Poema Metade

Cerca de 2138 poema Metade

Distante assim meu riso é pranto
É lágrima de saudade
De tristeza metade
E metade de encanto
Um tanto felicidade
E amor outro tanto!

Distante assim sou casa vazia
Sou do beijo lembrança
Sem par em dança
Resquício de alegria
Amor que não se cansa
Distância tripudia!

Tão perto assim sou mãos dadas
Um dormir nos braços
Acordar no abraço
De bocas coladas
É um não cansaço
De fazermos nada!

Tão perto assim sou você
Um caso perfeito
Seu corpo, seu beijo, seu jeito
E um medo de perder
Sou amor que bate no peito
Eternidade a me envolver...

Inteiro


Amores pela metade não me satisfazem, meias amizades não me convencem,
um quase sorrir não me contenta, um pouco de paz não me tranquiliza,
estar perto não diz que cheguei, "foi por um triz" não me consola.
Eu não me dou em pedaços, não quero meias esperanças, nem ser feliz pela metade.
Não quero meias palavras, não gosto de meios termos, não quero meias verdades
se for pra ser, que seja. Por inteiro

" Metade de mim é um Anjo
A outra metade Tsuname
O conjunto efeito do momento".

Poema das Bruxas

Metade de mim é fada,
a outra metade é bruxa.
Uma escreve com sol,
a outra escreve com a lua.
Uma anda pelas ruas
cantarolando baixinho,
a outra caminha de noite
dando de comer à sua sombra.
Uma é séria, a outra sorri;
uma voa, a outra é pesada.
Uma sonha dormindo,
a outra sonha acordada.

Metade de mim

Metade de mim
é emoção
e deseja teu corpo ao alcance da minha mão
a outra metade
é razão
e imune te afasta, ignora, finge ilusão.

Metade de mim
não me deixa do teu beijo esquecer
a outra metade
impassível, não me permite sofrer.

Metade de mim
lembra o calor ardente do teu abraço
a outra metade
insensível, nega a existência do laço.

Metade de mim
quer novamente ouvir tua voz
a outra metade
implacável, exige que esqueça de nós.

Metade de mim
é sonho acordado de desejo e lembrança
a outra metade
inabalável lucidez que cessa a esperança.

Metade de mim
subjuga meu corpo na ansiedade do amor
a outra metade
impiedosa rebela-se, aumentando minha dor.

Metade de mim
emoção
grita teu nome ao vento
incontida, desesperada de paixão
a outra
indiferente se cala, sem nenhuma razão.

Sonho parece verdade
Quando a gente esquece de acordar
E o dia parece metade
Quando a gente acorda e esquece de levantar

Metade sombria de alma e face. Olhos escuros clareados pelo vulto de cor luminosa: rastro de luz.
Tristeza incontida num olhar.
Que as lágrimas não ousem chegar, que fique o nó na garganta, que fique a saudade antecipada, que vá o rastro de luz embora e deixe-me aqui remoendo essas mágoas.

Meias

"Meias verdades
Meias vontades
Meias saudades

Viver pela metade é ilusão
Tire suas meias
Ponha o pé no chão".

De todo o amor que eu tenho
Metade foi tu que me deu
Salvando minh`alma da vida
Sorrindo e fazendo o meu eu

Não me convidem a ser igual,
porque sinceramente sou diferente.
Não sei amar pela metade.
Não sei viver de mentiras.
Não sei voar com os pés no chão...

Não me dou pela metade,
não sou tua meio amiga nem teu quase amor.
Ou sou tudo ou sou nada.
Não suporto meios-termos.

Thaísa Lima
Encontros e desencontros de uma adolescente. São Paulo: Biblioteca 24 horas, 2008.

Nota: Trecho adaptado do livro "Encontros e desencontros de uma adolescente". Costuma ser erroneamente atribuído a Tati Bernardi e Clarice Lispector.

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A maior parte dos desgostos só chegam tão depressa porque nós fazemos metade do caminho.

Se alguém quisesse escrever uma história da vaidade, dominaria metade da natureza das civilizações.

A honra nunca se ofende impunemente: nunca existe por metade; inteira é forte, ferida está morta.

Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade não sei. Que não seja preciso mais do que uma simples alegria pra me fazer aquietar o espírito. E que o seu silêncio me fale cada vez mais.

Ouvimos apenas metade do que nos é dito, entendemos apenas metade disso, acreditamos em apenas metade do que entendemos, e lembramos apenas da metade do que acreditamos.

As pessoas quase não percebem que falta metade do meu corpo e que não posso ser muito simpática porque toda a minha energia está concentrada para eu não tombar.

Um texto com milhares de linhas não provam nem metade do que um beijo no rosto inesperado prova.

Não sei amar pela metade, sem exagero. Não sei me conformar com o quase, não sei sonhar meio sonho. Se amo, amo inteira, me entrego, sinto mais do que deveria. Se amo, amo e protejo, amo e me esqueço da existência de limites. Não sei cuidar só às vezes, não sei me preocupar só com o que devo, não sei não me importar com cada detalhe secreto teu. Se amo, amo intenso, amo ao extremo, amo ao quadrado multiplicado por um zilhão. Não sei amar por partes, com condições. Sou assim, vivo com o coração nas mãos, sou inquieta e não calculo conseqüências. Sou boa ouvinte e vou saber até o que você não diz. Vou te observar, mimar e te cuidar. Quando amo, sou sua, totalmente sua. Porque se amo, amo e pertenço, amo e sofro com tua dor. Se amo, te espero, te guardo, morro e continuo viva!

"Lá estou eu em mais uma mesa com risos pela metade. Olho pro lado e sinto uma saudade imensa, doída, desesperançada e até cínica. Saudade de alguma coisa ou de alguém, não sei. Talvez de mim, de algum amor verdadeiro que durou um segundo... Meus amigos me adoram. Mas será que eles sabem que se eu estou morrendo de rir agora, mas daqui a pouco vou morrer de chorar? E isso 24 horas. E eu, mais uma vez, olho para o lado morrendo de saudade dessa coisa que eu não sei o que é. Dessa coisa que talvez seja amor. Odeio todos os amores baratos, curtos e não amores que eu inventei só para pular uma semana sem dor. A cada semana sem dor que eu pulo, pareço acumular uma vida de dor. Preciso parar, preciso esperar. Mas a solidão dói e eu sigo inventando personagens. Odeio minha fraqueza em me enganar. Eu invento amor, sim e dói admitir isso. Mas é que não aguento mais não dar um rosto para a minha saudade. É tudo pela metade, ao menos a minha fantasia é por inteiro.. enquanto dura. No final bruto, seco e silencioso é sempre isso mesmo, eu aqui meio querendo chorar, meio querendo mentir sobre a vida até acreditar. E aí eu deito e penso em coisas bonitinhas. E quando vou ver, já dormi."