Poemas da Pátria
O coração ao som
do tambor de mina
da Via Láctea
na vida nos orienta,
O amor é meu lema,
os teus olhos mantém
vivos cada poema.
As estrelas no céu da Pátria
profunda dançam
com o destino que nos brinca.
E eu não consigo pensar
em outra coisa a não ser
em me lançar no abismo
desta tua linda boca.
Sinceramente, não acho,
e sim tenho toda a certeza
que nada tem de ensaio.
Nas minhas mãos levo
o feitiço do teu amor
com destreza e me divirto
com este doidivano fascínio.
A poesia destes dias andam
gingando em campo aberto,
e que você é meu é óbvio e certo.
De soslaio você anda
desenhando a rota rumo ao paraíso,
a tua astúcia eu conheço,
no silêncio amoroso nos guardo.
O som dos tambores
me trouxeram sem querer,
Você me deu flechas
nas mãos e me levou
para dançar sem a menos
o meu nome perguntar,
Dançamos na roda
do Bate-Flechas sem parar,
sem nos dar conta
de ver o tempo passar
e foi dançando que
a gente começou a namorar.
Você está ouvindo
o quê eu ouvi?
Você ouviu e viu
o quê ouvi e não vi?
É o Comendador
da casa das 365
janelas andando por aí.
Não toque na reputação
alheia de jeito nenhum,
e não mexa naquilo que não é seu.
Ainda insisto em ter
um amor gentil que
seja capaz de segurar
e até mesmo buscar
o meu chapéu caso
a ventania sopre
por esta Cavalhada.
Não é pedir demais
um amor que eu ame,
e também por ele seja amada.
Entre cavalheiros vestidos
de azul e de vermelho,
passam por nós a Côrte,
a nobreza e os lacaios,
e o dia nos reverencia
com toda a beleza.
Não é pedir demais
um amor que me cuide e guarde,
e eu faça o mesmo por ele.
Fino é o trote que
o destino põe o coração,
se o amor não for profundo,
é melhor que do caminho
seja desviado pelo Divino.
Não é pedir demais
um amor que seja meu e eu seja dele,
e que só em nós tenhamos o deleite.
Dou bom dia para a minha
Comadre Fulozinha
e como oferenda
trago a minha poesia,
Peço para ela que me ajude
a convencer nem que
seja a base do susto
a gentileza entre nós
e com a generosa
Natureza que nos
brinda com tantas belezas.
Divina Caipora hoje tem
gente que merece nó na língua
para que as mãos não alcancem
e o mal não faça nunca
mais casa onde estimamos.
Mãe da Mata surpreenda
quem merece e se possível
interceda por mim juntos a Deus
por um amor que traga
a mesma paz que traz uma prece.
A toada que canta
todas as Cunhãs
cruzou a Amazônia,
Você me convidou
para a Dança Toada,
Ultimamente você
anda vivendo entre
a poesia e a insônia,
A tua alma não anda
sossegada e sei que
sou eu a sua amada.
Você foi dançar
com os seus amigos
o Coco de Praia,
a mulherada não
ficou sossegada,
e de surpresa
juntas resolvemos
para que o coração
de cada um não
se distraia mudar
a nossa direção,
sarandear as saias
e dançar o Coco do Sertão.
Os teus dias não têm sido
mais os mesmos,
Os teus olhos brilham
quando você ouve
o meu nome,
Por mim você está
a cada dia mais derretido
e anda muito mais romântico.
Eu sei que você quer
me convidar para dançar
na roda o Curitibano contigo,
no teu bolso sei que guarda
com amor um versinho,
e quando a minha cintura
você apertar não
vai querer outro abrigo.
Quem pensa em
rebelar-se contra
o bem que faz
morada no coração,
Acaba virando
Quibungo de si
mesmo neste mundo,
E depois do feito
não tem mais jeito.
Nesta roda com nossos
amigos, sapateando
e dando voltas contigo
dançando Nhô-Chico,
Você sabe o poder
do teu charme fogoso
e que não consigo
mais por muito tempo
fingir que não resisto.
Maio trouxe o seu véu branco
sobre o Pico do Montanhão,
Fumegam as chaminés dos fogões
de lenha nesta manhã outonal,
Inspiração é algo que não
falta por aqui por tantas belezas
desta nossa cidade de Rodeio
neste Médio Vale do Itajaí.
O silêncio do feriado,
o canto dos pássaros,
o clima ameno e a paz
que falta pelo mundo afora,
Trazem a pausa benfazeja
para quem aqui mora,
e para quem escreve como
eu sempre acaba virando poema.
Diante de tudo que ainda
tenho para escrever
é difícil ter um um livro terminado,
Ando mesmo com o coração
compromissado com
o tempo deste poético itinerário
para o quê é de poesia,
sublime e inefável
da minha mão não escapar
e pela vida não se perder.
O som da Congada da Lapa
ainda soa na memória,
O doce da infância ainda
guardo na História,
Os heróis ainda vivem
em mim também,
O velho teatro não
saiu do coração,
Algo me diz que
vamos juntos até lá,
Só não sei quando,
Eu só sei que nós vamos.
Todos os dias você
tem me colocado dentro
do seu coração
superando a própria razão,
A viola de fandango
traduz esta crescente paixão
e imparável sensação
de flutuação quando
você vê qualquer sinal meu,
O adufe e a rabeca são
testemunhas do teu charme
dançando este Fandango Caiçara
no tablado e que por mim
você está apaixonado,
Você não quer que eu faça
par com mais ninguém,
e só de me ver dançando
com outro você fica inquietado.
Existem pessoas que acham
que até nas leis da Natureza
podem mandar,
Que a vida alheia não
devem respeitar
e por onde passam o que veem
na frente vivem para estragar.
Este tipo de gente o Barba Ruiva,
a Cabra Cabriola, o Cabeça de Cuia
e o Papa-Figo podem
nos fazer o favor de carregar:
(Porque gente assim nunca irá fazer falta porque a civilização
para elas nunca será o real lugar).
Eis poesia que abençoa e que
também é capaz de amaldiçoar,
Quem procura acha,
e depois da vida não pode reclamar.
A verdade foi feita para falar
e cada um se coloque no seu lugar.
As lendas existem também para educar os adultos que estão a teimar.
A Dança do Barreado
que eu prefiro é
a que faço com ele no meu prato,
O Barreado é filho
do Entrudo e o quê
ele me deu e ainda
me dá quando é preparado
mantém o meu coração completamente apaixonado,
Não vai demorar muito
tempo para servir um bem
saboroso para colocar
no meu e no seu prato.
Você não precisa me afrontar
com a sua microbiografia,
e até querer impôr a quantidade
de versos para me ensinar
que os teus poemas são
mais poemas do que os meus.
Escrevo sem compromisso,
sem data, sem hora marcada
e sem querer chegar a algum lugar,
se escrevo poema ou poesia
só saberei quando a travessia acabar.
Escrevo porque escrevo
se sou poeta ou não,
o problema é somente meu,
e não é o seu assédio poético
que vai me determinar ou obrigar
a ler o quê não me interesso.
A minha Língua é muito
bem usada porque a uso
para cuidar da minha própria vida,
defender a herança Pátria
e ser solidária com quem precisa.
Nenhum deles chega
perto da tua sutileza
e do tato das tuas mãos,
No sentido conotativo
venho me portando
como Alamoa o tempo
todo por bom senso
e autopreservação,
Porque em nossa jaça
secreta, atlântica e sagrada,
Tenho te esperado absoluto
para que ocupe com tudo
e sem o desejo de regresso.
Juro sob o testemunho
do meu generoso
Médio Vale do Itajaí
que se eu tivesse
nascer de novo como
poetisa eu escolheria
o mesmo idioma
como berço esplêndido
para cantar o mesmo
Hino Nacional Brasileiro.
Tenho na minha Língua
o meu passaporte
para onde quero,
a minha balada romântica
o meu descanso e meu protesto.
A minha Língua é Pátria
gigante celebrada
daqui da cidade de Rodeio
onde a celebro com poesia,
honro Santa Catarina
e reverencio o Brasil inteiro.
O Fandango Caiçara nos levou
sem pensar no viracorpo poético, caímos um no gosto do outro,
o toque de pele nos incendiou,
decidimos não mais neste
amoroso baile nos largar
e viramos oceano de amar.
Na hora do pega-na-bota você
tirou do bolso a rosa cor-de-rosa,
colocou na minha orelha
e dançamos a noite inteira.
O Fandango Caiçara trouxe
o antídoto para o quebra-chifre,
para nós dois foi apresentado
o amor mais bonito que existe,
nos envolvemos e encantados
de primeira nos declaramos:
predestinados ao nosso amor
sem saber nós já estávamos.
Neste pula-sela você veio
com jeitinho todo encantador,
e desde o começo já havia
percebido que era teu o meu amor.
Meu mandadinho és só no passo,
na vida virou meu amadinho,
e nunca será o suficiente
te dar muito e todo o denguinho;
te cubrir com carinho é o imperativo
porque é o amor quem anda
ditando o compasso, o contrapasso
e cada romântico passo:
o amor estará sempre do nosso lado.
Com a Língua Portuguesa
nado de bruços, boio
e nado de borboleta
escrevendo o meu poema
pelo Rio Itajaí-Açu adentro,
Até hoje não tenho
conhecimento de outro
teorema que me faça
descrer que a minha Língua
não seja a mais língua
poética do mundo e poema.