28 poemas sobre a infância para reviver essa fase mágica da vida
Eu particularmente gostava mais do mundo no tempo de quando todas as crianças não tinham cores. Desde pequeno eu brincava em um cortiço bem perto de nossa casa no bairro da Consolação, no Rio de Janeiro. Curioso que durante toda minha infância nunca percebi diferença alguma entre minha querida família e as famílias amigas que me recebiam com carinho e amor em seus quartos um pouco mais apertados. Meu irmão jogava bola no quintal e eu ficava conversando e cantando com minhas mães de tanque e de passar, pois na sua maioria eram lavadeiras para fora. Saudades do Cortiço da Dona Rocinha.
Eu sinto o cheiro do arroz de leite que minha avó fazia para jantarmos. Eu amava aqueles cubinhos de queijo dentro, e não posso deixar de lembrar da expressão que ela fazia degustando positivamente a refeição rs. Que saudade da minha infância! Penso que crescer é o anseio mais imaturo que temos, de fato. Sigamos o bio baile com amor à vida e as memórias!
Boa Ventania.
Tempos de criança
Há quem faça pouco caso dos desejos das crianças, eu não, sempre analiso e procuro entender o porquê de alguns anseios infantis. Dizem os psicólogos e psiquiatras que os acontecimentos repercutem por toda a nossa vida e acaba formando nossa personalidade, um dos motivos de tentar entender o que se passa na cabeça dos pequenos é o fato de eu já ter sido criança (claro), e na minha infância tive inúmeros desejos que jamais foram atendidos. Lembro dos tempos de escola, início das aulas pra ser mais exato, ficávamos eufóricos, loucos pra saber qual seria a novidade no nosso material escolar, o que os adultos não sabiam é que a partir desse aparato escolar, faríamos sucesso ou não na nossa turma, um material legal era imprescindível para ser um aluno descolado, um material ruim acabaria com nossa vida social e consequentemente nossa auto-estima. Lá estava eu aguardando o material chegar, chegou, me dei por satisfeito com o material que me foi dado, mas o que pouco sabem é que o demônio mora na comparação. O primeiro dia de aula é especial, tão especial que eu acho que até tomava banho antes de ir para escola. Ao chegar, todos vindo de férias, tanto tempo sem fazer nada que nos fazia até sentir vontades estranhas, como vontade de estudar, por exemplo, vontade a qual não durava mais de uma semana. A tragédia aconteceu, um colega tira um estojo, estojo que me parece mágico na lembrança, cada botão apertado revelava um aparato; borracha, apontador, régua, tesoura, olhei para o meu, feito de tecido, simples, o fecho era apenas um zíper, senti uma tristeza, já era a vontade de estudar. Chegando em casa pedi para comparem um estojo daquele pra mim, que eu precisava dele, sem ele não poderia estudar, ele era peça essencial para o meu aprendizado. Assim que acharmos o estojo compraremos pra você, eles disseram. Em agosto faço 37 anos, até hoje espero o dia de ganhar meu estojinho...
A esperança nasce no sorriso de uma criança que espera ansiosa para que chegue o dia em que nenhum adulto lhe roube a infância ou a inocência...
Uma criança confia em seus pais plenamente, até porque, isso é uma questão de sobrevivência e enxergar os pais como abusivos é uma grande ameaça a essa sobrevivência. Com o tempo a única alternativa dessa criança será formar um jeito de se defender das situações dolorosas e internalizará todo o sofrimento. Essa criança enxergará tudo em si mesmo distorcido para entender os maus tratos e assim achará que merece o sofrimento.
Nunca pensei que sentiria saudade de alguém cuidando das minhas feridas, lembro como se fosse hoje, minha mãe jogando água gelada na minha cabeça, até escorrer todo sangue, eu de calcinha na rua, bem no meio da rua, em meio a multidão de gente, que me olhava preocupados. Os vizinhos pegando toda água gelada que tinha em suas casas, correndo para lavar a cabeça da menina, gente humilde e de bom coração, os vizinhos da minha vó.
A água deslizava gelada, tão gelada que chegava a doer, e eu só lembro de me encolher de frio e vergonha por estar de calcinha na frente dos meus amigos, que até pouco tempo estavam comigo brincado,no pezinho da ladeira, minha vó morava perto de uma ladeira bem íngreme e nela todo mundo se aventurava, inclusive eu anos depois com minha bike monarque roxa de cestinha que eu me achava muito foda com ela. Não foi diferente naquele dia, alí vinham os ciclistas, loucos na adrenalina da ladeira e quando vimos: IXEEEE!!! Christina levou uma barruada, e que pancada! Tenho a marca até hoje por dentro dos cabelos. Fosse nos tempos de hoje teria levado no mínimo uns 4 pontos, mas naquele tempo lavava com água gelada e tava bom, dalí a 1 hora eu já estava brincando novamente, o único cuidado era não baixar muito a cabeça para não voltar a sangrar. Bons e perigosos tempos haha. Como era bom ter alguém que ao menos lavasse minhas feridas com água gelada. Hoje em dia por sorte eu tenho alguns amigos para me apoiar, conversar, eles lavam um pouco, mas quem levanta e pega a garrafa hoje em dia sou eu. E agradeço a Deus, por ainda poder lavá-las.
Entendo tanto das tristezas que, quando a felicidade vem, vem com susto. Eu desaprendi muito cedo a plenitude alegre, e tudo bem: gosto do medo. Não porque me protege a alma das grandes besteiras, eu tenho um coletivo de babaquices feitas que denotam uma vida de coragens nem tão estúpidas; mas porque o medo é a mais autêntica forma de vida que eu conheço.
“Mas você me parece melhor”, “como assim?”, “lembra que no ano passado você estava a ponto de explodir? Então, parece que passou”, “ah, passou porque eu cresci, né”, “é! E crescer é difícil, às vezes dói um pouco”, “crescer não dói, não, Rafa. Você amadurece e pronto, tá tudo bem”.
Na vida, em geral, passamos mais anos sendo adultos do que sendo crianças, então não tente pular etapas. Seja criança durante o tempo que tiver de ser, de preferência da melhor maneira possível, e se der, dê uma esticada nessa fase ao máximo que puder, ela vai fazer falta.
"sabe porque nao permito que pessoas me ofendam,porque só eu sei quem sou..só eu olho no espelho e vejo aquela menina,que teve a infância arrancada a força e mesmo assim ela brincou enquanto pode,só eu vejo aquela garota que teve a adolescência arrancada por conta de escolhas alheias da qual ela nao tinha culpa,apenas estava ali,sem saber porque tanta dor e tanto sofrimento e mesmo assim ela cresceu,só eu conheço essa mulher que tem uma vida difícil e mesmo assim ela é feliz,então não venha me dizer o que fazer ou me julgar,porque nao viveu minha vida pra saber o que me trouxe aqui.
Tudo o que eu queria quando criança era ter a felicidade que imaginava que teria. Imaginação pura de criança, onde não há o que repreender. Não há ambição nem falta riqueza. Ah, seu eu pudesse viver a beleza que era minha vida quando eu sonhava. As dores eram mais doces e até os mais altos gritos eram de amor. Minha casa era cheia de paz e alegria. Não sei mais se lembro os detalhes, mas sei que não passava batido nenhum. Se eu chorasse era por ter caído e até meu joelho ralado parecia sorrir. Saudades desse tempo que ainda não pude viver. Saudades dos segredos que a mim mesmo contava. Saudades das reuniões que só eu comparecia pra discutir sobre o meu futuro, e das vezes que até esqueci do sono esperando parar de rir.
Aos poucos, sem perceber, alterei rotinas, costumes e o jeito de ver as coisas. De contador a jornalista foi um pulo de pião que roda a trezentos e sessenta graus até encontrar o ponto em que o giro parece estático.
No fim do dia, num sábado calorento como neste fevereiro, lá vem o Janjão de roupa nova. Ia ao cinema ver “E Deus criou a mulher”, com a Birgitte Bardot. Filme proibido para menores, como nós, caçadores de jatobá.
Plantei a semente do amor desde criança e agora, ela esta se desabrochando com esta oportunidade de ser referência em solidariedade, compaixão e amor ao próximo, me permitindo cumprir minha missão na terra.
Quero ser igual a você... usar tudo igual, falar tudo igual... ser linda igual a você quando crescer.
Pela providência do Senhor, decerto, certas lembranças são construídas através do amor, principalmente, quando o frescor da infância se faz presente, na companhia de uma criança amável, toda sorridente e sua energia incansável, que por enquanto desconhece tal importância e seus muitos significados, que ainda não sofre com a pressão da vida adulta, que se alegra a partir da simplicidade de momentos raros entre comilanças, brincadeiras e a segurança de determinados abraços, que no futuro serão felizmente lembrados por ela mesma ou pelo menos pelos mais velhos que estiverem ao seu lado, uma fonte de força na memória, uma bênção que deixará o ânimo renovado, pois logo as vivências serão amadas histórias.
Aquele foi um tempo bom. A rua era o palco da vida, desfrutada pela criançada: correndo, brincando, fazendo algazarras. Quanto a noite chegava era preciso voltar... Mas a vida ficava guardada nos bancos das praças, arborizadas, e nos quintais floridos fartos de frutas maduras - que faziam a festa da meninada.
Lamentavelmente, o conceito atual de criança está parecendo um retorno a Idade Média, quando era vista apenas como um adulto em miniatura.
As crianças nos ensinam a importância de perseguir um sonho sem se importar com a idade, que seguir por caminhos desconhecidos nos proporcionam grandes aprendizados e que assim como sorrir, o choro também faz parte da felicidade.
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