Poemas Entardecer
Papel e Tinta
Laivei o meu pincel
no cinza do cascalhado
no entardecer fogueado
no chão ressecado
no desbotado areado...
Laivei o meu pincel
na luz do horizonte
na sombra atrás do monte
no suor da fronte...
E no branco do papel
vão aparecendo inquinações:
de folhas secas, chão árido
amarelados ipês, buritis, ar cálido
pequis, céu divino e estrelado
num desenho do cerrado...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro de 2016
Cerrado goiano
Sabe aquela sensação do dever cumprido, depois de zerar suas tarefas diárias, num entardecer de véspera de feriado, com seu pagamento no bolso????
Ai, após seu banho reparador, mesmo sem nenhum compromisso de lazer agendado, você sente aquela brisa refrescante no rosto e logo esboça um sorriso espontâneo de pura satisfação.
Ou seja, percebes aí sua felicidade aflorando, de maneira leve, sem nenhum motivo especial aparente.
Estarás sentindo neste momento, do fundo de tua alma, uma sensação de rara felicidade.
Uma felicidade verdadeira, sem nada programado, sem nenhuma expectativa e nada a agradecer, a não ser seu Criador, pelo deleite de sua alma em comunhão com seu espírito.
(Teorilang)
E ao entardecer ...
Quando tudo se transforma e o maravilhoso se renova
A mágica começa a acontecer...
A luz dentro de mim,
Iluminando todo meu ser
Ea certeza que a luz da lua virá
Guiando minha alma até o amanhecer..
deixando cair palavras...
no silêncio do entardecer
todo o cair da tarde se transforma
o céu se veste em tons de melancolia
e faz a alma sonhar d'espavento
voando ao sabor da magia
e ao sabor do tempo.
ao fim da tarde
tudo vale a pena
se não virar amor
vira poema...
-- josecerejeirafontes
Olhar azul púrpura.
Doce olhar...azul, vermelho, como céu ao amanhecer e ao entardecer..
vermelho...forte..brilhante e profundo... combinado com o azul, do qual resulta um certo grau de púrpura...o carmesim..
O coração é assim...como o carmesim...
Que o azul e o vermelho...
Seja o seu modo de demonstrar afeto...
Seja o seu jeito, seu olhar, seus receios...
Seja o seu carinho, seja o seu amor.
Seja o seu abraço na hora da dor..
Seja a sua presença nas horas difíceis..
Seja doce, que seja um doce olhar carmesim...
Das Grandezas
Gosto do tamanho de algumas coisas.
O voo de uma borboleta ao entardecer.
O pouso do pássaro num raio de sol.
Teus pequenos passos dançando na terra.
Uma gota despindo-se numa flor.
Aquela brisa que umedeceu teu beijo.
O olhar que perpetrou a sombra.
A última cantiga deixada na noite.
Em não me querendo modesto, a deslumbrar dimensões,
Não faço apologia da métrica ínfima.
Meço-me pelo sentir desterrado.
O que me segue, cabe em meu sonhar a andar.
Minha sensação de grandeza se emaranha de singelezas.
Como a memória da água, por entre rios, a retornar a nascente.
Como quando nos sabemos finitos, refazendo-nos começos.
E se é tão grande, como os olhos que se traduzem no peito.
Carlos Daniel Dojja
In Poemas para Crianças Crescidas
belo fim de tarde
sob a ténue luz do entardecer...
sopram versos na brisa a me tocar...
quero teu sorriso agradecer...
e quarta-feira, voltar...
-- josecerejeirafontes
AFLIÇÃO
Pulsa no cerrado o horizonte imenso
Num entardecer purpúreo candente
No desanimo surges, tão lentamente
Lembranças, molesto e tédio denso
Que eterniza a agonia e sentir tenso
De um passado caprichoso e ardente
Embora aqui presente, está ausente
Na emoção. Turrão ainda é extenso
E o pôr do sol é tormento e nostalgia
Em um acre perfume, árduo expiro
E a uma sensação aflitiva me contagia
Nesse anseio a saudade n’alma arde
És um passado de amor feito suspiro
Suspiro e caro pesar no cair da tarde!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Araguari, MG – 26/07/2021, 18’00”
Uma leve brisa ao entardecer,
ouvindo o som do mar,
curtindo te conhecer,
embalados por uma canção,
que será a lembrança
de nossa paixão.
Finalzinho de tarde
Como é belo o entardecer
Aquele calorzinho
Que vai pouco a pouco se transformando
Num friozinho gostoso
Onde o tempo mostra que as mudanças ocorrem
Independente de nossas vontades e desejos.
Aqui da varanda
Sentada em minha cadeira de balanço
Com um copo de chocolate bem quentinho
A ponta do meu nariz
Começa a ficar geladinho
Aquele friozinho gostoso
Uma sutileza tão doce
Sinto o primeiro floquinho de neve tocar-me.
Volto a ser criança,
Torcendo para que o chão amanheça
Encoberto de neve
Esse sentimento
Cheio de saudosismo de um tempo
Não tão distante mais breve,
Porém doce e suave
Como a primavera de outrora
Agora transformado em inverno
Um calorzinho diferente,
frio mais também quente
Aquece a alma e
Desperta o mais belo ser que em mim existe.
NO ENTARDECER DA VIDA
No entardecer da vida,
Permito-me um pouco de descanso.
Andarei mais devagar,
Cuidarei das flores no jardim,
Cuidarei das flores no caminho,
Cantarei com os passarinhos,
Ajudarei na construção de seus ninhos...
Cuidarei com mais carinho,
Do meu cantinho,
Do Santinho,
Do padrinho,
E mais ainda,
Do meu amorzinho...
Recordarei quão bom foi o meu dia,
Ligarei pra titia,
Escreverei uma poesia,
Plantarei a alegria,
Semearei a simpatia,
Compartilharei a minha companhia...
E, se Deus me levar um dia,
Saberei que nada que eu tinha me pertencia.
Antecipando esta sabedoria,
Plantarei agora esperando uma colheita tardia...
Élcio José Martins
Pequena Ode aos Poetas -
Entardecer! O vento passa apressado por
entre as frestas do silêncio ...
Algo de vago se alinha no horizonte da
memória.
Talvez o sonho venha e seja o último,
talvez um dia um pássaro surja de
outras dimensões.
Não me lembro do rosto de quem morreu,
apenas do olhar, dos sonhos que trazia ...
Meus olhos esfumados na distância e na
miragem trazem ecos de sangue , pesados,
frios e densos! Vestidos de saudade!
Sinto presenças. Diáfanas presenças ...
Tenho vontade de chorar...
Porque os não tenho eu junto a mim?!
Agora!...
A alma ganha essência
No entardecer do cerrado
Sabiás cantando em cadência
E João-de-barro sempre ocupado
Na obra de sua subsistência...
desenham o nosso cerrado!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/08/2014, 18'00" - Cerrado goiano
FIM DE TARDE
Cindindo a vastidão do céu do sertão
Do planalto, num entardecer encantado
Sulcando as nuvens com raios dourado
Devassando o espanto, e sedutora visão
E no horizonte sem fim do torto cerrado
Ei-lo purpureando em toda a amplidão
Abarcando o cenário com tal composição
De matizes, alumiado por dom imaculado
Brilha, e se eleva em busca do infinito
O findar do dia, no céu é manuscrito
Auroreando a inspiração, numa poesia
Cheio de escarlate, assim, a cintilar
Que se vê na fulgência deste lugar
Vai-se a luz, e vem a noite sombria...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20/08/2020, 17’00” – Triângulo Mineiro
Tíbio Entardecer
O Sol se põe tímido,
Em mais uma tarde de uma semana fria,
E eu tentando lembrar,
O que eu esqueci de fazer durante o dia?
O carro esta "na reserva",
Eu estou quase sem bateria,
E eu tentando esquecer,
O que eu deixei de fazer ao longo do dia,
Mais um trago na fumaça,
A nicotina de graça, para alegrar o dia,
Mais um gole na cachaça,
Uma bebida amarga, para as amarguras da vida,
Mais um trago na fumaça,
A poluição de graça, vida urbana que o diga,
Do horizonte a diante,
Um olhar distante, os pensamentos à deriva,
O Sol se põe tímido,
Em mais uma tarde de uma semana fria.
Pensando em nóis dois..
Como é lindo,estar com você,
ao entardecer de um belo
pôr do sol, sobre a brisa
fresca do mar.. E os raios do
sol refletindo em nóis , o desejo
de nois amarmos.
Ana.M
Final de carnaval
Explosão de cores no entardecer.
Amanhã voltam as máscaras.
Amanhã, só as cinzas da alegria do carnaval...