Poema Velhice
Quantas pessoas, no alto da velhice, corroídas pelas consequências das próprias opções e escolhas erradas, olham para o céu e praguejam, se vitimizam?
Ao fim e ao cabo, na velhice, descobrimos que desde sempre, estivemos casados com a melhor (e única!) pessoa que verdadeiramente nos ama e compreende (na maioria das vezes!): nós mesmos!!
Aos olhos dos planos de saúde e da sociedade ocidental em geral, a velhice carrega a somatória de todas as deficiências, todas as desimportâncias produtivas e todos os pressupostos de inadequação, tornando-se apenas um estorvo social.
A infância dura 10 anos; a adolescência, 20; a idade adulta, 40; e a velhice pode durar a vida inteira.
Mantenho um casamento estável, longevo, feliz e de muito respeito com a velhice.
Até que a morte nos separe.
A velhice haverá de ser algo mais leve se, quando ela chegar, eu já tiver adquirido as qualidades das pessoas que admirei ao longo da vida.
Cuidar de um pai ou de uma mãe na velhice (na VelhIcE) é uma questão de cidadania, é obrigação, não uma opção.
A velhice não é uma coisa só para os feios, os belos também se envelhecem, com uma diferença, os feios nunca sentirão a dor nem a delícia, de nascer belo.
"Beba da taça Vida. Saia do casulo da Velhice. Metamorfoseia-te e vira criança até morrer."
(Haredita Angel)
Que na velhice essa utilidade tão presente e assim trabalhada durante toda uma vida, não seja motivo de uma tristeza qualquer.
A velhice vai chegar, eu sei, meu temor é ficar como um piano velho e desafinado, emudecido, jogado em um canto!
