Poemas sobre o Brasil
A um Coração Partido
Caro coração
a quem a fadiga alcançou com tanta atrocidade
para roubar-lhe o que conquistou
Coração machucado e dolorido por causa
das quedas nos buracos
que se encontravam
nas estradas pelas quais sempre andou só.
Pobre coração!
Tantas vezes partido
que esqueceu de como viveu um dia
sem ter sofrido.
Abatido, entristecido, talvez até esquecido
Quantas vezes por si só
lutou contra exércitos
sem ao menos ter uma espada em mãos?
Quantas vezes
chorou amargamente
tentando sorrir para deixar contente um outro coração?
Agora fique em paz, amigo
pois as lutas já cessaram.
Ninguém mais há para confortar,
confrontar ou até mesmo te magoar.
Vá, coração
Sem encontrar sequer uma razão
do porque de tanto se sacrificar.
A regra desse jogo é mais perigosa do que se imagina. Primeiro porque ameaça a consolidação de uma democracia conquistada com muita dificuldade, e segundo é que abre caminho para que os mesmos parasitas disfarçados de “salvadores da pátria” possam agora conquistar o poder que eles tanto almejavam ter.
E nesta disputa pessoal e quase suicida, o Brasil é quem sofre na guilhotina. A busca do poder a qualquer preço, as ambições desmedidas da oposição, a falta de governabilidade de uma Presidente sem carisma, o Impeachment com cara de golpismo, a história se repetindo cada vez mais irônica, o mesmo grupo político comendo pelas beiradas, a cúpula de um partido político na prisão, um Presidente da Câmara bandido, psicopata e sabotador, um presidente do senado envolvido com todos os escândalos de corrupção, um Vice-presidente da República com ares de conspiração. Enfim, esse é o retrato de um país desolado, com uma grave crise econômica, política e ética lhe subindo até o pescoço e com pouca esperança de salvação.
Não importava se folhas não havia
Também as estações eu não temia
Se a árvore quando verde se dispia,
porque eu de amor não viveria (ou morreria).
Sem correção, nem revisão
Já fui eclética,
patética,
maléfica,
sistemática, pragmática,
didática, estática,
sorumbática, apática
Muitas vezes, cada verso meu
era apenasum elástico
retesado
que ia e vinha
do nada
e
errático
doía n'alma
destruindomeu poema
lunático
Ser e Não Ser
O racismo que existe,
o racismo que não existe.
O sim que é não,
o não que é sim.
É assim o Brasil
ou não?
Minha essência
Minha essência
Minha etnia
A minha vivencia
Vem do dia-a-dia
Se minha cor não te julgas
Por que tu julgas a minha?
Sou negra, mulata, preta!
Sou tudo isso sim
Tudo isso é minha essência
E tenho orgulho de mim
E quanto ao padrão de beleza
Pra que rotular?
Tem gente bonita em todo lugar
Esse papo da sociedade
De defender e defender
vem viver nosso perrengue
pra saber se vai doer
Cansamos de ser rebaixados
Todos nós temos direitos
E pra que preconceito?
É hora de mudar
Esse tempo já passou
Ser ignorante não vai rolar
Já dizia a princesa
"Se mil tronos eu tivesse, mil tronos eu perderia para por fim a escravidão"
Então pra que protestar irmão?
E por fim vou deixando minha mensagem de paz
Pra te conscientizar
Que ser negro não é defeito
Afinal somos todos iguais.
Se desejas saber brasileiro
Se desejas saber brasileiro
Aperte com as m ̄os,
parte de seu corpo. E; sinta....
Os minerais da terra onde pisa.
A aguas de teu corpo,
que vieram das margens
Pl£cidas de nossos rios.
Dos raios fugidos, que tomou pela manh ̄.
Do ar que foi inalado pelas suas narinas.
Para animar todos seus sentidos.
O sentido.. de pertencimento..
No acalento do Seio da m ̄e.
Depois de um grito retumbante,
De Liberdade..........
Sabendo que; que somos um povo
festeiro, risonho e límpido.
Que, entrando na avenida,.
levanta a arquibancada.
As vezes o samba atravessa,
Mas logo, se harmoniza.
E continua na cadencia.
Rumo ao iluminado Sol do Novo Mundo.
Marcos fereS
QUE PAÍS É ESSE?
A cada minuto vidas são perdidas,
seja por doenças, falta de tratamento,
por não serem socorridas,
em nenhum momento,
pessoas tratando vidas com desrespeito,
esquecendo que são humanos e têm sentimento,
governantes que parecem não ter coração no peito,
cheios de ambição,
trocam vidas por dinheiro em suas mãos,
pessoas lutando pelo pão de cada dia,
com suas geladeiras vazias,
sem ter do que se alimentar,
enquanto os corruptos tomam champagne e comem caviar.
Tudo escrito para enquanto o leitor lesse,
pensasse: -Que país é esse?
Sabemos que é o Brasil, porém é revoltante,
viver em um país que dinheiro e ambição,
é considerado mais importante do que vidas, histórias,
pelos governantes,
fica o dinheiro, restam as memórias,
do povo brasileiro, belas e tristes histórias.
Amada mãe.
Pátria amada, desalmada, filhos seus nem tão gentis.
Desbravada e ocupada, terra de índios guaranis.
Liberalismo desordenado, lixo, fogo, destruição.
Amazônia desmatada, tudo em nome da produção.
Corrupção estabelecida, política sem solução.
Estarrecidos, desgovernados, gente boa de pés no chão.
Filhos humildes, trabalhadores, desta pátria em dissolução.
Triste e desamparada é a mãe desta nação.
Uma amada mãe, não tão amada, Brasil.
Se o sorriso sumir
E a esperança esmorecer
Se o sol bater 40°
E o suor me descer
Se a labuta de hoje
Amanhã eu não puder colher
Se a chuva não vier
E a colheita definhar
Se os pássaros não voarem
Se a flor não desabrochar
Se o meu sangue precisar cair
Se a comida na mesa faltar
Se meu nome não puder dizer
Se minha voz eu tenha que calar
Em meio a tudo isso
A Asa Branca cantará
Quero que o mundo saiba
Que o Nordeste é o meu lugar
ALAGOAS
Alagoas minha querida.
Fica nas margens do Nordeste
Terra recheada de Cultura;
Na zona da mata, no sertão e no agreste.
Suas belas praias,
Do mundo tem atenção.
Alagoas de águas,
Que causam emoção.
O que não sofreu esse povo
Pra chegarem até aqui.
200 anos não é pouco
Tem guerreiros a servir.
Lugar do meu coração.
Terra dos marechais,
Dos índios e do algodão,
Do fumo e canaviais.
Maceió é a capital,
Intitulada de sereia.
Na bandeira tem branco e azul
E também a cor vermelha.
Um estado arretado
Mistura de muita gente.
Para a terra “brasis”
Deu logo dois presidentes.
Suas terras são fabris.
Um artesanato impecável,
Um dos melhores do país
De matéria prima inigualável.
Terra fértil
Terra amada
De encantos mil,
És tu, Alagoas do meu Brasil
Urca, um bairro pitoresco e tranquilo
Tudo aquilo que você imagina
Você encontra em apenas uma esquina
A mureta da Urca tem mais história que o próprio Pão de Açúcar .
Entre as suas ruas e avenidas
Apenas um portal de entrada e uma saída
Urca, embrião da cidade maravilhosa
Com sua maré brilhosa
Palco de inspiração para várias prosas.
A origem de seu nome é de uma embarcação antiga
Mas tem gente que ainda não acredita.
Poucos suspeitam mas muitos sabem
Na Urca tinha um Cassino
E quando tocava o sino
Começavam a ouvir um hino.
Para escutar Carmen Miranda
Tinha gente entrando e saindo
Após fechar suas portas
O Cassino se reabriu
E então a TV Tupi surgiu
Sendo assim a primeira emissora de televisão brasileira
Tão famosa e sem fronteira.
Urca, um bairro bonito, tranquilo e cheio de brilho.
Na terra do samba e do calor,
A triste educação é uma dor.
Desafios imensos a enfrentar,
No Brasil, é preciso transformar.
Escolas carentes de estrutura e luz,
O futuro das crianças em jogo, Jesus!
Professores lutam com paixão,
Mas falta apoio e investimento à nação.
Desigualdade, um muro a separar,
Oportunidades que deveriam igualar.
Mas no coração do povo, a esperança persiste,
Que a educação no Brasil, um dia, resplandeça em sua missão mais justa e realiste.
Se ao menos eu pudesse dizer,
Tudo o que há em meu coração,
Uns vivem acorrentados,
Enquanto outros se libertam da opressão.
Onde foi parar nosso Brasil,
Com tantos problemas a resolver,
Mas muitos lutam por justiça,
E uma nova visão para o nosso viver.
É tempo de um novo olhar,
Para desfazer a dor e a aflição,
Novos passos para caminhar,
Com a força do amor em nossa expansão.
Ergamos nossas vozes,
Com a coragem de um trovão,
Para que o mundo ouça,
A melodia do nosso coração.
O que somos em meio ao caos?
Perdidos em nossa própria voz,
Sombras no meio do nada,
Deixamos a vida passar sem honrar nossa jornada.
Vivemos em um mundo distorcido,
De medo, angústia, oprimido,
Onde a verdade é escondida,
E a mentira espalhada como uma ferida.
Mas ainda há esperança,
Em cada um de nós, uma chama,
Que pode iluminar o caminho,
E fazer a escuridão se dissipar em carinho.
Levantemos nossas vozes,
Gritemos pela mudança,
Pedindo por justiça e igualdade,
E mostrando nossa força e potência.
Não deixemos nossa existência passar em branco,
Ao invés disso, deixe cada escolha fazer seu avanço,
Vivamos em amor, com coragem e sabedoria,
Deixando cada dia moldar nossa história.
Corruptos e corruptores do passado, do presente e, fatalmente, do vindouro.
Ponham suas barbas de molho, ponham-nas de molho, mesmo as mulheres sem barba.
A pátria Brasil caminha a galope ligeiro, ordeiro, vanguardeiro, alvissareiro e justiceiro.
Montada numa verdadeira e necessária democracia do povo, pelo povo e para o povo!
Para terminar, em bom e claro português apenas digo:
Isso, com exclamações, sem qualquer reticência para o futuro.
Companheiros, camaradas e comparsas – cambada essa que acha que são – vamos lá!
E isso dá o que falar, não é um determinismo, pois o poder na língua portuguesa chama-se DESEJO.
ODE AOS PEIXES DE VERA CRUZ
Aos peixes em solo firme eu digo:
Saltou para a terra em criatividade
Rastejou em lama em sua vitalidade
Sempre esteve comendo fora d'água comigo.
Esperançosos ao rio do futuro
Elegem anzóis ao topo da cadeia
Lembram-se e esquecem-se que já foi de aldeia
Adaptam-se milhões de anos ao muro.
Permanecem na esperança desde os antepassados
Antigos que um dia nas águas rasas nadaram
Ancestrais que todos os dias aos poucos andaram
Nas azedas poças estavam sempre adoçados.
O samba na nadadeira antes do pé!
A novidade das mãos sempre em toque
Afluentes culturais do Chuí ao Oiapoque,
Folclore, danças polonesas e arrasta-pé.
Tantas cores no manto verde e o cantar alto,
Falam como araras, e que saudade da ararinha azul
Reco-reco forte como vós do norte ao sul
Amo odiar e odeio amar este mar alto.
Vontade tenho de puxar-lhes as escamas
Comem iscas na água, comem incas no solo
Pirajuçara do bem, fisgada no no colo
Namorado nas ideologias em chamas.
Em redes antes dos coronéis
Pescas nas caravelas de Portugal
Escravidão em embarcação surreal
Repetem golpes nos futuros papéis.
Ó peixe que usa calças e é anfitrião
Simpático este cardume que agrada
Criatura gloriosa que por troca degrada
Luta lá de longe sem ver que é em vão.
Com cuidado, elevados peixes, sobreviveremos!
Brigamos, amamos, será que também sou assim?
Como os ratos de Noronha, a dor terá um fim
Cuide das águas, Linguados terrestres, pois evoluímos!
As ventania desprendeu
as flores magníficas
das Laelias purpuratas
que dançaram como fadas,
Você pensa em mim
na mesma proporção
que eu penso em você,
O destino vai te trazer
com todo o teu devotado
amor que eu hei de receber.
Terrena e etérea amapaense
cúmplice poética igual
ao do Beija-flor-brilho-de fogo
assumo que me comporto,
Cada sinal teu tem servido
de algum afetuoso conforto.
Desabrochando com a sutileza
de uma Lepanthes Suelipinii
mesmo sem ter certeza
se faz um ou nenhum sentido,
ainda obedeço o curso do rio
sem temer qualquer desafio.
Habitando nas entrelinhas
ribeirinhas deste mistério
e busca devota tremenda
como se estivesse o tempo
todo diante sua presença
sendo maís de um poema.
Porque algo secretamente
diz para continuar insistir
em buscar heroicamente
as frutas, o leite fresco
do fascinante amapazeiro
e ser o teu amor derradeiro.