Poemas Sem Sentido
Gosto, sincera e abertamente, de amar a Deus, de ser eu mesma, de rir, de viver, de fazer o bem, de estar em paz, do meu café da manhã, de caminhar descalça, da amizade que tempera os bons e os maus momentos, de ser feliz e de fazer os outros felizes.
Talvez a vida seja só um jogo sádico, feito "cabra cega", onde a gente brinca no escuro, tentando descobrir quem verdadeiramente somos. O hilário é que a resposta sempre esteve dentro de nós, só faltou olhar para lá.
Por ter Deus e o Universo dentro de mim deixei de me importar em não receber e passei a dar ainda mais.
Não sou uma caçadora de tempo, de espaço e de modo, mas consigo sentir nos meus sentidos as forças maiores do que eu.
Não sei dizer quanto tempo permaneci ali.
Invadia-me uma paz translúcida e, mesmo de olhos fechados, eu conseguia ver as cores do mundo.
Remeto os meus valores, os meus sentidos e a minha essência para uma verdade que nunca será quebrada, toda uma arquitetura emocional a par da minha consciência em grandes porções de coração, responsabilidade e liberdade.
Algumas pessoas estão a perder-me devagar, devagarinho, como o copo que se enche de vinho e se quebra sem transbordar.
Não sei quantas vezes agarrei no livro e não sei as vezes sem conta que dei comigo a ler o mesmo parágrafo.
Foram várias e incansáveis as oportunidades que te dei. Umas seguindo-se a outras. Quanto mais eu corri, mais tu fugiste. Perdoo. Claro que sim. Sem vacilar. Perdoo a ti e a todos os que contigo fugiram. Mas sobretudo perdoo a mim mesma. Por me ter negado à tua negação. Não te lamentes. Não perto de mim. Eu sou minha. E só Deus sabe o que necessito. Mesmo guardando-te no coração, quem não corre mais atrás sou eu. Nem de ti. Nem de ninguém. Seja por amor. Seja por amizade. NUNCA MAIS. Não o quiseste magoar? Mas fizeste-o. Peço a Deus que ninguém magoe o teu. Sê feliz. Não deixo de acreditar no amor, mas, se o amanhã existir e se nesse amanhã precisares de mim, talvez eu esteja já cansada demais e talvez eu já me encontre muito para além do teu inequívoco alcance. Mesmo nunca tendo sido, perdeste-me aos poucos. Procurei-te durante tanto tempo e em tantos outros espaços, no mundo e na vida, amantes de outras existências esquecidas e agora reencontradas. Mas… entende. Quem ama quer estar, não quer ir, não precisa de tempo, não promove a distância e nem vive de incertezas. Quem ama procura o abraço que faltou e o sorriso que nunca chegou a acontecer. Quem ama sabe o que quer e quando quer.
Existem questionamentos que não adianta perguntar qual é a resposta porque ela estará dentro de você.
Se te faz sentir, então é porque faz sentido,
Lentamente, muito lentamente, mil guiões de mil possibilidades infinitas me propulsionam na conquista de novas alegrias.
Ninguém imagina como é doloroso descer ao fundo do poço e, de coragem molhada, sair dele sempre a sorrir.
Saí do carro e vi o Sol rasar o topo das árvores. A tarde volatizava-se morna. Sacudi a cabeça, com a luz a ferir-me os olhos, e, sem querer, recordei uma velha canção. Uma sensação estranha percorreu-me o corpo, como se o meu coração adormecesse numa espécie de formigueiro, num daqueles segundos em que se sabe que não há retorno. Os meus lábios sorriram. De tanto perder, a verdade iluminada impede-nos de errar. Senti-me o extremo, querendo, de alguma forma surpreendente e nova, a seiva das árvores e o percurso da terra.
Distraída como sou, nem me apercebi, mas se considerar a dor e o amor, reconheço que permaneci demasiado tempo entre uma e o outro, perdida entre o não e o sim, intercalada entre o inferno e o paraíso. E, no entanto – rio de mim própria – transformou-se no livro não lido mais lindo da minha vida. Apesar de o ter conhecido pouco, sei que não me enganei, que o seu sorriso era bondoso e que, ao mesmo tempo que me matava sem barulho, também me salvava com deleite. Está bem, Deus. Eu aprendi. E perdoei. Então, deixa-o ser feliz. Deixa-o ir. Liberta-o. Lava-o. É o mais puro que posso desejar e a forma mais bonita que eu própria possuo para ficar bem e poder sentir, na sua plenitude, a paz infinita que dentro de mim começa a despontar.