Poemas sobre o Silêncio
Digo palavras como quem lança
pedras num lago:
espero apenas que as ondas
toquem outra margem.
Mas nem sempre chegam.
Ficam presas na sombra
de quem as ouve.
Queria que tudo fosse claro,
como um rio ao meio-dia,
mas há sempre a névoa
dos dias difíceis.
No fim, talvez reste apenas
um eco perdido,
uma sílaba breve
na boca do vento.
O Espírito Santo falou assim:
estou a trabalhar no silêncio!
Fique em silêncio para o meu silêncio, não ser quebrando!
É no silêncio onde encontraremos a nossa força maior.
Gélson Pessoa
Santo Antônio do Salto da Onça RN Terra dos Cordelistas
13 fevereiro 2025
Ruído e Sintonia
Às vezes, o mais difícil
é ser compreendido.
O que digo, o que faço,
o que deixo por dizer,
perde-se num labirinto
de ecos distorcidos.
Não é por nada que se diz
que o caminho para o inferno
está pavimentado de boas intenções.
Mas e quem lê as intenções?
Quem decifra o código
das entrelinhas invisíveis?
Cada olhar é um prisma,
cada ouvido, um filtro.
O que para um é gesto de afeto,
para outro, afronta.
O riso de uns
é a ferida aberta de outros.
Comunicar é atravessar o abismo
entre o que se sente
e o que se entende.
Palavras são apenas vento
se não encontram solo fértil,
se não fazem vibrar a mesma corda.
Porque no fim,
toda mensagem precisa de um lar,
de um receptor que a acolha
e a transforme em sentido.
Se não, é só ruído,
perdendo-se no vazio
Digo uma coisa, e entendem outra.
A vida é um jogo de espelhos
onde cada um vê apenas a sua própria sombra.
Falo com intenção limpa,
mas o outro ouve com o peso do seu mundo.
E assim, entre a verdade e o engano,
o que era claro torna-se nevoeiro.
Talvez nada seja realmente dito.
Talvez apenas fingimos comunicar
enquanto cada um se perde na solidão
das suas próprias ideias.
O Eco do Silêncio
Lanço palavras como quem atira pedras
num lago sem margens,
esperando que o silêncio as devolva
sem distorção.
Mas o mundo é um espelho partido,
onde cada olhar lê o que já esperava ver,
onde cada voz se perde
num labirinto de ecos esquecidos.
Não sou feito de aço,
nem de pedra erguida contra o vento.
Sou a sombra de um pensamento que passa,
o reflexo de um instante que já se foi.
Se digo, não ouvem.
Se calo, suspeitam.
Mas sei que a raiz cresce no escuro
e a verdade não precisa de nome.
No fim, talvez reste apenas um vestígio,
um traço de luz na poeira do tempo.
E quem escutar, quem souber ler as entrelinhas,
saberá que sempre estive aqui.
BOCAS
Bocas em silêncio, depois de falar de amor;
bocas que se buscam, lábios que se tocam;
bocas que acendem o fogo da paixão,
para incendiar corpo e coração.
Bocas de crianças reclamando o abandono;
bocas que insistem em clamar por Deus;
bocas sempre abertas esperando o pão,
pois a fome dói como a solidão.
Ah!... Os homens se esquecem que as bocas existem
pra sorrir, contar, falar e não pra se calar.
Ah!... Bocas que calam,
que nada falam,
mas dizem tudo.
Bocas que se abrem num sorriso de alegria;
bocas que declamam versos poesias;
bocas que transformam, com o seu cantar,
sentimento em sons, pensamento em voz.
Bocas que ordenam a matança de milhões;
bocas que se calam ante o mais forte;
boca de um arma pode ser capaz
de calar a voz e ferir a paz.
(Livro “Arcos e Frestas”, página 22)
- O poema é letra de música composta em parceria
Entre a Grécia e Tróia
Sou quem sou,
mas o mundo exige máscaras,
um rosto moldado ao gosto dos outros,
um reflexo que não se quebra.
Se cedo, perco-me.
Se resisto, sou pedra que incomoda.
Agradar é um jogo sem vencedor,
onde quem pede mudança
nunca se sacia.
Que mal tem não ser lutador?
Nem todo combate vale a espada,
nem toda guerra precisa de sangue.
Há força em quem não levanta a voz,
em quem escolhe o chão firme do silêncio.
Estou entre a Grécia e Tróia,
terra de ninguém,
onde cada passo desagrada a um lado,
e o silêncio é visto como afronta ao outro.
Mas que me importa?
O vento sopra onde quer,
e eu sigo, inteiro,
sem me dobrar ao peso de aplausos fáceis
ou censuras vãs.
Verso mudo
Um verso que seja terno
Levando meu abismo
de anseio puro para sereno
Como o primeiro olhar de paixão;
numa tarde de inverno
Nas paredes a mesma dúvida
Mas, o cenário é o que muda
É verão de pleno silêncio da noite
Batendo na minha cabeça dura
Justo eu que pedia tanto para crescer
Hoje anseio para ter a mesma força nos passos
Algo mudou, mas, ainda há sonhos
e brilho nos olhos
Talvez esses sonhos engavetados
É que não me deixa parar
Então eu engulo o choro
Limpo a poeira da sola
Remendo minhas asas
Porque o horizonte está lá fora
Poema autoria #Andrea_Domingues ©️
Todos os direitos autorais reservados 03/02/2021 às 19:00 hrs
Manter créditos de autoria original _Andrea Domingues
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Nunca esqueça que o melhor da Vida devemos guardar para nós e para quem de direito.
É que a Vida; AH A VIDA!! Ela não é linda! A VIDA é MAGNIFICAMENTE Linda de BONITA!!
Tenha certeza que: Quanto MENOS você se EXPLICAR, MAIS feliz você sua vida VIVE & sempre VIVERÁ!
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Tc.19042024/65
"Para haver silêncio é preciso que algo seja dito.
-Fala-se tanto onde não cabe falar e cala-se tanto onde não cabe calar.
Mister é saber que de silêncio obsceno o mundo já está cheio!"
☆Haredita Angel
"-Silêncio não significa Omissão.
O Silenciar é um ato de adoração e respeito bem próprio de grandes e valorosos caracteres.
O Omitir é ter a oportunidade de dizer a verdade
e falseá-la de forma desvirtuada, bem próprio de caracteres fracos e duvidosos."
☆ Haredita Angel
-Oferenda para hoje-
"Silêncio para quem não quer me ouvir
e, ausência para quem não quer me ver."
☆Haredita Angel
27.03.2020
"Nem sempre calar é consentir,
às vezes é cansaço de tanto explicar à quem faz questão de não entender!"
.//( ◠_◠)\\
☆Haredita Angel