Poemas de Nelson Rodrigues
Se a literatura não der certo, eu viro dizimista da Igreja Universal. Dou até testemunho na Rede Record.
Enquanto o homem não amar o outro para sempre, continuaremos pré-históricos.
Cada um de nós está sempre a um milímetro da depressão, a um milímetro da euforia.
Que fazer se, por toda a parte, recebemos uma saraivada de idiotas? Não há opção à vista. Cada um tem de se tornar idiota para sobreviver.
Pior que o traidor, pior que o venal, pior que o inimigo – é o revolucionário burro.
Não há pior degradação do que viver pelo hábito de viver, pelo vício de viver, pelo desespero de viver.
Os idiotas perderam a modéstia, a humildade de vários milênios. Eles estão por toda parte. São os que mais berram.
O sujeito que não for pelo menos um dia Flamengo, não viveu. O Flamengo é uma força da natureza. Quando o Flamengo espirra, é o futebol brasileiro que fica resfriado.
O que nós chamamos de realeza é, acima de tudo, um estado de alma. E Pelé leva sobre os demais jogadores uma vantagem considerável: a de se sentir rei, da cabeça aos pés. Quando ele apanha a bola e dribla um adversário, é como quem enxota, quem escorraça um plebeu ignaro e piolhento.
Nota: Trecho da crônica A realeza de Pelé, publicada na revista “Manchete Esportiva”, em 8 março de 1958.
...MaisDe fato, assim como Miguel Ângelo é o Pelé da pintura, da escultura, Pelé é o Miguel Ângelo da bola.
O teatro, não tenha dúvida, exerce um estranho poder de cretinização, mesmo sobre as melhores inteligências.
Sou um obsoleto, um carcomido, porque coloco a questão da liberdade antes do problema do pão.
Eu me interesso por novela justamente porque ela atinge aquela zona de puerilidade que é eterna no ser humano.
Minha inspiração é a soma de todas as vidas que tive, através de todas as eras, todas as idades.
No 25 de abril, lembramo-nos que a liberdade é como um cravo que precisa ser regado diariamente para florescer, pois sua garantia não é um destino, mas sim uma jornada perpétua de renovação e crescimento.
A cultura é o vento que alarga as velas da mente, para que ela não se encoste às margens de uma vida pequena.
"A verdadeira grandeza não se mede pelo que se ostenta, mas pela simplicidade de quem serve sem se elevar."
"A verdadeira riqueza está no simples ato de viver o agora, sem pressa de chegar, mas com a coragem de simplesmente ser."
O que conta de verdade é o que permanece quando os rótulos se desfazem — e eu permaneço, igual, inalterado. Não preciso de nada além do que sou.