Poemas Góticos

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NOSTALGIA.

Tarde nebulosa com previsão de chuva forte, ouço uma canção e observo as ruas vazias e chego a pensar que apenas eu sinto essa nostalgia. As horas horas passam tão rápido quanto os meus pensamentos que ao embalo da canção buscam encontrar você.
Na melancolia da minha imaginação, encontro destino para os sonhos não realizados,caminhos desencontrados,amores passados e tomo uma decisão:continuarei aqui de mãos dada com a nostalgia.

Sozinho. Na vitrola toca um jazz. O rítimo descompassado comeca.
Acendo um cigarro. Mallboro, eu acho. Dou uma tragada. Mallboro, com certeza. Sento na minha poltrona. Reclino o encosto. Mais uma tragada.
Acabou o Fantástico. Céus, amanha é segunda . E eu estou acordado.

Estamos acordados. Eu. O Porteiro. A Viuva do 208. Aquele pequeno meliante no aguardo do próximo transeunte. A mulher da janela do prédio da frente.
A música acabou. Só escuto o chiado da vitrola. Vou virar o LP. Ou devo trocar? Vou trocar. Billie Holiday comeca a tocar.

Todos devem ouvir ao menos uma vez essa mulher cantando. Vou pegar outro maço de cigarros. Não! Charuto é melhor, combina mais com Billie Holiday.
Ah! Charutos sao como vinhos. Sao feitos para serem apreciados. E tudo que é apreciado não deve ser usado até o final. Deixarei a bituca pro Santo . Ou pras formigas e baratas . Nunca vi formiga indo atras de Charutos. As de Cuba devem ir.

Sozinhos. Estou sozinho e começa a tocar Gloomy Sunday. Comeca a me tocar. O tempo voa, ou para, não sei ao certo. Ja é de manha e acordo com gritos na sala de casa! "morreu?". "Uma fatalidade". "Deixou alguma carta?". "Não". "A vitrola tava ligada, o vinho estava pela metade, o maço no chão e o charuto junto com a pistola".A viuva só lamentava. O Porteiro estava preocupado com toda aquela bagunça. A morte de um vizinho é algo trágico e satisfatório. A dor do fígado alheio é sempre agradável, convenhamos.
Impossivel encontrar nas pessoas a pureza de um bom vinho, charuto e Jazz.
Nao pense voce que pensei em família e amigos. Não é por mal. É que essa trindade é a base do meu ide. Do meu ego. Não existe ser que foi capaz de suprir o meu intimo . Somos apenas carne e osso. Não precisamos de mais carne e mais osso pra alcançar o Nirvana . Fui ter um encontro comigo mesmo.

Cinzeiro cheio
Cheio da poesia de cada um
Passaram por ele
Amor e jejum
O amor dilacerado
A esperança de mais um
Acumulou tantas cinzas
Que até são bem vindas
Para um poeta coração
Achando-as lindas
Escrevendo e admirando
Cor morta
Com o cigarro noutra mão
A caneta rabiscando
Um poema sem perdão
Cada palavra ali passada
Acompanhou uma emoção
Desde a profunda companhia
A mais amarga solidão
Existe ali tanta poesia
Que me traz mais gratidão
Por escrever e por sentir
Por amar o que me dão
Trago a dor de cada verso
Trago o que está na minha mão.

O papel me olho com deboche
Risquei com raiva e medo
Com esse café preto
Aqui no canto esquerdo
Ri e escrevi com zelo
Novamente
Tinta escorrendo livremente
Sem qualquer compromisso
Apenas deprimente
Melancolia novamente
Tudo novamente
Melancolia, Mario Quintana já dizia:
Sofrimento romântico
E eu discordaria?
Apenas entoo o velho cântico
Romântico.

⁠Escrever o que se sente,
sentir o que se escreve.
Palavras...são apenas palavras;
jogadas ao vento... sem direção.
Talvez lidas, talvez não lidas...
Que importância tem nisso?
Se me entendesse, saberia.
Sentimentos dispersos,
nas palavras que escrevo.
Chuva de pensamentos;
escorrendo pelas terras da indiferença;
acumulando-se no lago da insegurança;
atrofiadas na existência deste ser.
Uma doce ilusão sonhadora.
Este é o mundo que enxergo;
que pertenço, sem pertencer.
Minhas palavras...
nunca serão compreendidas.
Meus sentimentos...
jamais serão correspondidos.
Que beleza existe na melancolia?
Sinfonia da tristeza;
solidão exacerbada;
o descrever sentimental.

As vezes é um sintoma.

As vezes, só palavras não bastam.
As vezes, nem mesmo lágrimas são suficientes desabafos.
As vezes, nem o corte mais profundo é capaz de superar dores e tristezas.
As vezes, o único remédio que cura a minha vontade de ver o fim do mundo é:
-Uma dose de seu sorriso 1440 vezes por dia durante 365 dias por ano.
-Um beijo sempre que possível;
-Um abraço quando estiver próximos;
-Um "Eu te amo" enquanto for verdadeiro;
(Repetir isso até quando nosso amor durar)
Mas tudo isso é só "as vezes".

*A sua ida dói em mim*

Não dá para esconder
O caminho que tive que percorrer
Para poder te amar
Amar como nunca amei
Sinto a sua presença todo dia ao acordar
Acordo com saudade do teu consolo
O consolo que me deixava sem palavras
Palavras que podiam ser sentidas
Sentidas como eu senti
Senti o amor
Mas também a dor
A dor que corroeu meu pensamento
O pensamento que servia apenas para você
Você que não faz mais parte do meu hoje
Hoje que eu percebo que fiz uma escolha difícil
Difícil como amar
Amar como sofrer
Sofrer para chorar
Chorar para limpar
Limpar aquela alma que um dia foi tua

Não há antídoto para a alma atormentada, não há substância ou filosofia que preencha o vazio do peito – o vazio de sentir demais num mundo que valoriza o desapego, o vazio de amar e não ser amado, o vazio de sentir saudades de momentos e sensações que se perderam para sempre.

Trecho do eBook 'Pílulas de Esquecimento'

O poeta se calou
Das palavras desistiu
Ao ver o que escrevia
Não traduzia o que sentiu

O silêncio o tomou
O desespero invadiu
Aquele coração tão nobre que agora
Não passa de um sonho que ruiu

A melancolia, sua nova morada
A solidão - sua amiga vil
Desperta desse sonho agora
Tu que nunca desistiu

Veja no amanhã uma possibilidade de sorrir
Um novo sol que se levanta
De onde nunca imaginaria que iria surgir

Tenho medo de errar
Tenho medo de te perder
Tenho medo de um dia você não aparecer
Nunca mais voltar
Sou insegura
E vivo nesse caminho de medos
Sinto que não sou capaz
Já perdi muitas pessoas
Não quero te perder também
Achava que era forte, que já estava acostumada
Mas eu sempre estive errada...

Entre nós,
a vida depende de
gente que
entenda a
insegurança de
um coração
que não se faz ouvir.
O Mundo é hipersônico, sem limites...
A ameaça vem
do Mundo
em colapso.
É um mal necessário.

Tenho medo de que vá embora,
É tão mais fácil quando não ultrapassamos a linha da amizade,
Quando estamos seguros, e sabemos que aquela pessoa sempre estará ali,
Quando temos o laço seguro da amizade,

O medo de perder o meu porto seguro,
O medo de não ter a quem voltar,
O meu amor crescia,
E esse medo também,
Sim, você foi essa mistura de sentimos,
Você foi tudo e muito mais,
O motivo da minha ansiedade e insegurança,
Mas também era minha paixão e alegria,

Também o meu porto,
O porto que perdi,
Mas eu tive que escolher a mim,
Já que você havia escolhido a si mesmo desdo início,
E com o coração partido,
Eu te deixei ir,
Mas ainda espero sua volta.

⁠NUM DIA DE CHUVA

Céu cinza, telhados molhados
As gotas de chuva no vidro da minha janela
Escorrem feito lágrimas
Bate àquela saudade
Do abraço que não aperta mais
De quem só restou um retrato amarelecido
E a presença que insistiu em ficar dentro de mim
Dos olhos que não se cruzarão mais com os meus
De sentimentos fugidios que moram no ontem
Saudade daquilo que não tomou forma
As gotas de chuva choram na minha janela
Enquanto a saudade chove em meus olhos.

FILME⁠

Há dias que não existo, simplesmente me abstenho da vida e inexisto, não vivo, não choro, não rio e não escrevo.

Carregado de amargor, vago sem proposito, não há o que fazer. O céu é cinza, o clima é encoberto de monotonia, chateação e desinteresse.

Por quanto tempo isso há de durar ? Até quando terei que sofrer por esse sentimento frívolo que me traz frustação e ansiedade ?

Eu só quero que isso passe, que o dia acabe, que o tempo se quebre e o sol exploda, durante esse período seco e insensível, meu combustível é o ódio.

Talvez eu só esteja sendo dramático, fazendo suspense por algo besta, tentando romantizar o tédio. Não sei

Acho que as vezes não há protagonismo em dias que somos figurantes.

⁠Dualidade da Vida

⁠Vida em dualidade, bela e dor,
Máscaras sussurram verdades ocultas,
Rio de luz, sombras que me envolvem,
Melancolia revela a alma sepulta.

No cerne das máscaras, segredos guardados,
Lágrimas sussurram silêncios antigos,
A vida é pintura em tons desbotados,
Reflexões mergulhadas em vales sombrios.

Desvendar a vida, desvendar a dor,
A poesia revela segredos esquecidos,
Palavras como fios de melancolia,
Teço a trama dos sentimentos perdidos.

Em cada verso, um eco de saudade,
Em cada pausa, a melodia da solidão,
Vida bela e dolorosa, contradição,
Onde a tristeza se mescla à eternidade.

⁠MORTIFICADO

Por que senhor, por que me fizestes tão quebradiço ? Quando essa sequência de derrota há de acabar ? Mesmo não crendo em ti, sei que tua maldade não seria tão grande com teu filho. Há tempos que não vejo lágrimas descendo sobre meu rosto, a solidão que antes me afligia e me dava medo, hoje já não me assusta.

Nem o remédio mais forte, a cirurgia mais precisa ou a terapia mais intensa tirariam os pensamentos lastimosos que venho tendo. Eu não queria refletir com tal profundidade, mas agora é tarde demais, o demônio da dúvida se sentou no meu ombro, e agora papeia comigo sobre tudo.

Já não reconheço semblante estampado em meu rosto, já não me sinto mais o mesmo, já não tenho mais a sede de viver. Acho que a fonte da vida, um dia seca para todos.

Um Relato Melancólico da Fragilidade Humana

⁠Hoje, entre os soluços contidos e os suspiros profundos, sinto a tristeza tomar conta de cada fibra do meu ser. O dia, habitualmente repleto de luz e cores, parece mergulhado em um manto cinzento e opaco. As nuvens se aglomeram no céu, como se quisessem refletir o turbilhão de emoções que se desenrola dentro de mim.

Desculpe-me, mundo, por não conseguir erguer o sorriso que costumeiramente adornava meu rosto. Não é por falta de tentativa, mas sim pela imensa dificuldade em vislumbrar a beleza da vida neste momento. Às vezes, a força parece escorrer por entre os dedos, e a fragilidade humana se faz presente de forma inegável.

Lembro-me das palavras sábias de uma canção que ecoa em minha mente: "Moço, ninguém é de ferro." Somos seres moldados pela imperfeição, destinados a falhar e a cair. E é justamente nesses momentos de queda que percebemos nossa humanidade mais visceral, nossa capacidade de errar e de aprender com nossos equívocos.

Então, hoje, permito-me cair. Deixo-me envolver pela tristeza e pela melancolia, compreendendo que, mesmo nas sombras mais densas, há espaço para a luz da esperança brilhar. Pois é na aceitação da nossa fragilidade que encontramos a verdadeira força para seguir em frente, rumo aos horizontes que aguardam para serem descobertos.

⁠ E se a vida se esvaísse do meu corpo hoje enquanto eu olho essas nuvens brancas percorrendo a imensidão azul do céu?
Deitada no chão, fumando um cigarro com a cabeça no passado sem imaginar um cenário de possível futuro.
Não por falta de tentativas, eu realmente tentei, tentei muito e, por algum tempo, até consegui. Até notar que o mérito não era meu, e sim, dos remédios, da terapeuta, e de uma esperança de ter você ao meu lado novamente.
E se eu não fosse responsável por fazer a vida dos meus gatos feliz, eu estaria livre para ir?
Tão jovem, tanta dor, tantos momentos ruins colecionados que se destacam dos bons que por parte, estão esquecidos devido a perda cognitiva.
E se esse mesmo céu lindo e melancólico nesse exato momento for o mesmo que você porventura esteja também a contemplar?
E se eu for? Você irá chorar ou se aliviar?

POEMA DA VIDA

⁠Poetas nascem nas decepções, poetas nascem nos amores, poetas nascem nas páginas de grandes livros, poetas nascem nas páginas de pequenos livros, poetas nascem na noite, poetas nascem nas madrugadas.

Poetas nascem no fundo do ônibus, poetas nascem em um dia nublado, poetas nascem no banco de trás do carro, poetas nascem no sofá, poetas nascem no bloco de notas, poetas nascem na sala de aula, poetas nascem em todo lugar.

Todos fadados ao mesmo destino, fadados a mesma rotina tediante, fadados ao romance da solidão. Todos viverão de eterna melancolia, mas nunca morrerão infelizes.

⁠*Lembranças*

Eu te vejo completamente.
Me vejo entregando-me inteiramente a ti.
Sinto o cheiro dos seus cabelos molhados
em minhas mais profundas lembranças.
Notas marcantes de seu perfume,
e os traços do seu rosto.

Te toco em minha imaginação
e te ouço sussurrar tantas coisas
das quais jamais desejaria esquecer.

Caminho no ritmo de seu coração.
De acordo com as notas que despertam de seus lábios.
Escrevo sobre nós.
Escrevo nossa história sobre o papel em branco.
Iremos começar do zero,
E recomeçar
com meus braços intercalados aos seus.

Não consigo ver outra coisa,
quando imagino meu futuro
a não ser minha mera existência,
em sua companhia.
Mirando o mar,
sentindo o sereno em nossos rostos,
desejo nunca me esquecer dessa cena.

Eu te olho através da tempestade do meu coração,
Com minhas mãos geladas,
tocando seu corpo.
Por uma fração de segundos,
quero desvendar-te, quero conhecer cada parte do seu ser,
cada pedaço dos seus lábios,
cada uma de suas entrelinhas,
e cada canto do seu coração.

Quero poder tocar seu rosto
enquanto congelo meu olhar ao seu.
Sentir o arrepio do toque de nossos corpos.
Te trazer em cada suspiro.

E enfim, quero amar-te.