Poema de Pablo Neruda Crepusculario

Cerca de 93794 frases e pensamentos: Poema de Pablo Neruda Crepusculario

bilacmania

livre espaço a ave aurora
as asas cantando climas céus
nuvens agora o sol o vôo
a vida o olhar (re)volta
tempo alegria de novo

Inserida por pensador

a prosa do observatório

o poeta esquadrinha a natureza
em busca de indícios: eclipses
o grafismo das garças no lago
estrelas cadentes e outros sinais
da língua de deus.
e deus, crupiê do acaso,
foi passar o verão noutra galáxia
deixou no céu uma guirlanda de enigmas
e mais meia dúzia de coincidências
pra orientar o frenesi dos tolos
e as especulações da astronomia

Geraldo Carneiro
Pandemônio, 1993
Inserida por pensador

canção do exílio

o poeta sem sua plumagem
é um deus exilado do cosmo
strip-teaser metafísico
só lhe resta sambar no inferninho
do caos
sob os neons do nada
sempre nu diante do espelho
sem espelho diante de si

Geraldo Carneiro
Folias metafísicas, 1998
Inserida por pensador

o espelho

do outro lado um estranho
faz simulações como se fosse
um demônio familiar
é sempre noite, um assassino sonha
com mulheres assassinadas em série
sob as palmeiras de Malibu
o mundo é só uma ficção plausível
a imagem que baila ao rés-da-lâmina
é um último e improvável vestígio
da existência de Deus
o resto são ecos de outras faces
gestos de espanto e despedida
a música dos relógios, a morte

Geraldo Carneiro
Folias metafísicas, 1995
Inserida por pensador

pequenas ocupações da poesia

a procura da palavra mágica
a contra-senha do apocalipse
o codinome do diabo os esconjuros
as juras aquém-além palavra
amor e outros monstros inomináveis
Iracema é anagrama de América
termo é anagrama de morte
dog, em inglês, é o contrário de deus

Geraldo Carneiro
Pandemônio, 1993
Inserida por pensador

conspirações

alguma coisa se desprende do meu corpo
e voa
não cabe na moldura do meu céu.
sou náufrago no firmamento.
o vento da poesia me conduz além de mimo sol me acende
estrelas me suportam
Odisseu nos subúrbios da galáxia.
amor é o que me sabe e o que me sobra
outro castelo que naufraga
como tantos que a força do meu sonho
quis transformar em catedrais.
ilusões? ainda me restam duas dúzias.
conspirações de amor, talvez não mais.

Geraldo Carneiro
Balada do impostor
Inserida por pensador

eternidade

para os estóicos o tempo não era
a mera caravana dos sucessos,
essa aventura quase sempre sem sentido
no rumo da anti-Canaã,
a terra onde não há qualquer Moisés
extravagando no Deserto dos Sinais
existe assim um outro tempo, imóvel,
no qual paira a palavra impronunciada,
o mito, sendo tudo e nada,
e idéias como flores ainda à espera
de outra Era ou só da primavera
e da decifração posterior
em suma, se os estóicos não criaram
um sistema solar irresistível
capaz de orientar a órbita dos astros
e as caravelas do conquistador,
em troca talvez tenham inventado
a melhor metáfora do amor

Geraldo Carneiro
Lira dos Cinqüent'anos, Relume-Dumará, 2000
Inserida por pensador

corações futuristas

pular a bandeira
pular a bandeira bordada
pular a bandeira bordada de seda e estrelas

rodar no balanço
rodar no balanço do mundo
rodar no balanço do mundo de sombras e
cachaça

dançar a ciranda
dançar a ciranda do sono
dançar a ciranda do sono perdido na noite

guardar o segredo
guardar o segredo da lua
guardar o segredo da lua afogada no poço

Inserida por pensador

quase soneto cheio de si

ó minha amada, canto em teu louvor
como se fora nato noutras terras
mais adestradas nos bailes do amor,
em Franças, Alemanhas, Inglaterras;
canto-te assim com tal engenho e arte
que até Camões invejaria o fogo
com que me ardo, outrora degredado
entre mil musas lusas e andaluzas,
e agora regressado aos seus brasis,
ó minha ave, minha aventura
e sobretudo minha pátria amada
pra sempre idolatrada, salve, salve:
o resto é mar, silêncio ou literatura

Geraldo Carneiro
Lira dos cinqüent'anos, Relume-Dumará - Rio de Janeiro, 2002, pág. 86.
Inserida por pensador

Olhos de ressaca

minha deusa negra quando anoitece
desce as escadas do apartamento
e procura a estátua no centro da praça
onde faz o ponto provisoriamente

eu fico na cama pensando na vida
e quando me canso abro a janela
enxergando o porto e suas luzes foscas
o meu coração se queixa amargamente
penso na morena do andar de baixo
e no meu destino cego, sufocado
nesse edifício sórdido & sombrio
sempre mal e mal vivendo de favores

e a minha deusa corre os esgotos
essa rede obscura sob as cidades
desde que a noite é noite e o mundo é mundo
senhora das águas dos encanamentos

eu escuto o samba mais dolente & negro
e a luz difusa que vem do inferninho
no primeiro andar do prédio condenado
brilha nos meus tristes olhos de ressaca

e a minha deusa, a pantera do catre
consagrada à fome e à fertilidade
bebe o suor de um marinheiro turco
e às vezes os olhos onde a lua

eu recordo os laços na beira da cama
percorrendo o álbum de fotografias
e não me contendo enquanto me visto
chego à janela e grito pra estátua

se não fosse o espelho que me denuncia
e a obrigação de guerras e batalhas
eu me arvoraria a herói como você, meu caro
pra fazer barulho e preservar os cabarés.

Inserida por pensador

Linda e bela flor

De tantas outras, é uma linda flor do campo, pura, meiga, gentil, solitária, misteriosa e ao mesmo tempo fascinante.
Consegue roubar a atenção em meio as formosas cachoeiras que Deus colocou ao seu redor.
A mais bela, a que mais me chamou atenção, que não me sai dos pensamentos, a que me move e acelera o velho coração.

Inserida por Acropolle

Só deite aqui ao meu lado.
Com a cabeça no meu ombro
E esqueça que existe um amanhã.

Inserida por ShandyCrispim

Tal Qual Lima Limão

Nesta lida de faz de conta
todo o santo dia escrevo um texto.
E assim ofereço aquém
decerto eu amo.

É a árvore brotando e eu vou
degustando de cada fruto antes que ele
caia ao chão evitando que machuque
ante minha opinião.

O fruto por sua vez doce,
também pode ser agridoce,
ou mesmo azedo tal qual lima limão.

Mas a gente com muito gosto
cultiva o fruto evitando que este caia
e se esparrame pelo chão.

Inserida por arsoliveirapoeta

Inocência perdida

"Na varanda onde me encontro, me vejo enfastiado e risonho
Olhando para o chão onde as crianças brincam e se sujam
Na ladeira a beira da rua movimentada pelo caos
De ladrões, facções, revoltas, lâminas e oitões

Cena nada bonita para uma criança e nem mesmo para um adulto
O mais incrível disso tudo é que todas as crianças enxergam as flores
As aves e o seu próprio reflexo no esgoto
Ou na poça de sangue

Quebram janelas com suas faltas batidas no futebol
Perdem-se em meios os becos no esconde-esconde
E o sentimento nostálgico faz-me contestar
Onde esta toda a minha inocência de antes?

Se foi quando?
Quando estava dormindo e tento mais um pesadelo?
Quando estava alisando o travesseiro e imaginando seu cabelo?
Quando estava mordendo a toalha e imaginando o pescoço de alguém

Quando?
Será que se foi quando eu traguei você
e a matei dentro de meus pulmões para que eu possa
Respirar o seu ar, e inalar o seu doce veneno?

Pode ser que ela tenha saído
Na noite em que me disse não
e virei um caminhão de uma bebida
Inflamável

Bem, não sei quando foi
Sei que como você
eu a quero de volta
De volta
Volta?

Volta, porque não aguento mais a desesperança
Da dor da lembrança, da inocência e manhas
Que tinha quando era criança
Quero voltar a ser como antes e ver meu reflexo na poça de sangue! "

Inserida por TiiagoDaniell

Ana Júlia Gosta de min,
já eu não gosto dela.
isso por que ela é uma tremenda cadela.

Inserida por LuisEduardoExecutivo

FRANCISCO LUAN
Por um acaso você entrou na minha vida
E eu fiquei desnorteado
Me enlouquecendo a todo instante
E me fazendo sonhar acordado
Todas as vezes que penso em você
Fico pensando em ver o vento passar
Com a maré que vem do mar
Deixando calmaria e solidão
No coração de um homem apaixonado
Que só pensa em você diariamente
Isso me deixa calmo e cheio de vida
E mais encorajado para enfrentar os obstáculos

Inserida por thiagovoficial

Poetas bons são os infiéis, feitos de carne, osso e papel.
Poetas da realidade, que não medem portas e não sonham em construir janelas.
Poetas que não se prendem a assuntos vãos, não falam de amor ou sentimento. São reféns de suas ideologias e desejos.
Poetas feitos de luxúria e sentimento, memórias recheadas de esquecimento e pessoas sem face.
Poetas não se lembram de nomes e não se preocupam com palavras, com a ordem delas ou com suas incoerências.
Poetas não se preocupam e não pensam, deixam fluir seu sentimento inerte.
Poetas não existem, estão mortos, são pó. Apenas pó e cinzas, sem razão lógica ou sentimentos.
Poetas são mistériosos, são mais que homens, são seres fantasiosos.
Eu não sou poeta, penso, rezo, creio, amo, sofro, choro, me desprezo e sonho em te ter comigo.
Sou homem, fiel, feito de carne, osso e véu. Véu que cobre todas as minhas construções, mesmo que não sejam nada além de papel.
Poetas bons são os infiéis.

Inserida por BellCastro

Atualmente,
A sua mente atua ou só mente?
Te faz acreditar que tudo é diferente?
Te faz ter esperança a vida é um game.
Quem te ama não te quer, sorry baby.
Uns choram por ter demais,
Outros por não ter nada,
Eu escrevo letras que jamais serão tocadas.
Carrego em mim, o fardo das despedidas,
Por não ter dançado no baile da mina mais linda,
roupas sociais enfeitam meu guarda roupa,
seu cheiro na minha blusa, seu gosto na minha boca.
Larga tudo e vem pra cá, estou indo te encontrar,
Sem hora pra voltar, sem dia pra acabar,
Deixa o medo em casa, hoje eu só quero te amar,
Seu sorriso para mundo e seu olhar coloca em orbita.
O mundo gira e bota as coisas no lugar,
Hoje tá bagunçado mas já deixei nas mãos de jah.

Inserida por Scutasu

“Primavera”


Venha primavera, venha!
E traga contigo
As flores belas
Venha querida primavera
Venha! Venha perfumar o ar,
O ar que respiramos.
Venha dar a vida
E florescimento
As flores belas.


Autor
Sergio Macedo

Inserida por PoetaSergiomacedoBM

Na imensidão e teus olhos
Vejo um lindo amor...
Um amor!
Que tanto procurei
nesse espaço tempo.



Autor
Sergio Macedo

Inserida por PoetaSergiomacedoBM