Poemas da Pátria
Pavãozinho-do-Pará
companhia como
a tua igual não há,
Te ofereço um poema
para todo mundo
sabe que igual a você
ninguém há de encontrar.
Flamingo esvoaçante
mergulhando na lagoa,
A ventania balançando
as árvores e os meus cabelos,
Embora existam alguns
contratempos ainda
creio que a vida é boa,
e você depois de tudo
conseguiu chegar
até aqui não foi à toa.
A Cigana da Amazônia
passou voando
e deixou cair uma pena
que peguei no ar,
Preparei a pena para virar
um pingente para o meu colar,
Quando você encontrar
uma pena como encontrei
da Cigana da Amazônia
solta pelo caminho
é este o seu amuleto
para proteger o seu destino,
Porque quem conhece
o quê é encantamento
sabe que não funciona
com nenhum tipo de sofrimento,
Por isso sempre deixo o meu princípio ancestral sempre
por mim falar mais alto
porque o sangue originário
desta Pindorama não posso negar.
O teu olhar de Gavião-real
capturou o meu amor,
e não consigo encontrar
nesta vida nada igual
que me pônha para flutuar
de maneira sobrenatural.
Escutando um piano
tocando no meio dos escombros,
O cão de Sumy resgatado
perdeu os seus donos,
A minha tristeza no olhar
é a mesma habitante
do olhar das mulheres ucranianas.
As músicas tártaras, krymchaks
e karaítas ainda ecoam na memória,
Não ouse se atrever a falar sem conhecer profundamente a História.
Ainda tem gente que acha bonito convidar o maldito dos malditos
para visitar a minha Nação,
por mim ele não é bem-vindo.
A Inteligência não tem confirmação,
o Presidente disse que tem
alguma informação e a Imprensa
disse que recebeu informação
de que o mercenário
Parsifal está vivo desfrutando
de Margarita e li em outros jornais
a interminável repetição,
E se é verdade ou não,
só saberemos quando chegar o final.
Com a potência do meu
amor abraçarei o seu
e te levarei para o interior
de tudo o quê há de mais
profundo onde a Anhuma
sob a luz da poética Lua
te faça meu e me faça tua
até onde as coincidências
transportem os dois para longe
onde será preciso apenas
o silêncio, contentamento e ritmo.
Com poesia guardo
o quê sinto e deixo
que ela fale por mim
já que o silêncio vale ouro,
Continuo querendo saber
de você o tempo todo,
Quando o assunto é amor,
sou como a Tachã-do-sul:
no território do meu
coração não existe outro.
O Tuiuiú na beirinha
do rio se parece até
comigo namorando
só com o olhar
o seu bonito amor
que hei de mergulhar.
Ouvir a Seriema cantando,
e relembrar as canções
de outrora faz lembrar
que não posso me desligar
de tudo aquilo que me conforta,
Se algo esfriou a gente
coloca o afeto para esquentar
para nada e ninguém tenha
o poder de por dentro nos quebrar,
Um pode não concordar com o outro,
podemos até ser diferentes,
mas nunca permitir que rompamos
por quem nunca fará nada
por nós e quer que sejamos um
para o outro algozes e atrozes
nos envenenando com "neuroses".
O Tucano-de-bico-preto
parou, olhou no fundo
dos meus olhos e contou
para mim um segredo
para do amor eu não ter
nesta vida nenhum medo.
A Araponga canta alto
que até parece o meu
peito quando te vê,
O tempo passa e acho
que poucos sabem
que ela é a ave símbolo
de Santa Catarina;
Daqui a pouco dizem
que até Araponga
a gente não irá mais
ter nem ao menos conta,
A única coisa que posso
fazer já está escrita,
Sim, é este simples poema
para ninguém esquecer
porque sei que tem
gente com o poder de fazer
para a Araponga a gente não perder.
Araponga minha
que canta alto
em Santa Catarina,
Não tenho dúvida
que você tem tudo
de amor e poesia,
Enquanto eu ouvir
o seu canto de amor
minh'alma na vida
nunca estará perdida.
Sob o Sol que acende
e apaga amavelmente
o Céu de Citrino da aurora
e o Céu de Citrino do poente
da nossa Pátria Austral,
Devoto uma prece amorosa
para dar coragem e fortaleza
à todos aqueles que nos
protegem de todo o Mal;
Porque para cada nós existir
sempre tem alguém que
não deve ser desencorajado
de zelar por cada um de nós,
Não importa as tempestades
ou quanto sejam os nós,
não devemos permitir
que todos nos sintamos sós.
Quando Sol e cada mistério
do Hemisfério Celestial Sul
fazem a sua própria dança,
O meu coração se derrama
de amor pelos tons de turmalinas
das nossas florestas divinas
que são paraísos que brindam
com beleza e com grandeza
a perpetuação da vida
no chão da nossa Pátria,
e assim faço com que
se cumpra a inspiração
para que com amor e paixão
entregue um poema
que chegue na sua pulsação.
Sob as bênçãos
dos Ipês-roxos,
corações apesar
de tudo ainda
moços haverão
de se encontrar,
E que a ventania
há de decorar
o chão com estas
flores que a luz
da Lua as tornará
ametistas para
o amor coroar
com toda poesia
florescida a celebrar.
A memória de infância
estradeira ainda recorda
que em algumas paradas
o troco ou as lembrancinhas
eram pequenos cristais,
A memória de um pouco
mais de três décadas atrás
onde o país ingênuo decolava
rumo a um futuro brilhante,
Só sei que nada em mim
essa e outras memórias
consideradas distantes,
O importante é pensar
o quê todos nós podemos
fazer daqui para frente
porque tudo na vida
só depende mesmo é da gente.
O Céu da tarde vestido
de Topázio Imperial
para receber a noite
parece comigo buscando
escrever um poema
que se pareça conosco,
E por ambição profunda
de abrir os teus
sentidos e colocar todos
nos meus sentidos
dançando os mesmos
passos do destino,
Não é mais segredo
que você se parece
comigo e eu pareço contigo,
a a cada dia a gente se merece.
A percussão do sino
dos ventos de Ágata
ainda toca o coração,
O balanço do sino
lembra muitas vezes
a poesia existência
suspensa pelos fios
que nos sustentam,
nos unem, guiam
e fazem encontrar
a razão, o amor e o destino.
Ainda lembro bem
das estradas longas,
das paisagens lindas,
das árvores altas
iluminadas pelo Sol
que mais pareciam
com esmeraldas
em contraste
com casas caiadas
que contavam
com gentis hortinhas,
No rádio do carro
só tocavam boas
músicas caipiras,
Nunca imaginei
que recordar
iria se tornar
memória distante,
e que memórias
assim ninguém
se importaria mais;
Desses tempos têm
o quê se resgatar
a paz e tudo o quê
é de acolhimento
mesmo faça
muito tempo atrás.
As pradarias no final
da tarde esplendem
com a cor de uma
reluzente Brasilianita,
Continuo intrépida
buscando pela poesia
que desperte o seu amor
e traga a sua companhia.