Poema Louco Insanidade Doido
Quem disse que toda mãe
Padece no paraíso
É um doido da cabeça
Já perdeu todo o juízo
A verdade é que o filho
Ao contrário de empecilho
É motivo de sorriso
Um ditado popular
Com o verbo padecer
Não define o que é ser mãe
Não tem muita coisa a ver
Padecer é aguentar
É penar, é suportar
Sinônimo de sofrer
O filho dá alegria
Traz muita felicidade
Desde bem pequeninho
Indo pela mocidade
Mesmo depois de crescer
Para a mãe ele vai ser
Criança na eternidade
Ser feliz no paraíso
É a melhor explicação
Pra dizer o que a mãe
Sente em seu coração
Não existe sofrimento
Nem penúria, nem lamento
Mas tão só celebração
UM AMOR NATURAL DE SÃO PAULO
Ah, amor doído, me maltrata
Saber que fui apenas recreio
Que inda arde no peito, creio
Que a dor me teimará ingrata
Com o engano, verídica errata
Ardo na agrura e no devaneio
Mas com o tempo, tu, receio
Irá se calar na súplice serenata
Os teus olhos deixarão de ser:
A força e planos no meu olhar
Tudo gira, no eterno aprender
Nego-te o meu sofrer e pesar
Se lamento é para te esquecer
Nesses versos de amor e amar!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Agosto de 2020, 31 – Triângulo Mineiro
MORTE REDENTORA
Ter o amar é dar-se em sofrimento
É tolerar a agonia por estar doído
Sem clamor vão, sem um gemido
No suspiro doloroso e mais cruento
É ser condenado, do pecado isento
Pôr a palavra naquele sumo sentido
Ser sugerido, e da ideia esquecido
Sem fazer do teu pesar um fomento
É vir da simplicidade e ter podido
Filho de carpinteiro, bem amado
Do suplício não se fazer perdido
Viver enfado e ter a firmeza ao lado
Sem valia, e por moedas, vendido
Sendo amor, pastor, foi crucificado!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
29 março, 2024, 15’00” – Araguari, MG
*paráfrase José Albano
Ah o amor!
A tudo enxerga e perdoa...
E a paixão?
A paixão nos deixa cegos, surdos, mudos e doidos...
☆Haredita Angel
.
Era uma vez...
Uma doida que achou um doido.
- Casaram, tiveram muitos doidinhos
e nessa doidera,
foram felizes para sempre!
FIM
☆Haredita Angel
LAVANDO ROUPA SUJA
foi doído
mas precisei
dizer todas as verdades
presas na garganta
foi como
desentupir um ralo
cheio de submissões
doeu, sofri, chorei
sobrevivi
eu vivia sufocado
pela vontade
alheia
vivia
ontem gastei a madrugada
me valorizando
em uma conversa muito séria
comigo
É preciso ter se sentido quebrado, doído, para saber falar de dor. É preciso ter sido sustentado sem forças, para saber falar de fé.
Ninguém sabe o que o outro passa, mas cada um tem suas dores. E cada um sabe onde sangra, cada um sabe das suas feridas. Não se diminui a dor alheia, tampouco a sua própria. Dor a gente cuida. E entrega a Deus.
Li uma vez que escrever é se expor. Penso que sim, porque para escrever, é preciso sentir. Não se trata de gritar suas dores ao mundo, se trata de personificá-la. Extravasá-la. E mostrar que ninguém está só com suas dores. E que podemos sim, vencê-las, suportá-las. Mostrar que a fé faz toda diferença. E que Deus nos ampara. Mostrar que existem outras coisas além das dores, que existem alívios também, mostrar que existe o lado bom da existência. Mostrar que sentir gratidão por cada dia que se vive é uma forma sublime de nos conectar com Deus, além da fé e da prece. E mostrar também que temos motivo para continuar, que mesmo diante do que parece impossível, somos fortes e devemos continuar e acreditar, por nós, por quem nos ama e por Deus.
Vamos fazer uma prece?
Deus, pai amado, tira de mim esse manto de tristeza que tantas vezes insiste em me vestir. E me veste com seu manto de amor e fé. Tira do meu peito o medo, as dúvidas, as culpas e o sentimento de impotência diante das situações que não posso mudar. Peço paciência para entender seus propósitos. Me ajuda a ser melhor a cada dia, não do que os outros, mas do que eu mesma. Acalma minhas urgências. A ti entrego a cada dia, Senhor, o controle da minha vida e das pessoas que amo. Peço sua proteção pelas setas malignas lançadas, pelos males que desconheço e contra tudo que pode nos adoecer, corpo, mente ou alma. Agradeço, Senhor, por cada providência e pelo seu imenso amor.
Assim seja!
Penúltimo dia do ano vencido!
Falta pouco para terminarmos este ano doído. Entre comemorações e festejos por vencer mais uma etapa, façamos uma prece: Pelos que se foram, pelos que sofrem... E vamos tentar ser a mudança que queremos no ano que virá...
Para 2021, pense positivo, creia nas suas vitórias e lute para conquistá-las.
Feliz ano novo!
Josy Maria
Segredinho de moça,
Seio despido,
Surpresinha assanhada,
Desejo de doido,
Fantasia cor-de-rosa,
Versinho bendito
Como um botão de rosa.
Não há nada que obriga
estes quatro versos
a rimar nessa instância
que tem doído no peito.
O silêncio só faz crescer
a indignação monumental,
a vizinhança já conhece
a ignorância constitucional.
Por nada nesse mundo
jamais irei parar de falar,
o sol há de voltar a brilhar
e trazer a justiça para o lugar.
A dança dos astros
está em movimento pleno,
A Terra tem o seu eixo,
o destino fará o alinhamento.
VONTADE DE AMAR
Amor é doído, amor é sofrido, amor é sentido;
Amor é soluço, amor é suspiro, amor é gemido;
Amor é ilusão, amor é perdição, amor é solidão.
Amor é navalha, amor é fornalha, amor é mortalha;
Amor entristece, amor entorpece, amor envelhece;
Se não doer não é amor, se não doer não é amor,
se não doer...é só amor.
Pois amor é furacão, amor é tempestade,
amor é só a metade.
Mas a outra metade é paixão, a outra metade é coração,
a outra metade...é mais que vontade!
Claudio Broliani
CALHAU SOCIAL
Demétrio Sena - Magé
Sempre fui o produto a ser doado,
mesmo quando doar saiu doído,
espremido, escoado, involuntário
feito carne moída e macarrão...
Sou a coisa sem marca e pedigree,
que se usa e jamais se reconhece;
sub-prece onde muitos oram alto
e havendo milagre será deles...
A pessoa de fundo e bastidores,
pra dar foco às figuras de ribalta;
esqueleto das cores e dos sonhos...
Acuado, escondido, proletário
da cultura e do mundo social;
cidadão temporário no imprevisto...
... ... ...
#respeiteautorias isso é lei
"Quem deseja o impossível acaba doido; quem espera o impossível acaba mau.
Neste último caso, trata-se de um desespero travestido de esperança, e ninguém chega a isso sem malícia".
Mar menino
Ele existe dentro de nós, é um mar alvoroçado, de tudo faz onda. Puxa o que quer, devolve o que não quer. O mar menino reflete aquilo que ver, se enxerga olhos azuis devolve olhos azuis, se percebe olhos verdes o seu dia 'enverdesse' e se nada lhe favorece... Mar menino se enfurece. Ora quer se aproximar, chegar pertinho, ora se encolhe e quer distância e nem invente de se chegar, não vai querer se encalhar... O tempo passa e nada (,) muda. Enquanto isso acontece, vivo a tranquilidade de ser mais menino.
OUTRO LADO
- Oi, moço. Uma informação por favor... a loja que ficava aqui ao lado fechou?
-Não, minha senhora. Só mudou pro outro lado da rua.
-Hã? Como assim?! - perguntou enquanto olhava pro outro lado tentando enxergar o que procurava - Acho que você não entendeu a pergunta... A loja que ficava aqui ao lado fechou, não foi?
- Sim. Fechou aqui e reabriu do outro lado. Está logo ali. Bem de frente. Basta a senhora atravessar a rua.
Ela olhou mais uma vez pro outro lado. Desta vez mais demoradamente... Me pergunto se talvez o hábito, a tradição e o costume a tenham deixado desconfortável em aceitar mudanças e se isso, de certa forma, a tenha cegado (ou pelo menos limitado sua visão).
Incapaz de enxergar a realidade, não atravessou a rua. Simplesmente agradeceu e foi embora balançando a cabeça lamentando a loja ter fechado (e possivelmente ponderando a integridade de minhas funções cognitivas e estabilidade mental).
"Moço doido"
Acontece o tempo todo.
E não apenas sobre lojas.
gostaria de voltar a amar
Queria que tudo fosse como antes
Não queria estar aqui, mas estou
Para onde vou eu não sei.
“Ao `cidadão de bem` assiste o direito de andar armado.
Mas esse `cidadão de bem` precisa ser bem explicado.
Talvez aquele que auxilie a velhinha a atravessar na faixa ou o que paga
suas contas em dia e não tenha inadimplência na Caixa.
Quem sabe aquele que seja decente, não traia a esposa, cuide da família
e frequente a igreja semanalmente.
De bem é aquele que devolve o troco corretamente e é responsável com
o meio ambiente.
Não deve portar aquele que frequenta o bar, o que discute no trânsito ou
o que agride o seu par.
Precisa ser emocionalmente equilibrado, não tomar remédio controlado,
nem ter ficha com o delegado.
Mesmo sendo o tal `cidadão de bem` é preciso saber até que ponto assim
ele se mantém.
Tem cara bem comportado que sai da linha quando é provocado.
Tem aquele que é bipolar, do nada ele cisma em matar.
Pra não complicar mais esse tema, é melhor encerrar o poema.”