Poesia Completa e Prosa
Saudades do mar
O mar sabe curar
as dores de amores
de corações partidos
com tons de azuis colores
Saudades do mar
ele lava a alma
abre os pulmões
a mente acalma
Sossega indagações
da fôlego e vida
encontro soluções
cura para minha ferida
Assim se não me afogue
que a onda não me atropele
o sal e o sol me não me queime
ou que eu não me apaixone
Eu amomar amar
É PRECISO MOSTRAR O MEU AMOR
Vivemos em um aquário
Onde o mar esta do outro lado
Explicar ficou inviável
Lembre que Jesus Cristo liberou poucas palavras quando estava sendo julgado
O único que precisa ver está lá em cima, de olho nas injustiças
No meu secreto desabafo
Escondo, recomponho, ajoelho e lacrimejo
Respostas surgem no meio
No seu templo eu vou de coração sincero
Sem olhar para o lado
Direita ou esquerda não me abalam
Pessoas são cruzes, e o altar é minha busca
Já os hipócritas ganham desprezo
Querendo dar, sem ter
Receber, sem amar
Julgar e ganhar
"Não sou capaz de olhar-te
E não lhe imaginar ao meu lado
Caminhando na areia
E o vento batendo no cabelo
Não sou capaz de ouvir-te
Sem me derreter por inteiro
Com o doce sussurro da sua voz
Que clama por carinho
Não sou capaz de tocar-lhe
E não estremecer o meu corpo
Suar frio e o coração acelerar
Sou incapaz de tê-la pela metade
Não quero ser subterfúgio
Das noites mais terríveis
De solidão
Sou capaz de ser exatamente o que sou
De te olhar exatamente como te olho
E me apaixonar todos os dias pela sua voz
Sou capaz de encarar o desconhecido
Mover céus e terra
Estar preparado na paz ou na guerra
Mas sou incapaz de esperar
Por aquilo que insiste em nunca chegar"
(Homem do mar, p. 16)
Oh, menina bela!
Onde é que eu me meti?
O destino enlouqueceu
Ou eu enlouqueci?
Por pensar que um caminho
Foi criado para mim
E para ti!
Assim que te vi,
Com certeza
Enlouqueci
Diria eu com grande paixão
O quão bela tu és
De vestes largas, invulgar
Qualquer ser é capaz
De t'amar...
Amor tão largo,
Que dói!
Não te poder falar
Chorar por t'amar
Dói
Assim que te vi,
Com certeza
Enlouqueci
Oh, menina bela!
Onde é que eu me meti?
Por ti, não por mim
Apunhalei um coração
Que doía por t'amar
Que chorava por te querer
Nos meus braços
Oh, doce mulher
O que fiz eu pra t'amar?
Amarga seja esta coita
Que só me faz chorar
EVITE USAR ESSA PALAVRA
Aprendi uma fita no decorrer dos anos.
Falar "nunca" é coisa de papagaio, que não sabe do futuro que vem chegando como uma cobra mansa.
O moleque que canta "Baby" já dizia "nunca diga nunca", que ironia.
Perdeu um pouco da fama, mais sua palavras a gente vivencia.
Parada fixada na mente, veja os antecedentes.
Na ponta do lápis essa palavra tinha que sair do vocabulário, extinguir do dicionário.
Talvez eu não vou fazer, é o correto a se dizer.
Que mundo louco, essa roda gigante não falha, desce e sobe que nem uma "raia".
Deixe só no pensamento, não libera palavras ao vento.
Nem adianta, você não manda no tempo.
O castigo não é de videogame.
Vem igual cabeça do Zidane, no meio do peito.
Cada dia o tempo passa
E eu aqui a pensar
Quantas palavras lindas
Que a você devo externar
Meiga e pura
Simples e cordial
Esplêndida e garbosa
Egrégia e sideral
Foi de repente
Que me fez te admirar
Por toda sua beleza
E seu jeito espetacular
Se um dia partir
Morrerei de saudade
Pois não vou conseguir
Ficar sempre cheio de alacridade
Você me traz paz
Me traz felicidade
Me trata tão bem
Fico cheio de alacridade
Quando está longe
Me sinto sozinho
Quando está perto
Sinto amor e carinho
Quando penso em você
Lembro do seu jeitinho
Ele é tão cordial
E muito e engraçadinho
Você é mais que um sonho
É tudo que eu mais queria
Deixou de ser pensamento
E agora minha total alegria
Vou caminhando por caminhos
Que preferia não caminhar
Pois eles são tão difíceis
As vezes penso em parar
Cada dia o tempo passa
E eu não vou a lugar nenhum
Tudo se tornou tão complexo
Que preferia ser mais um
Um vazio me apertou
E eu não consigo refletir
Em tudo que a vida trouxe
De você para mim
Queria que tudo passasse
Mas só a vida passa depressa
E esse amor proibido
É o que mais me interessa
Não sei que vou te alcançar
Mas isso só vou saber
Se em um lindo dia
O tempo nos compreender
Não sei como você está
E se devo ou não perguntar
Talvez não esteja bem
Mas deixarei você falar
Queria que soubesse
Que fico sempre feliz por você
Mas quando fica assim comigo
Não sei o que devo fazer
Até em te ver
Eu fico bobo
Acho que deve achar
-Que garoto louco
Mas é assim
Você não vai acreditar
Que só sei pensar em você
E ao pensar, filosofar
Se for para sempre
Um dia irei entender
Que a sua partida
Foi boa para meu proceder
Juro que por te amar
Cansei de chorar
Sempre quando brigávamos
As lágrimas vinham no olhar
Queria te lembrar
Que meu amor é paciente
E que sempre eu vou estar
Te aguardando alegremente
Tudo que fez
Não contará
Somente o que vai fazer
Quando os meus lábios nos seus tocar
Cantinho...
Sabe aquele lugar no cantinho, bem seu
onde a sua inspiração habita
Pois bem: é ali que fico eu,
os sonhos, pedaços da minha escrita.
Longe da vista de tudo e de todos...
- meu cantinho, que a quimera edita
os rodapés da página são sem lodos
e, a poesia mais bonita...
Ali tento ser melhor. Sem engodos!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Sertão da Farinha Podre
Triângulo Mineiro, junho, 2020
SALMO DO LUCAS - 1
Dá água para o vinho
Me transforme
Como foi feito em Pentecoste
Rei como Davi
Sábio como Salomão
Íntimo como João
Continue me mostrando
Me alertando
Me amando
Desleal, eu sei que sou
Distraído e até desequilibrado
Mas, lutarei diariamente, para não errar novamente.
Os Cães Presos -
A liberdade é algo,
humanamente, muito mais
interior.
As prisões também.
Os cães presos costumam
ser mais agressivos
que os soltos.
Os cães presos
são as pessoas amarguradas,
feridas, ressentidas,
que vivem acorrentadas em submundos,
prisões interiores (frias e
solitárias),
construidas à base de desejos
e sentimentos reprimidos
(rejeitados);
De histórias e planos,
drasticamente, interrompidos;
De confiança e sonhos, cruelmente, destruídos por pessoas (antes,
seus mundos),
irresponsavelmente livres
e inconsequentes - perigosas
demais para estarem soltas
para laços e afetos
verdadeiros.
O Sol Melancólico.
O sol.
O sol, tão solitário.
O sol, tão melancólico.
O sol quer ser como as nuvens,
O sol não pode.
O sol é mais quente
Que a ponta do cigarro aceso na pele.
E as nuvens,
São frias e molhadas.
Para o sol, ele tem sempre a mesma rotina,
O mesmo ciclo.
O sol quer ser como uma nuvem.
Mas no fundo,
O sol é tão diferente
Das nuvens.
As nuvens, não são do seu meio.
E assim ele fica:
Apreensivo e sozinho.
Se afundando em um poço de melancolia.
“O que tem de errado comigo?”
O sol se questiona.
Sonhar e Cair
Sonhei
e
Caí
No mundo imaginário
Sem razão
Sem julgamento
Sonhei
Caí
Em seus braços
Em seus abraços
Em seus beijos
Caí
Na decepção
Na sua aspereza
Na sua razão revoltada
Sobrevivi
Em sonhar
Em amar
E
Caí desesperadamente
Novamente
Em teus braços
Caí
E
Sonhei
Com você
Sobre nós
Só que
Agora
Na minha
Imaginação.
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury
Por acaso eu vi sua foto
E não deu para esconder
O mais sincero sorriso
Que eu dei sem perceber
Na verdade o que sinto
É o mais puro amor...
Amor que é para sempre
Mesmo que me traga dor
Quando penso em desistir
Do nada lembro da paciência;
Que vem do amor
Mesmo na sua ausência
O que farei sem você...?
Sem o seu sorriso
Sem os seus abraços
Sem você não vivo.
As Linhas
Disseram pra Vânia que as linhas das mãos guardavam e guiavam seu destino.
Estava tudo ali na palma das mãos, determinado, sacramentado, no desejo intransponível do destino.
Era só interpretar as linhas... tantas linhas...
para cima...
para baixo...
em retas...
em diagonal...
formando hexágono, que Deus havia carimbado em sua mão.
A mão, um deserto cor de rosa, riscado de linhas falantes, para que o caminhante não morresse de sede e descortinasse o futuro.
As respostas estavam nas linhas que riscavam a palma da mão, mostrando o caminho e iluminavam as suas decisões.
Buscava sempre nas linhas, destinos a serem realizados e sonhos que sonhava.
Era uma busca incansável de premonições, ir a adivinhos, sensitivos, para desvendar e achar os mais curtos caminhos nas linhas das mãos.
A busca se tornou a razão da vida de Vânia. Viajava, andava longe, por estradas esburacadas, em casas escuras cheirando a velas queimadas, acreditando na imaginação dos sensitivos às suas mais íntimas indagações.
Assim caminhante da Roda Viva, pelas leis do Karma, Vânia procurava o destino na magia e no mago, nos desdobramentos de suas forças, o julgamento de sua vida para alcançar o sol da eterna felicidade.
Ora diziam que havia um moço claro e Vânia jogava p’ro alto sua sorte, e fazia uma mudança radical em sua vida.
Sua vó alertava:
— A vida tem que ser uma oração.
Vânia subia até as estrelas em sua nova esperança e nesta aventura, aparecia um louco que só queria aventuras e incertezas.
Sua mãe dizia:
— As respostas estão em você, abrace sua fé.
Vânia por tempos aquietava a ilusão, mas, o seu medo pela vida, ressuscitava as incertezas.
Sua irmã exaltava:
— Encontre seu próprio rumo e confie em você mesma.
Vânia, já mais velha e madura desanimada na busca e sentido da vida desejava agora uma harmonia sobrenatural, a temperança e sua auto realização (o mundo).
Agora tinha certeza de que o mundo não guardara p'ra ela nenhum amante loiro nem moreno. Lia as cartas de previsões e se embaralhava nas linhas escritas. Até que um dia, Vânia de tanto reler as cartas, não saía mais do quarto e todo mundo pensava: "Deve estar lendo as linhas e previsões.”
O sol se aproximou da Terra, secou o orvalho da manhã e Vânia não apareceu para o almoço.
Bateram, bateram na porta do quarto...
...não houve resposta. Quando abriram encontraram Vânia enrolada como um novelo de linha.
Linha de tudo quanto era jeito:
linha de retroz
linha de bordar
linha de carretel
linha grossa
linha fina...
Vieram suas irmãs, Vera e Virgínia, correndo e não sabiam se chamavam um médico, o curandeiro ou o sensitivo.
Vânia estava enrolada e embaraçada nas linhas.
Foi um reboliço. Tinham que achar o fio da meada e desenrolar as linhas que amarravam Vânia.
E tinha que ser rápido. Deu uma trabalheira danada, dia e noite, Vera e Virgínia se revezavam para desenrolar as linhas que aprisionavam Vânia.
Precisava pressa, pois, ela já estava pálida, acinzentada, não falava, estava cabisbaixa, enquanto as irmãs desenrolavam linhas... e mais linhas...
Eram tantas linhas... linhas da vida agarradas à Vânia.
Passaram dias e noites. Vera e Virgínia se revezando.
- Venha rápido, pedia uma, vamos deitar Vânia, já está quase no fim do “enrosco”.
As duas pegaram com afinco a tarefa. Vânia ainda de pé rodopiando, para desenrolar o “enrolo”.
Quando acabaram, levaram um grande susto, só restava de Vânia as suas sapatilhas.
Aí, elas concluíram que Vânia também virara linha, tinha corrido tanto atrás das linhas, que se embaraçou, se perdeu, não escreveu nem uma linha da sua vida, que minguou, minguou até virar um
FIO DE LINHA!
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury
Não Me Deixa Te Esquecer Completamente -
Olha,
tenta fazer o que for preciso
paraque eu caia na real e,
de alguma maneira,
te esqueça.
(Me mostra o quanto fica
bem sem mim,
o quanto é capaz de sorrir
com outras pessoas...
Sei lá,
posa ao lado do seu novo
amor).
Mas não exagera
muito!
Deixa sempre alguns dedos
seus encostados em
minha pele;
Deixa alguma pétala caída
em algum caminho por onde
eu possa passar;
Distraída,
finge esquecer alguma
coisa sua aqui em casa,
para que possa voltar;
Sem querer...
deixa um pouquinho
do seu cheiro em algum
objeto meu;
Permita que o brilho da lua,
vez ou outra,
entre pela fresta da
minha janela,
numa madrugada qualquer;
Timidamente,
de vez em quando,
canta, baixinho,
algo da
gente...
Mas não me deixa te
esquecer completamente.
Foi o Tempo que nos
apresentou quando tudo
parecia impossível de
acontecer.
E enquanto houver vida,
haverá tempo para o
impossível acontecer de
novo,
e talvez então, bem maior,
mais seguro emuito
maisbonito.
Zohra
Pobre menina Palestina
Nascida em extrema pobreza
Ainda criança foste vendida
Para servir a realeza
Na sua inocência de menina
Avistou dois pássaros presos
Sentiu vontade de vê-los voar
Deixá-los a liberdade encontrar
Para seus ninhos voltar
Um sonho dela mesma
Que nunca poderia realizar
Mas para sua surpresa
A violência humana
Com a morte a castigou
Prefiro achar, que a paz encontrou
Que com os pássaros voou
SAIBA PLANEJAR
Planos carnais nunca se concretizam
Parece até coisa do destino
Sempre que conto para as pessoas erradas, minha vida muda o caminho
Confio somente em Deus e sempre consigo um sorriso
Inimigos se tornando amigos
Com certeza é algo do divino
Percebendo o erro antes que ele aconteça, isso não é coisa da minha cabeça
O Espírito convence para que a tristeza não permaneça
Seja agradável
Domínio próprio é necessário
Paciência e calma virão como um bálsamo
Não jogue dados, a força vem do alto.