Poema de Pablo Neruda Crepusculario
Espanto
Enquanto o poeta brinca com as palavras, o cantor às cantam e o filósofo se espanta. O juiz utilizam-as para o veredito final, o médico às usam para dar diagnóstico. O leigo desconhecem- as,
mas o que na verdade me exaspera, é o que o arrogante faz...
200822II
SE EU PUDESSE SER
Se eu pudesse ser
Eu seria:
O seu último ensejo
No final do dia.
Se eu pudesse ver
Eu veria:
O seu adormecer
Toda noite, todo dia.
Se pudesse hipnotizar
Hipnotizaria:
Apossava do teu ser
E feliz o faria.
Se tudo eu pudesse
Tudo eu faria,
Apossava-me dos teus sonhos...
300822
SEU OLHAR TU ALMA
Ao olhar-te profundamente penso ao pensar no que tu pensas e percebo assim a pureza de tu alma
Então inebriar-se com está imagem, reviver o passado e suplicar a Deus um toque acalentador no coração dos maturados para que enxerguem novamente o mundo com um olhar de uma criança que na vida de tudo que é puro,
É o que de mais singelo há.
221022III
VIAGEM
É assim que viajo, por caminhos desconhecidos
Onde todos são fortes
Lunáticos e entorpecidos.
Sempre esperando
O amanhecer
Romper o alvo e seguir o dia, cumprir com a
rotina, ser o escravo fiel do capitalismo da socialite e do egoísmo
Regozijar da próxima ceia
Da próxima esquina
Estufar o peito de amor próprio
Que vaga sem parar.
Você que recebe migalhas
Supera as batalhas
E deveras é a locomotiva da vida.
261122
Rima que rima; Rima
A rima é tudo e nada concomitantemente. Ela é santificada e demoníaca simultaneamente.
A rima emociona, decepciona.
A rima é rica
A rima é pobre
A rima é clássica.
A rima é onipotente, onipresente e onisciente. Ela está em todo lugar!
071222
VAGA... MENTE
Entre, sinta-se à vontade
O recinto é espaçoso
O café é saboroso
A ceia é farta
Só falta aspiração.
Aproveite da água em abundância
Que transborda da peneira e ecoa uma canção.
Seja compreensivo
Consuma com moderação
Pois a cólera aqui é louca
E o deserto é incerto
Então de certo meu jovem!
Deverias aproveitar mais deste ávido oases.
061222
Ano novo
Um milésimo de segundo, um minuto por inteiro.
O repentino instante,
O novo dia. É
Mais um ano igual aos outros!
010123
Nossa pátria é amada
Idolatrada
Mãe gentil
Nossa pátria está livre
O nosso país é Brasil
Território com terras vastas
E o céu cor de anil, mas
No que tange as injustiças
De todos os confins da terra,
O solo mais fértil
É no Brasil. 210307
UM MINUTO
Dai- me apenas mais um minuto
Para ver se eu escuto
O que o outro já dizia,
Estamos aqui só de passagem
Não preocupe com imagem
Pois nem tudo é magia.
Viva os dias por inteiro
E vide
Como é boa a vida.
220823
BESTEIRA
Espie só que moral
O tamanho desta besteira
Nas poemas que escrevo
Ouço a voz de Manuel Bandeira.
Ele chega de mansinho
Na lassidão de uma vida esquisita
No fervor deste caminho:
O pavor de receber, e o prazer de ser visita.
Em verso efêmero e triste
Apaixonadamente lhe revela
Não ter medo da morte
Ter medo do fogo da vela.
A solidão é seu amor
A morte o seu segredo
Na morte sentir dor
Na hora sentir medo.
Dos costumes que bem sei
A homogeneidade d'almas existe
Nos manifestos colossais
Cousas letais é comum
A única fila que presta
É aquela composta por um.
041009
Tributo a Manuel Bandeira
O bom educador é para as crianças, como um bom jardineiro é para a flor.
Sem a correção necessária,
Os nutrientes serão escassos,
E a roseira não dará flor.
Assim é o jardineiro
Assim é o professor!
Cultivando afeto e paz,
Disseminando esperança
E proliferando o amor!
031023II
VIDA
A vida bem vivida
É a vida vivida em vida
A vida ruminada
É oposta a vida
Essa sim... deve
ser desmerecida!
18 12 2023
O PROBLEMA DO MUNDO SOU EU?
Reflita irmão!
O problema do mundo não está na corrupção?
O problema do mundo sou eu.
O problema não está no preconceito, na política na intolerância ou na religião?
O problema do mundo sou eu.
O problema não é o narcisismo ou a submissão?
O problema do mundo sou eu.
O problema não é o El ninho, o aquecimento global a extrema pobreza ou a destruição?
O problema do mundo sou eu.
O problema não são as guerras a escassez das águas, ou o anticristão?
O problema do mundo sou eu.
O problema do mundo não está no tráfico, não está no rapto nem na educação?
O problema do mundo sou eu.
O tempo e a rotina
Que o dia não corrói
O homem e a raça
A parede e a traça
O vinho e a taça
O bairro e o mundo
O universo e o infinito
Tudo parece mais bonito
Quando as coisas dão certo .
Por certo; tens de crer
Ores querido!
Para que, ao ouvir o bramido
Não seja o teu gemido de infelicidade.
O bairro venceu.
Lástima! lástima, lástima.
Mágoas a lamentar
A plateia não era...
não era definitivamente
minha!!!
050424
LUA
Numa noite de céu estrelado
A lua nasce, com seu brilho prateado
Iluminando o caminho
De quem anda sozinho!
Cheia, redonda e cativante
Vem vindo a lua
Surgindo no horizonte
Ela, sempre tão fascinante!
Lua nova, em constante transformação
De nossos olhos, acompanhamos a sua evolução
Sempre discreta e com beleza resplendor
Trazendo recomeços e quem sabe um novo amor
Em cada fase de nossa vida
É ela que está presente
E nós faz pensar:
Será que ainda devo continuar?
010724
É O FIM
Tudo que inicia
Se finda.
Tudo que é como
Se fosse
Não é.
São palavras bem covardes
Que agradam os Mané.
Nem o céu
Nem o inferno.
É apropriado a mim.
Não tenho nada de santo
Do diabo um pouquim.
Mas rezo todos os dias
Pra Deus ter pena de mim.
Se não for tanto trabalho
Me indique o atalho
Que me incurte o caminho.
Livrai- me de todos males
Pode ser devagarzim.
Me desvie dos demônios
Que miram contra mim.
A desgraça alheia minha
Resplandece os corações.
Pai eterno meu Senhor
Me livre de tais tentações.
Arrumai pra aí
Um cantinho
Com carim.
Pois aqui
Estou sozim...
Mesmo em meio à multidões!
280924
Na mesma rotina tudo vai de mansinho,
sob a lamúria dos homens mais certos,
alguns faladores armam-se em espertos,
e outros emborcam rotinas de vinho...
Um novo turista parece perdido,
junto aos juízes do Alto da Praça,
dão-lhe a sentença enquanto ali passa:
será um letrado ou então foragido!?
Passa um grande carro de asas abertas,
reclama atenção aos olhos dos críticos,
nas montras que são também dos políticos,
que à tarde se juntam a horas mais certas...
Ouvem-se verdades dos chamados loucos,
esses sem juízo, esses meus iguais,
jogados à sorte dos seres maiorais,
que sendo bastantes parecem tão poucos.
Falsas ladainhas saem sem rastilho,
outras lengalengas são sinais de fumo,
aos que neste mundo são sempre um codilho,
ou um fruto amargo, um limão sem sumo.
Ocultam na rama dúbias calhandrices,
que entre as pernadas deitam carapetos,
com picos maduros entre as pastelices,
germinando a seiva que sai dos carretos.
Depois, nos engaços do sumo perdido,
há ainda os bagos feitos por capricho,
e um coral sem nome, no mesmo sentido,
produzido a manha para cada bicho.
Mexem-se aranhóis, soltam-se as formigas,
pelo acerto a prumo dessa sociedade,
convivendo à rasca pelas vãs intrigas,
que os faz ser magros desde tenra idade.
O vento batia na saia,
estremecia o estendedor,
a saia mudava de cor
na leveza da cambraia...
O vento batia na saia,
batia, batia, batia,
a saia o vento sentia,
o vento batia na saia.
Sou filho de um berço
que é feito de palha e cheira a verdura...
Sou fruto de um Maio
coberto de flores chorando a censura...
Sou eterno gaiato
que brinca nos campos a brincar com nada...
Sou força de um tempo
que um dia sorriu e se fez alvorada...
Sou sonho que emerge
por entre o restolho e se esvai no pousio...
Sou conto sem fadas
que avança no tempo que não se contou...
Sou grito da alma
que brada no céu e cai no vazio...
Sou poeta que avança
por entre o destino, sem saber quem Sou.