Poemas de Reencontro
Estava perdido de mim,
agora quero sentir-me vivo,
chegou o tempo de reencontrar-me
na sintonia do meu existir
tendo apreço pela minha liberdade.
A amizade que tem respeito,
Deve ser guardada no peito;
Mesmo que haja distância,
O reencontro sempre terá grande relevância.
A Alternativa
A sociedade do paraíso
Reencontrar, criar
E por lá viver
Criar
A
Alternativa
Que seja contínua
Onde anda a Saudade
E os olhos
Que
A gente nem sempre vê
Que semeando vento
E na falta de escolha
Colhendo sempre tempestade
Combinando
Razão e emoções
Nos mesmos lugares
Na cama deitado
Na miragem perdida
Ver toda a terra girar
Ida estonteante
Que
Ganha apenas para juntar
Na volta inesgotável
De um eterno retorno
Se toca
Em que toca
Em se tocar
Entocado
Escondido nessa toca
Não sentia quem vinha
E
Quem se aproximava
Eu só sentia os passos
Um Estado
Estúpido
Criar o meu Estado
Estado de Espírito
Equilibrista
Voltou
Sequioso de espaço
Contida
Ansiedade
Reencontrar
O que
Somente
Existiu
No
Seu modo
De ser
Sonhar
Indomável é o mar de resistência,
Verdadeiro reencontro da alma,
Incrível é a luz da [lembrança]...,
Relembro, respiro e me emociono;
Exilo o teu nome dos meus versos,
Assim assumo que sinto a tua falta.
Memorável é a nossa história,
Sublime convivência em paz,
Perpétua é a minha [presença]...,
Relembra, respira e se emociona;
Sente a minha ausência poética,
Assim convive com a tua dialética.
Amando-me intensamente calado,
Sofrendo todas as dores do [mundo,
Sou a flor que falta no teu canteiro,
Doendo lateja o teu [corpo,
Respirando a minha poesia,
Preenchendo o vazio das tuas horas,
Procurando-me até em desculpas
Só para eu não caber dentro do teu peito.
Eu preciso te contar
Que no girar das horas
Não quero te (perder)
Eu necessito te reencontrar
Sim, eu quero te ver!...
Do instinto eu quero
E vou me enlaçar
Do destino eu desejo
E quero te reencontrar
Sim, eu quero te beijar!...
Eu te aceito com tudo:
- Tudo mesmo!
Eu te aceito com tudo
Àquilo que te falta!...
Do divino eu quero
E vou me encontrar
Do despido eu desejo
E quero contemplar
Sim, eu quero te amar!...
Na América Latina sinto
- ou melhor -
Constato as falsas revoluções
Porque longe do correto,
E de todas as intenções,
Percebo que há um jogo
De ambições - inflamações;
Para não libertar o povo,
Para colaborar, infelizmente,
Com as mais de mil explorações.
Eu te aceito com tudo:
- Tudo mesmo!
Eu te aceito com tudo
Que te afaste do mundo!
Na América Latina vejo
- prevejo -
Antevejo o pior sinal
Porque se ninguém pensar
Um caminho correto,
Querer fazer o quê quer,
Escrevendo a própria sentença,
Caíremos na maior decadência,
É só questão de usar a cabeça
Para não termos um triste final.
Quem não sabe obedecer a Lei:
É igual ao guerrilheiro escavando
- a própria cova -
Comigo a hipocrisia da desordem
- não cola -
Quero a liberdade carinhosa e ordeira,
Que me permita caminhar em paz,
E viajar contigo por toda a Pátria Grande
Experimentando as estradas latinoamericanas
Que serão as estradas das nossas almas ciganas.
Corre o mundo, e se repleta ao reencontrar-me. Não tem mais jeito, o caminho é não devolver-me. Completude até em soletrar-me.
Escrever para um amor de verdade,
um amor correspondido,
Se o amor assim não o foi,
é porque era tudo menos amor.
As estrelas moram nos teus olhos, As ternuras saltam dos teus zelos, As verdades entre nós viram segredos - ledos.
Ideias de revolução plantadas na cabeça podem não mais sair do coração.
Eu posso revirar a tua alma, Com a calma de uma lavanda fresca, Eu posso revirar a tua vida, Para que jamais me esqueça.
Vejo as nuvens se arrumando no firmamento, Elas se organizando como flores de algodão - um só sentimento.
Amanhece em mim meu terno sol, Entardece cor de coral, Cintila poesia de cor sem igual - celestial.
O azul hortênsia do céu cumprimenta a tarde, É a maior expressão de felicidade, Estou feliz por te pertencer...
Eu não sei me conter, Eu só sei te dizer: - Eu quero você, Pecado é ocultar, Esse carinho que tenho para te dar...
Eu tenho a chama poética que não se apaga, A poesia é o meu broquel e escudo, Com ela nos protejo do mundo.
As nuvens fazem desenhos jasmineiros no firmamento, O mar de jade revela o encantamento, Vivo um mar de amor, doce sentimento.
Eu preciso de você, sempre aqui comigo, És o meu divino solo, o meu pão místico e o meu paraíso.
Não importa, Sê um, mas que seja inteiro, Se inteiro, mas que seja poesia, E traga em cada verbo, o sabor perfeito.
O azulado celeste perene, O mar brinda solene, O amor perfuma ainda mais o ambiente, Ele trouxe você - o meu maior presente.
O frio foi dissipado mansamente, A tardinha despontou docemente, Os dois nascidos do teu beijo dado calorosamente...
Buscar em cada
adágio popular
a essência que
devemos reencontrar
para a gente
nunca mais se perder,
Porque devemos
reaprender a conviver,
e não deixar ninguém
os nossos ouvidos
emprenhar por falsas
promessas de poder.
Cartas da Hungria
com o espírito de reencontro
das dez tribos antigas,
Para resgatar a poesia
e toda a nossa paz
para que a guerra
não voltar nunca mais .
REENCONTRO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Foi um tanto confusa pra minha saudade
a mornura do encontro que tanto esperei;
houve grade, fronteira, sinal de limite
ou alarme velado entre tênues lacunas...
Foste branda e polida, puseste adoçante
onde nunca faltava o excesso de açúcar,
teu afeto distante frustrou a presença
e fiquei constrangido com a simpatia...
Não há como sentir dessa forma contida
o que a vida curtiu tão profundo em meu ser
ou deixar decair o que voou tão alto...
Nem te quero comum, reticente, formal,
no formol, na vitrine, com tal reverência
de museu; catedral; conferência; consulta...
O AMOR E O TEMPO
(ao reencontro de um amor verdadeiro, apesar do tempo e das distâncias)
O amor chega.
Instala-se
Feito água forte sem pegadas.
Cativado,
Permanece,
Impávido!
Anos e mais anos-luz se passam
E o amor permanece como semente
Numa sucessão de infindas fases e de lamentos.
São colheitas de vários e gestados frutos
Diuturnamente expelidos dos contatos.
Opa, o amor vai além disso,
das comunicações e dos tratos feitos
Pois o amor, enfim cativo, mas nunca escravo,
É eternamente oferecido em pensamento!
São contatos que não precisam ser presentes
Posto que o amor não necessita de presença física,
É gratuito,
E atua fora do espaço-tempo.
É grão, é sêmen, princípio, causa
Efeito das origens e dos finais dos tempos.
Ai o amor...
Translúcido e transparente,
Permanece, para todo o sempre, sendo
Oferecido de coração a coração e em pensamento!
(2024)
SÓ UM CONTO QUASE DE AMOR
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Durante anos e anos, em todos os reencontros ocasionados sempre por ele, depois de longos afastamentos, ela dizia que o amava. Com todas as forças do seu ser. Toda sua verdade. Parecia mesmo que ela o amava, pela comoção demonstrada; os abraços desmedidos; a multiplicação das mãos; os beijos que não escolhiam quais partes do corpo.
Eles eram amigos íntimos; muito íntimos. Deitavam juntos inteiramente nus; se acariciavam sem fazer sexo; frequentavam campos, recantos e cachoeiras desertas, onde mais pareciam no jardim do Éden. Trocavam juras de amizade perpétua, sempre assim: sem permitirem que um romance pusesse tudo a perder. Que as nominatas e os arremates físicos os tornassem proibidos, porque ambos já tinham em separado, perante a sociedade, nominatas formais incompatíveis com quaisquer outras.
Um dia, ela não reconheceu sua voz numa ligação telefônica. E quando ele se anunciou, disse que lá não havia ninguém com aquele nome; portanto, era engano. Certo de que o engano era seu, e de muitos anos, o velho amigo desligou o aparelho e seguiu sem fazer queixumes.
Bem vivido, com uma larga experiência de mundo e formado em seres humanos pela escola do tempo, aquele homem sobreviveu ao baque. Não a culpou e compreendeu que a grande amiga se rendera finalmente às nominatas, mesmo sem os arremates. Fora convertida pela sociedade sempre correta, imaculada, religiosa e defensora de nomes.
Ele deve estar tão confuso...
tão repleto de alegria por ter reencontrado quem a despedida o dilacerou um dia, mas ao mesmo tempo tão desolado por deixar tantos amados assim, igualmente, dilacerados.
Ao fazer a travessia trocamos uma dor por outra. Essa saudade e a impressão de ter deixado tanto por dizer e por fazer, é algo que perturba em ambos os mundos.
...Todavia da dor da despedida de um boa noite, tem, também, o reencontro com o bom dia... Na noite que era açoite, o dia se vê em outra via...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Amor contra o tempo
Difícil é esperar quem você ama por algum tempo, sonhar com o reencontro, fazer planos e se deparar com um cronômetro lembrando que seu tempo está acabando, que precisa concluir o que você espiritualmente nem começou e ver que mais que tenha se esforçado, você não conseguiu a conexão com seu amor. Ohh tempo, porque judiar tanto de quem se ama e tem pouca chance de se ver. Somente o amor é capaz de superar isso e esfriar o coração até uma nova oportunidade.
O encontro sagrado do masculino e o feminino...
Foram tantos reencontros com começos alguns sem meios e muitos fins.
Chegou a hora magica para florescer e permanecer a eterna primavera na estação da alma.
Com calma e serenidade uniremos nossas metades para novamente formarmos um inteiro.
Reencontrei-te, minha metade eterna, No abraço do tempo e do destino, Com corações que batem em rima terna, Unidos pelo amor divino.
Na dança dos astros e das estrelas, O universo conspirou por nós dois, Trazendo à luz as promessas belas, De um amor que em nós se compôs.
O beijo selou o encontro sagrado, Duas almas que se reconhecem, Num matrimônio celestial, abençoado, Onde os corações, em uníssono, se aquecem.
Agora somos um só, um inteiro, Completamos o quebra-cabeça da vida, Com mentes e almas num só roteiro, Vivendo as promessas divinas prometidas.