Poemas de Luto

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⁠⁠De dia, o mundo barulha demais,
tirando nossa paz.
À noite, pirilampos alucinados
rompem a escuridão,
piscando que nem discoteca,
na pista do meu coração.

Inserida por pedroantoniooliveira

⁠"Folhas secas destorcem meu caminho
Antes eu era o sol
Hoje sou apenas a brisa leve
De uma tarde de inverno.
Meus passos ainda cansados
Procuram repouso
Mas só vejo folhas
Encobrindo o rastro que um dia
Criastes para mim...
A natureza desta vez foi mais forte
E me perdi de você..."

Inserida por DaniRaphael

⁠Vandalismo derrubou
A estátua de Ariano.
Como pode existir
Um ato tão feio e insano?
Mas a obra é imortal,
Legado imaterial,
Desse ás paraibano.

Movimento armorial,
Auto da Compadecida,
Numerosas são as obras,
Nunca serão esquecidas.
Não se apaga a memória
De quem tem nome na história
E passou da morte à vida.

Inserida por RomuloBourbon

⁠Não Quero Explicar: Talvez Não Saiba -

Primeiro,
a sensação de acolhimento,
de não estar mais,
aparentemente,
sozinho.

Depois uma dependência
e uma vontade a mais,
de mais e mais vontade.

E esquenta e esfria
e, às vezes,
transborda para quase secar.
Renasce (se é que é possível),
depois de quase morrer.
E morre,
inexplicavelmente, respirando.

Não, não é o amor:
é isto.

Nem sei bem como somos
por dentro, lá no fundo.
Mas espero que compreendas
todas as lágrimas e bebidas
e motivos desta semana;
deste mês;
deste ano...

Vá,
desta vida.

Inserida por SilvioFagno

⁠Despedaçado

Um lápis,
Um caderno
E uma paixão

o jovem apaixonado
inspirado por um coração quebrado
reestruturando-se em suas escritas
de um amor sem visitas

Amadurecendo sua paixão
De amores antepassados
e cicatrizes amordaçadas
acostumando-se com a doce ilusão

desacreditado de um amor futuro
assustado, enfurecido
estava o ser atordoado

no fundo de sua alma
as ultimas forças de seu coração gritavam
ERGA-SE PERANTE OS ASSASSINOS DA FELICIDADE
AME, SEJA AMADO, SEU DESGRAÇADO

Inserida por MatheusClemente

⁠A cortina que se abre

A nebulosidade é uma cortina,
como o acordar de um novo dia,
a desobstruir seus mistérios⁠,
sendo esses de complexidade,
sendo esses de beleza,
suas emocionantes paisagens,
e seus vulcões de avareza,
é a cortina que se abre,
para os aventurantes do aqui e acolá,
carregando suas malas de futura experiência,
colecionando suas malas de momentos de passado,
o presente é a cortina de névoa,
que se abre e revela,
com seus mistérios e surpresas,
e a bagagem,
são experiências de vivências,
quando a gente abre a cortina,
a luz aflora,
quando a gente abre o coração,
o amor aflora,
quando a gente abre a mente,
a natureza aflora,
tudo no seu tempo,
cada um no seu momento.

Inserida por netomontana

⁠⁠Em Casa -

⁠Largo mão da rua e
ponho o pé na
escada.
Subo-a, não penso,
chego ao portão, fico ao portão.
Giro o trinco, abro o portão,
entro e fecho-o.

Dou cinco passos à esquerda
e chego à porta.
À direita, há entretenimento:
não paro — sigo em frente.

Mais nove passos e paro.
Olho rapidamente à direita,
há descanso:
não deito — continuo
adiante.

Mais dez passos e fico
diante de mais uma
porta — onde tenho passado
a maior parte do tempo.
(Dormir, pensar, escrever...).

À direita há água, há remédios,
há alimentos: não bebo,
não tomo, não como.

À frente,
depois da última porta,
a última janela
e o fim.

Atravesso a porta e fico
próximo à janela.
Dou mais dois passos e
chego à janela. Fico à janela.
Fecho os olhos e me sinto,
de fato, em casa.
Há conforto, há segurança — abrigo.

Agora
abro os olhos,
abro a janela e vejo à minha
frente (decorando a janela),
a lua.

E assim, de repente,
como se amasse,
eu me lembro que existe um
mundo inteiro distante,
bem distante, muito
distante lá fora.
E choro.

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠Sambando na chuva da noite (versão 3)

Quero estar com você,
enquanto os trovões iluminam o céu,
numa noite de espetáculo de pirotecnia natural,
parecemos dois patos perdidos,
ornamentados pulando entre as poças,
vamos nos jogar na chuva,
molhar nossas cabeças,
esquecer nossas diferenças,
nossas manias,
nossas competições do dia-a-dia,
quero estar com você,
juntando nossas penas cheias de cores e ideais,
nossos dissabores do cotidiano,
nossas desavenças aqui morrem afogadas,
vamos nos jogar na chuva,
e molhar nossa consciência,
batizar nossas idéias,
esquecer nossas bobeiras,
e acender a magia do carnaval,
somos apenas dois palhaços notívagos de luar,
desligados dos barulhos do mundo,
vivendo nosso inquietante samba de romance,
até o sol raiar.⁠

Inserida por netomontana

⁠Gentileza

Gentileza é como um ser dependente
Que para sobreviver
Depende da atitude da gente.

Gentiliza não tem regra
E nem exceção
Faz bem pra alma
Enobrece o coração.

Nesse mundo tão corrido
De indiferenças e competição
Parasse que ser gentil
Só ficou na intenção.

O mudo seria outro
Com amor e delicadeza
Se o homem não espalhasse o ódio
Mas sim gentileza.

Nessa vida nada de estresse
O bem que você faz
Quem recebe compartilha
E jamais se esquece.

Nesses versos tão sutil
Expressem o que meu coração sente
Que pra ser gentil
Gentiliza é a semente.

Inserida por oziasbarbosa

⁠O segredo é viver
Não temos nada nesse mundo
A vida é um trem bala
Um estralar de dedo
A vida é viver
Não tem outro segredo!

Inserida por oziasbarbosa

⁠Porto Aéreo

Estava tudo organizado
Estava tudo preparado
Estava tudo sob controle
Não teria porquê se preocupar
Basta seguir o protocolo & nada irá falhar

Deve ser rotulado
Deve ser carimbado
Deve seguir o padrão
É bem simples se parar & olhar
Siga a rota certa se quiser voar

Mas algo deu errado
Não seguiu como o planejado
E não sabiam o que fazer
Não sabiam lidar com aquilo
Nunca tinha acontecido isso

Não estavam tão organizados
Nem tão preparados
E os outros não estão nem aí
Pois não seguiu o esquema
Não seguiu o sistema

Houveram ameaças
Houveram lamentos
Houve um caos geral
Correndo contra o tempo
Para não prejudicar outro membro

Não ter solução parecia
Parecia não ter saída
Iriam se perder
Perder a bagagem
Perder a viagem

Mas algo os salvou
Os apaziguou
E encontraram outra rota
Milagrosamente
Um meio diferente

Sorte a deles
Que havia outro protocolo
Planejado para a falta de planejamento
E retomaram com muito contentamento
Guiados por um guia só
Um solo que os levou ao solo
O destino os levou ao destino
Ao objetivo, ao motivo por voar

Inserida por kaixtr

⁠O Arcadista

Todas as noites eu desejo
Poder sair da cama
E depois de um bocejo
Passear sem pisar na lama

Dar uma volta na madrugada
Na calada da noite
Na cidade sossegada
Andando como quem fosse
Alguém tranquilo com a vida
Com a cabeça resolvida

...e admirar as estrelas
...apreciar a beleza
...da doce natureza

Seja de bicicleta
Seja a pé
Andando na floresta
Fazendo o que quer

Ao som de Pink Floyd
Lendo na praça
O pensador Freud
Gozando da graça
Da liberdade, independência
Do Carpe Diem, da essência

...da simplicidade
...da humildade

Melhor ainda seria
Com uma companhia
Chamar pela janela
Com muita cautela
E fugir, zoar por aí

Grafitar, pular, conversar
Aproveitar o tempo
Cruzar os sítios nas estradas
Entrar no mato, subir nas pedras
Sentar na grama, sentir o vento

Pensando & olhando pro céu
Seria uma boa lua de mel

Inserida por kaixtr

⁠Era uma vez um Dramático...

Para o dramático, tudo tem seu tempo
Se rendem á emoção
Aproveitam ao extremo o momento
Pensam que não conseguem mudar de direção

Se é para se alegrar, se alegram
Se é para chorar, choram
Se é para se estressar, se estressam
Se é para falar, falam
Se é para se assustar, se assustam
Se é para amar, amam
Se é para se entediar, se entediam
Se é para gritar, gritam
Se é para ter medo, tem medo
Se é para ser estranho, é estranho
Se ele quer, põe o dedo
Mesmo que tarde ou cedo

Muitas das vezes são empáticos
Emotivos, sensíveis & simpáticos
Tenho orgulho de ser dramático

Inserida por kaixtr

⁠Confessionário da Mente

Terminado seu livro
Terminado um peso
O poeta decide descansar e sonhar
Mas a turbulência de seus pensamentos
Não o deixam fazê-lo
E então começa a pensar

Pensar em como tudo poderia ser melhor
Pensar em como o dia poderia ser melhor
E visualiza mais seus erros do que acertos
E decide cuspir para fora seus anseios e o que tem de pior
E decide levantar

E ele pega seu caderno azul
Junto de sua caneta azul
E vai á outro cômodo da casa
Escrever o que pensa
E ligando a luz da cozinha
Se encontra na cegueira da claridade
Então senta e solta a criatividade

Queria não ter me atrasado
Queria ter me esforçado
Queria não ter desperdiçado
Tempo & Dinheiro
Quão arruaceiro
Que desgraçado

Queria aprender mais
Queria procrastinar menos
Queria não ter
Meus meios tomados
Meio quebrados
Fazer o quê

Queria ser alguém útil
Queria ensinar
Queria não falar
O fútil, asneiras
Que besteiras

Queria amar & ser amado
Queria não ser chato
Queria não ser tão exagerado
Tão louco, estranho
Queria ter rimado

Queria tanta coisa na vida e no dia
Que nem sei se vale a pena
Ser normal e viver pra mim
Ou maluco beleza para o que faço

E talvez ser notado
Por ser diferente
Diferente de gente
Diferente de muito mais gente

Me sinto só
Me sinto um
E esqueço que vim do pó
Das estrelas além do meu mundo
Que dó

Esqueço que não sou o único
Esqueço que eu deveria agir
Ao invés de lamentar, e ajudar
Me dominar

E talvez eu tenha agido
Por desabafar, poetizar
Se é que sou profeta
Poesia é arte, não diário para desabafar

Mas uma dúvida ainda tenho
Impregnada na mente
Será esse poema arte
Ou baboseira adolescente?

Inserida por kaixtr

⁠Cinema da Cabeça

Olá cinema da cabeça
Reservou um banco pra mim?
Qual vai ser o filme
Que nós vamos assistir?
Eu não tenho pipoca
Nem ingresso ou convidado
Mas vamos ver no que que rola
Nesse filme avaliado

Ei maquinista
Escolhe um filme legal
Já me cansei das sessões
Sobre quando me dei mal
Sobre vergonhas e decepções
Sobre erros e culhões

Ei maquinista
Põe outra fita dessa vez
Ou um CD, tanto faz
Só atenda o freguês
Não dormir já é normal
Mas chorar é a primeira vez

Se eu estiver fazendo algo
Que não seja do meu agrado
Se eu estiver errando
Por favor, que não esteja filmando
Não dá pra viver assim
Cercado de acusações
Toda hora lhe apontam o dedo
Com olhares de reprovações
Esperando reavaliações

Ei cineasta
Não filme, nem fotografe, nem dirige
O próximo curta metragem
Da minha longa vida
Não quero ser lembrado
Por algo que me persiga
Não quero ser lembrado
Como um antagonista
Faça uma montagem, corte as piores partes
Pra que o público aplauda os meus atos covardes
Mascarados de sétima arte

Inserida por kaixtr

⁠Horas Oras

Duas da manhã
Tentar dormir
Não conseguir
Ligar o celular
Olhar outra vez
Rolar as notícias
Trocar de joguinho
Ver mais outro vídeo
Já passaram meia hora

Três da manhã
Já passou muito rápido
Não consegue dormir
Precisa estar acordado
Não consigo mentir
Quero logo dormir
Mas não consigo sair
Estou viciado
Já são três e trinta
Tempo voa bem sumida

Quatro da manhã
Ainda estou aqui
Preciso dormir
Tenho que acordar cedo
Amanhã tenho aula
Vou perder meu recreio
Eu não vou ter mais tempo
O tempo passa rápido
Não aproveito o momento
Cadê o Carpe Diem
Se eu não aproveito

Cinco da manhã?
Não é possível
É intangível
No que eu me tornei
No que estou sucumbindo
O que fiz com minha vida
Não estou progredindo
Estacionei no tempo
Não penso direito

Seis da manhã
Nem deu tempo
De eu dormir
Alguém já acordou
É o carro saindo
Meu pai vai trabalhar
E ainda estou fingindo
Estar dormindo
Pera mas já?
Sete da manhã?
Já se passou outro dia
Mas que bela porcaria

Inserida por kaixtr

⁠Isolamento

Faz tempo que não a vejo
Preso neste quarto
Não tenho nem contato
Nem telefone mesmo
Completamente segregado

Eu fui olhar a galeria
E vi uma foto sua e minha
Me abraçando o pescoço
E beijado meu rosto
Na rua do meu portão
Onde meninos jogavam
Bola e pião

Vi as conversas antigas
Do número que foi cancelado
Das vezes que te fiz companhia
Queria estar do seu lado
Numa ida á um parque noturno
Comendo pipoca e churros

Será que ainda pensa em mim?
Já fazem 4x30 dias
Em quarentena nessa casa
Com saudades malditas
Quando isso não nos separava

Desculpa não aparecer
No seu aniversário
Queria te dar um presente
Ou ao menos um comentário
Da festa ou da roupa
Que escolheu do seu armário
É uma pena
Que tristeza

Quem me dera você
Fosse vizinha minha
Morasse logo na esquina
Nos olhando na janela
Quem me dera eu soubesse
Seu número novo
Ou seu instagram
Pra nos falarmos de novo
Ou até um telegram
Só pra te ouvir de novo

Talvez você pense
Que te esqueci completamente
Talvez já superou
Essa idéia da sua mente
Mas não se engane
Penso em você a toda hora
Quando vou dormir
E quando o dia acorda

Quando isso acabar
Quando a escola voltar
E sair de novo de casa
Ás seis da manhã
Será que o ônibus vai passar?
Sera que você vai passar?
Sera que vamos nos olhar?

Isso já aconteceu outras vezes antes
Na primeira foram seis
Na outra foram três
Essa não vai ser nada
Eu espero o quanto puder
Pra nos vermos cara a cara

Inserida por kaixtr

⁠Nunca se diminua para caber,
Se transborde de não se conter,
É aí que está o seu poder,
Antes de outra pessoa ame a você.

Inserida por Poetteus

⁠⁠O eremita

Era uma homem com visões pequenas
Num mundo gigante de possibilidades
Era um homem como um grão de areia
Na imensidão do deserto desconhecido
Era uma homem que não achava graça
Nas pequenas formigas
Caminhantes com folhas pesadas
Quando por fim decidiu sair da casa
Em volta da imponente ilha de Manhattan
Pra cruzar a América até o Panamá
Uma vida de eremita foi desbravar
Do frio do Norte aos dias quentes do sul
A floresta Amazônica o fez notar
Que as paredes do mundo são coloridas
E os céus são infinitos
Era um homem que cruzou
O Atlântico até a África
Descobriu um declive no chão
Cheio de canais
Que transportavam fios
Como veias que bombeavam
Sangue na água
Desembocou num gigante coração dourado Foi por terra acompanhar as pegadas
O pedaço do coração havia migrado
Tornando-se castelos, filosofia e arte
Era um homem eremita
Que cruza o Atlântico
De volta para a América do Norte
Ao observar as formigas
Não estavam mais pequenas
Ao observas as quatro paredes
Não eram mais fechadas e duras

Inserida por netomontana

⁠⁠⁠Os sabores da natureza

Se o caos trouxer sabedoria para amar
Posso me jogar no campo de café
Abençoado com as chuvas das lágrimas dos anjos
Orquestrado com o ruído dos bichos
O sol arde imenso como um coração suspenso
A decretar os dias de cor de leite
E as noites da cor do café
Feitos um para o outro
Como bons sonhos viciantes de cafeína
A regenerar da exaustão do cansaço
Se o caos trouxer sabedoria para amar
Posso me jogar nos jardins do amanhã
A natureza é sábia no final
Meus rancores podem soar egoístas
Meus desafios podem me tornar otimista
A me tirar do centro do umbigo
A tremer o chão e reciclar o céu
Vem uma safra após a outra
Vem um sonho após o outro
Vem um dia após o outro
Se a vida trouxer sabedoria pra apreciar
Vou me ajoelhar e ovacionar
Suas cores, seu caos
Sua beleza, sua grandeza
Sentir seus aromas
Agradecer a paisagem
E gozar do seu tempo
Os sabores da natureza⁠

Inserida por netomontana