Poemas e Poesias
Repara nas minhas formas,
Espie às escondidas,
Estou aqui d'uma forma,
Jamais vista!
Esse meu jeito de menina...
Pelas fendas,
Pelas emendas,
Pelas dobras,
Acolha-me, aproxime-se;
Assim tu me enamoras!
Repara em mim...,
No meu jeito de menina,
Ainda descobrirei,
O quê mais te fascina...,
Você me ensina?
Pelas frestas,
Pelos cantos,
Pelo avesso,
Vire-me, e dobre-me;
Que eu enlouqueço!
Repara em tudo,
O quê sou capaz,
Repara-me inteira,
Longe de ser perfeita,
Por ti sou capaz de fazer,
Sempre, melhor e muito mais!
Revelo-me em rebento de amor,
Em convergência ao que sente,
- estou aqui presente
Outonal de tanto amor...
Dobro-me em doce louvor,
Em inefável contentamento,
- estou aqui tremendo de amor
Inefável é o teu esplendor...
Anseio por cada minuto seu,
Amor inefável amor meu,
- o meu coração -
É todo teu!
Tudo vivo em você,
Na mais serena das noites,
E nos mais altivo amanhecer.
Sopra o vento, ondula o mar,
A onda se dissipa, e se renova,
Eu jamais deixarei de te amar.
O teu beijo é a minha bebida,
- sem exagero
O teu corpo é a minha comida,
- com tempero
O teu cheiro fascina
- o meu desejo
O teu ser é a minha videira.
Traze tudo de ti e a paz
- inteira -
A tua voz música perfeita,
Ao ouvir você, sinto-me
Carícia em forma de mulher
- cobiça
Invadida de Sol,
Rendada pelos raios de luar,
Aconchegada pelas estrelas,
Celebração intensa,
Saciedade interminável,
Por causa deste colo
- adorável! -
Correndo contra o tempo
Irremediavelmente,
Carregando o impossível
Em busca de você:
O inacessível.
Eu ainda hei de tê-lo
De forma inesquecível,
Para sempre do meu lado.
A Páscoa acontece sempre,
Ele vive eternamente.
Ora anoitecemos,
E ora surgimos como o amanhecer;
Já deveríamos ter aprendido
- a viver -
Dobrando os corações
Para louvar e agradecer.
Sempre esquecemos,
De sermos gratos,
Por alguém que nos ensinou,
Amar uns aos outros,
Como Ele nos amou;
Ele se entregou,
Nunca se negou
E ensinou o salto do amor.
Os registros estão lá,
Para quem sabe ler,
- e interpretar
Pronto para se entregar,
E escutar a mensagem,
Que pode surgir face a face,
- e a conversão acontecer
É só você se abrir,
Deixando o teu coração ler,
A tua alma irá reconhecer,
Os ensinamentos dourados,
Para que o poema pascal aconteça,
É preciso que estejamos reunidos,
Na mesma caminhada lado a lado.
Declaro para devidos fins,
Que, se ser autista,
É viver num mundo particular:
Eu sou autista, não posso negar.
Escrevendo ou não, todo o poeta
é autista porque tem um jeito
- único -
De sentir, experimentar e vibrar.
Eu moro num planeta azul,
No Hemisfério Sul,
Tenho um olhar azul,
E um coração que sente,
Que querem pintá-lo
- diferente-
Porque ele está sempre
- presente -
Voltado para o céu anil,
Tenho orgulho da minha terra,
Eu moro no Brasil,
Vestir-me da cor do oceano,
Do céu e do planeta,
Para que ninguém se esqueça,
Que sou poeta e autista,
Para mostrar que não sou ausente,
Para escutarem o meu canto,
Ainda vou te surpreender,
Eu e a minha estrela azul,
Iremos vencer os desafios,
Não nos importamos
- aparentemente -
Estamos mais do que presentes,
Prontas para salvar o mundo
Imaginado por você.
O pré-conceito
só existe para aquele
que ainda não colocou o pé no conceito.
Colocar o pé no conceito
é entender
direito e abandonar
o PRECONCEITO.
Não resisto,
porque não quero,
Deixei bem claro
que eu te quero.
Eu, vegetação rasteira,
sobre a duna
Como quem segura,
e se insinua porque deseja
- ir além.
Gente como eu,
jamais recua,
tem a alma nua,
talhada e lapidada;
Não teme à nada.
Ama heroicamente,
resiste à tudo,
Enfrenta silenciosamente,
Não teme e não se
nega à tentação,
Vai além do querer bem,
crê que um dia o amor vem.
Desde o dia em que o destino,
trouxe para mim o teu livro:
Nunca mais fui a mesma,
quando vi você com esse olhar
- desprotegido -
Eu já sabia que era tua,
nascida e predestinada,
Para ser a tua amada.
Tenho na memória guardada,
Não há mais como dizer,
Talvez esteja sepultada,
Em terra longínqua,
Hei de um dia te contar,
Fizeram a gente esquecer,
Não é possível sequer falar.
Este poema é impublicável,
Mas é inevitável...
Ele fala de sobrevida,
Ele fala da Morte,
E da vida além da Morte.
Abraçando a lembrança,
Não há mais esperança,
Ylang-ylang é o teu perfume no ar,
Serena musa, não sei onde estás,
Talvez um dia você vai voltar,
Talvez pobre de você,
Algum dia o destino irá mostrar.
Esse poema não presta,
Eu deveria atirá-lo no lixo,
Ele não deu a cara a tapa,
Filho de alma covarde,
É quase uma denúncia...
Os ares e ‘as flores de abril’,
Uma música de Chico Buarque,
A imagem da mulher esfumaçada,
Talvez esteja desfigurada,
Teve a imagem desaparecida,
E alma roubada,
Não quero falar sobre mais nada.
Ah! Contempla...
A lente atenta,
- alenta o olhar
A cidade coberta,
De neve mansa,
- o tempo passa
Devagar e serena
A alma humana.
Ah! Espera...
A vida revela,
- modifica
Percorre, renova,
- suscita
Gelada ou quente,
- vibra
Intensamente...
Aos passos,
Em cada floco,
Ao despertar,
De cada manhã,
Semeia o sonho,
Cativa de verdade,
Dá o quê de eternidade
A cada momento de felicidade.
Ao ouvir a música do vento,
Percebi os teus olhos zelosos,
Deparei-me com os teus passos
- macios
O balançar das amendoeiras
- doces ritmos
Fizeram-me contemplar:
os nossos instintos.
Ao sentir a tua presença,
Senti-me protegida,
Amparada, e tua amada,
A minha alma afagada,
- terna -
E feminina,
Distante das angústias,
Rendida por tuas ternuras.
Ao cair da noitinha,
À beira mar,
Sereno luar,
Amando a tua presença,
- vigilante
Aprendi o que é amar.
É inverno!
Celebremos,
Não é eterno,
Sempiterno.
- momento
Não recusemos.
É eterno!
Não recuemos,
- é extremo
Enfrentemos,
- o tempo
E o eternizaremos.
É sempiterno!
Como um afeto,
Reconhecemos,
É terno,
Intenso,
Logo, o passaremos.
Com fascinação própria,
- arte e luz
Fui agraciada ao ver,
A Lua cor-de-rosa,
- maravilhosa
Beijando o mar.
Aos passos, tateando,
- experimentando -
E exortando a delícia
De contemplar a cena,
Que talvez não se repita,
O mar se deixando beijar.
A Lua ao beijar o mar,
- acabou beijando-me
E seduzindo-me,
Acabou enfeitiçando-me,
E completamente doce:
acabei entregando-me.
A mulher deve ser elegante,
Suave e ao mesmo tempo,
- marcante -
Como um perfume insinuante,
Deve ter alma, maciez e calma;
Deslindando os mistérios e dar o tom
De amor, paixão e ternura;
Conduzindo a intenção com doçura,
Amando infinitamente, sempre.
A mulher marcante de verdade,
Será lembrada pela virtude,
E grande capacidade de amar;
Espalhando a graça,
- por onde passa
Como uma felina mansa,
Que só no olhar recebe
O seu colo e afeto.
A elegância feminina,
Ilumina o mundo,
Pacifica,
Engrandece,
Enternece,
Aproxima e conjuga,
Acarinha e aquece,
Eterniza a lembrança,
É presença que permanece.
Deveríamos ter a gravidade
- das estrelas
Que brilham sem cessar,
E sem se esbarrar;
Lecionam poesia,
Inundam o Universo
Com beleza e nos iluminam.
Lição existencial,
- ignorada
Lição luminosa,
- ditosa
Lição celestial,
- esquecida
Lição de harmonia.
Deveríamos ter a profundidade,
- do Universo
Que sempre se reinventa,
Renovando cada espaço,
- celebrante -
Das estações da vida,
Com júbilo e toda a gratidão.
Densas em braços,
Correntes que ligam,
Em espirais,
Ventando ou não,
Prosseguindo,
Com destino
Em busca de renovação;
Sugerindo,
Caos positivo,
Irradiando,
Girando,
Se interligando,
As estrelas azuis ou não,
Sempre nos ensinam:
a viver, a gravitar...
Todo ser é poesia,
É delicadeza,
E toque interestelar.
A canção e o brilho que vem de dentro
Ultrapassam o tempo,
Atitudes, comoções e contentamentos,
- sucessões
Das celebrações e de todas as devoções,
Doçura e contemplação,
Encontradas em cada perfume,
Transfiguração, luz, brilho e paixão,
Pela beleza de encontrar a vida,
E a beleza em cada pensamento.
Eu quero caminhar pelos séculos,
Surpreender-te a todo momento,
Conhecer o caminho do vento,
Que me leve até Moscow.
Aprenderei os teus passos,
- celebrarei as czardas -
Entoarei louvores,
Sobrevoarei os invernos,
Anoitecerei em cada um deles,
Para amanhecer ainda mais bela,
E tão brilhante quanto essa noite,
- registrada da tua janela.
Espalhadas as espumas,
leveza e anunciação.
A pétala se aproximando
levada pela emoção...
Reunidas e atentas,
algas e conchas.
Para tomares contas,
enfeitando as areias.
Nada se vai,
E sei que tudo vem,
- nada vai-
A queda nunca trai,
ela nos eleva e reúne.
Tudo se vê,
Se sente, e se crê;
- não lamente -
Sê forte, e resiliente,
E viva carinhosamente.
Temos um oceano e conchas,
- e um só destino
Colorido como os corais,
Para escrevermos silentes,
Navegando sobre as ondas...
E agora? Eu te desafio...
Entre o espaço e o tempo,
Perco-me entre os dois,
O meu nome é pensamento,
Muito é o prazer!
De vencer cada um deles,
- um grande desafio -
Que julgam ser um desatino,
- Um brinde ao desafio! -
E agora? Eu me apoio...
A vida de pernas para o ar,
Imito-a, enfrento-a,
O meu nome é bravura,
Eu sou atleta!
Dessas letras, e das que virão,
Eu sou poeta!
Do olhar ao clique,
- uso a minha sensibilidade -
Enfrento o julgamento,
- Esforçando-me ao máximo!-
E agora? Eu reafirmo...
Tentando alcançar as estrelas,
Mergulhando na tua alma,
O meu nome é desafio,
Ouso, nada sublimo,
Guerreio, enfrento,
Carinhosamente alento,
Sou feita de audácia e arrepio,
Venço os obstáculos, eu os desafio...
Escuta o barulho do vento,
Brinde o que vem de dentro,
Tudo requer rito e celebração,
Viva intensamente a sua paixão.
A mística divina não se explica,
Ela dá sinais, e sempre convida
À olhar para frente e para cima,
Ela é fonte de toda a sabedoria.
Escuta o barulho de dentro:
É o coração que está batendo
Avisando que o amor chegou,
E dentro de você está vivendo.
Como as ondas do mar,
Para lá e para cá
Estou a embalar, e a pensar:
Que um dia eu hei de te 'amar'!
A celebração será ao pé do altar,
Nós vamos juntos jurar:
Que nos amaremos sempre mais...,
Em dias solares e em noites de luar
À espera de todas as mil auroras,
Austrais e boreais,
Todos os dias nunca nos bastarão,
Nos amaremos sempre e muito mais...
Escrever sobre o quê todos já sabem,
Que nesta vida ninguém usa a cabeça?
A água limpa é fonte de vida,
Economizá-la sempre compensa.
Porque ela hidrata, limpa e nos renova,
Toda a homenagem não é o bastante,
Economizar a água é a maior forma de recompensa.
Água, água, água...
Água, água...
Água...
Água, água, água...
Já que resolvi escrever, escrevo sobre a ingratidão,
Da nossa Humanidade que não preserva nada,
Nem a água que utiliza, se banha e bebe,
Gente ingrata que nem ao Bom Deus,
- obedece -
Humanidade que suja a água,
Fonte de vida que fortalece
- Gente
Que a polui, a abandona e a esquece.
Não estamos sozinhos,
Temos a liberdade,
Guardada no coração,
Dentro da mente,
Revoando nas ideias,
Formando caleidoscópios,
Com tantos nomes,
Belas etnias,
Todas as crenças,
Com fé na vida,
Construindo caminhos,
Estrelas na orbe.
Todas brilhantes,
Comoventes,
Tão espetaculares,
Exatamente iguais,
Perfeitas para que nos ama,
Imperfeitas para quem não nos conhece.
Não somos solitários,
Temos a igualdade,
Estampada no sorriso,
Na gentileza,
Segura nos afetos,
Gentis e concretos,
Existimos,
Não desistimos,
Persistimos,
Insistimos,
Porque temos a arte,
De fazer,
De crer,
De amar,
Para que tudo possa,
E que um dia aconteça,
O nosso Sol aqueça esse planeta.
Racismo?
Desigualdade!
Racismo contra a própria raça,
Mal da Humanidade,
Que atenta contra si mesma,
Que se destrói,
Que se perde,
Que se desencanta,
Que se renega,
Que se exila,
Que se diferencia,
Que se aliena,
- Atentando
Contra a própria identidade,
Espezinhando a liberdade,
Se dissociando,
Matando,
Morrendo todos os dias,
- em quantidade e qualidade
Do que se vive, e como se vive,
Aprendi a resistir,
Com Martin Luther King.