Poemas que Falam de Homem
QUEM SOU EU?
Eu olho e não consigo me ver,
eu vejo e não consigo me olhar,
porque o que sou não é o que mostro ser,
não é o que quero que os façam acreditar.
Eu digo o que me dizem,
sem querer entender,
o que resolvo divulgar, apenas pelo prazer
de poder impressionar.
Eu acredito no que me fazem acreditar,
mesmo sem duvidar,
pois o que importa questionar,
se o que eu quero apenas é participar?
Eu absorvo as verdades que chegam,
por meio da minha tela ocular,
pois ela é a janela do mundo,
que me faz enxergar.
Afinal, quem eu sou?
Sou o o homem digital do mundo moderno,
que se apresenta na formal idealizada,
formatada dentro uma realidade fragmentada,
onde nem mesmo eu sei quem sou.
QUIÇÁ!
Se o homem, desde cedo, fosse introduzido
aos conhecimentos acerca da imensidão do universo
e seus mistérios, teríamos mais pessoas conscientes
de sua insignificante dimensão,
que possibilitaria enxergar que não podem ser mais do que são.
O medo do homem
Na sua cegueira contemporânea,
onde os valores foram alterados
o homem se identifica com
o que é errado.
Ser arrogante e intolerante,
passou de repugnante a admirável.
É lamentável o retrocesso,
que somos obrigados acatá-lo
como realidade do homem moderno
que julga o certo como errado
e o errado como algo a ser desejado.
A cada dia que passa
fico mais assustado,
com o que esse homem
seja capaz de fazer
ao resgatar do passado.
Atitudes repugnantes
há tempos superadas.
Assumindo atos condenáveis,
como aceitáveis.
O mundo só será melhor
quando o homem
conseguir enxergar
os outros seres vivos
como um integrante
de um ecosistema
do qual ele faz parte,
portanto, merecedor de respeito.
O homem diante do que
ele não pode explicar
recorre a fé para poder aceitar
a única certeza que ele tem,
mas insiste em refutar.
Nessa introspecção contínua,
ele trava uma luta consigo
para se manter no que chama
de lucidez, sem compreender ainda
o que possa afirmar o que não seja lúcido.
A negação ao inexplicável
é a forma que o homem encontra
para conseguir
continuar vivendo dentro
de um tênue fio entre a razão e o desatino.
O homem contemporâneo
vive uma realidade de hipocrisia
onde ele próprio cria e recria
a sua maneira hipócrita de viver.
A religião é um caminho para o qual
o homem se dirige, em busca
de um conformismo diante do
inesplicável e o inevitável,
para ele se aceitar como limitado.
O homem contemporâneo corre,
como se o tempo fosse seu inimigo,
e nessa correria ele esquece de observar
que os caminhos por onde ele passa
é onde está o que lhe proporciona a
significação do seu viver,
pois tudo, além disso, é pura ilusão
de um desejo insaciável de crescer.
Anjos X demônios
"Enquanto meninos precisam de cupidos para conquistar
uma mulher, homens só precisam de flechas."
D'Ante
Sobre uma das principais condições humanas existenciais na Terra:
Na minha opinião, desde que aparecemos na Terra há cerca de 300.000 anos, com inteligência, consciência do mundo e de nós mesmos, sentimentos e emoções, a única forma de diminuir os nossos sofrimentos devido às inquietações de ordens existenciais como a existência do mal e quais os verdadeiros motivos de estarmos vivos e atuantes, seria através de crenças no sobrenatural, de espíritos, alma, até às poderosas divindades onipotentes, onipresentes e oniscientes.
Não havia outra saída e a imaginação humana é muito forte e poderosa.
O homem é máquina sementeira,
enquanto a mulher é a terra
germina a semente,
multiplicando a humanidade.
<*•*>
A mulher é a terra
O homem o semeador.
Mas, ele jamais conquistará
O seu amor,
Se não souber a ela cultivar.
A mulher é a terra,
a cova a espera
da semente.
O homem a sementeira,
com sua semente ele faz o plantio
de muita gente.
Por ordem da criação,
ele é agricultor,
cultiva a terra com amor,
a mulher solo fértil
e tão gentil,
faz sua parte com infinito ardor,
e eis a terra cheia,
de pessoas, flores e alimentação
para multidões!...
***
META FINAL
Respeitado como homem
Admirado como poeta
Ídolatrado como pai
Honrado como esposo
Amado como ser humano.
Carta para XY
24 de Agosto de 2020
Há duas madrugadas venho sentindo sua falta. Tenho pensamentos de saudade. Penso se se casou ou tem alguém. Gosto de imaginar que você mudou e é um homem melhor agora. Mas em alguns momentos eu me permito sonhar um pouco.
Em algum lugarno tempo eu cheguei no momento certo e disse a coisa certa. Em algum lugar no tempo você sorri ao me ver. Em algum lugar no tempo você sente a minha falta também. Mas nesse lugar do tempo chamado presente eu estou sozinha com a saudade.
Poema Lirismo
Quando eu era criança,
as plantas me chamavam.
Achavam graça.
Coisa de menino, sem ter muito o que fazer.
Quando eu era jovem,
afirmei que as pedras não acordavam,
porque não sabiam da noite sonhada.
Ficaram preocupados.
Para alguns, indício de alguém transtornado.
Quando me afirmaram, és um homem,
eu contei que te vi, se florescendo de liláceas.
Por fim, sanaram-se as dúvidas.
Decretaram-me ter visão refratária, com sintomas de lirismo.
Só parei de julgar-me dissociado,
quando me disseste que havia noites com sol,
e que o remo acenava para o mar, quando não partia.
Então, assim ficamos, em nós apreendendo tochas,
fisgando lumiares, falando com os olhares.
E quando tudo escurecia se acendendo de um no outro.
Carlos Daniel Dojja