Poemas sobre Frio
SEGUINDO SEUS PÓLOS
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Estou pronto a nevar, se tiver de ser frio;
sendo assim tudo bem, me preparo pra isto;
posso ter pela frente o pior desafio,
mas a sua vontade já tem o meu visto...
Se trouxer uma cruz, aceitarei ser Cristo;
sou exposto ao seu choque; desencape o fio;
seja tudo e também me tornarei um misto
que no fundo é produto natural do brio...
Aprendi a lidar com seus pólos contrários,
com seu rosto e su´alma de muitos sudários
no mistério afetivo do meu sentimento...
Mas me deixe saber das mudanças de fase;
saberei ser espelho se tiver a base
ou noção sustentável do temperamento...
SANGUE FRIO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
De repente o vazio que me toma;
uma grande lacuna sobre o nada
que já teve uma essência, uma coluna,
mas não foi de fumaça; foi de amores...
Quero ter meus sentidos novamente;
coração que não caiba no meu peito;
minha mente repleta em fantasias
e um leito pra mais do que dormir...
Sem amar e também sem ser amado,
sou leão acuado; nau sem mar;
ter pra dar, e pra ter, faz tanta falta...
De repente o repente que me acorda
com a corda no pulso que nem pulsa,
pois o tempo esfriou meu sangue quente...
Coração não deve ser frio como uma geada, ou duro como um cubo de gelo.
Mesmo quando sentimos calafrios!
Buscamos um bom café para nos aquecer.
O amor tem que ser quente como o café, que tomamos sempre juntos, valorizando nossos momentos de conversas.
Por que dizem que duas coisas nao servem frios!
O café e o amor.
Que esse calor, que ainda aquece meu coração nunca acredite que tudo terminou.
Mais sim um recomeço para reescrevermos juntos uma nova história de amor.
são 04h, muito frio. há tempos não sabia o que era isso em Ribeirão Preto.
não há gemidos nos apartamentos vizinhos, todos dormem e o silêncio reina. lá fora chuva e um pedido de socorro, rompe com a paz reinante.
uma voz feminina suplica que a deixe; que ela não quer ir, quer ficar ali. em outros momentos, quer ir. mas só! sem a companhia, que nada fala — presumo só acompanhar ao largo, de um lado a outro da calçada.
nenhum carro na rua, nem sons a interromper o capítulo dessa novela. ela chora e ri num desafino descompasso, lembrando talvez mais dos drinks de que a música que a embalou no início da festa, que sabe-se lá como terminou, ou não!
penso em deixar a cama, abrir a Frisa e ir acompanhar o desfecho do romance "frozen in the rain". as cobertas que me acompanham não permitem e me abraçam mais forte de encontro à cama. tento com esse trio aquecer-me para o final da madrugada e colo mais um travesseiro ao ouvido — ajuda também a esquentar —, mas a voz feminina, lá fora teima em reinar. não é um Romeo, Romeo... nem tampouco tomate cru que ela procura na feira — por sinal distante daqui — . e, ela continua a berrar, algumas palavras que se parecem com isto.
milésimos de segundos se passa e seus sapatos começam a dividir com o som da chuva a quebra do silêncio que antes reinava, na pista. uma dança sem música, no asfalto molhado. ele, enfim berra e pede para que ela volte. é então que eu noto a companhia, é um homem.
abri a Frisa, quem sabe para ajudá-la, quem sabe para me devolver o sonho e, aquecer o corpo. vejo que ela não resistiu, preferiu o Romeo. ela aceitou-o e foram em busca dos tomates.
agora sim, o tempo vai esquentar e logo, logo, o sol é quem vem reinar!
A mente cansada
Não consigo pensar em nada
Vejo o vazio,
O frio
E o silêncio do momento
No meu pensamento.
tarde sonolenta
o corpo frio
a busca do amor
a palavra que não cabe
um clarão no céu
teu sorriso
e todos os meus desejos
numa felicidade que parece infinita.
o frio
que faz lá fora
traz a saudade
do teu calor
agora
nesta tarde.
o frio
é intenso
e é só em você
que eu penso.
o café frio
em cima da mesa.
o coração frio!
é culpa do amor
por não existir ou
culpa nossa que escolhemos desistir?
Amendoim torrado
e receitas com ele
não podem faltar,
porque aquecem
do frio e fazem
a disposição disparar
para dançar no arraiá.
Para não se deixar
vencer pelo frio da vida,
Prefiro despertar
com aquilo que me leva
ser sempre poesia,
E reagir por detrás
de todos que me impedem
de sorrir com genuína alegria,
Florescer aqui e aí como
um Jacarandá com harmonia
como uma maneira de rebeldia.
Na minha cuia de Porongo
arrumei o meu Chimarrão Estrela
para me aquecer do frio extremo,
e escrever para ti um poema
que cante como o Sabiá-Laranjeira
para quem sabe o meu amor
te encante e a gente se mereça.
Sinto na pele o frio extremo
aqui no Médio Vale do Itajaí,
O silêncio da Cidade de Rodeio
encantadoramente é quebrado
pelo canto do Canário-da-telha,
Resolvi me arrumar por dentro
para escrever um lindo poema
enquanto bebo na cuia de Porongo
o meu tradicional Chimarrão Estrela.
Um bocado de calor
e amor na alma
para aliviar a pena
de um mundo frio
e castigado
por poderosos que
quase não dão chance
da gente desfrutar
daquilo o quê
é feito para sossegar.
Rodeio no Frio
É noite e Rodeio
no frio é um convite,
A poesia não tem
nenhum limite.
Por aqui não há
estrela que não
se enamore
do Médio Vale do Itajaí.
O chimarrão está
feito e a panela
esparge o aroma
do melhor pinhão.
(Não consigo tirar
o teu amor do meu coração).
Rodeio no Dia de Santo Antônio
Chove e faz frio por aqui
no Médio Vale do Itajaí,
e um ama o outro em silêncio.
Tens deixado todo o dia claro
que por mim está apaixonado,
e eu finjo que não vejo.
No Dia de Santo Antônio
vivo aqui em Rodeio
o nosso romance com o tempo.
Domingo em Rodeio
O frio neste domingo
aqui em Rodeio
tem gosto de pinhão
e aroma de chimarrão
com você no coração.
Espero por você aqui
nesta cidade para matar
a saudade e a gente
se amar com vontade.
O nosso amor é o tal
amor de verdade
que suporta qualquer
tempestade e adversidades,
e sobrevive todas estações.