Poemas da Pátria
Uma menipeia
é um poema
que em regra
nasceu para não dar
totalmente certo,
Porque ninguém ri
das mesmas coisas,
E sempre que isso
ocorre melhor
fazer um Rocambole.
(Caímos na rua da realidade,
e não há nunca que não tenha
dado uma gargalhada da queda).
As estrelas tocaram
uma fascinante
sonata no absoluto
da Via Láctea
para a chegada
da irmã Lua
mais brilhante
do que nunca
no Hemisfério Austral.
Cabeçudos com os seus
frutos amadurecendo,
Eu danço como o balanço
do cantante vento,
Penso em você
a todo momento.
Foi um dia marcante
que te conheci por foto
Passei a te querer todo,
Você parecia uma miragem
no meio de uma paisagem
e se fixou em mim como tatuagem.
A Paineira-vermelha
com amor verdadeiro
e suas estrelas de Rubi
beijam docemente o céu
e quem passa por aqui.
Não era uma idiota
para lidar com assuntos
de paz e guerra,
Era uma sereia
que no lugar de caneca
usa um caracol,
Senhora de si a sua
biblioteca era um atol
e a sua família escova
de cabelos era feita
toda de madrepérola
para a sua essência poética.
As únicas penumbras
que me permito eleger
são as que me permitem
acender uma vela ou ver
a grandeza do Universo
distante do ódio
para que venham dias
ainda melhores,
Porque o nosso coração
de ser habitação
daquilo que engrandece
renovando a busca
pela trilha da perfeição.
Nada supera a beleza
da Paina-de-seda
beijada pela ventania
que até parece um
castelo de fadas e poesia.
A Paineira-fêmea
espalha as suas
flores e a sua lenda
pelo caminho,
e eu espalho poemas
com todo o carinho.
Quero que as sumaúmas
enfeitem com flores
os meus longos cabelos,
quero ser a dona
de todos os seus desejos.
O amor da minha vida
ainda não apareceu,
só sei quando ele vier,
quero passear na Caatinga,
e debaixo de uma Barriguda
celebrar o amor e a poesia.
Quando a atitude
da pessoa te afasta
como o vento
tocando o Ipê-preto,
Encontre a direção
que não conduza
ao afastamento
de si mesmo.