em brumas do ontem, onde as luzes se cruzam,
Rezava a família ao inverso destino,
Que arrebatou, com mãos invisíveis e firmes,
Um filho, um anjo, de sorrisos divinos.
No seio do lar, uma estrela fulgente,
Nascido em corpo de homem, coração pueril,
Guardava a pureza dos céus em seus olhos,
E em risos serenos, o mundo sentiu.
Ond'outros viam a ciência e leis rígidas,
Via ele cosmos, e em estrelas dançava;
Na poesia e música encontrou a linguagem
Que ao peito dos homens, mansamente tocava.
Filósofo, advogado, de astros amante,
No seu mundo próprio, uma missão traçava:
Ensinar que no amor, como um rio que flui,
Encontra-se o sentido onde a vida se lava.
Mas como explicar, quando o céu se desfaz,
O quebrar da ordem, o filho que parte?
Chora o universo, na perda de um astro,
Que brilhou tão breve, em tão frágil arte.
"Se ele é incrível", assim ele disse,
"Ele não será fácil, mas vale o lutar";
Pois mesmo na dor da mais cruel despedida,
É o amor que nos resta, é o amor a ficar.
Sagrado menino, em adulto disfarçado,
Tuas lições de ternura, ainda ecoam, vivazes;
No teatro da vida, foste peça rara,
E nas cortinas do fim, deixaste rastros de paz.
Por todos os dias em que a música cessa,
E em que os poemas não podem consolar,
A lembrança de um espírito eterno e criança
Nos fará sorrir, nos ensinará a amar.
Nasceu numa manjedoura um pobre menino
Revestido com a couraça da esperança
E ao repartir a eterna bonança
Mudou para sempre nosso destino
AO SAUDOSO MESTRE:
Nascido em João Pessoa
Capital da Paraíba
O menino de voz rouca
Corpo esguio ou delgado
Aos seis anos de idade
Mudou-se com a família
Para a pequena Taperoá
A quem chamava o guri
Minha linda princesinha
Aonde se projetaram
Seus primeiros madrigais
Logo imortalizados
Na memoria dos mortais
Com a mãe compadecida
Das mentiras infernais
Do chicó, e seu escudeiro
Floreando os recitais
Mais tarde, já homem feito
Fazendo o erudito
Se misturar aos cordéis
Introduzindo as artes
Ao nascente ARMORIAL
Movimento que queria
Popularizar a cultura
Do nordeste e do Brasil
Associando a ela
A linguagem do sertão
Em seu cavalo de fogo
E traseiro alardeado
Se não fosse um alazão
Carregava em seu gibão
A pedra do rei congado
Como o maior legado
Do povo de seu sertão
Sem alarde,
E bem pouca cerimônia
Apenas um violino.
Tocando em reverência
A vossa triste partida
Partiste a se encontrar
No reinado da “SARON”
Com nossa compadecida
Vou encerrar com pesar
Nesse meu coração físico
A saudade desse mestre
Nas rimas que vão ficar
Eternamente inseridas
No coração ARIANO
Do nordestino aguerrido.
Série: Minicontos
FILHO DA OUTRA
O menino trocou a aridez nordestina pela selva de pedras. Logo o mundo lhe acolhe. As mãos que lhe afagam o apedrejam, Mas a história se encarrega de cicatrizar o golpe. E a primavera promete florir...
Uma oração poética e cheia de amor!
Essa frase é um lindo tributo ao Menino do Rio, pedindo proteção divina para seu corpo e coração puro.
"Menino do Rio, eu oro para Deus proteger-te,
Corpo aberto ao mar, coração puro e cheio de encantos mil."