Poemas de Luto

Cerca de 59644 poemas de Luto

⁠Minha audição é falha,
Levo a bengala na mão,
Já vivi oitenta anos,
Já perdi tanto irmão,
Vivo fazendo lambança,
Ajo como uma criança,
Dos filhos levo sermão.

Inserida por RomuloBourbon

⁠A bailarina que pula tão pura
Observa com doçura
No poeta, sua candura
Ao escrever sua literatura.

Inserida por PaduaDias

⁠"Estou dançando no ritmo da canção
Escutando as batidas do meu coração
Então, ouço barulho dos relógios avisando
De repente, sinto as horas acabando
E só quero que o tempo não passe.

Sinto que não dancei toda canção
Não escutei tudo que diz, meu coração
Mas, estou vendo os ponteiros avançando
Vou sentindo os minutos passando
E só desejo, que hoje, o tempo não passe. "

Inserida por mpensamentoempoesia

⁠Falha -

Tentei,
o dia inteiro,
encontrá-la, mas falhei.

Revisitei importantes lembranças
— gestos, fotos, vídeos —
e,ainda assim,continuei vazio.

Abracei-o.
Beijei-o, e nada.

Mesmo diante da pessoa mais importante do mundo,
no dia mais importante do
ano,
eu não encontrei as palavras,
os encontros — a Poesia.
E falhei.

Mesmo com todos os motivos
e sentimentos;
mesmo com todo o orgulho e admiração, eu falhei na busca.

Tudo que consegui escrever
resume-se a isto:
Este lamento, esta culpa, esta falha.

Este vazio.

Todas as crianças são especiais.
Absolutamente todas.
Mas nós, adultos, falhamos.
Falhamos muito.
E, grosseiramente, estragamo-las.

Inserida por SilvioFagno

"Uso obrigatório de máscara" dizem as placas
Mas já usamos máscaras há muito tempo!
A máscara física fez cair muitas máscaras sociais
O mais irônico é pensar o quanto é difícil usar a máscara de pano e o quanto é fácil usar máscaras sociais
A máscara obrigatória hoje derrubou muitas máscaras opcionais
Se tornou insustentável suportá-las
Ela nos obriga a olhar nos olhos do outro, pois é só isso que podemos ver no rosto do outro.
Se são os olhos "as janelas da alma"
A máscara física nos obriga a espiar as janelas alheias
Olhar para a alma do outro, a uma certa distância, é claro!
Talvez, não seja tão ruim assim poder olhar para o que não enxergávamos: a alma do próximo
A máscara física tornou os mais belos rostos irreconhecíveis
E invisibilidade urbana deixou de ser "privilégio" de mendigos ou prestadores de serviços essenciais que nunca foram valorizados
Escondeu os sorrisos e deixou à vista as lágrimas que escorrem das janelas da alma
A máscara não é de ferro, mas precisamos ser de ferro para suportar a máscara de pano
Sonhamos com o dia em que seremos "desmascarados"
Libertos das máscaras de pano
E será escolha individual libertar-se das máscaras sociais

Inserida por cristianecristine

O Normal da Coisa -

⁠Eles não me deixarão
em paz.
E eu não vou conseguir
deixá-los também.
(Mas, certamente, eles ficarão
melhor que eu).

Agora é isto:
o normal da coisa.

E a coisa toda está fundamentada
na futilidade, superficialidade e mediocridade da grande maioria deles.

Eu precisaria ficar rico,
talvez,
para que algo diferente
aconteça.

Então,
precisarei somente de alguns
deles, e esses eu os
suportaria.
Eu posso suportar alguns
deles, certamente.
Eu não suporto muitos
ao mesmo tempo:

Uma vizinhança, uma cidade,
um país...
Uma geração e a próxima
sob os efeitos desta.

Inserida por SilvioFagno

Queime, queime, rosa bendita
Não és mais bem-vinda em meu jardim
Não deixe sementes, nem raiz
E acabe com esse sentimento dentro de mim

Quando recebi vossas sementes,
As recebi de bom grado,
Mas agora que já nascestes,
Me arrependo desse trato

Sua cor é linda e vibrante como sangue.
Sangue meu que eu plantei,
Vi crescer pétalas lindas e gigantes,
Do amor intenso que plantei

Mesmo deslumbrado com tua beleza,
Não ignorei os espinhos afiados,
Mas mesmo cortando e podando-a,
Eles se espalharam por todo lado

Então queime, queime, rosa maldita
E depois suma por favor.
Meu jardim precisa de descanso,
Dessa droga de amor

Inserida por Sammyster14

Encandecente



Segue a Vida, protegendo.
O corpo que protege o cérebro.
Que desenvolve, o ser pensante,
Nas convecções com a Vida.
Não conduzimos.
E a gravidade. Puxa para religação.
E, o ser individual, tenta entender.
Entender, estendo a consciência. Do-que?
Estado de ser Presente.
Esquecimento. Lembrança. Mudança.
Formando novas conexões. Continuum,
O Sol nunca para.
Idas e retorno, a mesma massa, circula.
Pensante. Sentida, pelas águas da Vida.
Na procura do atman.
Para se refletir em espelho.
Mas com um conteúdo de consciência possível.
Sensibilizada pelas cordas do Instrumento;
Que transporta a Vida, de um ponto, para outro.
Para a proteção da Vida.
De tamanha grandeza, inexiste forma.
Sendo o vazio. Que impulsiona a busca.
Mais quente. Mais leve. mais forte.
De maneira que.
A água da vida circula, formando o espirito.
Até a próxima etapa da Vida.
Sendo o tempo.
Apenas a medição de um ponto ao outro.
E o Sol. Sempre estará lá.

Marcos FereS

Inserida por marcosviniciusfereS

QUENTE CAFÉ.
Por favor me sirva um café quente. Quente a ponto de queimar os dedos ao contato agressivo com a xicara. Para que eu precise asoprar com carinho, por um período de tempo, até poder saborear sem perder o calor. E ao beber que possa aquecer meu estômago, minha alma. Que o cheiro liberado pela fumaça me faça sentir a nostalgia dos inúmeros cafés tomados antes de ir para a escola. Que o embaraço causado no meu óculos me impesa de ver essas dores do presente, Mas que ao sair, esse café me de forçar para continuar.
Me sirva um café como o amor!
Que É quente. Mas que assusta aqueles apressadoes que nao sabem se queimar. Que não tem a paciência para "asoprar" (suspirar e sussurrar palavras de carinho) para então alcançar o calor desejável a sua alma. Que não sabem tocar a xícara (corpo) e sentir sua temperatura. E não saboreiam o beijo molhado e quente. Tão pouco sabem enxergar no embassado causado na vista por esse sentimento nostálgico.
Me sirva, vida, um café verdadeiramente quente!

Inserida por Louko

Venha ver a pessoa sem rumo,
Venham ver a pessoa sem direção,
Pra onde ela vai essa é a questão.
Quando tentou se achar,
Mas mesmo assim não conseguiu se encontrar.
Deixou tudo aquilo que quis fazer,
E hoje nem sabe o que quer ser.
Julgou ser tão capaz,
Mas não sabia que ficava tão pra trás.

Inserida por DeadfelizorDeadtrist

Dizia ser livre e apaixonado,
Mas quando notou estava abandonado.
Ele estava só,
Nem notou que ele mesmo se fez o nó.
Criou um caminho tão sozinho,
Apenas abandonou tudo no caminho.
Fez de si a própria morte,
Ele construiu a própria má sorte.

Inserida por DeadfelizorDeadtrist

Bendita Vírgula Maldita -

Não leia Bukowski! Não, leia Bukowski! Não leia Bukowski! Não, leia Bukowski! Não leia Bukowski! Não, leia Bukowski! Não leia Bukowski! Não, leia Bukowski! Não leia Bukowski! Não, leia Bukowski! Não leia Bukowski! Não, leia Bukowski! Não leia Bukowski! Não, leia Bukowski!

Inserida por SilvioFagno

"Lembra da plantinha?"

Certo dia descobri
que do barro fui criado,
algo meio nada a ver,
nunca antes a mim falado.

Como pode um ser vivo
do barro ter nascido,
como conviver com isso?
Quero ser informado!

Com o passar do tempo
descobri algo estranho,
o meu barro foi molhado,
alguém estava me regando.

Nisto nasceu uma plantinha,
dela estava gostando.
mas algo me incomodava,
Será se eu a estava amando?!

Fiquei um pouco confuso,
resolvi a ela perguntar.
Queria entender aquilo,
se tinha que ver com amar.

A plantinha me respondeu,
disse para eu me atentar.
Não para a ela, que crescia,
mas para quem estava a regar.

Segui o conselho da planta,
que não parava de crescer.
O que não era algo ruim,
afinal, com ela fazia sentido viver.

Conversei com aquela moça,
Numa tarde a beira rio,
ela disse que sentia a mesma coisa
que deixou meu coração a mil.

Questionei a quem regava
sobre o que estava acontecendo.
"Dona moça me explica!
não sei o que estou vivendo."

A moça me olhou,
seu sorriso me encantou,
cada olho que brilhou
me fez entender,
que a planta era uma flor,
que o seu nome era amor,
que a moça a fazia crescer.

Perguntei àquela moça
até quando iria me regar,
ela disse: "forevermente!"
aquilo era surpreendente,
encontrei a pessoa que iria amar!
Ficar comigo a todo instante,
ser meu tudo impressionante,
se tornar meu perfeito-par!

Para ti escrevo estas palavras,
minha Abia querida,
a que regou a minha vida,
ensinou-me a ti amar.

Inserida por WerbesonVLA

Apenas quero ouvir o som da dor do mundo,
Daquele que respirou profundo,
Ou daquele que chegou ao fundo.
De viver sorrindo,
Mesmo que na vida tudo está se distruindo.
Falou apenas para a escuridão,
Que existe um vazio em seu coração.
Quando aqueles que mais importavam lhe deixaram na mão,
Medindo tudo que sobrou, adivinhe encontraram a depressão.
Pegou a dor e a decepção,
E pulou pra ver se podia deixar sua solidão,
Criou asas apenas para ter sua própria punição.

Inserida por DeadfelizorDeadtrist

Impossível ñ amar,
Mas apenas eu quero odiar,
Sentimentos que ñ quero corresponder,
E nunca quis me submeter,
Ferir aqueles que estão felizes,
Apenas deixaria cicatrizes.
Quem ao longe me deixou viver,
E agora é o mesmo que não posso esquecer.

Inserida por DeadfelizorDeadtrist

Ano (Novo?) -

Sei que quando o barulho dos fogos começar lá fora, algumas lembranças me levarão às lágrimas.
A gente passa o ano inteiro com restos de choro presos na garganta, no limite, por transbordar.
É, inegavelmente, somos partes deste ciclo que se encerra para um novo (mais repetitivo do que se imagina).
E, sendo partes, estamos sujeitos a, qualquer momento, parar no Tempo a cada jornada.
E para um homem como eu - cheio de traumas e receios e dúvidas, sem crenças religiosas, tentando fugir da superficialidade da massa, sem esperança na humanidade - não saber quem ou o quê me trouxe ou me permitiu chegar até este momento é, um tanto quanto, angustiante e, ao mesmo tempo, há um estranho alívio.
Eu também agradeço, mas eu não sei direito a quem ou a o quê.
Se você não tem essa dúvida, eu tenho dúvida sobre você; sobre mim; sobre ter certezas.
É tudo do Tempo e amanhã será mais um primeiro dia de mais um ano (novo?) a menos.
(Eu acho).

Inserida por SilvioFagno

Somos Começo, Meio e Fim -

Estamos aqui porque somos partes disso tudo. Somos começo, meio e fim.
Não podemos fugir dos fatos, do acaso, das escolhas e consequências. Somos partes fundamentais, mas não somos donos absolutos.
Atribuimos os resultados às nossas escolhas, mas não estamos protegidos do acaso desconhecido das forças que regem o Universo. Bem ou mal, elas se materializam, muitas vezes, no inesperado, no surpreendente, no inexplicável (às vezes lúdico, às vezes trágico).
Somos começo, meio e fim.
O sol nasce, aquece, ilumina e se põe; a flor nasce, perfuma, encanta e se vai. Mas a vida também é dos que sonham (infinitos sonhos). É do professor e do aprendiz; a vida é das crianças, dos jovens, dos palhaços, das senhoras e senhores.
A vida é do indispensável - do amor, da amizade, da poesia.
A vida e tudo aquilo que é parte dela, é imprescindível a ela.
No sopro que é, se totaliza; mesmo breve, se faz completa. E só porque há começo, meio e fim.
Um começo, um meio e um fim são inerentes à vida. Porque um começo, um meio e um fim é a síntese da síntese (ainda que fria), da vida.
A grandeza da vida é proporcional aos seus prezeres e mistérios.
Nascer é uma dádiva; viver, estar vivo é o sentido fundamental de nascer; e morrer é o completar natural de um ciclo, a ordem máxima da vida.
O que nos resta se não aceitar e adaptar-se a tudo isto, adiando ao máximo o tempo de morrer sozinho?
Não nos conformar é preciso, pois é questão de desejo e vontade de usufruir esse privilégio de estar vivo.
Afinal, somos do ontem, do hoje e do amanhã, mas pertencemos (na carne), somente ao agora - de fato, um presente.
Porque somos do Tempo, pertencentes a ele desde o começo, meio e fim.

(Sorte e boas escolhas!).

Inserida por SilvioFagno

De Pai Pra Filho -

Um dia, quando eu já não estiver mais aqui para ouvi-lo, talvez meu filho dirá: "meu pai sempre dizia: John, cuidado com as quinas!
Eu nunca entendi muito bem o que meu pai queria dizer sobre quinas.
Sei que ele falava das quinas de camas e mesas e cadeiras, mas também era sobre esquinas e ruas desconhecidas; era sobre medo e dor e solidão; sobre a sorte e estrelas cadentes.
Acho que meu pai falava mesmo era sobre o amor: ele sabia que se eu machucasse meu dedo numa 'quina' qualquer do mundo ele também choraria."

Inserida por SilvioFagno

Aquela Moça -

Meu Deus! Meu Deus! Meu Deus!
Como eu poderia ter amado aquela moça, eternamente.
Sim, a amaria eternamente.
Não essa que se fez fútil e vulgar e descartável.
Mas aquela que só existiu no meu mais nobre sentimento, covardemente destruído.

Inserida por SilvioFagno

Composição dum Nada

Ao som da orquestralma, que solenelucida
nossa antiga caosciladora descida,
subimos agora escada avulsa e comprida.

Tal como composição por aglutinação,
tornamo-nos um. Para isso, perdi-me
em ti, que te perdeste em mim. Por tanto,
perdemo-nos em nada. Por quê?

Somos um, somos nada.

Ser que me envolve e tem, ancião
tu és de mim. Já que sou tu,
me chame pelo teu nome;
já que és eu, fogo cru,
chamarei-te pelo meu.

Porque te necessito assim como ar.
Porque te almejo assim como andar.
Porém estou sufocada por esse nada
e paralisada por aglutinação indesejada.

Inserida por sinestesiam