Poemas de Janela
É com você que eu quero passar meu domingo
Ver a família, visitar nossos amigos
Sou um pássaro que canta na tua janela
E faço a primavera na manhã do teu sorriso
A SERVENTIA DA JANELA
Janela aberta
Para o debruçar da namoradeira
Com olhar de doçura ela flerta
Com a liberdade que a imaginação desperta
De ao menos em seus devaneios poder viver a sua maneira
Janela fechada
Para lembrança guardada
Escolha a adequada fechadura:
Uma velha tramela desgastada
Ou cadeado, trancafiado de forma segura?
Escancare!
Ou se recolha.
Se proteja ou encare!
O modo de usar vai ser sempre uma escolha
Sorri pra mim
Sorri pra mim
Manda minha tristeza embora
Conversa comigo
Me coloca no caminho certo.
Abre a janela para que eu veja teu coração
Pode esperar que estarei lá
Enquanto você se perfuma
É o tempo que preciso pra chegar.
Teus lábios sorri pra mim
Teu sorriso, abre meu coração
Que trás pra ti
Toda minha paixão.
S. Salla
21/10/2017
18hs.
JANELAS
Abro as janelas do mundo
sempre que me fecho
em meu quarto,
onde com palavras,
sonhos e iluminuras
eu inundo.
Arrombando as travas,
vai arrebatando farto
o coração em torrentes,
transbordando dores e agruras
e levando a alegria junto,
em lavas
adormecentes,
até que
pelo mundo,
boiando, já nas alturas,
saltando feito um sapo,
de janela em janela
eu me escapo.
CHEIRO SEM NEXO
Quando chove em minha casa
Telha exala as horas
Eu não sei que horas são
Em espelhos de janela
Ladro ao primeiro vento que vier
A chinela emborcada
Desde que deitei
Testou minha fé
Ninguém sabe a oração
Se amanhã eu parir só rimas
Minhas metáforas
Adestradas pela vergonha na cara
Virão abraçar as tuas silhuetas
E na mesma cena e palco
Saberá que o equilíbrio ensaboado
Escorregou do meu meu corpo
E foi parar no ralo
Pelos logradouros que passou
Deixou o rastro
Não promete retornar.
Ai, que cheiro que deixou...!
Quando eu era pequena
adorava passear de ônibus com meu pai
ele sempre ia a cidade
eu ficava observando da janela
as palmeiras plantadas no canteiro central da avenida
Como era linda aquela vista
Eu observava os letreiros das fachadas das lojas
e lia uma por uma na velocidade que o ônibus corria durante o trajeto
os meus olhos também eram ágeis como o vento
este era um dos meus favoritos passatempo
Olhava a natureza em volta em meio a tantas palavras
mesmo sem saber o que elas significavam
Quando se tem sete anos de idade e você aprende a ler
você quer mesmo é aprender
O jeito que vejo o mundo
Jamais será igual ao seu
Eu olho da minha janela
Talvez tu o vejas por cima do muro
Não sei se vês flores ou ruelas
Ruas empoeiradas ou casas caiadas
Quem sabe um dia te convide
Ou o teu muro visite.
A janela do meu quarto, me traz a imagem do meu sonho
E porque não saio e realizo ?
Nossa...
Não consigo abrir as portas,
as portas são de coragem
Tenho as chaves,
Mais estão cobertas de medo.
Agora vivo na casa da solidão,
Espero por ti...
Porque não abres ?
Tu tens as chaves do amor !
Mais não vens
Logo moro,
Logo morro.
Início de uma noite de verão; um tom de amarelo adentra pela janela.
A chuva cai leve, sem pressa e os pássaros estão felizes.
A sensação quente traz um certo conforto e o breve vento refrescante traz um alívio.
Algumas nuvens cinzas navegam o céu assim como navios navegam pelo mar.
Outra nuvem solitária no horizonte, iluminada pelo pôr do sol, se assemelha a uma explosão devoradora de vidas.
Os esboços das casas assumem um tom rosado e as árvores são apenas sombras.
A escuridão quase completa se instala, a luz do poste queimou.
Fim de um dia qualquer em Tamandaré.
JANELA JÁ NELE
Por onde eu te vejo
São olhos de desejos
Que no alto
dum terceiro andar
Paixão já é tanta
Que nem se sabe
pr'onde a vírgula
Foi
Par,ar
Na janela
A pandemia me fez gostar de assistir as tardes.
A tela, que é sempre a mesma, cada dia apresenta um momento perfeito...
Pandemia
Agosto chegando...
tenho viajado muito desde março.
Minha casa é a nave que me transporta.
Vou mudando de janela,
para aproveitar melhor a paisagem
e a dança das luzes com as sombras.
Abrindo abril.
Mais de 1 ano de reclusão e pandemia.
O mesmo cenário dia após dia?
Ou um novo encanto, uma nova beleza, um novo alento, a cada olhar.
A vida passa na janela....
Eu acordei e ela ainda estava lá,
A lua, tão linda de se observar,
Observando-me de manhã,
Onde ela não devia estar...
A lua não mora na noite?
Porque hoje de dia posso então olhar?
Todos os dias ela se vai,
Mas hoje ela não quer ir embora,
Escolheu ficar, acho que vai morar aqui...
Na minha janela.
Sonhador
Dizem que sou um sonhador... mas não me importo.
Pois, não há nada melhor do que abrir a janela do meu quarto, debruçar-me sobre ela e sonhar com você ao acordar.
Vem no canto da minha janela
Me chama pra passear
Me conta sobre você
Me deixa te mostrar
Que o universo vai ser pouco
Perto do que a gente ainda vai conquistar
- Me chama baixinho, ninguém precisa escutar.
#Corrente #chamada #de #vida...
Tem que se estar vivo para contrariar...
Tem que estar vivo para aceitar...
Não interessa o que os outros possam de mim dizer, fazer ou pensar...
O que vai acontecer, acontecerá...
Saber o momento certo...
De deixar-me levar...
Vontade de ir além do que espero...
De chegar perto...
De olhar sem dizer nada...
Perder-me no horizonte...
Voar sem ter asas...
Caminhar sobres os astros...
Onde as pedras de minha rua...
Parecem luas...
Admirar as estrelas que descem dos céus...
Fazendo pedidos em segredos...
Sentindo a carícia dos ventos...
Quero a paz das fontes d'água...
Ouvir o murmúrio doce...
Sentar imóvel ao seu lado...
Sem precisar de um motivo...
Sem saber como...
De silêncio em silêncio...
Abrir minha janela na alvorada...
Sereno indo embora...
Gotas cristalinas...
Que no sol se espalha
Me convidando por mais um dia...
Admirar a harmonia...
Do cantar da cotovia...
Não ficar triste...
Não deixar ninguém me magoar...
Que seja doce a noite...
E no dia que se avizinha...
Vou olhar os caminhos...
E o que tiver mais coração..
Vou seguir...
Para sempre, sempre..
Assim...
Sandro Paschoal Nogueira
Houve um tempo em que minha janela se abria....
Sem horas e sem dores...
Com sorrisos, flores...
Desejando amores...
Em dias quentes e em madrugadas frias...
O tempo não é nosso tempo...
E passou...
Tudo passa um dia...
Esperança já tardia...
O que é torto, o que é direito...
Que é tido como certo...
Duvido...
Vira e mexe me complico...
E por mim já descarrilho...
Só me rendo pelo brilho de quem vai fundo...
E nenhum predicado será prejudicado...
Sandro Paschoal Nogueira
— em Conservatória, Rio De Janeiro, Brazil.
Ele olha da rua para minha janela
Da minha janela eu olhava a rua a procura dele
Estavamos tão distantes e tão perto
Sem perceber que...
Buracos de um vazio cresciam dentro de nós
Você novamente foi preenchido
E eu me tornei o vazio.