Poemas da Pátria
Flor de Acerola
Linda flor das duas Américas,
flor da Cereja de Barbados
que faz todos encantados,
flor da Cereja das Antilhas
que inspira doces poesias,
Minha flor de Acerola Rubra
que concede frutos que
conquistam apaixonados,
A cada fruto seu os meus
lábios se sentem beijados.
Num tempo distante,
na profundeza do mar,
esplende um fascinante
Seriatopora caliendrum
brindando o olhar
admirado como se fosse
presenteado pela primeira
vez com um buquê na vida,
Não tenho dúvida que isso
tem a ver com o quê é poesia.
Tudo aquilo que
mais se menospreza
nos jardins carrega
o código de quanta
vida capaz existir
e de se dividir,
Florzinha branca
que com a sua
beleza me encanta,
Eu não sei qual
é o seu nome,
Só sei que um dia
eu irei descobrir.
No meu oceano
você irá mergulhar
muito longe daqui
com a Acropora Roseni,
Tenho certeza que
sou a inspiração mais
linda da sua vida,
Depois que você passou
a conhecer a minha
poesia nada mais
tem tido importância
na sua esfera íntima.
Quando olhei pela primeira
os teus olhos resolvi morar neles,
esperar o seu tempo de amar,
ocupar os seus sonhos nesta
época de amores célebres
e de amores anônimos
ambos igualmente líquidos.
Peguei a sua mão para fazer
você mergulhar comigo
no nosso oceano poético,
buscar refúgio no meio
da beleza das acroporas meridianas
e te colocar dentro do peito.
Tenho certeza que a glória
do amor vitorioso nos pertence
de maneira inequívoca
mesmo que preguem que o amor romântico está derrotado,
nós temos um ao outro
com devotamento apaixonado.
Acroporas rudis se espandem
como estrelas para receber
os teus olhos que flertam
e encantam sem querer,
O amor profundo entre
nós era previsível acontecer,
Do mundo não conseguimos
mais evitar e esconder,
Tudo em nós publicamente
acontece e está a se expandir.
Um Acropora Tenuis Blue
se revela como uma safira
gigante para brindar o olhar,
É no oceano poema
que iremos nos encontrar,
Longe de um mundo
que tergiversa tudo
para alguma vantagem levar
ou apenas para posar,
Longe de um mundo que
prefere julgar em vez de pensar,
Longe de um mundo
que só olha para o próprio
umbigo e que ignora
a dor do semelhante
que sente na própria
pele a mesma dor
que foi sentida outrora
ou a dor igual a do seu presente.
(As preferências e apoios
relativos as soberanias
territoriais falam tudo
sobre este teatro de desumanidade).
Acropora spathulata
na minha dimensão
oceânica e poética,
Que vive a espera
e derrete por estes
tão lindos olhos
que nos meus sonhos
moram absolutos.
Onde as correntes se encontram
sempre prefiro sentir o momento
de calma para mergulhar
para quem sabe encontrar
as acroporas muricatas
esplendendo como esferas
na parte mais profunda do mar
e na paz nos teus braços
o meu coração se deixar levar.
(É óbvio que quero te amar!)
Acropora serrata Lamarck
por cada lugar avistado
no silêncio deste recife,
os meus olhos, os ouvidos
e a atenção não permito afetar
mesmo com esta correnteza
forte na profundeza do mar
da minha poética existência
(o nosso mundo não é
só de quem tem poder,
ele pertence a todos que
buscam cultivar a paciência)
o quê é de poder dura um
tempo e depois se dissolve,
e o quê é de paciência permanece
na vida um dia sempre se resolve.
A distância uma imensa
Acropora valida revela
a sua monumental beleza,
Nadar ao redor dela
não se compara as matizes
encontradas nos teus olhos,
O mundo às vezes caça
o discernimento das leituras,
Não há nada que não possa
se descoberto com serenidade.
Não tenho vocação
para Ofélia flutuando
no rio da História,
Nasci para ser soldado
em todos os campos,
Com toda e merecida
pretensão nasci
para ser sua e como
o Acropora solanderi
nasci para me espalhar
nas profundezas
do seu misterioso mar.
Os limites humanos
não devem ser testados
e nem tripudiados,
Tudo aquilo que caça
a dignidade sempre
é capaz devastar o quê
é de Humanidade.
A dor de quem quer
que seja não legitima
infligir a dor em quer que seja:
nada justifica uma punição coletiva.
Sem criar dilemas é preciso
entender que situações extremas
podem gerar pessoas extremas,
ciente disso todos devem
colocar barreiras em situações
extremas e não optar
em ser pessoas extremas.
O pecado de quem quer
que seja não legítima
o seu e não legitima o meu:
nada justifica uma punição coletiva.
Cada um resiste o inferno
como consegue, uns oram
e outros poemas escrevem
na cena onde está em jogo
os mais frágeis nada justifica
a desproporcionalidade
e o massacre do valor da vida.
O crime de quem quer
que seja não legitima
o crime de quem quer que seja:
nada justifica uma punição coletiva.
Palestina ilegalmente ocupada,
por uns desacreditada,
sem água, sem luz, sem comida,
sendo mortalmente bombardeada,
recebeu um prazo de 24 horas
para ser desocupada,
está sendo forçosamente deslocada
sem hora ou data para regressar
Todo mundo têm os seus
limites palestinos na vida,
Se você na História não acredita:
você não existe como gente na vida.
(Não existe no mundo sã justificativa
para aplicação de punição coletiva).
Nas profundezas do oceano
buscar o refúgio turquesa
de um Acropora tortuosa,
Acreditar que no coração
que ainda exista um
real desejo de pacificação,
e disposição para pedir
um genuíno cessar-fogo,
Admito que são coisas
que ainda me manterão
viva por muito tempo,
que traçarão rotas
e escreverão poemas
até chegar o momento
de olhar olhos nos olhos
quando a tempestade passar.
No mar de cristal
conseguimos olhar
a profundidade,
Vamos submergindo,
olhos nos olhos,
as tuas mãos me coroam
com uma coroa
feita de Acropora tenella,
a fé nos guia
e o amor nos governa.
Sem deixar esquecer
que antes de 1948 já havia
uma integridade territorial
embora ocupada sem
sucessivamente por impérios,
e sem apagar as marcas
do sofrimento alheio:
não desfiz o pacto com o tempo.
Eu elevo o clamor
pelo cessar-fogo na Palestina.
Não existe guerra limpa,
pois toda a guerra que
a vida do povo sacrifica
já pode ser considerada
uma guerra perdida.
Eu elevo o clamor
pelo cessar-fogo na Palestina.
Esta é uma guerra que
começou sem ter uma
razão esclarecida
e com verdades contadas
pela metade que podem
ser chamada de mentiras.
Eu elevo o clamor
pelo cessar-fogo na Palestina.
Com as as minhas letras
inabaláveis como o canto
que ultrapassou os muros
escuto "Ehna Flestinia'
enquanto Dalal continua presa
e o seu canto ganha o mundo.
Eu elevo o clamor
pelo cessar-fogo na Palestina.
Esta é uma guerra que
o meu lado é o lado
dos mais desprotegidos
e que continuam sendo
por 75 cinco anos torturados,
presos, mortos e perseguidos,
e que por mim nunca
foram nesta vida esquecidos.
Eu elevo o clamor
pelo cessar-fogo na Palestina.
Esta é uma guerra que
o meu lado é o lado dos reféns
e dos sistematicamente
agredidos enquanto havia
guerra mascarada de paz,
foram tantos os fatos que
para contar nem voz eu tenho mais.
Eu elevo o clamor
pelo cessar-fogo na Palestina.
Só sei que como quem dá
o último suspiro ainda insisto
pelo cessar-fogo na Palestina:
acreditar na paz é o único caminho.
Eu elevo o clamor
pelo cessar-fogo na Palestina.
Eu elevo o meu clamor pelo cessar-fogo na Palestina mesmo
que eu não esteja sendo ouvida
mesmo que digam que esta guerra
logo seja reescrita e esquecida.
Eu elevo o clamor
pelo cessar-fogo na Palestina.
Enquanto uns espalham guerra, eu espalho poesia.
Mesmo que você ainda não escreva, e no momento você só aprecie e sinta, com certeza você já está fazendo o mais importante.
Toda guerra é sempre perdida porque fere a população, por isso eu sempre defendo o direito de poesia ser poesia para defender o direito a vida.
Notícias de guerra
não vencem a poesia
que em mim habita,
Notícias de guerra
não caçam a vontade
de mergulhar nos
teus olhos invencíveis
absolutos e oceânicos.
Notícias de guerra
jamais serão capazes
de me fazer esquecer
que nasci poeta,
porque mesmo que
eu pare de escrever
a sua linda existência
não me deixa esquecer.
Notícias de guerra
jamais serão capazes
de tombar os poetas
pelo mundo afora,
porque com as trevas
e luzes temos uma
sedutora intimidade,
e com certeza tens
um pouco de cada uma.
Porque ao reler os teus
códigos poéticos,
Entendi perfeitamente
que se tratavam de dizer
de uma forma diferente
de vir a morrer
de amor nos meus braços.
Agora sou eu e quem
retribuo com a vontade
sereia de no coral de mesa
Acropora selago muito
bem portado pelos teus
olhos envolventes
que entregaram não só
para mim que o seu
coração vive apaixonado.
A minha existência
é no seu pensamento
como o mar alisando
a costa sob o reflexo
das luzes da cidade,
Sereia sou na verdade
e com contentamento
mergulhado com dois
Acroporas samoensis
nas mãos se erguendo
como catedrais no giro
do mundo dançando
sem parar no ritmo
da balada de amor
orientada pela magia
do desejo do seu
peito colado no meu.