Poema sobre a Seca
Terra forte.
Da terra que me sustenta
da flor da palma a flor de lis
da seca que me arrebenta
da chuva que me faz feliz
da raiz que me alimenta
o meu nordeste representa
a parte forte deste país.
Flor do sertão
Na terra seca
pouco profunda
No solo árido
sufocante
Onde tudo parece estar perdido
Acabado, destruído
Ela brota sua exuberância
Em tom de vermelho
Enfeita o chão sem cor
A flor do sertão
Brota pra gritar
com sua beleza singular
Que nós podemos
Assim como ela
Brotar
mesmo quando tudo
estiver morto
Nós podemos ser vida
Linda, ávida, colorida
Desprendida
linda vida.
RIO DO DESTINO
Pedaços de árvore seca
Tombada no sertão quente
No período da seca,
Arrastam-se, lentamente,
Nessas águas tão escuras
Do velho e cansado rio,
Que eu, repleto de amarguras,
Da sua margem espio!
Àquela árvore igual
Há muita gente, afinal,
À beira do desatino!
Pois se arrastam tantas vidas
Nessas águas poluídas
De um tal rio do destino!...
Infância pobre, mas... rica.
Não vivi em área nobre
mal tinha água na bica
mesmo que a seca dobre
a esperança multiplica
e na saudade se descobre
que aquela infância pobre
na verdade foi tão rica.
A indústria da seca é um termo utilizado para designar a estratégia de alguns políticos, também conhecidos como "coronéis da água", que aproveitam a tragédia da seca na região nordeste do Brasil para ganho próprio. O termo começou a ser usado na década de 60 por Antônio Callado.
"Vidas Secas" de Graciliano Ramos demonstra a exploração do indivíduo nesse contexto.
NA SEQUIDÃO DO CAMINHO
No caminho tinha uma folha seca
desgarrada uma folha seca tinha
no caminho do cerrado
uma folha seca no caminho tinha
Nunca me esquecerei desse evento
na sequidão do cerrado ao vento
no caminho tinha uma folha seca
Nunca me esquecerei que no caminho
tinha uma folha seca
Na sequidão do caminho
uma folha seca tinha
no caminho tinha uma folha seca
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Parodiando Carlos Drummond de Andrade
(No caminho tinha uma pedra)
Valores.
Essa é a vida pacata
deste pobre brasileiro
de onde a seca maltrata
assola o sertão inteiro
no nordeste a fome mata
e os políticos na mamata
gastando nosso dinheiro.
As flores
As flores que não colhi
o tempo tratou de secá-las
o vento levou suas pétalas
as sementes no solo ficaram
e novas flores germinaram...
mel
Por necessidade.
Foi por necessidade
jamais por opção
a seca por crueldade
mudou a minha direção
me tangendo pra cidade
me expulsando do sertão.
SOU O VENTO
Sou o vento que seca as roupas do varal
Sou o vento que joga as folhas no seu quintal
também sou o vento que enxuga as lágrimas
que rolam de teu rosto angelical...
mel - ((*_*))
Sem água, sem vida!
A seca continua vasta
e a plantação não conduz
a terra se torna gasta
e do céu somente a luz
e o pobre gado não pasta
e o agricultor não produz.
Folha seca
Sou uma folha seca ao léu
Solitária...Ao relento...
Sopra o vento
Qualquer vento
Mínimo vento me carrega
Pra bem longe
Desgarrada da origem
Atravessando uma existência inteira
Sem amores
Murchando...
Morrendo
E lá vou eu percorrer
Mundos estranhos
Alheios à minha vida
Cheio de multidões
Com nada a ver comigo
Talvez eu caia
Numa noite chuvosa
Em poça de lama
E fique lá até virar humo
Apenas...
Não deixe que o seu coração se torne terra seca devido a inúmeras decepções!
Regue todos os dias,are a terra,e depois semeie...
Mas somente boas sementes,não deixe a erva daninha crescer por perto!
Todo cuidado é pouco quando se tem uma terra fértil!
Basta somente uma para acabar com a plantação!
Livre se dela não deixe que ela contamine sua terra!
O amor é como uma fonte que nunca seca,
Inesgotável calmo, sereno feito um rio,
Cujo seus sabores são sempre dócil,
Tranquilo na sua maioria,
Impetuoso em dias de tempestades,
Mas sempre fluindo interminável,
Não seca,
Não minguá,
Não se acaba.
Terra santa.
A terra é seca, mas é santa
aqui se vive com o que tem
é bem cedo que se levanta
roga a Deus e diz amém
e o nordestino se encanta
porque tudo que ele planta
tem o prazer de servir bem.
Sou a louca que se pavoneia entre a razão do ser.
Sou a boca seca, nunca desejada.
Sou o beijo seco, nunca encontrado.
Sou a menina, sempre abandonada.
Sou a mulher de mente aprisionada.
Sou, de todos, a mais ousada
Despedida.
Meu nordeste castigado
pela seca evoluída
cada vez mais derrotado
chora em tom de despedida
quando a morte leva o gado
o sertanejo perde a vida.
A DURA SECA.
A chuva não vem agora
e a seca maltrata o chão
por causa dessa demora
falta verde na plantação
e o sertanejo hoje chora
porque é chegada a hora
de se retirar do sertão.
Você
De que adianta dizer o que sente, se o que sente não entra na mente.
Fria, seca e gelada; qualquer denominação que se dê há um objeto.
As vezes gostaria que fosse um objeto, para que nas minhas mãos pudesse as vezes ficar.
Ou como uma Harpa que com poder encanta as mentes mais alucinadas que já houve falar.
E assim que vejo você: difícil e distante, como um sonho errante que jamais quero esquecer.
(TJ)