Poema sobre a Seca

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Becos do Cerrado

Becos do meu cerrado
Amo a tua melancolia, seca e tortuosa
Teus ipês breves. Teu devaneio encantado
De recantos de chão árido, e flora andrajosa
Teu cascalho roliço, céu cinza e enfumaçado
Deixando a alma da gente, comovida e chorosa
Do pôr do sol nos tordos galhos, luzidio, encarnado

Amo o silencioso horizonte, cheios de tal quimera
Que em polmes dourados e os olhos cheios d’água
Suspiram em poemas de rogo, tal a rudeza, quisera
O vento, em açoites nos buritis, aturando a frágua
Nas frinchas de suas folhas, e que ali então esmera
Que se defende, peleja, viceja e na imensidão vivace
Desenhando o sertão do planalto de intrigante biosfera
Como se a todos nós um canto de resistência declamasse.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 de março de 2020 – Cerrado goiano
paráfrase Cora Coralina

Inserida por LucianoSpagnol

⁠OCASO DA VIDA

Vai, folha seca, vai, desgarrada
Ao vento em fascinante magia
Vai, que o outono, já evidencia
No fatal balé, de poética toada
Cumpre o destino, meta sagrada
Mudada: sem cor, árida sinfonia
Sem viço, sem a gala da energia
E, a tua pálida força, já crestada

No tempo, a tua mocidade palia
Deixando-te no calor da saudade
Vai, folha delicada, doce poesia
Baila pelo ar desta final liberdade
Realizou a sua crucial biografia...
Ímpar e, cada um de nós há-de.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26 agosto 2024, 16’23” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Na caatinga seca árida de vegetação rala de palma a terra seca rachada de baixo do sol quente no meio do céu limpo sem nenhuma nuvem se quer
Caminha o caatingueiro com a inchada no lombo sem desanimar agradecido guarda o sorriso junto com a esperança que alimenta a fome de fartura em dias de abundância de água que mata a sede e umedece a terra rachada o caatingueiro que sobrevive com pouco mas,se enche de fé e esperança
As vezes é preciso sonhar
E acreditar que amanhã será diferente
Com sol quente ,ou muita chuva
No pouco ou na fartura
O viver é um dia após o outro
Na árides se aprende que paciência e vontade Caminha juntas e só para pra descansar encostada na arueira pra beber sua água na cabaça...

A caatinga

Inserida por marcio_henrique_melo

Tinha cheirinho de sol sem nuvem
Chuva na terra seca
Cafezinho acabado de fazer
Tudo junto, como podia ser...
E um irresistível jeitinho de sorrir.

Inserida por MirnaRosa

NA SEQUIDÃO DO CAMINHO

No caminho tinha uma folha seca
desgarrada uma folha seca tinha
no caminho do cerrado
uma folha seca no caminho tinha

Nunca me esquecerei desse evento
na sequidão do cerrado ao vento
no caminho tinha uma folha seca
Nunca me esquecerei que no caminho
tinha uma folha seca
Na sequidão do caminho
uma folha seca tinha
no caminho tinha uma folha seca

Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Parodiando Carlos Drummond de Andrade
(No caminho tinha uma pedra)

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Me faltam os seus carinhos.
Minha boca está seca.
Faltam os seus beijos.
Sim, sinto-me em uma escada espiral,
que não tem fim.
Está difícil.
Me pergunto...
Só meu coração vaza sentimentos?
Eu mesma não sei explicar.
Então, espero o final de semana.
No sábado, tento ter livre arbítrio.
É tudo sem nexo.
É tudo um complexo.
Estou dispersa.
A questão de tudo,
é você.
Está difícil.
Está difícil alcançar a glória.
Está difícil alcançar você.
Está difícil.
Me pergunto...
Só meu coração vaza sentimentos?
Tento ter ânimo.
No lugar em que estou,
a vida está me tornando figurante.
Estou quase invisível!
Será que ainda tenho tempo?
Queria ter você no Grand Canyon,
em Machu Picchu,
em Cusco, no universo,
no meta verso.
Socorro!
Delírio.
Estou naquela bifurcação.
Não sei o que fazer.
Paro e volto?
Paro e sigo?
Sigo em frente?
Será que chegarei em algum lugar?
Está difícil.
Me pergunto…
Só meu coração vaza sentimentos?
Tempestade em meus olhos.
Soluços rasgam meu ser.
Grito!
Sinto os pulmões estalarem.
Você não ouve.
Nosso banner, agora de papel, você não vai ler.
Eu sei.
Medo!
Medo que o "Eu te amo" se torne banal.
Medo que o amor se torne
“artigo de luxo”.
Está difícil.
Me pergunto...
Só meu coração vaza sentimentos?

Inserida por yonnemoreno

⁠Um dia de cada vez

A terra seca sob meus pés
não é menos dura que o peso do dia.
O corpo ainda aprende a habitar-se,
a não exigir mais do que pode,
a suportar o silêncio sem o entorpecimento do esquecimento,
a segurar o fruto da liberdade que insiste em escorrer pelos dedos.

Já fui campo sem cerca,
onde a ânsia galopava sem freio.
Uma chuva que não rega,
e apenas fere a raiz.
Hoje sou roça semeada
na paciência do tempo,
esperando que algo brote.

Há uma fome que não se vê,
uma sede que não é de água.
Elas gritam no calor do meio-dia,
na solidão dos olhos que evitam encontros.
Mas eu, com mãos calejadas,
mesmo após uma década,
aperto o arado do instante
e traço linhas que só o amanhã saberá decifrar.

Sei que as marcas do passado
não se dissolvem como o barro das unhas.
Elas permanecem, silenciosas.
Mas, enquanto o sol nasce,
me permito regar o presente.
Um dia de cada vez.
E isso, por agora, basta.

Inserida por Epifaniasurbanas

ORAÇÃO DEUMA MÃE DE AUTISTA
⁠Senhor, renova nossas forças e energias, seca nossas lágrimas quando ninguém mais puder nos consolar. Sustenta-nos firmes e fortes nesta jornada desafiadora da Maternidade Atípica.
Revitaliza-nos a cada amanhecer, para que possamos enfrentar os obstáculos que surgem pelo caminho. Dá-nos sabedoria, equilíbrio e discernimento, mesmo quando o cansaço tenta nos derrubar. Fortalece-nos na fé e no amor, para que possamos cuidar, proteger e amar com todo o coração os filhos que o Senhor nos confiou, os maiores tesouros de nossas vidas. Amém!

Inserida por sukapriscile2015

Fui plantado em uma terra seca, onde nada floresce;
Passei por caminhos áridos, onde nada sobrevive;
Enfrentei desafios, que poucos venceriam;
Venci batalhas, que muitos seriam derrotados.

Inserida por SidAguiar

⁠GRÃO
Essa vidinha que a gente vive e não é da gente, transcende.
Hora é folha seca que se quebra em contato com a fina brisa
Noutra se deixa fluir ao sopro da ventania que sempre vai
Passar sobre nossos rostos quão brisa mansa ou vendaval.
Em outro instante, fria como o corpo físico inerte.
E essas dores que sentimos apenas prelúdios são.
Assim como o pensamento logo passamos aos corpos sãos...
E quem não é o que é, naquilo que é se perde.

Inserida por NICOLAVITAL

Primaverei

Já fui água de chuva
Já fui folha seca
Já fui intenso calor
Primaverei, virei flor!
☆Haredita Angel

Inserida por HareditaAngel

⁠"O Quinze apresenta as consequências devastadoras da grande seca de 1915 no Nordeste do Brasil, onde a resiliência e resistência do povo nordestino se erguem como um testemunho da luta incansável contra as adversidades impostas pela natureza e a negligência do governo."

(PAULA, Vitor Ferreira de. "O quinze?" Campo Grande: Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, 2024, p.01)

Inserida por VitorFerreiradePaula

⁠meus sonhos foram levados pelo vento
Como uma folha seca perdida no ar
E não os encontrei mais ...
Onde será que está

Inserida por Binhalok

A hora certa surpreende

No poema que cura a alma,

A alma seca plangente

Da terra que não pertence.



A Pátria desconhecida,

Na poesia imaginada,

A alma surge extasiada

De tê-la assim escrita.



No galope do verso,

Na glória do Ahalteke,

Que o destino não me negue.



Na rima do deserto,

No rodopio do vento,

Que o som seja o do saltério.



Não estou autorizada,

A inspiração me encontrou;

Sei que ando radiante,

O Universo me iluminou.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠A minha boca anda
seca porque falta água,
só sabe disso
é quem por isso passa,...
Se você não passa,
ao menos respeite.
A minha barriga
anda vazia
por de falta comida,...
Se a tua
se alimenta,
a minha respeite.
Falta gasolina,
sobram bloqueios
e notícias de incêndios.
Se não tem autocontrole,
ao menos não atrapalhe.
Um país infernizado
evidentemente
pelo Império epicentro
do Mal pandêmico
que não dá descanso.
Ontem foi dia de lembrar
também do velho General
que salvou a vida
do Comandante Eterno,
e dele não há notícia.
Não se sabe nada
até o momento
do General que preso
está injustamente
há dois anos e sem
nenhum acesso a luz da justiça.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Escondidinho

O Escondidinho da minha
preferência sempre será
o feito com Carne Seca,
O meu gosto é sempre
tradicional: este é o poema.

Inserida por anna_flavia_schmitt

ALMA SECA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Não queria, mas quero amar de novo,
pra dizer a mim mesmo que tô vivo,
há um ovo que ainda me fecunda
e renova o motivo de viver...
Tenho andado vazio feito bolha,
feito porto isolado e sem função,
folha seca varrida pelo vento
em um chão desgastado; calvo; infértil...
A minh´alma secou, está deserta,
nem um sonho pra dar algum verdor,
uma dor dessas boas de sentir...
Pelo menos voltar a ser volúvel,
dissolúvel, poroso, permeável
como sempre não quis, me rendo e quero...

Inserida por demetriosena

⁠Torta de Milho
com Carne Seca
bem feita enfeita
a mesa e traz sabor
que é uma beleza.

Inserida por anna_flavia_schmitt

Basta ser!

O preconceito tem cura
o orgulho fica no fundo
a morte vem seca e dura
tudo acaba num segundo
então deixe de frescura
que o frio da sepultura
é igual pra todo mundo.

Inserida por GVM

A verdade é que somos retirantes em pleno século XXI. Fugindo dos mesmos problemas, convivendo com as mesmas situações, alimentando os mesmos ideais de sempre, sem nunca resolver o que realmente precisa no sertão: a fome educacional.