Poema de Pablo Neruda Crepusculario
Tenho em ti todos
os meus sentidos,
Do meu peito tu tens
feito uma orquestra,
Meu milagre perene
de amor infinito,
De ti sou tua obediente
presa e destino,
Meu altivo Apacanim
místico de austral signo.
Sob a sombra perene
dos poéticos juazeiros,
No céu noturno do peito
tenho em você o único
e luminoso cruzeiro,
És o meu amor sublime,
augusto e derradeiro.
Nesta terra que
os Homens querem
por força ser bem
maiores do que a lei,
Prefiro o Urubu-Rei
e fazer de toda a poesia
a minha mais fina grei.
O Caburé-Miudinho
observa o tempo,
Versejo com carinho
para ser absoluta
no teu destino
e para que seja comigo
docemente atrevido.
O bater das asas
de um Caburé
traz inspiração,
a poesia profunda
e faz acústica
no meu coração,
Não desistirei
de aguardar por
nossas noites de paixão.
Caburés dançam
no horizonte,
Beijo com amor
a sua fronte,
Que toda a poesia
que houver nesta
vida não nos poupe.
Quando a Murucututu
e qualquer outra coruja
canta os males espantam,
Fiz o juramento romântico
com a tinta amorosa da luz
da Lua que eu hei de ser tua.
Não importa o quanto
tempo esta espera leve,
O quê faz parte de tudo isso
é o quê minh'alma se atreve
(porque se não for assim
não terá importância para mim).
Ouvi um barulho e encontrei
um bonito Caburé-Acanelado
em cima do telhado,
Com o coração é preciso
tomar sempre cuidado,
Por isso preciso esperar
por quem realmente me quer
com amor e paixão ao nosso lado.
A noite chegou poética,
linda e estreladinha,
O Caburé-de-Pernambuco
trouxe no caminho poesia,
A minha sombrinha colorida
foi preparada para dançar
com a sua com o bloco na rua.
Um par ligeiro
de Caburés-da-Amazônia
cruza o céu poente,
O importante é viver
o quê a gente sente,
e ignorar profundamente
o quê falam da gente.
As Corujas-Buraqueiras
guardam nossos caminhos,
São poemas suspensos
e nas dunas do litoral
Respeitar os seus ninhos
é um imperativo
de quem tem respeito
pelo próprio destino
neste mundo em desatino.
A Coruja-do-mato guarda
o caminho da minha casa,
A Lua saúda a Via Láctea
e as estrelas fazem serenata,
Confesso noite e dia que
você tem me deixado apaixonada.
A Murucututu-de-barriga-amarela
chegou rodopiando no meu jardim,
As suas asas abertas sobre a terra
erguem a poesia expandida em mim
Não é segredo que somos iguais,
iniciamos de um romance sem fim;
Você é a minha inspiração magnífica,
é por ti que meu peito suspira,
meu coração e corpo inteiro
pelo teu delira só respirando
a tua adorável fragrância masculina.
Um Jacurutu
com asas abertas,
Um poemário
bom e amoroso,
Uma ideia gentil
para tocar e afinar
o seu coração com
o meu para alcançar
juntos as estrelas.
Com o astral romântico
do Médio Vale do Itajaí
embalando os teus
olhos lindos por aqui,
coloquei para tocar
a inspiradora canção
que irei escutar nos
mais afetuosos braços.
Com a tinta do silêncio
pairante em Rodeio
sob a Superlua Azul
guardo este poemário
deste nosso amado Sul.
Todos estes poemas
carregam tudo dos teus
lindos olhos que enlevam
e me põem no ritmo
de balada de amor mesmo
no aguardo de qual será
o próximo passo do destino.
Queria eu ser uma
Coruja-Orelhuda
para ter o poder
de escutar se o seu
peito está pelo meu
poeticamente a palpitar.
Poeticamente renomeio
a linda Mocho-diabo,
Poetas também servem
para dar nomes quando
esquecem aquilo que
é precioso guardar;
Mocho-anjo é como
deveria se chamar
porque sempre traz
encanto aos olhos
de quem a beleza sabe
apreciar neste mundo
que só se importa mesmo
no próprio umbigo se afogar...
A Coruja-de-Crista toca
o céu estrelado,
Está escrito no poemário
que você vai ser
o meu eterno namorado.
Minha Corujinha-de-Alagoas
que protege a minha
caminhada e toda a poesia
com ela sempre guarda,
Ela é minha companheira
e me contou que sou
a tua verdadeira amada.