Poemas de Esquecimento
Não sei o que é pior
se a angustia da espera
ou a dor do esquecimento
no entanto o coração
pulsa na certeza
de que a beleza do amor e da vida
está em ti
que o sorriso da chegada
nunca se comparou ao beijo que não houve na despedida
e as mãos
que um ida acenaram esperando a volta
agora se juntam
no lamento da alma
pela calma e paz que não tenho mais
cânticos de esperança
pra você voltar
é assim que te espero
ainda que nunca voltes
é em mim que quero
ver o fim da solidão
bem perto da sua mão
no aconchego do seu coração
pois se por tudo que tenho na vida
tiver que definitivamente te perder
de que me valeu...
viver.
"Aquele que não se vende vê corroída ora pelo esquecimento de quem lhe governa, ora pelo desconhecimento da sociedade a que serve o valor da sua moral."
Inspirada numa sentença pertinente do barão de itararé, postada no Face, na manhã do dia 09 de Abril de 2016.
Glória do Esquecimento
Se agente ir até o lago profundo do esquecimento, olhar para baixo sem ver reflexos, diríamos: "a mente do homem fosse tão controlada quanto a sua língua, todo rei estaria seguro em seu trono".
Até os filósofos que escrevem livros desprezando a glória, colocam seus nomes na capa.
Buscando não deixar
cair no esquecimento
o sofrimento do General
que segue preso numa
grave injustiça infinita,
Lamento a morte
inesperada do jovem
oficial carcereiro,
Ali não é digno nem
para os culpados,
e tudo escandaliza.
O tempo de liberdade
já era para ter chegado,
Não vejo nenhuma
calma na América Latina.
Dançando no abismo
com os meus poemas,
Em tempo de partidos
aos totais partidos,
Entusiasmada pela
luta da Bolívia
por sobrevivência,
Em mim está o signo
místico e hereditário
da resistência indígena;
A insatisfação chilena
a mim também pertence.
O clamor da Mãe pelo
filho envolvido no tal
conhecido Golpe Azul,
comove-me de norte a sul,
E nada posso fazer,
a não ser escrever
para ninguém esquecer.
O pacto de amizade entre
Grozny e Mariupol
não gerará esquecimento,
porque neste bastidor
de letras tem o suficiente
para que não haja
nunca mais apagamento.
Ondeia o trigo das estepes
e o azul da Soberania na Bandeira
para lembrar onde começa
e onde se celebra a Independência.
Enfeitei os meus cabelos
com girassóis e fiz um
canteiro com camomilas
porque ainda não vou
parar de escrever poesias.
As minhas poesias
imparáveis serão espalhadas
de boca em boca
porque são indomáveis,
esta poética imparável
é Motanka giratória.
Se por acaso conseguirem
fazer com que eu pare
de escrever: as minhas
poesias continuarão
sendo escritas sozinhas.
Os mercenários muito tarde
tomaram posse da realidade
e foram pelos ares,
e eu ainda testemunho
povos querendo conquistar
as suas liberdades.
Para cada um que chora
os seus mortos aceno
o meu respeito e entrego
este poema como quem
planta um lírio pacífico
e profundo para que findem
de uma vez com a guerra do destino.
Não existe nada
que oculte a tinta
suja de um genocídio,
Nem mesmo a poesia
e o esquecimento
são capazes de gerar
o apagamento,
A minha alma de Ipezeiro
potente se espalhou
pelo mundo inteiro.
O que é a morte, senão o esquecimento,
Um silêncio profundo que vem com o tempo?
O corpo pode cair, esvair-se no ar,
Mas o que somos, o que vivemos, ninguém pode apagar.
A morte não é o fim, mas a ausência do olhar,
A distância que cresce quando param de nos lembrar.
Mas quem toca a alma, quem imprime no peito,
Não morre jamais, permanece no perfeito.
O corpo se apaga, mas o espírito arde,
Em cada lembrança, em cada saudade que invade.
Na memória dos que ficam, a vida ressurge,
E nas palavras que ecoam, o ser se refugia.
A morte é só uma curva na estrada do ser,
Um ponto que nunca é definitivo, mas se faz entender.
E quando o último suspiro for dado, o último ato concluído,
Seremos eternos, pois o amor que deixamos será sempre ouvido.
Enquanto alguém contar nossas histórias com amor,
Viveremos, imortais, como a eterna flor.
A morte não pode nos calar, pois a vida é contada,
Na memória que preserva, nossa alma é eternizada.
As palavras
só existem
por um momento
e logo caem
no esquecimento.
Talvez seja eterno
o sentimento,
que nasce no coração e,
além de aquecer
o corpo e alma,
pode se perpetuar
ao longo do tempo.
Perdão do esquecimento
(inspiração adolescente)
Pequei!
Se pequei, pecastes mais!
Eu gritei...
E de um surdo eco me arrepiei.
De joelhos mais uma vez fiquei...
Procurei teu olhar sem encontrá-lo.
Queria-te por toda força junto a mim.
Mas nada fazia sentido...
Tudo desfeito!
O amor que nos unia, findou.
Ódio em teu olhar notei!
Compreendi que entre nós tudo estava acabado...
Chorei noites, fiz nascer dias.
Construí e imaginei mortes.
Mas seu perdão eu nunca mais teria...
1968
As lembranças no papel
podem sofrer contratempo,
amarelam ou se rasgam,
caem no esquecimento,
mas no peito essas memórias
não se apagam da história,
se eternizam pelo tempo.
ÚLTIMA VIA
Ao transpor os umbrais da solidão
Tento a inebries do esquecimento
Deixei de lado o vazio sofrimento
Entalhando o sentimento e emoção
Dá-me a vida, ó sensação doída
O amor noutro amor se escafedeu
Nesses sussurros o pranto é meu
E a paixão suspira na despedida
E, se um dia alguém te perguntar
Não diga nada, assim, deixa estar
E cá fico eu com a minha poesia
Nesta sofrência daqui do cerrado
Solitário, vai-se indo, imaculado
Pois tu foste a minha última via...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09 de outubro de 2021 – Araguari, MG
Com o tempo, valores preciosos que moldam o caráter de uma pessoa caíram no esquecimento.
Valores como o amor
Respeito e confiança
A educação era a luz da sabedoria
Valores que apontavam para a liberdade com limites e regras a serem observadas
E essa felicidade era tão simples quanto um sorriso
Que a queda não foi uma desistência, mas um avanço
Esse choro lubrificou os canais lacrimais
Que as lágrimas precedem um sorriso
Os valores de homens e mulheres maduros foram deixados para trás, esquecidos, empoeirados pelo descaso e ignorância das pessoas imorais de hoje sem respeito, entregues a decepções fúteis sem amor próprio, caídas, complacentes
No desrespeito e na imoralidade de uma pessoa agora perdida que abandonou os valores dos bons tempos passados...
A beleza esquecida
A AUSÊNCIA
A ausência, um rio que corrói a memória,
Esculpe o esquecimento em cada maré.
Se a deixas sozinha, por muito tempo, sem história,
Ela se adapta; a dor se torna um véu tênue que se vai.
No início, o vazio, um grito mudo, um eco a ecoar.
Mas o tempo, mestre da cura, a molda em novo lugar.
Ela sai, sem você, a alma livre a voar,
Em restaurantes novos, em paisagens a se afagar.
Conhece o mundo, sem o seu olhar, sem o seu toque,
E se, no seu caminho, a felicidade encontrar,
Se a sua presença se tornar um "tanto faz",
Você a perdeu, para sempre, sem ter como voltar.
A ausência, um espelho que reflete a verdade,
A saudade, um fantasma que se alimenta da saudade.
Se a perdeste, a culpa é tua, da tua frieza,
Que deixou a chama da paixão se afogar na tristeza.
@ANDERSON1ANTONIO
O esquecimento é um grande aliado da ingratidão.
O antecessor nunca tem valor pouco importa as melhorias que deixou.
Tudo o que se entende como bom será atribuído a um bem aventurado que chegou.
Mas um dia a memória volta numa dessas voltas que o mundo dá ressuscitando quem por ali um dia passou com uma linda lembrança, dessas que não tem como não sorrir ou chorar.
Então na mesma hora um rastro de imagem e odor punirão a parte que não agiu e ficou.
"Um dia eu precisei amar a minha dor. Era o único jeito q tinha de continuar vivendo. Ou aprendia, ou morreria com ela. Resolvi aprender. Desde então, minha dor é minha companheira, minha mestra, minha parceira. Deixou de ser minha inimiga no momento em q eu a olhei nos olhos e aceite conhecê-la com mais propriedade. Quis entrar nos mistérios de seus mecanismos com o intuito de poder administrar melhor as suas consequências..."
Uma hora ou outra você encontrará a última parte do seu quebra-cabeça. Aí sim irá dar risada de todas as peças erradas que já entraram em sua vida.