Poemas e Poesias
O vento sopra devagar
A duna muda de lugar
O amor pleno a ocupar
A coruja aninhada lá
É protegida pela duna
No seu lugar de aconchegar.
O Sol beija a duna
A duna se abre ao Sol
Num verso de amor total
Abre a poesia em festa
Em louvor celestial
É um espetáculo sem igual.
A poesia está escrita
O verso está feito
Ali na duna cuidada com jeito
No intocável ninho da coruja
É sempre o lugar perfeito
A duna cuida do que está feito.
O teu olhar sobre a duna
O teu cuidar do ninho da coruja
O teu amor pelo mar
O teu jeito de preservar
O teu doce sonhar
Escrevem o destino do lugar...
As folhas que caíram da árvore,
Viraram anjos dançando ao vento,
Inspirando a consagração do soneto,
Que eu hei de ouvir através de você.
O vento canta doce no meu ouvido,
Sinal de que você não está comigo,
Mas resguardado de todo o perigo
Recordando do nosso precioso carinho.
Ninguém irá vilipendiar a imaculada poesia,
Porque sou filha da Terra e dos astros,
- sinestesia angelical
- Que chegou para dar tom outonal! -
As folhas que caíram da árvore,
Viraram sonetos desenhados,
Enfeitando o céu, e dando cores,
Aos meus olhos poéticos e apaixonados.
O delírio me carrega,
É certeiro e atrevido,
É quase um asilo,
Que me refugio.
A férvida tentação,
Não desmantela,
É flutuante paixão,
A domar a pantera.
Gostaria de saber
- escrever
Do jeito que sei
- atentar
Para você me amar.
Além das linhas,
Sou um tesão,
Além do corpo,
Sou o teu coração.
É o delírio que me leva,
Seduz e cativa,
E sempre te abriga
Em cada linha escrita.
Não há nada que nos detenha,
E muito menos nos impeça...,
Nós somos livres porque cremos,
Nada concorre para a descrença.
O ser humano não tem respeito,
Para violar sempre insiste,
E acaba encontrando um jeito
De fazer o crime perfeito.
Não há nada que nos amordace,
Nem a cauta luz da Ditadura,
Quem ama uma causa enfrenta,
Até a mais dolorosa tortura.
O ser humano não tem cura,
Ele quer sufocar a ternura
A todo preço e custo...,
Ele não presta, é um ser imundo.
É incapaz naturalmente,
Só porque é especialista,
- se acha -
E pensa que é gente;
Sugerindo exterminar
A vida dos saguis
- ferozmente -
Coisa de imprevidente...
Você ainda
não percebeu,
Não tem problema!
Eu dou
conta de nós...,
Tenho uma doce
certeza,
- e nenhuma dúvida
De que o nosso
sentimento,
- nos leva para cima
Bem perto do nosso
recanto íntimo.
Certa do nosso
caminho:
Que é uma obra
de arte do destino.
Talvez ainda
desprevenido,
Mandaste-me
um beijo,
- com calor -
Eu não resisti,
e estou aqui
A sonhar
em versos,
Tentando um
soneto de amor,
Para chamar
a tua atenção,
Por pura
contemplação de alma
- afim -
Da tua adoração...!
A origem do amor está
nos planos dos deuses,
Creia fortemente,
cruze os [oceanos];
Mergulhe nos teus favoritos
olhos castanhos.
O amor concreto que vira
história antes de [ser],
Além mar, navegando
com as gaivotas,
Desenhando letras para viver
o que há de [nascer.
É a miragem de nós que eu
louvo no versos,
Além e concretamente
dos [tercetos],
Carrego a crença que amar
só traz acertos.
O amor verdadeiro é dádiva
que livra e [salva],
De todos os males,
assim na Terra como no Céu,
É plenitude de braços
abertos e toda a [alma].
E devota desse caminho
que cruzará o mundo,
Vou semeando flores
em meu [jardim,
Para estar tudo no jeitinho
quando vieres para mim.
Nada é em vão, perceba:
Ame e se vá
- agarrado
Bem na cauda no cometa.
Nada é em vão, atente-se:
Vale a pena fugir de tudo,
E até da desventura
Para encontrar o amor
- maior do mundo -
No afã de viver com ele
No exagero do eternamente.
Nada é em vão, entenda:
Ame e se prenda,
- siga em frente
E não desista.
Nada é em vão, experimente:
Vale chegar macio, [inteiro
Para nunca mais fugir do amor;
Experimentar levá-lo para onde
O teu coração for para sempre
Lembrá-lo até [imperfeito.
Nada é em vão, creia:
Até na rima que perde
- o rumo
Mas não o prumo.
Nada é em vão, supere:
Até a colheita da paixão.
Aquela que não deu certo,
Porque tudo é preparação,
- e semeadura
Creia no amor que transforma,
A guerra em paz e canção,
O amor transforma a espada
Até em flor, e faz de dois
Um único só coração,
Nada é em vão,
Porque até o amor tem explicação.
O Sol vai surgindo risonho
Igualzinho ao Sol dos teus sonhos,
Entre bons e pequenos morros
Existe um lugar feito ouro,
E mais valioso do que um tesouro,
Ele é simplesmente maravilhoso!
Quem nasce morretense,
Assim vive para sempre,
Quem mora por lá,
- vira morreteano
Dono de um doce endereço
De beleza e de uma paz
- sem engano -
O Sol aconchegantemente
- Repousa
Dando espaço para uma Lua
Que nenhuma outra sequer ousa.
Ao carinhoso beijo da brisa,
A memória não virou pó,
Em Morretes ainda é lembrado
O bravo povo carijó;
E a sua glória pela Cananeia
Ficou para sempre escrita.
Você não
se deu conta
Eu sou o que sou,
- autêntica
Escrevo por escrever,
E nem um pouco
oculta,
- sou a letra
depravada
Eu sou a boa
literatura,
Correndo nua
pela rua,
Escrevo o quê sinto,
Tudo o quê penso,
Até registros,
Faço arte pela arte,
Filha da criatividade,
Um tanto santa,
Porém, satânica confessa.
Podes ir, mas sei
que volta,
Vais com todos
os meus versos,
- na ponta da língua -
Silabando cada um,
Como o mel
que escorre,
Do meu estuário,
Para a tua boca,
e não te basta,
Além das orbes
celestes,
Lá estão
escritos os poemários
- todos registrados -
Em linhas intimistas
e bacantes,
Para embalar
poetas e amantes.
Você não
se deu conta,
Não escrevo
para você,
Escrevo para
celebrar a vida,
Brindar o amor
E cantar a paixão,
Para esperar
o amor que virá,
Lindo e ardente
como um verão,
Com dias de Sol
e noites
estreladas.
Cada linha
desse poema,
É confissão
plena,
sem confusão,
Liberta
de qualquer
conflito,
Que segue
a vida serena,
Portanto,
siga e voe
para longe,
Em cada asa
sua haverá
o meu rimário
Desse amor
resguardado
num sacrário.
Filho da casualidade,
Nasceu soneto,
Sobre os mares,
Sonhando, desbravando,
- e cantando
E a sua rota traçando,
Flutua a caravela,
Procurando aportar
Em terra firme;
O amor não tem limite.
Prosseguindo a embarcação,
Desenhando espumas,
E tatuando o coração,
- a saudade
Nem o vento a tomba,
As brumas não a amedronta.
Herdeiro da verdade,
Eu te escuto,
No tilintar das estrelas,
No beijar dos cometas,
No dobrar das forças,
Eu te pertenço,
E para sempre irei ser tua
Por toda a eternidade...
Batendo
as minhas asas
Tenho direção
E tenho uma
vida toda
Para seguir rumo
E sem temer nada
A rota do sol
para ser alcançada
Tenho coração
Bússola e uma poesia
Para transformar
a vida em canção
Em música solar
Bem no meio das montanhas
E proteger o nosso
amor do mundo
E de todas
mil artimanhas.
Batendo as minhas asas
Tenho direção
Tenho leveza
E tenho ternura
suficiente
Para ganhar
o seu coração
E sem temer a vida
A rota do sol
é a saída
Mais do que
o meu coração
Bússola e poesia
Para transformá-la
em emoção
E numa loucura
de paixão
E toda a oração
em poesia solar
No topo das montanhas
E enlevar o nosso
amor para o mundo
Para que ninguém
desista de carregar
E se orgulhar
que carrega o amor
mais profundo.
Fiz o voto
de perder-me
imensamente
Somente em você,
exclusivamente;
Estranho destino
é o meu de tê-lo
Abrigado em meu
coração silente.
Como se diz
poeticamente:
Chegaste como
um amanhecer
- lindamente -
Dominaste-me
carinhosamente.
Fiz o voto
mesmo distante
De somente
te pertencer,
E resistir à tudo
Que me empurre
para longe
De você.
A minha confissão
é clara
- fiel -
E plácida como
os bordados
Feitos com os
fios coloridos
Da vida,
Que nos afastou
e nos brinda,
Por ainda crermos
nesse amor,
Abençoado pelos deuses,
Pelas ninfas
Recebendo a coroa
de trigo
Pelas mãos
campesinas.
Eu não respondo por mim
diante de ti,
Diante das [delícias
Dos teus beijos indecentes,
Dos teus beijos molhados,
Dos teus beijos imprudentes,
E daqueles mais rasgados...
Eu não respondo por ti,
Diante das [loucuras
Da perdição da tua pele,
Da fragrância masculina,
Da sedução do teu regaço,
Do aconchego do teu abraço.
Eu não respondo por mim
diante de ti,
Diante do que sei
que és [capaz
De fazer,
De me ter,
De me possuir,
De me mimar,
e me dominar...
Eu não respondo por mim,
Porque me fizeste
a tua primavera
Cultivando em mim um jardim
- imenso -
Eu não respondo por mim,
Porque em ti
Já encontrei todas
as respostas...
Coração é solo
que se pisa,
Coração é solo que
se deixa rastro,
Coração é solo
que se planta,
Coração é solo
que se cresce,
Coração é solo
que se floresce,
Coração é solo
que se colhe,
E nele também
se padece...
O mundo gira,
As areias do tempo
- seguem -
A ampulheta
percorre,
Entenda, o amor
tem um tempo
Que só os doidos
de amor
- compreendem -
Passam frio, fome
e até dor:
Abrindo mão
da própria vida
Em nome do amor.
Ter coração é
possuir o mundo,
É perder-se
e encontrar-se,
A vida toda
num segundo,
Ter coração é
remir o defeito,
É ver no outro
o ser perfeito,
Para quem tem coração
tudo tem jeito,
Desde que o amor não
seja desfeito.
Em nome do amor,
Em nome dos amores,
Tenha fé,
Não importando
Para onde fores,
Semeie flores
no caminho,
Quem ama jamais
estará sozinho,
Está sempre muito
bem acompanhado
Da melhor companhia
do mundo
Que responde por
um único nome: amor.
As nuvens dissipadas no céu,
O sol bondoso fazendo brotar...,
Não só os beijos das sereias
Pelas areias,
Mas também pelo mar;
Das gaivotas eu escuto,
- o cantar
Embalando o festejar.
As delicadas borboletas,
Obras primas da Natureza,
Sobrevoando as gentis dunas,
Enfeitando a poesia praiana,
Descrita na Praia de Salinas,
Eternizada como um doce beijar.
As dunas são como a vida,
Ambas mudam de lugar;
Não deixe nunca de amar...,
E no teu coração o amor bailar,
Siga como o barquinho
Pelas ondas do mar;
Permita-se ser levado pelo flutuar
De tanto me adorar...
O céu azul me convidou,
O vento me contou:
Que o teu amor me guardou.
O mar sussurrou,
Ele reverenciou,
As nossas pegadas,
Duas almas enamoradas,
Passeando à beira mar,
- alinhadas
Ah, como é bom namorar!...
O mar nos encantou,
A duna se deslocou,
E o pé do meu do meu amor tocou.
É muito lindo relembrar,
Nós dois à beira mar,
De mãos entrelaçadas,
E sorrindo sem parar,
Brincando de roda
- sem parar -
Os dois se deixando levar
Por essa loucura que dizem que é amar.
Não tenha receio
- do destino
E nem de escrevê-lo,
Observe o caminho,
Este é o meu pedido!
Celebram e revoam,
Sob o céu colorido,
E sobre o mar de chumbo,
Assim são os pássaros,
Livres como o teu amor,
Que é o maior do mundo.
Os teus dedos tocam
A Lua e a estrela;
Paciência de esteta,
Que ama com beleza,
E refinada cadência.
As areias seguem o curso,
Somos como elas,
Temos leveza, e pertença
O receio não nos pertence;
Só exclusivamente o perene.
Os teus lábios macios,
Intensos e atrevidos,
Doces e quentes,
Não meteóricos,
Etéreos e atraentes.
Esbanjando essa fascinação,
Airosa sideração,
Não menos dispersa,
Encantamento de quem guarda
Para dois amantes:
o cálice da paixão.
Eu tenho muito
a te oferecer,
É verdade,
eu sou um oceano
Do amanhecer
até ao entardecer.
Um fenômeno anônimo,
Um impulso discreto,
Um amor doce e secreto.
Inteiramente
deslumbrante,
As minhas tonalidades
ousadas,
E as entonações abusadas...
Para te endoidecer,
Para te embalar,
E fazer a tua pele ferver.
Eu tenho virtudes,
É verdade, eu sou
o desencontro,
O encontro com a cabeça
recostada
Sobre a tua vontade,
o teu ombro.
Suplicante, pedinte,
- insistente
Assumida,
e sempre carente.
Sou a encarnação
da rebeldia,
O amor cheio
de revolução,
A canção repleta
de emoção,
A luz dos teus olhos,
A habitante
do teu coração,
A verdade cantada
em canção,
A tua loucura
cheia de paixão.
A paciência supera o tempo,
- contempla -
Se contenta até com o vento,
- se experimenta -
Se alimenta com a serenidade,
Não abre a mão da bondade.
Caminho de reerguimento
Busca a luz, a corrigenda,
Procura o devotamento,
E a dedicação ao dever,
Busca além dos sonhos
E daquilo que se pode ler.
Ter valor moral é real resistência
Ante a dolência provocada pela violência,
Devemos pedir a Deus:
clemência.
Não ter vergonha de sermos bondosos,
- e generosos -
Sempre a favor de todos.
É fundamental, buscar o amor
E a harmonia no silêncio completo,
- reflexão -
Para adoçar o coração,
Que seja o teu combustível a oração,
Elevada ao Bom Deus e Nosso Senhor,
Não tenha vergonha de espalhar
E de plantar harmonia e amor.
Reflexões,
Inspirações,
Intuições,
Boas ações,
Premonições
Com Meimei.
Ao mar,
Ao vento,
Ao solo,
Ao firmamento
Estão firmados:
O firme pensamento
E o bom sentimento.
A neve como um véu,
Recobrindo a cidade,
Parece até um veludo,
Dá uma grande vontade
De se refugiar do mundo.
Desceu sobre a neve
A estrela matutina,
Parecendo os teus olhos
Que a todos ilumina,
Linda como nos meus sonhos.
O que sinto não se traduz,
Brilha igual à ele,
Além de seduzir - reluz;
Sinal da minha sede,
Nada apaga essa luz.
A neve veludo sobre a cidade,
Que cativa de verdade,
Quero conhecer Moscow,
Ver de perto as origens,
Que me ensinaram a paz e o bem;
E o meu compromisso com a verdade.