Poema palavras

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⁠Naquela campa -

Há um poema cansado
Nas rimas do meu sofrer
Mais um momento marcado
Pela vontade de morrer.

Há um silêncio que agito
No fundo dos meus sentidos
E o meu poema é um grito
São meus sonhos perdidos.

E o que ficou do que fomos
Está preso ao fado, à poesia
P'ra mim seremos e somos
Aquele amor que eu sentia.

Aquelas horas tão nossas
Só eu as guardo no peito
Talvez também 'inda possas,
Lembra-las tu ao teu jeito.

Naquela campa tão fria
Deixo uma rosa e um beijo
Que a Musa desta poesia
Fica virada p'ro Tejo.

Inserida por Eliot

O poema real não tem poesia,
sentimento esvazia em nossos tanques;
haverá sempre um novo amor eterno...

Inserida por demetriosena

POEMA BOCEJADO

Essa névoa que a tudo faz grisalho
e revolve num véu a luz do sol,
põe silêncio e preguiça nos meus olhos;
rege os passos num ritmo contido...
Na manhã deste julho quase agosto,
molho a minha poesia no cenário
como se molha o pão no capuccino;
bem mais por hábito que por sabor...
Por falar de sabor, bebo lembranças,
nostalgias, imagens requentadas,
tomo chá com torradas de saudades...
Neste quadro em que a vida quase para
na moldura do momento infinito,
poetar é meu rito; meu despacho...

Inserida por demetriosena

POEMA COMPOSTO PRA NINGUÉM

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Se houver um carinho é bom expor;
tendo amor, se transforma num dever;
toda raiva contida exige o grito
e viver é viver; não é velar...
Acontece que a vida é sim ou não;
tem a mão que sustenta ou abandona,
que te arranha ou afaga; o meio termo
é apenas o medo de arriscar...
Sendo assim eu te risco desta folha
que não pode ser bolha protetora
das verdades escritas para o mundo...
Entre ser e não ser não há mais nada,
ou apenas o caos em que te deixo
até seres alguém que a mão alcança...

Inserida por demetriosena

PEQUENO POEMA FALASTRÃO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Se a palavra singela é tão bonita,
por que tanto aparato e tanta tinta;
porque trinta palavras que só dizem
o que uma nos basta pra dizer?
Quando a boca sussurra expõe a entranha;
quando grita só mostra o meu pulmão;
o teor do sermão vem quase sempre
numa frase; nas pausas; no silêncio...
Como vou externar este poema
viciado em falar o que não diz,
que me falo que fiz mas veio pronto?
A palavra qualquer que não expus
entre as tantas que aqui se digladiam,
é a cruz de punir o meu excesso...

Inserida por demetriosena

POEMA DE PANELA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Ter amor com que teça os meus versos diários
e meus versos diários pra fazer amor,
bom humor pra chorar sem perder o sorriso
que pertence aos meus olhos, apesar da vida...
Igualmente um motor, combustível nos temas
dos quais faço poemas pra poder viver,
como quero aplicar meus poemas nas pedras
das colunas e o piso da casa em que moro...
Apesar da ilusão de qual sempre disponho
ao compor cada sonho sem cair do mundo,
pulo fundo pra fora do lugar-comum...
Cada dia revela que o chão é meu céu;
quero letras cremosas pra passar no pão;
canjiquinha; feijão; torresmo com poesia...

Inserida por demetriosena

POEMA PATOLÓGICO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Resolvi escrever uma história pra ti;
para tanto evoquei o fantasma de Dante;
já montei a fornalha no abismo que abrigo,
reservei numa estante o lugar mais sombrio...
Serás livro comido por traças e fungos,
teu enredo é destino dos que não têm luz,
tua cruz é viver pra contar um segredo
que não cabe nos olhos e ouvidos de alguém...
Viverei pra que um dia não tenhas vivido,
não encontres passado nem tenhas futuro,
sejas vaga presença no escuro das horas...
Minha calma se firma na patologia
de sonhar que meu dia traz a tua noite
ou a tua versão do juízo final...

Inserida por demetriosena

REFLEXÕES E REFLEXOS

Demétrio Sena, Magé - RJ.

... O poema perfeito
encontra nexo
no coração do simplório
e na cabeça
do complexo.

...

... Portal do infinito.
Um arco-íris no espaço
convida pro céu.

...

... A minha história se perde
ou se apaga
sem deixar uma pista...
não tenho ponto final,
continuativo
nem de vista.

...

... Temo a cura da bipolaridade.
O que resta é sempre o pólo pior.

...

... Para não ouvir o que não deseja,
não toque no meu ponto franco.

...

... Superei seu xeque-mate!
Este mundo é uma gangorra...
xeque-morra!

Inserida por demetriosena

FLUÊNCIA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Um bom poema
nem sempre rima...
mas sempre rema.

Inserida por demetriosena

SEM PÉ NEM CABEÇA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Minha vida parece um poema concreto;
tem os baques incertos; os caminhos tortos;
vai do teto ao porão sem cadência medida,
volta, vai e revolta, se congela e quebra...
Meu enredo é partido em pedaços miúdos
e refeito em mosaico a cada vez que ocorre,
morre tanto que vive de morrer de susto
pra tornar a fazer o percurso ao seu alvo...
Sou sem pé nem cabeça da cabeça aos pés,
um revés que se acerta nos erros em série,
Hiroshima implodida e refeita sem fim...
Porém olhe pra mim; você verá que sou
algo mais do que show pra mostrar personagem
ou miragem de alguém que não há como ser...

Inserida por demetriosena

POEMA CAIÇARA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Aprecio a poesia que me chama
lá no canto; na sombra; no silêncio;
dá um doce, depois me desafia,
me provoca e me faz querer o resto...
Busco aquele poema que seduz
como a droga no dia inicial;
só aos poucos envolve, me vicia
e me diz onde a cruz está cravada...
Escraviza e dá carta de alforria,
faz pecar e dispõe a conversão
lá no fim do sermão fragmentado...
Só existe poesia no poema
que não salta, não corre, não esmurra,
mas que rema e nos leva de canoa...

Inserida por demetriosena

POEMA DE AMORES

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Toda forma de amor tem seus contornos;
tudo cabe ao seu campo, justo espaço,
nada foge ao compasso do seu tom,
se não for por arbítrio natural...
Teu amor não é sempre o de quem amas;
há de haver desencontros de sentidos,
desmentidos de algumas emoções
cujos truques nos pegam de surpresa...
Pode ser que os amores ganhem vezes
onde as vozes destoam entre si,
porque mi pode achar o próprio sol...
Cada forma de amar tem sua fôrma,
mas os nossos farelos podem mais
do que sermos iguais pra sermos um...

Inserida por demetriosena

POEMA DE RUA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

É na rua que os risos encontram meu rosto,
que meus olhos encontram olhares acesos,
o meu corpo se livra de pesos e sombras
ou de velhos assombros que nunca se vão...
Lá na rua estão vozes, expressões que vibram,
correm vidas num rio pra todos os lados,
corações misturados esbarram nos outros
e se ferem, se curam, dão sentido ao tempo...
Neste canto faz frio que vence o calor
de qualquer estação, por mais quente que seja,
não há dor nem alívio, qualquer vibração...
Só as ruas fervilham de gentes e coisas,
interesses humanos, defeitos, virtudes,
atitudes e gestos que movem o mundo...

Inserida por demetriosena

POEMA DE RUA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

É na rua que os risos encontram meu rosto,
que meus olhos encontram olhares acesos,
o meu corpo se livra de pesos e sombras
ou de velhos assombros que nunca se vão...
Lá na rua estão vozes, expressões que vibram,
correm vidas num rio pra todos os lados,
corações misturados esbarram nos outros
e se ferem, se curam, dão sentido ao tempo...
Neste canto faz frio que vence o calor
de qualquer estação, por mais quente que seja,
não há dor nem alívio, qualquer vibração...
Só as ruas fervilham de gentes e coisas,
interesses humanos, defeitos, virtudes,
atitudes e gestos que movem o mundo...

Inserida por demetriosena

POEMA & POESIA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Tenho tanto a gritar, fazer protesto,
que me deixo esquecer do que faz bem,
do que vem escondido sob as farpas
ou no trem das verdades doloridas...
Trago tantos espinhos entalados,
tanta pedra nos rins das esperanças,
a tal ponto que as flores não importam;
meus estados não sentem seus perfumes...
E assim muitas vezes não decanto
todo encanto que a vida proporciona
e não cobra direitos autorais...
Elimino as crianças e os jardins
dos meus sins ao poema com poesia,
para ser um poeta de combate...

Inserida por demetriosena

QUEIXA POÉTICA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Respeitarão meu poema down; meu soneto de pé quebrado; minha trova fora de compasso. Tratarão com respeito meus versos mal vestidos; carentes de medida; com uma sílaba menos ou algumas sílabas mais do que as milícias literárias ordenam. calarão diante da simplicidade sincera do meu poetar sem lei, lenço e documento..
Farão isso, ou me queixarei aos direitos humanos literários, por ser vítima de preconceito poético. Por não respeitarem a natureza humana, divina e social de minhas letras. Não aceitarei, de modo algum, que discriminem minha poesia especial; portadora de necessidades afetivas e de razões menos conservadoras.

Inserida por demetriosena

POEMAS DE AMOR

Demétrio Sena, Magé – RJ.

Um poema de amor não é bula de Afrin
nem é cálculo químico; nem TCC,
mas um fim de tardinha; de noite ou de festa;
é um eu e você sob a luz do luar...
Não exija um poema, de amor ou saudade,
com projeto e critério; tabela e charada;
leia menos Demétrio, mais Antonio Sena,
para ter a verdade com seiva floral...
Há poema de amor que parece tratado
ou achado difícil de se decifrar
e se torna monturo sem nenhum sentido...
Emoções que decantam verdades de amor
têm humor e tristeza que se poetizam,
mas ninguém as garimpa sem ser natural...

Inserida por demetriosena

POEMA METÁLICO⁠

Pinos
Parafusos
Difusos
Confusos
Sem tinos
Soltos
Envoltos
em mugre!
Profusos
Sem fusos
nas horas
da vida.

Angela Dias e Demétrio Sena

Inserida por demetriosena

⁠POEMA CANCELÁVEL

Demétrio Sena - Magé

Já nasci cancelado por meu pai;
minha mãe também era cancelada
e me fez entender de sobrevida
nesta minha escalada solitária...
Não havia internet, mas havia
essas mesmas pessoas oprimidas
pela vida vazia em seus empenhos
pra mostrar como sabem excluir...
Hoje nada cancela o meu conforto
neste porto seguro do meu dom;
acolher e soltar quem quiser ir...
Meus ebós literários conscientes
dessas mentes tardias de pensar,
geram medo do amor não seletivo...

... ... ...

Respeite autorias. É lei

Inserida por demetriosena

Bom Dia!

No silêncio violeta da manhã, desabrocha com sutil perfume de poema a bendita flor do dia. Dentro dela tudo então, se faz luz, sonho e uma explosão crepuscular de vida que, como um pêndulo, flutua com precisão entre o tic tac do relógio e o pulsar do coração.

Inserida por ednafrigato