Poemas de Luto
Araguari
(Parodiando "Cante lá que eu canto cá" de Patativa do Assaré)
Ô Araguari, arguem já te poetô
Eu sempre tenho poetado
E ainda poetando eu tô
Cadquê, chão amado
Ocê é trem bão dimais
E óio aqui os sêus mistério
Tão difícil, decifrá jamais
Tal arrilia é tão sério
Que o poeta proseia, proseia
E ainda fica o quê proseá...
“” Rugiu sombreado castiçal
Luminescência doida de ver
Multicores a pulsar o breu
Jazz onde navega blues
Perdidos entre coisas incertas
Verdades moderadas
Num eu capaz de submergir olfatos
Cadencias polares medianas
Poluidoras do ego camuflado
Ser gay na lei do silencio profano
Valei-me das glorias que não posso ver
Duas rodas no asfalto da ilusão
Solidão nos braços da saudade
Foi maldade foi sim
Mas até doer estava leso
Inerte na cachorra
Infundada do dia
Amanhecia
E eu podia te ver...””
Eu vendo doce pra essa vida azeda
pra que amargo seja só o suor do trampo,
Eu quis um sonho e criei a receita
pra saber o sabor de ter milhões no banco.
Metades
Corações e almas em fragmentos, corpos divididos, emoções que se repelem e se encontram. Uma parte da minha alma quer desesperadamente tua boca colada na minha, e a outra, quer distância dos teus carinhos que só vem pela metade. Parte do meu ser quer tirar tua roupa, lamber teu corpo inteiro e venerar tua nudez, a outra, quer esquecer toda a dor que esse mesmo corpo me causa.
Parte de mim sente infinita tristeza por não saberes amar e por não quereres viver a vida como ela deveria ser vivida, com força e intensidade, a outra, é feliz e completa apenas por saber que tu existe, e que teu rosto é um farol nas névoas mais densas da minha alma. Parte de mim quer dormir contigo todas as noites, a outra, quer fugir da tua presença. Metade de mim quer te fazer gemer de prazer, a outra, te fazer gritar por socorro. Como o dia e a noite, como o amanhecer e o entardecer, a sombra e a luz. Metades que se buscam e se repelem, metades que se completam e se desintegram. Lados de um mesmo problema, faces de uma mesma solução. Cara e coroa, homem e mulher. Amor e paixão. O tudo e o nada.
Porque eu te amo, mas também te odeio. Porque nunca quero pensar, mas nunca deixo de me lembrar. Porque és tudo, ainda que não sejas nada e porque mesmo estando aqui pela metade, tens o meu tudo.
Museu
Há pratos, mas falta apetite.
Há alianças, mas o amor recíproco se foi
há pelo menos trezentos anos.
Há um leque — onde os rubores?
Há espadas — onde a ira?
E o alaúde nem ressoa na hora sombria.
Por falta de eternidade
juntaram dez mil velharias.
Um bedel bolorento tira um doce cochilo,
o bigode pendido sobre a vitrine.
Metais, argila, pluma de pássaro
triunfam silenciosos no tempo.
Só dá risadinhas a presilha da jovem risonha do Egito.
A coroa sobreviveu à cabeça.
A mão perdeu para a luva.
A bota direita derrotou a perna.
Quanto a mim, vou vivendo, acreditem.
Minha competição com o vestido continua.
E que teimosia a dele!
E como ele adoraria sobreviver!
“” Afaste-se de pessoas que não te querem bem,
Que tentam te deixar pra baixo, te usam e nunca retribuem
Não seja alguém ruim, exercite seu lado bom sempre.
Ninguém, mas ninguém mesmo, merece suas lágrimas.
Distribua carinho, sorrisos e paz
E se isso causar mal a alguém a culpa não é sua
Muitas pessoas não conseguem conviver com a luz e o brilho dos outros.
Cada um escolhe o caminho que quer percorrer
E se alguém próximo a você escolher um caminho de pouca luz
Ofereça seu braço e apoio sempre.
Se a pessoa não quiser, deixe-a ir com sua insignificante trajetória
Afinal a cada um é dado o direito de seguir da forma que melhor lhe convier...””
.
Ela orquestra
Eu?
Ah, eu sou pequena flauta
Acompanho o violino de manso
Ela rege
Ela reage
Ela sente
Ela furacão
Eu imito-a e tento aprender
Um dia equiparada estarei a ela
Mas apenas quando eu crescer
O dia, dela precisa furtar
Luz, brilho, a beleza sobrenatural do amar
Para clarear
Eu vagalume
Pirilampo
Pequeno a voar
Ela rainha
Eu princesa
Eu intenção
Ela execução com destreza
Eu confusão
Ela ordeira
Eu eu
Ela minha mãe
Consciência Negra
Consciência de raça
Consciência de cor
Consciência de seu papel
Consciência de seu valor
Consciência libertária
Consciência que faz acontecer
Consciência Igualitária
Consciência para se viver
Consciência das diversidades e crenças
Consciência de que o mundo tem várias cores
Consciência de que é preciso mais respeito
Consciência de alguns valores
Consciência de que não há diferença
Consciência de que somos todos iguais
Consciência de que preconceito é doença
Consciência de que o amor vale mais
“Amor de Menina” (Rick Jones Anderson)
Amor de Menina... Paixão, eu Suponho...
Talvez de Outra vida... Talvez de Algum Sonho...
Quisera esse Amor... Trouxesse a Minh'alma...
Um Misto de Cor... Com um Pouco de Calma...
Tomara a Menina... Me Fosse Mulher...
Leal... Companheira... Pro que der e vier ...
Que me desse a Verdade... Já tão esquecida...
Também Cumplicidade... Por vezes esquecida......
Finalmente, Menina... Pra quem eu componho ...
Um Amor Verdadeiro ... É o que te Proponho...
(Dedicado a Suellen O.Jones)
EQUILÍBRIO
Quem é teu remédio e tua doença?
Quem é tua fé e tua descrença?
Quem é tua asa e teu cadeado?
Quem é teu fim e teu inacabado?
Quem é tua resposta e tua indagação?
Quem é tua verdade e tua ilusão?
Quem tu tanto mata e continua de pés?
Seja quem for, na balança: tu és.
É o fim.
Os olhos brilhantes me roubam o ar
A boca sexy embaralha minha mente
A barba por fazer é linda
A inteligência é latente
Suas palavras me comovem
Sua voz me alucina
Adoro quando me chama de meu bem
Quero ser sua menina
Diante dos seus poemas
Faço outro pra você
Diante dos nossos dilemas
Ignoro tudo por você
Os sonhos não me satisfazem
A imaginação já não é suficiente
Preciso sentir suas mãos deslizarem
Seu corpo no meu é um presente
O seu aniversário está chegando
O que você vai querer?
A excitação pulsando
Você pode me escolher
Gosto da sua voz
Canta pra mim?
Essa paixão é tão feroz
Por favor, me diz que sim
Gosto do seu sorriso
Adoro o seu olhar
Seu palpite é preciso
Eu comecei a te amar
Tentei negar os sentimentos
Mas não fui bem sucedida
Quero, com você, tantos momentos
Você sabe me amar na medida
Roça sua barba no meu pescoço
Me agarra forte
Causa em mim um alvoroço
Ah, que sorte!
Relaxada
Deliciada
Extasiada
Enamorada
Sorridente
Cansado
Resistente
Suado
Seu corpo é a melhor arte
Às vezes acho que veio de marte
Canta pra mim?
Diz que não é o fim
Pra ser esquecida
Tem que ser antes sentida
Porque a imaginação
É inimiga do coração
Aquele foi o último beijo
Tão ardente quanto o primeiro
Você quer ir? Eu deixo
Ari vederti, delicioso companheiro.
Rapaz acredita em ti e nas tuas capacidades,
vai a luta,
porque tens um mundo pela tua frente de oportunidades.
Não sei, Por que comigo?
Ando perdendo sono, fome
Realmente queria poder entender
Que sentimento forte e louco é esse?!
Acho que você é meu remédio...
Mais tambem meu veneno.
Depressão - Destruição Sem Limites
O mau humor se irrita com a ansiedade, por excesso de angústia. O cansaço se desanima com a necessidade de sentir alegria e prazer.
Motivação? Só se for pela falta de vontade e pela indecisão. Sentimentos de medo causam insegurança, e os olhos que antes sorriam, hoje se desesperam diante da imensidão desse vazio. Sinto culpa até pela inutilidade em qual me encontro. A falta de sentido fez com que a autoestima fosse colocada em modo economia de bateria. O apetite me abandonou, e a insônia veio me consolá, a palpitação me acelerou, não sei a onde vou parar.
MÃE, palavra forte e doce...
MÃE, amor intenso! Desde a concepção em seu ventre; ou filho de coração, amor incondicional e permanente.
MÃE, um ser supremo! Única com capacidade de possuir dois corações em seu corpo, pulsando, vivente!... e com perícia de amar um filho concebido de outra mulher, mas que a vida lhe trouxe de presente.
MÃE, a mulher que cria, luta, acalenta, protege, ensina, incessantemente.
MÃE, colo, aconchego, cheiro, carinho, sorrisos, mão amiga, fiel confidente.
MÃE, ser divino! Um anjo na terra. Poção mágica do amor de Deus que foi entregue pra gente.
Feliz dia das MÃES a todas as MÃEZINHAS.
Em especial a minha. Te amo MÃE.
Ah, quando eu morrer
Quando eu morrer
Pode ter certeza
Que serei perfeito
Mas só por um dia
Um dia, simplesmente
Apenas um dia
Ah, quando eu morrer
Quando eu morrer
Serei um bom amigo
Serei um bom namorado
Serei um bom filho
Mas só por um dia
Um dia, simplesmente
Apenas um dia
Ah, quando eu morrer
Quando eu morrer
Serei perfeito
Um homem batalhador
Que muito sonhou
Que todos acreditavam
Mas só por um dia
Um dia, simplesmente
Apenas um dia
Ah, quando eu morrer
Quando eu morrer
Vão dizer muito
Do pouco que me dizem
Tinha tantos planos
Um homem honrado
Mas só por um dia
Um dia, simplesmente
Apenas um dia
Ah, quando eu morrer
Quando eu morrer
Apenas por um dia
Frases serão para mim
Todos olharão para mim
Flores serão para mim
Mas não se esqueça
Só por um dia
Um dia, simplesmente
Apenas um dia
Ah, quando eu morrer
Quando eu morrer
Eu não vou ver
Mas tudo vai se esconder
As flores vão secar
Vão me esquecer
Quando o outro dia chegar
Porque só por um dia
Um dia, simplesmente
Apenas um dia!
DEVANEIOS.
Queres o meu amor?
Então fazes por merecer...
Queres os meus beijos,
para tua boca preencher?
...e em teus braços desfalecer?
Na verdade desfaleço... nos teus
beijos enlouqueço... E tua alma
enriqueço... Até o anoitecer!
Minha mente há devaneios...
Que eu mesma desconheço...
E depois que adormeço,
No teu corpo eu me aqueço...
Sonho, acordo e esqueço!
Lembranças, saudades, vontades e amores
Necessidade de ser lembrada.
Angústia, medo, remorso, infernizando-se para eles
Por eles? Instintos sufocados, morte certa
Vontade de ser agrupada.
Pedaços do que fui confrontam metades do que jamais serei
Completa, inteira, suficiente.
A dor do não ser, do nunca estar, do nunca partilhar
Felicidade! Poderei um dia encontrar-te?
Do teu mel, algum momento, provarei?
Só sonhar.
Torpor, inércia, falsa calmaria
Um momento de sossego compensa uma vida de agonia?
Lixo de vida.
Lixo de humanos.
Lixo de sol.
Lixo de luz.
Lixo de ar.
Lixo de dia.
E assim acaba minha poesia.
Que é um lixo, todavia.