Poesia Completa e Prosa
Uns dizem que é a morte. Outros, que é perder alguém querido. Mas só quem está diante de uma folha em branco sabe o que é medo de verdade.
Não é bem coragem. Também não é preguiça. Tampouco o tal bloqueio criativo.
É medo, mesmo. Pavor. Paúra.A folha te desafia tipo um comediante na fila da farmácia que é abordado por uma senhora emocionada que lança, na lata; "vai, conta uma piada que eu tô no facetime com a minha neta".
É um desafio covarde, porque ela tem todos os argumentos, sabe?
Meio como se ela te dissesse; " e aí, é só isso?" Ou, pior; " Já acabou?"
É vexaminoso, cara.
Até porque, ela tá ali - ao seu dispôr, aceitando QUALQUER COISA.
Ou vai dizer que nunca ouviu que papel aceita tudo?
Pois é, aceita mesmo.
E é isso que corrói as entranhas.
Isso que te mata a conta-gotas.
Ela te provoca com aquele olhar irônico daquela loira linda e popular do terceiro colegial e você é o esquálido acneico dono do video game da oitava série que só queria perguntar se ela queria suco de acerola e pão de forma com presunto que você trouxe na lancheira mas não comeu no recreio.
É isso que ela faz com você.
Ela te humilha sadicamente.
Gosta de te ver suando feito uma cuscuzeira enquanto observa do alto de seu formato A4 e seus 120 gramas.
É pior que um banho gelado às 5 da manhã que o coach tenha mandado você tomar.
Pelo menos o banho você entra e sai e acabou. A folha não.
Ela se deleita vendo você roer canetas e abrir e fechar abas mentindo para você mesmo que, em breve, vai começar.
A cada início de estrofe, uma explosão de riso. Daqueles que você dá em audiência na frente do juiz, sabe? Que você tenta segurar mas sai pelas ventas e parece que você está vazando. Então, é assim que ela ri De você.
Mas não tem problema.
O mundo dá voltas.
Amanhã há de ser outro dia.
Uma folha em branco novinha pronta para reiniciar o ciclo de humilhações.
E eu, como boa mulher de malandro estarei aqui, para me deliciar com esse masoquismo saboroso que só ela pode proporcionar.
*APROVEITE A VIAGEM*
Ei, você já reparou,
O belo cantar dos pássaros,
Que trabalham em coro,
Sem serem orquestrados?
Já admirou a lua,
Vermelha, amarela ou branca,
Cheia de esplendor,
Tornando a escuridão mais branda?
Podes contar as estrelas,
Que compõem nossa galáxia,
Apresentando um espetáculo,
Para qualquer um que passa?
E a variedade das cores,
Que contornam os jardins,
Tantos cheiros suaves,
Desde rosas até jasmins!
Você viu o brilho forte,
Nos olhos de uma criança,
Quando atendida,
Por tão simples esperança?
Tudo isso foi preparado,
Para ser apreciado,
O Criador dessa atração,
Quer que seja desfrutado.
Mas, se andar ansioso,
Só preocupado com encargos,
Trabalhando por tesouros,
Que serão todos deixados,
A vida passará como um filme,
Sem retrospecção,
Perdidos os melhores instantes,
Eles nunca voltarão!
Depois de uma viagem,
Podemos algo perceber,
O destino é só um detalhe,
Para os momentos enriquecer.
No devaneio das ideias
muitas emoções emergem
Na esperança incontida
os anseios se perdem
Nos crescentes pensamentos
o passado regressa
No atormento da intuição
daquilo que é promessa
Na fala insípida
o olhar sedento
o futuro é argumento
No olhar trivial da vida
o presente é a ação
do afeio do coração.
Pedidos Silenciosos
Tudo que quero de você, não te peço com palavras, palavras vão ao vento, são argumentos. Te peço com minha alma, com a pureza de meus olhos pidões. Com meus suspiros ofegantes e secos por amor.
Te peço compaixão, carinho e afeição. Te peço um braço amigo, mãos estendidas e um coração aberto. Te peço lábios macios, sussurros sedentos. Te peço prazeres desmedidos, êxtases não contidos. Te peço palavras amigas, abraços protetores, beijos ardentes. Te peço tudo aquilo que quer que eu te contribua e mais um pouquinho.
A vida
A vida não espera
Você passar a limpo
O hoje
É a pedra mais preciosa
Que não se encontra em garimpo
A vida nos dá a opção
E nós temos as escolhas
Nós somos alunos
E a vida professora.
A vida as vezes judia
Mas você tem a opção
De se agarrar na alegria
Ou de mergulhar na solidão.
A vida te dá o que você planta
Se plantou o bem
O mal pode vim
Mas nada adianta.
A vida é breve, passageira
Não se ache imortal
A conta chega
E a morte é certeira.
A vida é bela e preciosa
Não perca o sabor
Viver
É sensação mais saborosa.
A vida é cada amanhecer
Agradeça todos os dias
A oportunidade
Que você tem pra viver.
Um Grande Inferno —
Aquela situação (o sentimento — de anos — não correspondido, a saudade, o ciúme), tudo aquilo me consumia de uma maneira assustadora, e eu não podia controlá-la, não encontrava uma saída.
Eles eram jovens e saudáveis — embora
idiotas — e faziam parte da geração dela.
Eu não poderia nunca vencê-los fazendo o mesmo que eles.
Eu só poderia vencê-los, de alguma maneira, fazendo, naturalmente, diferente. — sendo o diferencial na vida dela.
Assim, quando ela lembrasse de um deles, lembraria de todos eles ao mesmo tempo.
Mas quando, por ventura, lembrasse-se de mim, então lembraria somente de mim.
Naquela noite eu fui dormir sabendo que ela estava com outro, fazendo tudo que se pode fazer com um outro e, aquela noite, como tantas outras, foi uma noite longa, terrivelmente longa e dolorosa,
e meu sentimento — nobre — que, por grandeza, deveria ter morrido ao amanhecer, acordou comigo, levantou-se comigo, (droga!), vive vivo comigo,
e isso é um grande inferno,
meu Deus!
*UMA CARTA DE DEUS*
Certo dia, eu sonhei,
Criar uma companhia,
Alguém à minha imagem,
Para trazer muita alegria.
Do caos, fiz tudo perfeito,
As mais variadas flores,
Para enfeitar todo jardim,
Repleto com muitas cores.
Fiz todos os animais,
Terrestres e aquáticos,
Que encheram a terra,
Grandes peixes, até os pássaros.
Tantos alimentos,
A terra produzia,
Era muita quantidade,
E, sequer, esforço havia.
Então, criei o homem,
Para tudo governar,
Dei as chaves da sua casa,
Que ele deveria guardar.
Crescer e multiplicar,
Era muito instintivo,
Fazia parte da natureza,
Estabelecer o domínio.
Mas, o homem pecou,
Resolveu mudar de rumo,
Pensou que poderia,
Do seu jeito, gerir o mundo.
A ambição pelo saber,
Fez o governo perder,
Tudo o que tinha valor,
Então, começou a sofrer.
Na terra, dificuldades,
Pois, apareceram espinhos,
Deixando o mundo marcado,
Tornando duro, seu caminho.
O homem pecou e morreu,
Pois, essa é a consequência,
Uma completa separação,
Seria a grande evidência.
Mas, Eu tracei um plano,
Proporcionando uma opção,
Desejei abrir caminho,
Para ter seu coração.
Sou o verbo, que estava
Junto ao Pai, desde o início,
Criando todas as galáxias,
Grande poder, seria visto.
Resolvi entrar na terra,
Nascer de uma mulher,
Crescer, viver, andar,
Assim, como um homem qualquer.
Eu vim morrer a sua morte,
Para que vivas minha vida,
Sofri dores no meu corpo,
Para curar tuas feridas.
Não precisas mais chorar,
Eu estou batendo à porta,
Se me deixares entrar,
Nunca mais, irei embora!
✒️ Autor: Vanessa Ribeiro
*"...com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí". Jeremias 31:3*
@eternizandotesouros
#eternizandotesouros
#eternizandotesourosempoesia
#poesiacristã
#poesia
#poema
#poesiasbrasileiras
#literaturacristã
#literaturabrasileira
Objeto Pontiagudo —
Um jogo de futebol na TV
quase sempre me salva.
Uma bebida, uma conversa com um amigo,
a leitura de um poema me salvam.
Um cochilo de quinze minutos à tarde;
uma corrida de meia hora; um dia frio de chuva, todas essas coisas,
momentaneamente
me salvam.
Me salvam durante o tempo em que
estou ali concentrado, distraído.
A realidade crua da vida me cai como
um objeto pontiagudo sobre a pele nua,
por dentro: na alma. — e isso dói tanto.
A Receita —
Eu poderia dar a receita àqueles
que querem destruir-me.
É tudo muito simples,
fácil.
Há, porém, um detalhe:
A grande crueldade é que,
ironicamente, não
funciona para
o inimigo.
Somente os que têm meus
mais sinceros sentimentos
conseguem destruir-me
facilmente.
Os inimigos ainda correm
algum risco.
Final de Ano —
Fiquemos atentos, tomemos
cuidados.
Não sei o quanto há de superstição;
O quanto há de medo, de verdade,
de maldição.
Mas sei que há a caminho um fim
que se aproxima. — o fim de um
ciclo — onde um Deus vai precisar
prestar contas.
Fiquemos atentos, tomemos
cuidados.
Sorte!
Conversar com alguém diferente
É ter novos ares, é colorir a mente
É adrenalina de experimentar coisas novas
É fazer valer o agora
É criar doces lembranças, é dar risadas maravilhosas
É trabalhar o raciocínio de um jeito leve e simples
É expandir horizontes
É descobrir novos gostos, é sentir horrores
É idéias trocar
É compartilhar forças, conhecimentos e gostos
E tudo isso multiplicar
Conversar é uma montanha russa mental
Me diz, já percebeu como é incrível conversar?
Com varias noia cabeça reflito sobre a vida sobre sonhar e conquistar e agradecer Por mais um dia mais um sol mas fazer oq se não quero largar meu lençol.
Sou meio cético as vezes engraçado faço piada da parte ruim mesmo estando machucado uma risada forçada alegria passageira afinal tudo passa mas a tristeza é matineira
Dividi o pouco nunca ostentar o muito humildade é a lei na roda de vagabundo sobreviventes natos heróis do povão mas propagam ódio e matança em nossa nação.
Sinto que a vida precisa de mais coragem e menos disfarces; disfarces no sentido de usarmos certas posturas já "batidas, cansadas e manjadas" mostrando algo que na verdade, olhando bem, não é bem aquilo que se sente. Como por exemplo: preciso ser grato às minhas experiências anteriores e todos que de alguma forma fizeram parte da mesma. Sério? Precisa mesmo? Contudo, quer ser grato? E qual a diferença entre querer ser grato, ser grato e precisar ser grato?
Há outra postura que chega ser cômica se não fosse trágica nos tempos atuais. É aquela de que eu sei que "não quero mais estar naquela relação", mas não quero "fazer feio" diante do outro, então polida e educadamente falo algumas coisas para a pessoa que estou encerrando a relação, apenas para evitar dizer: "não quero mais" - simples assim. E o discurso polido vem de forma tão, mas tão vazia que é inevitável não sentir ou notar que é apenas disfarce. Simplesmente a relação desgastou-se, não há mais frequência, chegou ao fim, sei lá. E talvez não haja explicação porque nem tudo tem que ter explicação na vida, não sei se lembramos disso, mas assim é.
Assumir-se, tem sido algo difícil de encontrar por aí. Assumir o que se sente, o que se pensa e porque agiu ou age de determinadas formas. Não se assume, creio eu, porque não se assume nem mesmo pra si ou se julga tanto por dentro que não dá vazão para a coragem vir. Julga-se feio, pecaminoso, errado o que se pensa e sente, como se estivesse sendo ruim - julgamentos de toda sorte sobrevém sobre nós em muitos momentos e quando não vistos ou vigiados (estes julgamentos) estes, se tornam covardias e posturas polidas, máscaras desgastadas de uma sociedade que não consegue mais esconder sua hipocrisia. E gente, por favor né, vamos parar com a ingenuidade né... somos maldosos sim, fazemos muita coisa errada, somos feinhos por dentro em tantas coisas, imaturos, vingativos, preconceituosos, provocativos por coisas banais, chega de querer bancarmos os evoluídos.
E olha, você que se diz evoluído e que não faz parte dessa parte da humanidade que ainda carrega sua sombra junto, vou te dizer: tenho medo de ti porque teus demônios são tão desconhecidos por ti ou ignorados que quando estes vierem a tona para serem vistos, não terão piedade de ti, não. E assim como os ignorou, na mesma intensidade os mesmos se mostrarão.
Sei lá. Tenho lá minhas hipocrisias aqui também, mas sinto que isso já deu né. Tá na hora de retomarmos o barco, porém, de forma mais fiel a nós e mais honesta com a vida ou até quem sabe inventar novas hipocrisias porque estas já estão velhas e desgastadas, e como já disse, reafirmo: muito, muito manjadas. Afinal, hipocrisia que é hipocrisia, de verdade, não mostra sua verdadeira face e estas, de hoje, estão pra lá de transparentes; ninguém mais cai em seu engodo, a não ser que lhe seja conveniente.
A vida precisa de coragem, de pessoas se assumindo mais, de pessoas que realizam ou fazem acontecer não porque podem fazer, não porque o outro precisa que você faça.. a vida precisa disso e tudo mais implícito nessas linhas porque é vida e você, como representante da mesma, é responsável por isso, não mais e nem menos. E tenho dito.
Kátia de Souza - 22/01/2022
Não nasci pequena e antes que me acusem de arrogância, digo: nem você. Todos nascemos com nosso tamanho bem formado, contudo nos fizeram crer que estávamos do tamanho errado. E agora, precisamos colocar toda a nossa humana versão real, exposta como se fosse loucura, como se fosse doença, como se fosse incomum. Mas não meus senhores, essa nossa condição, só se manteve escondida por nossa própria aceitação de coloca-las bem ali, debaixo do tapete para que pudéssemos nos encaixar aos poucos comuns que sequer suspeitam da sua própria loucura e acham que se esconder faz parte da normal e real postura.
Então, visto o tempo de incubação ou germinação, eclodimos, estamos paridos novamente, este ser estranho, aparentemente catatônico e sem cópia. Então, vejam bem, é hora de pôr à mesa a abundância encolhida e por isso, acolhida. Hora, senhores... de ver!
Ah senhores senhores, doce e ingênua versão. Hora de repaginar, mudar, transformar e arriscar... sair do berço e cair no colo da Mãe, Mulher, Preta, Pobre, Silenciada pela falta e pela arrogância do mundo de interpela-la como escória ou como se não fosse competente o suficiente para responder ao mundo. E olha ela aí, viu? Se não, volte de novo porque é agora senhores... hora de se rever criatura!
Kátia de Souza - 17/01/2022
O Chão da Estação —
Olha só:
parece-me que as pessoas estão
indo muito bem sem você,
garoto.
(Que já não é mais tão
garoto assim).
Ela parecia importar-se com você
há algum tempo. — com o que
você pensava e falava
e sentia —
mas agora... agora não!
Ela parecia querer estar com você,
dividir coisas com você: risos,
gostos e sons.
Talvez anos, talvez sonhos — talvez a vida.
Mas olha só agora:
Ela veio e não disse que vinha;
Foi sem dizer que ia.
E você foi só o chão da estação
pela qual ela passou (acompanhada,
sorridente, distraída),
sem a mínima vontade
de ficar.
Já viajei por muitos lugares
Onde jamais imaginei chegar
Andei a procura de alguém
Na busca do meu ser
Acho que já achei: ela é você.
Juro que te farei feliz
Ontem, hoje e amanhã
Ainda que venha a te perder
Nos caminhos que eu trilhar
Ainda assim amarei você.
Jamais questione o meu amor
Ouça a voz que chama por ti
Assim a vida é melhor
Nunca estaremos sozinhos, pois eu
Achei você e não estou mais só.
Juro que se você não existisse
Ou eu não te encontrasse
Ainda assim eu te inventava
Na busca da pessoa amada
A pessoa mais que desejada
Julgo que teu amor ainda não tenho
Ou te espero ou me desespero
Ainda que pense em desistir
Nada me faz pensar o contrário
Ainda assim irei conseguir.
se vão 1 ano e 8 meses
e eu querendo você comigo
viver mais alguns de nossos pequenos infinitos
sonhar juntos, contemplar as coisas simples da vida
te contar como foi meu dia, o que comi, quantas cervejas bebi
mas, será que você ainda me quer contigo?
chora saudades sentindo minha falta assim como sinto a sua?
as vezes me pergunto se assim como disseste que faria, não entregastes seu coração a mais ninguem
inseguro que sou, acredito que sim
eu não disse nada, mas tolo que sou, passado mais de um ano e meio e não entreguei sequer meu corpo a outro alguem
o coração então, impossível, levaste contigo quando partistes..
Ela, assim como eu ficou um ano inteiro chorando com saudades do nosso nós
assim como eu, ela não queria que tivesse fim
eu nunca a compreendi direito, mas continuei pacienciosamente ali tentando
ja ela desistiu de me compreender,
um ano depois trocamos um "Eu te Amo" e fomos cada um para um lado..
Em seus olhos
Meus olhos buscam os seus,
e quando os encontra,
incendeiam mente e coração.
Entra em meus pensamentos
explora meu mundo,
desperta desejos.
E sem dizer uma palavra,
descobre todos os meus segredos.
Deixa-me avontade,
segura e domada.
Descubro que é em seus olhos,
que minha alma faz morada.