28 poemas sobre a infância para reviver essa fase mágica da vida
Nunca me medi em centímetros ou metros.
Nunca me pesei em quilos ou gramas.
Mas meu pequeno
tem a leveza do tamanho de uma infância
FAZ DE CONTA
Outro dia mesmo estava me divertindo,
assim meio descuidado, meio distraído,
e pelas brincadeiras de infância atraído.
Vieram outros dias, outras noites,
e, então, o tempo, sorrateiramente,
foi levando para longe de mim, dia após dia,
o pião que fazia girar as minhas fantasias;
as bolinhas de sabão, que eram meu alento,
foram desmanchando-se ao sopro do vento.
O faz de conta, os pés descalços, as ‘partidas’,
o ‘bate-bola’ nos campinhos de terra batida;
as alegres brincadeiras de ‘esconde-esconde’,
me escondiam do mundo adulto, não sei onde.
Enfim, até me dar conta que chegou o dia
de que esconder já não mais conseguia.
Eu não gostei de ter crescido, realmente.
Vez por outra eu me perco à minha procura.
Eu queria ter de novo aquela estatura,
aquela inocência, aquela candura.
Não queira esse mundo de loucura,
onde a verdade se vai e a mentira perdura.
Eu queria ser um menino eternamente.
Na verdade sou criança, apesar da aparência,
e luto para não ser adulto, com veemência,
para não adulterar de vez a minha essência.
O pião perdeu-se num mundo que continua a girar,
as bolinhas de sabão desfizeram-se de vez pelo ar
e nas ruas asfaltadas meus pés calçados vêm pisar.
Mas eu sigo brincando de esconde-esconde, contudo,
com o tempo que insiste em transformar tudo;
faz de crianças felizes, adultos sisudos.
Meu corpo de adulto pelo tempo foi esculpido,
embora me sinta criança, num corpo crescido,
com roupas de adultos, mas espírito despido.
Quanto mais ele muda, mais me contraponho,
pois muda um reino encantado de sonhos,
em um mundo ainda mais infeliz e tristonho.
Cresci e não gostei; isso me desaponta.
Por isso mantenho esse desejo oculto,
insistindo em brincar de faz de conta,
‘fazendo de conta’ que sou adulto.
A ficha demora para cair muitas vezes, chega a ser muito difícil de acreditar, mas o fato é que a sua abençoada infância já não está mais presente, a não ser nas boas lembranças guardadas na mente com bastante relevância, pois graças a Deus, hoje, és um pré-adolescente.
Chegaste numa fase desafiante de muitas mudanças, questionamentos, algumas inseguranças e alguns deslumbramentos diante de novas cobranças, sentimentos, descobertas, responsabilidades, tudo vai acontecer na hora certa, em cada oportunidade.
Dessarte, não tenha pressa e que não prevaleça o seu possível medo, como sempre não estarás sozinho, a sua vida continuará sendo uma grande bênção com O Senhor guardando todos os seus caminhos, renovando as suas forças durantes suas fraquezas.
Preste muita atenção para o que estiver ocorrendo a sua volta, escolha bem as pessoas que vai querer tê-las por perto, muitas não são confiáveis, não se cobre demais, os erros fazem parte e o mais importante, que Deus permaneça atuante nesta e nas suas próximas fases.
OUTRA RUA
Onde estou? Está rua me é lembrança
E das calçadas o olhar eu desconheço
Tudo outro modo em outra mudança
Senti-la, saudoso, no igualar esmoreço
Uma casa aqui houve, não me esqueço
Outra lá, acolá, recordação sem herança
Está tudo mudado do tempo de criança
Passa, é passado, estou velho, confesso
Estória de vizinhança aqui vi florescente
Pique, bola: - a meninada no entardecer
Hoje decadente, e conheço pouca gente
Engano? essa não era, pouco posso crer
Ela que estranho! Se é ela ainda presente
Nos rascunhos, e na poesia do meu viver...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Agosto de 2020, 31 - Cerrado goiano
Livre
Lá no tempo de criança
Onde brincava descalça
Os sonhos davam coragem
A boca não tinha mordaça
O cabelo solto ao vento
A chuva era alegria
O jeito de olhar
Tanta coisa dizia
Na noite estrelada
A diversão era garantida
Todos deitavam na calçada
A vida era realmente vivida
É que eu sou de uma época;
Que sabia valorizar
Que não tinha maldade
Nem dentro do olhar
Autoria de #Andrea_Domingues ©️
Todos os direitos autorais reservados 11/11/2022 às 14:45 hrs
Manter créditos de autoria original _ Andrea Domingues
Ministério da saúde adverte:
Ficar muito tempo na companhia
Da bebê Ana Júlia, você fica sorridente,
Ri atoa e regride ao Jardim de infância.
🤗👶🏻💝
Reflexões que me transportam ao passado
E saio a procurar a criança que viveu
Em mim
Com muitas emoções,
Era um jardim,
Sim, e de infância,
Mas, só consegui resgatar uma sombra,
Da minha doce adolescência,
Pois, hoje sou uma senhora!.
Nos braços da saudade
Acordei no meio da noite, sentindo um silêncio que pesava mais do que a escuridão.
Não era medo – ou talvez fosse, mas de um jeito diferente.
Um medo que não pede socorro, só escuta o eco do que já foi.
Fechei os olhos e vi você.
Seu abraço morava em mim, mesmo sem estar ali.
O tempo, teimoso, levou sua presença, mas não soube apagar o que ficou.
Porque amor de verdade não some, só muda de forma.
Vira cheiro no vento, calor no peito, voz na lembrança.
E mesmo quando a saudade aperta, há um consolo invisível
Que me embala como você fazia.
O passado não volta, mas sussurra.
E toda vez que a noite me encontra, eu escuto.
Fecho os olhos, respiro fundo
E me deixo levar por aquilo que nunca me deixou.
Para ela, que foi meu lar antes mesmo que eu entendesse o que era ter um.
A Dádiva
Numa casa pobre,
onde o chão é frio
e a mesa tem mais remendos que pão,
uma mulher cozinha.
Não tem quase nada —
só dois filhos de olhos grandes
e um coração que lhe sobra no peito.
Então frita esse coração
como se fosse alimento.
Fá-lo sem pensar em sacrifício,
sem esperar glória,
sem procurar virtude.
Fá-lo porque é o que há a fazer.
E ao dar-se assim,
inteira,
sem palavras grandes
nem promessas de eternidade,
torna-se mais livre
do que todos os senhores do mundo.
Os filhos olham
e não sabem ainda
que assistem a um milagre:
não o da multiplicação dos pães,
mas o da multiplicação do amor.
Ela,
sem o saber,
ensinou-lhes tudo.
No sorriso de uma criança, mora a alegria,
Um sol que nunca se apaga, ilumina o dia.
São mestres de um amor puro, sem condição,
Oferecem ao mundo sua mais pura canção.
No seu olhar, a curiosidade infinita,
Cada coisa é nova, cada passo, uma conquista.
Vivem o presente, sem pressa, sem dor,
Ensinar-nos a ver o mundo com mais cor.
Ah, se em nós renascesse essa inocência,
Se a vida fosse, novamente, pura essência!
Despertar cada manhã com olhos de criança,
Abraçar o dia com renovada esperança.
São pequenos mestres de uma grande verdade,
Que no coração simples mora a felicidade.
Nos ensinam a rir, a amar sem temer,
A encontrar magia no simples viver.
E nesse dia especial, que a infância celebra,
Que cada adulto se lembre e reverbera,
A alegria inata, a curiosidade e o amor,
E redescubra no próprio peito esse fervor.
Seja cada dia um novo despertar,
Como crianças, aprender a sonhar.
Que possamos, enfim, de coração aberto,
Ver o mundo, de novo, num brilho incerto.
Pois dentro de nós, há uma criança escondida,
Que anseia por viver, por amar, por ser vida.
No dia da criança, que esse ser floresça,
E que a mágica do mundo, em nós, permaneça.
Sobre a educação infantil, devemos ter prudência. Pois, quando muito podada e não estimulada, a criança se torna um adulto heteronômico.Sendo incapaz de questionar, refletir, repensar, inventar e criar novas regras.
Uma pessoa antagônica ao conceito de autonomia, e portanto, incapaz de fazer suas próprias escolhas e modificar positivamente o seu meio.
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O Silêncio dos Vagalumes
Foram-se os vagalumes,
não por medo da noite,
mas porque sua luz já não cabia
em mãos que desaprenderam o assombro.
Foram-se como preces mudas,
sem rastro, sem vestígio,
levando consigo a infância dos olhos
e a última centelha do espanto.
A cidade caminha sobre sombras,
e os passos ressoam na ausência do que era vivo.
Onde antes um lampejo fugaz
rasgava a pele do escuro,
agora há um breu domesticado,
submisso ao clarão sem alma
das lâmpadas que nunca dormem.
Mas quem sabe, em outra noite,
quando os homens cessarem o peso
sobre as coisas miúdas,
eles voltem.
E, sobre as ruas, redesenhem em claridade
o que o silêncio agora esconde:
o simples milagre
de brilhar sem porquê.
Mundo Azul
Ele caminha devagar na calçada,
como quem mede o peso do dia.
Apressados tropeçam nele,
mas ele nunca tropeça
na pressa do mundo.
Disseram que era estranho,
porque via o mundo por ângulos tortos.
Que culpa tem um espírito sensível,
se a sociedade se crê reta demais
para enxergar a beleza do desvio?
No intervalo entre duas palavras,
ele enxerga um poema inteiro.
No espaço entre um toque e outro,
ele sente tudo o que existe.
A falta de respostas assusta os outros,
mas o silêncio dele não é vácuo: é morada.
Ali dentro, onde poucos chegam,
há um universo à espera de tradução.
O Olhar da Criança
A criança é essência que escapa à razão,
é puro mistério em forma de expressão.
Carrega um jeito só dela de ser,
de olhar o mundo, de o compreender.
Atribui sentidos ao que a rodeia,
resignifica o que a vida semeia.
É intensa, é pura, transparente,
carrega a verdade, clara e presente.
Aprende no tempo que o coração dita,
com passos leves, de forma bonita.
Cada gesto, uma forma de dizer:
“Estou aqui, quero aprender!”
O adulto, ao tentar decifrar seu viver,
procura palavras pra descrever
esse ser que um dia também foi,
mas que agora vê de onde já se foi.
Brinca, imita, tenta se encaixar
nos jogos, nas falas, no imaginar.
Mas por mais que tente, é aproximação,
pois lhe falta o código da emoção.
O olhar da criança sobre o adulto, então,
reflete o que vê em sua ação.
Se não lhe agrada o que lhe é mostrado,
não é culpa — é apenas o reflexo formado.
O respeito, o afeto, a forma de amar,
é o que a criança vai memorizar.
E o adulto, se quiser ser lembrança bonita,
precisa ser ponte, precisa ser vida.
Um mundo fantástico
Abri os olhos e cai novamente no mundo dos sonhos. Vagarosamente começaram a aparecer fotografias de lugares e momentos da minha rica infância, adorei rever a minha rua, meus amiguinhos e eu jogando bolinha de gude na calçada, meu Pai dando várias risadas dos Trapalhões (Programa era exibido aos domingos), meu Deus que perfeição nas imagens da pracinha e da igreja que ficava em frente a minha casa. No mundo dos nossos sonhos, as lembranças do passado são tão detalhistas e prazerosas que tenho a sensação de ter sido teletransportado.
A felicidade tomou conta de mim, que reencontro emocionante com meu coelho de estimação, branco como a neve e tão bonito quanto um bichinho de pelúcia.
Nossa! A passagem dos circos que frequentei, olha lá, o leão, o palhaço, eita! O perna de pau e a trapezista que show, a platéia tá toda de pé!
Caramba, que legal! Eu poderia morar aqui dentro do parque de diversão, eu no carrinho de bate bate:
-Sai da frente vai bater!
Meu coração começou a bater muito forte, lágrimas começaram a derramar, o mundo mágico ganhou forma, vida e realidade.
- Oi Mãe, quanto tempo sem a senhora aqui, quero te dizer que a saudade é um sentimento muito pequeno para descrever o que sinto, me perdoe pelo que não fiz e me ajude nas coisas que devo fazer, a senhora é meu maior exemplo de pessoa que já passou aqui na terra em todos os sentidos, por favor me visite quando puder.
O sonho acaba, mas as recordações, assim como as reconfortantes memorias vivem em nós é uma pena não podermos toca-las, mas posso vê-las e senti-las.
Quando eu obtive o entendimento de conhece-lo ele era apenas um jovem menino sorridente que fazia de tudo para ver os outros felizes, eu, apesar de ser apenas uma criança, era encantada por ele, adorava sua forma de falar, suas brincadeiras, ria até de suas piadas sem graça, não tinha como não amá-lo.
Com carinho, evoco a minha querida querência, onde a infância em plenitude fazia influência. Na cidade crescente, onde a carência sempre aponta a ausência, a gente cresce sonhando ser alguém, mas descobre que a riqueza sempre residiu na simplicidade da vida. Aquela criança não cresceu, foram seus sonhos que envelheceram. Reviva sua infância, renove seus sonhos.
Me vejo voltando em pensamento para o mundo de minha infância, de onde viajava em pensamento para o desconhecido mundo chamado juventude. Hoje adulta, não me encontrei com o encanto que desejei de um mundo que fantasiei...Talvez deixei algo preso na varanda da casa que me debrucei.