Poemas de Vida Soneto
ABRAÇO
Quero que me abrace! Um abraço com acolhida!
Com paixão, vida, divina sensação, afeto e ardor
Tal a poesia que se escreve de forma incontida
Um carinho, prelúdio e também epilogo do amor
O abraço palpita no peito, uma emoção refletida
Cobrindo o propósito com sedução e esplendor
No enlaço o sentido alenta a emoção esquecida
Atordoando a alma com vigor e perfumado sabor
Deixe que o meu abraço te abrace em festejos
Cortejos, enlace de dois corações até os saciar
Pulsando poéticos e sentimentais doces latejos
Ensejos, afogueada junção, ó deixe-me abraçar
Beijar, neste abraço poder ter os amáveis beijos
Pois, no abraço é que se tem o desejo de amar...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
13 junho, 2023, 20'49" – Araguari, MG
Refúgio em Noite Sombria - Vida de Cael Arcanus.
Na calada da noite, aos treze anos,
Uma aflição cruel me consumia,
Reflexo antigo, em ciclos sobre-humanos,
Que desde os nove a sombra já trazia.
Corria aos braços dela, mãe tão guia,
Seu toque leve, a paz me devolvia,
Com mãos que afagavam minha agonia,
Até que o sono enfim me acolhia.
Gigante o mundo, e o peito se oprimia,
Mas em seu colo a calma se achegava,
E em seu carinho a dor se dissolvia,
O mal, aos poucos, dali se afastava.
Aos quinze foi-se a sombra que me via,
E a paz que ela trouxe em mim ficava.
Salvar os vivos
Os teus olhos têm um pouco
de morte e um pouco de vida,
um pouco de deserto e de jardim,
você nasceu perfeito para mim.
Para uns olhar para trás tem sido
mais crível do que salvar os vivos
estarei pronta ser o tal castigo
contra a tal macabra convenção.
O enamoramento com a coerência,
a paciência e a placidez fará com
que o oportunismo perca a validez.
Toco a cítara do tempo sob o poder
da razão tudo o quê há de trazer
a paz para cada coração se refazer.
SONETO DO ARREPENDIMENTO
Existem pessoas que vivem sonhando;
Com o que deveriam ter feito...
Com o que deveriam ter falado...
Com o beijo que deveriam ter roubado...
Você não se arrepende do que não fez,mais sim de não ter tido coragem de chegar e fazer!
São coisas simples que fazem grandes diferenças,e mesmo que junto venham os problemas,é melhor!Pois trazem a certeza do feito e não a dúvida do que poderia ter acontecido!
É melhor perder o que se tem do que não ter nada para perder! Pior do que rir sem motivo, é chorar por não ter um motivo para sorrir...Antes as boas lembranças de um passado bem vivido do que um presente vazio!!!
Ser feliz é poder fazer tudo o que o coração ped, sem medo, sem limites! É descobrir que estar preso a um amor é estar livre para voar para o melhor mundo que existe!
A vida, com suas regras, suas obrigações e suas liberdades, é como um soneto: você sabe a fórmula, mas precisa escrever o soneto por conta própria.
Fiz do seu sorriso retalhos coloridos de amor e paz, onde sua presença preenche o meu dia com sonetos de ternuras. A noite pode até chegar, mas a sua luz sempre mora cá dentro de mim e ilumina o meu jeito de olhar os encantos da vida.
DEPRESSÃO
Sozinho, no escuro, vazio viver
Sem ninguém a te enxergar...
Como é bom sentir que de você
Não há ninguém a desventurar...
Sem cor e sem por quê
Nem mesmo o amor encontrar...
Não tendo culpa o sofrer
Nem mesmo o peito a amar...
Deitar ao chão do mesmo bem,
Murmurar, o que não se tem
Em sua já própria expressão...
E ouvir os fantasmas de antes
Em suas vozes, já distantes
Num cantar sem viver a ser vão!...
AMOR INSANO
Por tudo agora eu sei... eu vou
Viver do espanto à realidade,
Vou viver agora, a nossa verdade,
A intensidade do nosso amor...
Por tudo agora eu sei, meu bem,
Vou ser pra você, vou ser em mim
Ao seu prazer intenso assim
Como é pra mim você também...
Vou ser de insano à nossa paixão,
Como é insana ao seu primor,
Como é de estrelas a imensidão...
Eu serei o ardor por ti queimar!...
Pois, se oculto for, de amor,
Por qual paixão haverá de amar?
Remédio que cura, alivia a alma, traz paz... Nos leva a outro mundo, uma dimensão interna, melodia que toca o mais profundo do meu interior... Um tom, uma nota, uma canção, uma arma poderosa... Refúgio pra mente cansada. A música, que nos salva do mundo e de nós mesmo...
SONETO EM DESPEDIDA
Até logo! Aqui ficam férteis momentos
do meu viver. Na lágrima levo a aurora
na bagagem o mundo, vou-me embora
o abrigo que cá havia, agora lamentos
Na memória a saudade em penhora
se foi inglória, porque tive detrimentos
e é nas perdas que tem ensinamentos
e vitórias na vida, basta, é hora agora
Nesta mais uma passagem, portentos
vim com amor, e vou com amor afora
tento no coração bons sacramento
Sigo, para trás fica o tempo outrora
o céu claro são alvos adiantamentos
Goiás, despeço-me, a gratidão chora
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
SONETO DO AMADOR
Amador é o desejo do ser amado
Vive desejando mil formas pra achar
Se no amor não tem o que imaginar
Pois é virtude no ato de ser desejado
Se nele se tem o ser transformado
Onde mais o amador quer desejar?
Pois só assim o bem irá conquistar
E o afeto na alma então será liado
Mas se pouco for o desejo no olhar
Pouco o amador terá encontrado
Aí por ele, o amor, então vai passar
Se ao amador o amor é cobiçado
Então deixe o amor lhe alcançar
Pois o verbo dum amador é amar
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Cerrado goiano
ODISSEIA (soneto)
Minha saudade de querer-te, ideia
Meus dias poetam versos em te ter
Pois vives no meu viver sem tu crer
Numa saudade de vida em odisseia
Não é só uma razão no meu querer
És o enamorar em noite de lua cheia
Mistérios pra que minh'alma te reteia
E contos de amor escritos pra eu ler
Já tantas vezes lidos, no céu, na areia
Relidos nos sonhos do meu entardecer
É tão presente numa clássica epopeia
És o meu amor, a aurora no amanhecer
Quem no meu palco encenou a estreia
Enlouquecendo por inteiro o meu ser
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
16/06/2016, 17'26"
Cerrado goiano
BEM E MAL (soneto)
Tal qual gente que vive sem pressa
na correria do tempo, eu vou assim
e nessas de ter-me um, nesta peça
atuo um dia de cada vez, até o fim
Na alta complexidade que não cessa
a turves rompida pela luz do camarim
da vida, reluz o amor que ele expressa
tingindo o cetim do afeto na cor marfim
Sou feliz! É como minh'alma confessa!
Na tristura, a remessa de sorte pra mim
é paz, pois, tenho na verdade, etc e tal...
Então, na falsidade que nada a impeça
a pureza do amor sempre é um clarim
proclamando que o bem vence o mal...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto/ 2016
Cerrado goiano
PARALELA (soneto)
Deixe o sorriso adentrar a janela
Do viver, traga luz na escuridão
Aprecie a rosa desde ser botão
Designe a vida a ser leve e bela
Tenha no rosto só boa expressão
Sofrer em vão põe dor na cancela
Da felicidade, então permita a ela
Inundar-ti por todo o seu coração
Transborde de harmonia, seja dela
A lamúria destila toda boa emoção
Nesta reta com amor trace paralela
Estar vivo é um motivo de gratidão
Pense positivo, e dele tenha tutela
Ser feliz traz sonhos, é pura razão!
Luciano Spagnol
Agosto/ 2016
Cerrado goiano
SONETO: ASAS À FELICIDADE
A sonhar, amar, viver
a buscar sem desistir
Segue sozinho na estrada
vazio sem medo e sem dor
Alimentando-se na esperança
em um mar vasto e sombrio
Não vê passar. Olhos, certezas.
que a felicidade voa ao vento. Relento!
Buscando sem encontrar
na vida ou mesmo na morte
coração aberto a fitar horizontes
Procurando sem achar
no lugar de sonho, estrelas
sem potes de ouro ao final do arco-íris.
O tempo Sonêto
O tempo passando por mim
o que fazer? vou viver,
no silêncio da noite sem fim.
na penumbra do meu triste ser.
De volta aos tempos vividos,
Que de longe vaguejo no passado,
Que vivi deveras,não foram perdidos,
Valeu,os amores que trago guardado.
Jornada longa,curta pela rapidez,
Em que os anos nos impõe o castigo,
De só viver aqui só uma vez.
Adormeço, e esqueço a lembrança,
foge,um pouco ainda respiro,
vivo a incerteza do que será? e o tempo nos alcança.
- À Mesa -
soneto
Na Solidão da mesa dos meus sonhos
há um hoje tão diferente que pensei viver,
ausência de ternura, d'olhares risonhos,
só há amargura e desejo de morrer!
Há mesa do que sou não há nada do que fui
e a quietude do nada que acontece é fria,
da dor à melancolia, tudo me possui,
tantas vezes que o disseste e eu não via!
Agora é tarde! Não me tenho nem a ti!
E o que tenho afinal não vale nada
porque afinal do teu amor me perdi.
Estou sentado à mesa com a solidão
e na penumbra dos meus olhos consagrada
vou bebendo do meu próprio coração ...
SONETO SEM JUÍZO
Meu coração é sem juízo
Vive num mundo de louco
Que corrói pouco a pouco
E é sempre no improviso
Sensações num rebolco
No foco, só tem prejuízo
É vago no que é preciso
Um casmurro... Mouco!
Ah! Que bom que seria
Tê-lo na proeza a fora
E no amor ser ousadia
Entretanto, e agora?
Está cheio de mania...
E saudades de outrora!
Luciano Spagnol
16, outubro, 2016
Cerrado goiano
Horário de verão
SONETO AO NOVEMBRO AZUL
O homem já não vive de tabu
Faz rito a prevenção sem ver atrito
Entre ele ser viril e o toque nu
Só que o preconceito urge maldito
Pois o macho ainda zoa o novembro azul
Como se o desdém fosse algo bonito
E qual tipo de gente serias tu?
Porque abrir mão da saúde nem cogito
A desinformação mata, inclusive
E o homem já não fica cabisbaixo
Ele se informa igual um detetive
E talvez não lhe agrade o que eu acho
Mas sim, na vida o homem sobrevive
Enquanto na ignorância morre o macho
ESTE...
Este, o soneto dum amador obstinado
Em que, viveu cada situação da paixão
Tal diz a prosa do coração aprazerado:
Se havia afeto, ele fiel a sua adoração
Este, o verso com sentimento ritmado
Dentre tantos sonhos, rimas de ilusão
Onde d’alma escoa o tom apaixonado
Enchendo o canto de fluida sensação
Este, o tinido sentimentalista profundo
Em que a nota poética, é um fecundo
Apreço, de encontros e de puro ardor
Este, o sentido dum cântico contente
Deste que no amor existe realmente
O qual sabes que és o singular Amor!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
29/09/2024, 12’55” – Araguari, MG