Poemas de Janela
A ilusão de um verso,de silêncios estranhos...
De um saber já antigo onde abro a janela da alma...
A procura de um sinal a procura de você...
Amor...
Eu disse saia, mas tudo o que eu queria na verdade é você
Pra ficar fora da minha janela atirando pedrinhas
Gritando "Estou apaixonado por você"
Esperando lá em meio à chuva voltando por mais
E não vá embora, porque eu sei que tudo o que preciso
Está do outro lado da porta.
"Sabe aquela calma que costuma vir depois de
uma chuva demorada?
Quando a gente abre a janela,
escorre com os dedos a água da vidraça,
-essas gotas límpidas qual diamante-,
e fica a sentir as goteiras irem silenciando;
feito melodiosa canção;e com um pouco de sorte,
depara-se com um arco-íris vibrante
ali mesmo no céu de nossos olhos, adiante...?
Pois, assim, amanheceu hoje meu coração!"
Tem dias que eu acordo assim, meio sei lá.
Olho pela janela e vejo esse tempo nublado e lembro de mim. Sinto que a qualquer momento esse tempo pode mudar, e o sol chegar.
É primavera, mas me sinto como o outono. Trocando as flores. Dando espaço para novos botões se formarem. Enquanto o vento bate e leva as folhas secam do chão.
Chove agora e na janela do
meu quarto pingos desenham
formas abstratas, que nada
dizem ao meu coração vázio
triste estou, triste eu sou
mas a chuva noturna continua
linda!
~_~
O CONCRETO E O VERDE
Dá pra ver pela janela
Que ainda é pouca a esperança,
Mas, tão vibrante a música,
Que sem compreender se canta.
E o verde ignora o concreto,
Confunde sua arrogância.
Não se assuste meu amigo
Se por acaso eu te digo
Que uma flor bem amarela
Despontou em sua janela
É uma flor bem estranha
De uma beleza tamanha
Parece até que o sol esta nela
Nesta flor que despontou em sua janela
Naquela noite; Zé-mané tomando banho, Zica na cozinha e Tadinho pulando a janela com a televisão nos braços:
-Hoje tem coca, vou ficar legal!
"Uma família no Brasil"
"Olhando pelo lado de fora da janela, depois de um dia longo; Quem me via, imaginava que eu estava à procura de algo, mas eles nem podiam imaginar o que eu estava reparando. As folhas das arvores caídas pelo chão, dando seus primeiros sinais de outono.
O tempo ia passando e meus pensamentos ficavam contínuos naquelas folhas secas espalhadas pelo chão. O que me fez refletir, que aquela fase da árvore era semelhante às fases da minha vida.
Eu sempre era "cortada", e às vezes estatelada pelo chão, como aquelas folhas secas. Mas conforme minha vida passava, minhas preces eram ouvidas, eu me levantava. Como se gotas de chuva e raios se Sol estivessem me reerguendo, como à troca de folhas daquela árvore.
Notei que como ela, eu poderia dar frutos, que o que eu semeava era o que eu colheria de mim mesma no futuro. Atitudes, provas concretas de que na vida tudo passa, e de caule eu me transformei e ainda me transformo em galhos com folhas novas e frutos.
E bem nos traços de outono, aquela época da vida que eu estava me adaptando, já vinha a me preocupar com o que eu faria no inverno, se ventos frios, e águas gélidas me atingiriam, me inundariam, e uma força constante me daria uma pancada: Me fazendo acordar pros meus planos e meus ideais; Me fazendo perceber que o tempo passado não volta, jamais. E aquelas folhas secas que um dia deixei pra trás, não retornarão a mim. Os momentos não voltam, as pessoas também não.
E no final daquela noite, o que pude concluir depois que fechei as janelas é que nós não podemos mudar as estações, são elas que mudam a gente: machucam, maltratam, nos faz crescente. E viver, pra ver que nós devemos nos adaptar a tudo, como aquela arvore do outro lado da rua."
Abrir a janela, tirar esperança da cor do céu
Levantar, pé direito, rumo a um novo papel
Revendo aquele passado, desfigurado, sem querer
Lembranças boas, não foram a toa, difícil não mexer
A mala nas costas, esperando a hora da gente seguir
Essa gente que parece muita mas é eu, vendo daqui e dali
No passo curto, sem carregar o mundo por escolher o rumo
Na confiança de uma lembrança, da pra acreditar
Que mesmo louca, ê vida boa, vou sem parar.
Sol
Ser despertar pelos raios que da fresta da janela me traz a vida a cada dia, traz-me uma nova oportunidade na luz que vem do leste, forçando-me acordar para a vida e viver a felicidade que esta nos concede, clareando o mundo para que os passos sejam claros e o caminho seja visto por aqueles que fazem da vida uma dádiva humana de existir.
Que nos permite levar do ontem apenas a memória de um dia que passou ou a alegria de chegar a um novo dia.
E uma vez mais, sentir o mundo novo a cada raio azul do horizonte distante, podendo caminhar nas estradas que a vida nos deixa andar, deixando gravado na areia os rastros de cada vivência de maneira que possa mais tarde voltar se precisar, sem se perder e então resinificar as magoas daquela estrada, para que possa fazer presente em cada lembrança tida, uma vida guiada pela luz de uma estrela.
"Pássaro que canta em minha janela
trazendo mensagem Divina,
não vá embora agora,
quero lhe fazer uma pergunta.
Quando dele me aproximo,
só uma coisa escuto,
o bater de suas asas
que pra longe o leva sem rumo
Olhando aquele singelo voo
fixo o olhar no céu azul
e percebo,
que O Mistério
é mais profundo".
TEMPO ESVOAÇANTE...
O passado é uma porta fechada. O presente uma janela aberta.
E o futuro?
- É o vento que traz a chave da porta fechada e deixa esvoaçando a cortina que ficou parada na janela aberta…
ALMA NA JANELA...
A cada suspiro o sangue respinga…
no abismo de dor onde se encarcerou…
tingindo de flores rubras a cortina…
numa saudade lúgubre nessa sua sina
ouve risadas estridentes de vultos por estar só…
que rodopiam em zumbidos formando um nó
ela fica debruçada na janela escura como breu
até que um anjo apareça e a leve para o céu…
QUEM SABE ENTRA PELA JANELA?
Dizem que a felicidade não bate duas vezes na mesma porta,
e se ela estiver blefando e resolve bater na sua janela?
Às vezes a felicidade entra pelas frestas e a gente nem nota…
"Uma coisa boa de virar a noite trabalhando, é abrir a janela e ver o Sol nascendo, observar tudo se iluminando pelo banho dos raios matinais. Saber que terei mais um dia para viver e agradecer por está oportunidade. Sentir e respirar o ar gelado e puro da manhã e se deitar pensando nas coisas que te fazem sorrir, já esperando pelo despertar e desejando que todos tenham um ótimo dia, pois é hoje que se vive, não amanhã.
É no deitar que se sonha e é no despertar que se vive, mas não basta apenas levantar, para viver de verdade é necessário que mesmo acordado, continue a sonhar."
“O sol bateu na janela da sala e iluminou o pequeno apartamento onde vivia com seu pequeno cão, Harry. O outro lado do sofá permanecia quente desde a noite anterior. Olhou para as próprias mãos, ainda podia vê-las desesperadas pelo calor dele, descabelando-o e empurrando-o contra si mesma, sentiu, por um breve instante, a frieza dele percorrendo sua espinha. Talvez não fosse assim tão tarde.
Levantou, passou um café. As costas doíam, os pés formigavam e as mãos tremiam de frio. Vestia uma blusa de pijama e a roupa íntima. O frio congelava-lhe os ossos, mas pouco se importava. A única sensação incômoda daquela manhã eram as mãos vazias e trêmulas e a falta de companhia.
“A pior coisa entre nós é essa sua insuportável mania de ir embora de manhã.”
Largou a xícara na pia. Se dirigiu então, cabisbaixa, ao banheiro. Aquele dia não teria fim.”
“Sabia que mentia para si mesmo ao dizer que ela precisava dele. Na verdade era o próprio que não era capaz de sobreviver mais de um dia sem ela. Se sentia mal por isso, Livia era jovem. Deveria ter amigos, sair, conhecer novos rapazes… Ódio. Era o sentimento que se apoderava dele ao imaginar sua pequena rodeada de outros jovens, deixando-se levar pelas tentações da juventude atual. Livia, jogando porcarias para dentro do próprio corpo indefeso… Não seria capaz de perdoar qualquer ser pensante que fizesse com que ela chegasse perto de qualquer substância ilícita. Era capaz de matar.
Não queria pensar nisso. Fechou os olhos e mentalizou a imagem que tanto desejava ver. Parou. Os pensamentos que floresceram no carro ainda lhe perturbavam. Respirou. Encarava a porta. Sorriu para o olho mágico, que parecia estranhamente azul. Estendeu os braços. A porta se abriu.”
Da janela vejo sorrisos, é ruim ser só,
ter todas e ao mesmo tempo não sentir o calor de nenhuma,
confesso, sou destemido, mas tenho medo de não ter medo,
de não ser acordado com beijos e sim com despertadores.
E se todas sumirem? E se tudo acabar?
O que restará? Sei que não irei mudar.
Mas queria, por mais que não consigue.
É o preço que se paga por não querer depender de ninguém,
mas uma hora você para, olha para si mesmo,
e vê que é dependente de si,
dependente de tua própria solidão,
do seu próprio eu.