Poemas de Friedrich Nietzsche
Que importa que eu venha a ter razão? Eu tenho razão demais. – E quem hoje ri melhor também ri por último.
Nenhum artista suporta o real. Qualquer artista, olhando para trás, tem a sincera opinião de que o verdadeiro valor de uma coisa é uma "sombra" que pode ser fixada nas cores, na forma, no som, no pensamento.
Aceitar uma crença simplesmente porque é um hábito aceitá-la – isso não seria agir de má fé, ser covarde, ser preguiçoso! – A má-fé, a covardia, a preguiça seriam, portanto, a condição primeira da moralidade?
Para se erigir um santuário, é preciso antes destruir um santuário: esta é a lei.
O que é mau? – Tudo o que vem da fraqueza O que é felicidade – O sentimento de que o poder cresce, que uma resistência foi superada
O amor por um único ser é uma barbárie: porque acontece em detrimento de todos os outros seres. Mesmo o amor de Deus.
Quando se tem caráter ainda se tem na vida a própria aventura típica, que sempre se renova.
A felicidade do homem que conhece aumenta a beleza do mundo e torna mais ensolarado tudo o que há; o conhecimento põe sua beleza não só em torno das coisas, mas, com o tempo, nas coisas; que a humanidade vindoura dê testemunho dessa afirmação!
O orgulhoso conhecimento do privilégio extraordinário da responsabilidade, a consciência dessa rara liberdade, desse poder sobre si mesmo e o destino, desceu nele até sua mais íntima profundeza e tornou-se instinto, instinto dominante – como chamará ele a esse instinto dominante, supondo que necessite de uma palavra para ele? Mas não há dúvida: este homem soberano o chama de sua consciência...
Assim, para fora da minha verdade-loucura, eu mergulhei (...) Que eu seja exilado de toda a verdade! Somente um tolo! Somente um poeta.
A loucura é rara em indivíduos, mas em grupos, partidos, nações e épocas, é a regra.
A potência intelectual de um homem se mede pela dose de humor que ele é capaz de usar.
Quando colocamos a verdade de cabeça para baixo, geralmente não notamos que também nossa cabeça não se acha onde deveria estar.
O público facilmente confunde quem pesca em águas turvas com quem colhe das profundezas.
Onde a vontade de poder declina de alguma forma, há sempre uma involução fisiológica, uma décadence.
Não passa de um preconceito moral que a verdade tenha mais valor que a aparência; é inclusive a suposição mais mal demonstrada que já houve.
O homem moderno crê experimentalmente ora neste, ora naquele valor, para depois abandoná-lo; o círculo de valores superados e abandonados está sempre se ampliando; cada vez mais é possível perceber o vazio e a pobreza de valores; o movimento é irrefreável. (...) A história que estou relatando é a dos dois próximos séculos.
Naquele tempo levavas tuas cinzas para os montes, queres agora levar teu fogo para os vales?
Quem quiser colher felicidade e satisfação na vida, que evite sempre a cultura superior.