Poema de Pablo Neruda Crepusculario

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O homem que frequentes vezes se inculca por honrado e probo, dá justos motivos de suspeitar-se que não é tal ou tanto como se recomenda.

Os homens nos parecerão sempre injustos enquanto o forem as pretensões do nosso amor-próprio.

Quando temos muita luz, admiramo-nos pouco; mas, quando ela nos falta, acontece o mesmo.

É nas grandes assembleias deliberantes que melhor se conhece a disparidade das opiniões dos homens, e o jogo das paixões e interesses individuais.

O nosso amor-próprio é tão exagerado nas suas pretensões, que não admira se quase sempre se acha frustrado nas suas esperanças.

Bem curta seria a felicidade dos homens se fosse limitada aos prazeres da razão; os da imaginação ocupam os maiores espaços da vida humana.

É muito provável que a posteridade, para quem tantos apelam, tenha tão pouco juízo como nós e os nossos antepassados.

As revoluções, que regeneram as nações velhas, arruinam e fazem degenerar as novas.

Para quem não tem juízo os maiores bens da vida convertem-se em gravíssimos males.

Nunca perdemos de vista o nosso interesse, ainda mesmo quando nos inculcamos desinteressados.

São incalculáveis os benefícios que provêm da noção de incerteza do dia e ano da nossa morte: esta incerteza corresponde a uma espécie de eternidade.

Onde os homens se persuadem que os governos os devem fazer felizes, e não eles a si próprios, não há governo que os possa contentar nem agradar-lhes.

Eis a natureza que te convida e te ama; mergulha no seu seio que ela constantemente te oferece.

Capitulamos quase sempre com os nossos males, quando os não podemos evitar ou remover.

Um grande crime glorificado ocasiona e justifica todos os outros crimes e atentados subsequentes.

As verdades mais triviais parecem novas quando se enunciam por um modo mais elegante e desusado.

A beneficência é sempre feliz e oportuna quando a prudência a dirige e recomenda.

Entre todas as expressões diferentes que pode tomar cada um dos nossos pensamentos só há uma que seja boa.

O tempo pretérito se torna presente pela memória, e o futuro pela nossa imaginação.

Os velhos erram muitas vezes por demasiadamente prudentes, os moços quase sempre por temerários.