Poemas sobre a Seca

Cerca de 1076 poemas sobre a Seca

Sou fruto da vida,
folha ao vento,
semente mal plantada,
nascido na terra seca,
filho do mundo cão,
extraído a força sem futuro,
sem passado,
num presente que me assusta...

Inserida por PauloRockCesar

NA SEQUIDÃO DO CAMINHO

No caminho tinha uma folha seca
desgarrada uma folha seca tinha
no caminho do cerrado
uma folha seca no caminho tinha

Nunca me esquecerei desse evento
na sequidão do cerrado ao vento
no caminho tinha uma folha seca
Nunca me esquecerei que no caminho
tinha uma folha seca
Na sequidão do caminho
uma folha seca tinha
no caminho tinha uma folha seca

Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Parodiando Carlos Drummond de Andrade
(No caminho tinha uma pedra)

Inserida por LucianoSpagnol

⁠A minha boca anda
seca porque falta água,
só sabe disso
é quem por isso passa,...
Se você não passa,
ao menos respeite.
A minha barriga
anda vazia
por de falta comida,...
Se a tua
se alimenta,
a minha respeite.
Falta gasolina,
sobram bloqueios
e notícias de incêndios.
Se não tem autocontrole,
ao menos não atrapalhe.
Um país infernizado
evidentemente
pelo Império epicentro
do Mal pandêmico
que não dá descanso.
Ontem foi dia de lembrar
também do velho General
que salvou a vida
do Comandante Eterno,
e dele não há notícia.
Não se sabe nada
até o momento
do General que preso
está injustamente
há dois anos e sem
nenhum acesso a luz da justiça.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Escondidinho

O Escondidinho da minha
preferência sempre será
o feito com Carne Seca,
O meu gosto é sempre
tradicional: este é o poema.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Torta de Milho
com Carne Seca
bem feita enfeita
a mesa e traz sabor
que é uma beleza.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠A trova

Depois que a trova trava
a boca cala, nada fala
a fonte seca o abraço aperta
A mente se deserta

E ruma em outra dimensão
Seguindo outra direção
Até o não contido apelo
De alegrar um coração

Que com desvelo
Se deleita se alarga se estreita
E por ventura se dispreita

Se ajeita desmantela
Se oculta se revela
Mas se endireita e se aceita.

Inserida por evessantana_everaldo

Cerrado goiano

Canta o vento na folha seca
Dos galhos ásperos e tortuosos
A flora chora por uma trégua
Craquelado em uivos dolorosos
É o arqueado doce seco cerrado
De campos densos e preciosos
Chão goiano irregular e sulcado
Povo alado, de serena alma a trovar
Este cerrado abarroado, elevado
Que o desencanto encanta o poetar

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
09/03/2016, 18'50" – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Becos do Cerrado

Becos do meu cerrado
Amo a tua melancolia, seca e tortuosa
Teus ipês breves. Teu devaneio encantado
De recantos de chão árido, e flora andrajosa
Teu cascalho roliço, céu cinza e enfumaçado
Deixando a alma da gente, comovida e chorosa
Do pôr do sol nos tordos galhos, luzidio, encarnado

Amo o silencioso horizonte, cheios de tal quimera
Que em polmes dourados e os olhos cheios d’água
Suspiram em poemas de rogo, tal a rudeza, quisera
O vento, em açoites nos buritis, aturando a frágua
Nas frinchas de suas folhas, e que ali então esmera
Que se defende, peleja, viceja e na imensidão vivace
Desenhando o sertão do planalto de intrigante biosfera
Como se a todos nós um canto de resistência declamasse.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 de março de 2020 – Cerrado goiano
paráfrase Cora Coralina

Inserida por LucianoSpagnol

⁠OCASO DA VIDA

Vai, folha seca, vai, desgarrada
Ao vento em fascinante magia
Vai, que o outono, já evidencia
No fatal balé, de poética toada
Cumpre o destino, meta sagrada
Mudada: sem cor, árida sinfonia
Sem viço, sem a gala da energia
E, a tua pálida força, já crestada

No tempo, a tua mocidade palia
Deixando-te no calor da saudade
Vai, folha delicada, doce poesia
Baila pelo ar desta final liberdade
Realizou a sua crucial biografia...
Ímpar e, cada um de nós há-de.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26 agosto 2024, 16’23” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

A hora certa surpreende

No poema que cura a alma,

A alma seca plangente

Da terra que não pertence.



A Pátria desconhecida,

Na poesia imaginada,

A alma surge extasiada

De tê-la assim escrita.



No galope do verso,

Na glória do Ahalteke,

Que o destino não me negue.



Na rima do deserto,

No rodopio do vento,

Que o som seja o do saltério.



Não estou autorizada,

A inspiração me encontrou;

Sei que ando radiante,

O Universo me iluminou.

Inserida por anna_flavia_schmitt

Basta ser!

O preconceito tem cura
o orgulho fica no fundo
a morte vem seca e dura
tudo acaba num segundo
então deixe de frescura
que o frio da sepultura
é igual pra todo mundo.

Inserida por GVM

A verdade é que somos retirantes em pleno século XXI. Fugindo dos mesmos problemas, convivendo com as mesmas situações, alimentando os mesmos ideais de sempre, sem nunca resolver o que realmente precisa no sertão: a fome educacional.

Como um caminho no outono: assim que é varrido, volta a cobrir-se de folhas secas.

Os problemas do Sertão todos nós já estamos acostumados a enfrentar, já não nos assustam mais. O que mais dói é perceber que esses problemas ainda persistem, se renovam e se fortalecem, mesmo com a modernidade de nossos tempos atuais.

Orgulho de SER Nordestina!
Perguntaram-me uma vez por que quando falamos de nosso orgulho ou de nossas belezas registramos com fotos da triste seca, da terra rasgada de sede, dos animais que Chico levou para os jardins do Céu, dos veios trombóticos de seca, das árvores retorcidas de agonia, e nao com fotos das nossas belezas, tais como praias, cachoeiras, flores, comidas saborosas, serras, pensei.... não é verdade, é na seca impiedosa que reside nossa beleza, nossa história de fortaleza! Talvez a resposta seja melhor explicada em quem abandona o lar sertanejo, deixando tudo para trás: amores, famílias, costumes, lar, e se aventura por outras paradas, outras terras, mesmo sendo vitima de preconceitos, fome e frio, mas assim que faz OU não riqueza volta correndo para seus confins de mundo, este retirante sabe o que é trazer no coração a imagem permanente da beleza pura do sertanejo a paisagem rica em tons diversos de marrom e vermelho, os galhos que teimam em resistir a ventos e sol inclementes, e a um aqui e outro acola tons de verde teimosos, aos veios que ficam apenas a esperar a um 'tiquim' de chuva para dançar sinuosos entre a terra, que lhe abre desejosa a passagem para aquele líquido de vida, na beleza de uma flor do mandacaru, no canto do acauã, e no por do sol rico em cores, no Céu cheio de buracos de uma renda luminosa à noite, e no luar que não há em outro lugar, neste peito sertanejo reside meu orgulho nordestino de ser!
8 de outubro , DIA DO NORDESTINO.
Prazer seu moço e dona, sou a Irene

Raízes

O sertanejo antes de tudo
É um forte que batalha
Pelo pão e cada dia
Que é tão pouco quase nada

Enfrentar o cruel mundo
É sua sina calejada
Ainda sonha que no fundo
Do velho poço tenha água

Pra molhar a plantação
Aliviar o coração
Que a chuva caia neste chão

Sobre o mar de conselheiro
Nas cantigas de Gonzaga
Dos incríveis brasileiros
Com o sertão dentro da alma

Ficaria tudo verde
Onde a seca castigava
Nesta terra onde os guerreiros
Foram pássaros sem asas



E o meu canto derradeiro
É que um dia aja água
Pra matar a nossa sede
E lavar as nossas almas

Geivison dos Anjos

A raiz, extrai a vida, para o tronco alimentar.
Da terra, mãe-alimento, vendo a árvore vicejar.
Sorri em fruto, num aceno, num meneio
Mostrando ao mundo a que veio.
Seca!
Diz o inverno: deixe de resistir!
Resisto!
Diz a arvore: é meu destino EXISTIR!

Chuva! Chuva... Alagou tudo,
fez esquecer sua falta, causou tristeza,
Alagou as ruas, mas segundo a televisão,
nem chegou na represa...

O algoz nordestino.

O nordeste tem seu algoz
que faz esse povo sofrer
quem cala a nossa voz
não deixa a planta nascer
e se falta água na foz
a seca cresce feroz
se a chuva não aparecer.

⁠Boi com sede no sertão,
É de partir o coração,

Ver os quarto arriar,
Sem um pingo de água pra dar,

Ver o bicho chorar,
E não ter como consolar,

Ver tanto lugar com água a fartar,
E tanta gente a desperdiçar..