Poemas de injustiça
O evangelho de fato conforta os que choram e sem sombra de dúvida confronta os confortáveis. Se está confortável e a injustiça não lhe incomoda, está na hora de reavaliar algumas coisas, talvez esteja lhe faltando evangelho.
Não tenho medo dos erros da humanidade. Tenho medo sim das sociedades ditas civilizadas que vivem indiferentes e ficam caladas frente as violências, os erros e as injustiças.
Você foi lesado, traído, roubado ou enganado? Não te preocupes, tampouco te desesperes; o que é tirado de ti injustamente, também se perderá de lá e encontrará uma forma de chegar a você.
Ser contra os Direitos Humanos é tão insano quanto desejar que o Sol não nasça para os "homens bons" a fim de que os "homens maus" também não usufruam de sua luz.
Frequentemente o mesmo dinheiro que realiza o sonho de uns poucos, é o mesmo dinheiro que desfaz o sonho de muitos.
Vozes que murmuram, se juntam, confidenciam, confabulam, ecoem suas indignações a favor dos injustiçados, dos inocentes.
O carcere mais hediondo da humanidade em meu tempo é meus lábios selados por medo diante as injustiças e a privação dos sonhos por liberdade.
Esses homens cativos são o preço oculto de uma vida oculta: os justos devem ser capazes de localizar os condenados.
Parece minha a ingratidão,
mas percebo no no convívio entre muitos o interesse do mero toma-la-da-cá!
O maior problema não é que os depoimentos não coincidam. É que nenhum deles bate com os fatos centrais do crime.
O coração endurecido é uma fábrica de leis. Um conjunto de regras imperfeitas que buscam regular e confirmar a nossa maldade.
Do Cristo, presumiu-se logo a inocência; no entanto, em nossos tempos, a um notório homem da lei importa ainda ouvir a turba. Leis e provas às favas! Mãos lavadas.
Paulo apresenta a etapa final da história como um grande combate. O homem ímpio se manifestará com todo o poder do mal, da mentira e da injustiça, fazendo coisas que seduzirão e convencerão os que não acreditam na verdade e preferem a injustiça. Ao mesmo tempo se manifestará também o Senhor Jesus, para destruir e aniquilar o homem ímpio e todos os que o seguem. A arma do combate é o sopro da boca de Jesus, isto é, o Evangelho anunciado e testemunhado pelos fiéis, que tornam presente o testemunho de Jesus, vencendo assim tudo o que aliena, aprisiona e oprime os homens.
O que é mais louvável, defender um sistema que lhe prejudique ou depor contra um sistema que lhe favoreça?
De acordo com Paulo, se abraço outro evangelho, submeto-me a outro Jesus e em consequência disso, recebo outro espírito. Resultado: passo a me identificar com aquilo que o Senhor peitava, o sistema religioso que visa tão somente justificar o lucro abusivo, estimular a meritocracia e endossar o uso do poder para benefício próprio. Em contrapartida, passo a desprezar as causas que Jesus abraçava, a dos oprimidos, a dos marginalizados, a das vítimas de um sistema injusto que privilegia alguns ao custo da desgraça dos outros. De que fonte temos bebido, afinal? Ao lado de quem temos nos posicionado?
Quando ouviram o discurso de Jmmanuel, aqueles do supremo conselho e os principais sacerdotes ficaram muito agitados, e gritaram na frente de Pilatos: "Tu ouviste a sua blasfêmia contra deus"? Nisso, Pilatos perguntou-lhe: "Tu não ouves o quão severamente eles te acusam? Tu não queres te justificar?" Mas Jmmanuel respondeu, e disse-lhe: “Vês, eu carregarei o meu fardo assim como foi destinado. Mas também é verdade que muitos se opõem contra mim, e testemunham falsamente contra mim, por isso eu não encontrarei nenhuma justiça. Em verdade, eu te digo: muitos cães matarão uma lebre, não importando quantas voltas ela dê. É também costumeiro entre os humanos que a mais justa das pessoas não encontre a justiça, e seja acusada falsamente, porque não importa se muitos ou poucos testemunhem falsamente contra ela; desde que elas sejam altamente estimadas. A justiça rege apenas nas leis da natureza, porque elas são as leis da criação. Mas, entre os seres humanos, há pouca justiça, e esta é decidida conforme a sua situação social e conforme o seu valor, as suas posses, os bens e as riquezas que eles possuam."
Numa espécie de hino, o autor celebra o Criador, que forma o universo como preparação para a vinda do homem. Ao mesmo tempo, celebra a grandeza do homem, chamado a governar toda a criação e dotado de inteligência para reconhecer a soberania de Deus. A ordem suprema, colocada no íntimo da consciência, proíbe cometer injustiça e manda relacionar-se fraternamente com o próximo.
(eclesiástico 16,24-17,12)