Poema sobre a Seca

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Porque não você? ... Será porque?


Porque cansei de chorar?
Uma hora a fonte seca.
Porque parei de ligar?
Até a paciência descarrega.
Porque cansei de sofrer?
Ser feliz não dói.
Porque não sinto mais saudade?
Existem milhões de pessoas no mundo.
Porque estou mais bonita?
Percebi que estou mais viva do que nunca.
Porque apaguei você da minha vida?
Borracha serve para apagar rabiscos.
Porque agora você me quer?
Porque é de praxe humana querer aquilo que não tem.

Érwelley C. de Andrade ALB/DF.

Pequena.

Seus cabelos e olhos já não brilham mais
Sua boca está seca
Em sua pele pálida marcam os ossos
Em suas mãos um lenço branco
Para enxugar as lágrimas que já não caem mais.

Verdes noites, cantos azuis.
Se for o amor, leva toda tua dor.
Fonte seca, braços fortes entrelaçados.
Ousados, costumam ser.
Magia de flutuar em teus seios,
teus anseios, teus versos, teus tetos.
Esculpir-te basta, idolatrando teu suor,
que se mistura ao meu em noites frias e amargas.

É assim no sertão.

Aonde a seca maltrata
o linho não é páreo pro couro
pão é mais caro que prata
água vale mais do que ouro
macambira é melhor do que nata
jumento é mais forte que touro.

PEDRA
(Rayme Soares)

Os olhos não arregalam
A boca não seca
Não acelera o coração
E nada desperta

A mente se cala
A fala se quieta
Nem fede, nem cheira
Nem serve de alerta

Sem sal, sem saliva
Uma pálida face
Sem ida, sem vinda
Nem morre, nem nasce

A flor da indiferença
A cor do desinteresse
É triste omitir-se
E deste modo não ver-se!

À latitude de 48º do final de Câncer,
Haverá uma seca devastadora.
Peixes no mar, rios e lagos boiarão,
Devido ao fogo no céu.

Nostradamus

Nota: Centúria V, Quadra 98, descrita no documentário "Nostradamus: 2012" do Canal História

Recompensa Divina

Da pior seca dos últimos tempos
Ao período que mais choveu...
Com Deus não há tempo ruim
Não desampara quem Dele careceu

O pasto está crescendo
O gado engordando
A barragem sangrando
E o povo agradecendo

Graças a Deus,
É a chuva que chega ao sertão
Para fazer de 2013
Um ano de muita recordação

"Você é o sol do meu dia, é a luz dos meus olhos
é a brisa da noite , é o sorriso que seca
minhas lagrimas, Você é a força na minha fraqueza.
com um olhar entendi tudo que queria me dizer...
È por você que meu coração bate forte, é você que me deixa
sem folego, é você que meu coração escolheu, meu doce
Lobo Selvagem".

Até na seca Deus sabe desenhar... saudades desse lugar.
Nascido no mato, criado no concreto.... na simplicidade eu me encontro.
Há quem diga que não vive sem o luxo... no final de tudo todos estaremos mortos, cansados por correr atrás de coisas que não eram eternas...

Deixe que o seu amor
flua dentro de mim,
como gotas de chuva
caindo na areia seca.

TEMPO DE ACASOS

O tempo muda tudo
A arvore cresce
A agua seca
A tabua empena
As pessoas nao sao mais pequenas
Elas tambem mudam com o tempo
Os quietinhos se tornam bagunceiros
Os do fundão se tornam os primeiros
Ja os primeiros, esses se transformam
As vezes pra mal, mas a maioria tem um gande futuro
Pois esses da vida sao certos com impostos e juros
Aproveitam suas chances e sabem reconhecer que nada acontece por acaso
E que a vida é como uma cama elastica
As vezes voce cai e tem sempre uma pessoa que continua pulando e nao te deixa levantar
Mas esse tempo serve par voce descansar e começar a pular de novo.

A glória do vaqueiro.

Seca, suor e glória
luta, fome e destino
marcam toda trajetória
do povo de Virgulino
do couro tem a memória
do símbolo da história
do vaqueiro nordestino.

Folhagem seca
Mato sem vida, vento morno, terra cansada!
Sem tempo para florescer...
Onde o amor faleceu.

O tempo passa
passa o tempo
gaveta abre, gaveta fecha.

O sol aparece, o sol se vai
caneta seca, caneta nova
ontem aluno, hoje escritor.

E escutando o professor
Guimarães dizia:
- Do morro vem o recado.

E naquele vai e vem
lembrei-me das loucuras machadianas
dos sentimentos do mundo de Drummond.

Legado imortal
Quem vai continuar?
No mundo de palavras curtas
abreviadas.

Que vive apontando
no arrasta e aperta
esquece-se de pensar.

E a tinta vai secando,
os dígitos sumindo
e o ontem bonito vai se enquadrando
perplexo.

Vai geração mexe
vai canção cresce
vai criança brinque

Invente, tente
não congele
vai.

A seu jeito
porque a sociedade está
e você é.

O ontem, o hoje, o amanhã
e quem sabe a gente se encontra
e aí então você me conta.
Inspiração (Poesia premiada em 2016)

O sertão tem algo que me encanta
e não é o sol
e não é a seca...
muito menos as cidades.

O que me encanta de verdade no sertão
são os sertanejos,
é o jeito deles,
aquele jeito simples de levar a vida.

Porteira!

Por trás dessa porteira
eu só tinha felicidade
mas a seca traiçoeira
me mandou para cidade
do meu gado na cocheira
e da minha gente ordeira
me restou só a saudade.

Nordeste verde!

Muita gente ainda acredita
que o nordeste é só sertão
que a seca braba é infinita
e não escapa uma região
mas essa terra é tão bonita
que até mesmo quem visita
quer ficar mais que o verão!

DENTRO DA TARDE

A tarde seca e fria, de maio, do cerrado
Cheia de melancolia, deita o fim do dia
Sobre cabelos de fogo tão encarnado
Do horizonte, numa impetuosa poesia
A tarde seca e fria, de maio, do cerrado

O mistério, o silêncio partido pelo vento
No seu recolhimento de um entardecer
Sonolento no enturvar que desce lento
Do céu imenso, aveludado a esbater
No entardecer, seco, frio e, sedento

Perfumado de cheiro e encantamento
Numa carícia afogueada e de desejo
Seca e fria, a tarde, tal um sacramento
Se põe numa cadência de um realejo
Numa unção de vida, farto de portento

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano

Realidade!

A seca maltrata o chão
nessa dura realidade
peço a Deus em oração
a chuva da fertilidade
porque assim é o peão
quem nasceu para o sertão
não se cria na cidade.

Armas da seca!

O sertão ainda encara
o sol forte e cristalino
a água distante e rara
tem as armas do destino
e a seca é quem dispara
a bala da dor que vara
o coração do nordestino.