Poemas Curtos de Cecília Meireles

Cerca de 153 poemas curtos de Cecília Meireles

"Homem vulgar! Homem de coração mesquinho! Eu te quero ensinar a arte sublime de rir. Dobra essa orelha grosseira, e escuta o ritmo e o som da minha gargalhada: Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!”.

( do poema "Gargalhada.)

Inserida por portalraizes

“Não sejas o de hoje. Não suspires por ontens...
não queiras ser o de amanhã”...
(do livro "Cânticos", 1982.)

Inserida por portalraizes

Sei que canto. E a canção é tudo.

Tem sangue eterno a asa rimada.
E um dia sei que estarei muda:
- mais nada.

(do livro "Viagem", 1939.)

Inserida por portalraizes

"Não te encontro, não te alcanço...
Só — no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só — na treva,
fico: recebida e dada."

Inserida por katiacristinaamaro

Som frio,
Do rio sombrio,
O longo som,
Do rio frio,
Tão longe,
Tão bom,
Tão frio,
O claro som do rio sombrio.

Inserida por yViihDasRimas

Leva o arco-íris em cada fio do cabelo.
Em sua pele, madrepérolas hesitantes
pintam leves alvoradas de neblina.
Evaporam-se-lhe os vestidos, na paisagem.
É apenas o vento que vai levando o seu corpo pelas alamedas.
A cada passo, uma flor, a cada movimento, um pássaro.

Inserida por bonecadepano

Todos Morreram

Todos morreram antes de meu nascimento. E minha mãe (Matilde Benevides Meirelles) se foi quando eu tinha apenas três anos. Fui criada por minha avó materna, Jacinta Garcia Benevides, nascida nos Açores, Ilha de São Miguel.

Inserida por giovaninha28

Tristes ainda seremos por muito tempo,
embora de uma maior tristeza,
nós, os que o sol e a lua todos os dias encontram
no espelho do silêncio refletidos,
neste longo exercício de alma.

Inserida por andozia0905

⁠Ai, quem se opusera ao tempo,
se houvesse força bastante
para impedir a desgraça
que aumenta de instante a instante!
E a vida, em severos lances,
empobrece a quem trabalha
e enriquece os arrogantes

Inserida por dia_marti

⁠...mulheres e homens à espreita,
caras disformes de insónia
vigiando as ações alheias
agudas setas atiram
a inveja e a maledicência

Inserida por dia_marti

⁠já são réus- pois se atreveram
a falar em Liberdade
que ninguém sabe o que seja
Liberdade- essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda

Inserida por dia_marti

⁠passou um louco montado
passou um louco a falar
que isto era uma terra grande
e que a ia libertar

Inserida por dia_marti

⁠pois o amor não é doce
pois o bem não é suave
pois amanhã como ontem
é amarga, a Liberdade

Inserida por dia_marti

⁠Não deve sonhar o pobre
que o pobre não vale nada...
Se o sonho do pobre é crime,
quanto mais qualquer palavra

Inserida por dia_marti

⁠"Aqui, além, pelo mundo
ossos, nomes, letras, poeira...
onde, os rostos? onde, as almas?
Nem os herdeiros recordam
rastro nenhum pelo chão (...)
choramos esse mistério
esse esquema sobre-humano
a força, o jogo, o acidente"

Inserida por dia_marti

⁠"De coração votado a iguais perigos,
vivendo as mesmas dores e esperanças,
a voz ouvi de amigos e inimigos"

Inserida por dia_marti

Não posso mover meus passos
por esse atroz labirinto
de esquecimento e cegueira
em que amores e ódios vão

Inserida por dia_marti

⁠"Tudo me fala e entendo : escuto as rosas
e os girassóis destes jardins, que um dia
foram terras e areias dolorosas
por onde o passo da ambição rugia;
por onde se arrastava esquartejado,
o mártir sem direito de agonia"

Inserida por dia_marti

⁠"E percebo os suspiros dos amores
quando por esses prados florescentes
se ergueram duros punhos agressores"

Inserida por dia_marti

⁠" (E tudo é tão diferente
do que em saudade imaginas!
Onde estão os teus amigos?
Quem te ampara, quem te salva?...)"

Inserida por dia_marti