Poema de Pablo Neruda Crepusculario

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Somos em geral demasiadamente prontos para a censura, e demasiadamente tardos para o louvor: o nosso amor-próprio parece exaltar-se com a censura que fazemos, e humilhar-se com o louvor que damos.

Todas as coisas estão sujeitas a leis; apenas a necessidade livre carece de lei.

A vida humana parece de algum modo tríplice, quando reflectimos que vivemos e sentimos em três tempos, no pretérito, presente e no futuro.

A cada um seu defeito, no qual todos os dias recaímos, nem pejo, nem medo, nada o corrige.

A filosofia não entorpece a sensibilidade, quando muito pode chegar a regulá-la.

A harmonia da sociedade, como da natureza, consiste e depende da variedade e antagonismo dos seus elementos e carácteres.

Há muitos homens reputados infelizes na nossa opinião, que todavia são felizes a seu modo, segundo as suas ideias.

Os faladores não nos devem assustar, eles revelam-se: os taciturnos incomodam-nos pelo seu silêncio, e sugerem justas suspeitas de que receiam fazer-se conhecer.

Para mandar muito tempo e absolutamente sem alguém é indispensável ter a mão leve e, nunca lhe fazer sentir, por pouco que seja, a sua dependência.

Os homens crêem tão pouco na autoridade da própria razão que acabam por justificá-la com a alegação da dos outros.

Os homens em revolução têm muitas vezes mais a recear dos seus êxitos do que dos seus reveses.

É preciso um espírito especial para se fazer fortuna, sobretudo uma grande fortuna; não se trata nem do espírito bom nem do belo, nem do grande nem do sublime, nem do forte nem do delicado; não sei precisamente de qual se trata, e espero que alguém me possa esclarecer a tal respeito.

A incredulidade que é da moda nas pessoas jovens, torna-se o seu tormento na velhice.

A inconstância humana é o produto necessário das variações da natureza, das circunstâncias e dos eventos.

A ignorância, exagerando a nossa pouca ciência, promove a nossa grande vaidade.

Os homens de bem perdem e empobrecem nos mesmos empregos em que os velhacos ganham e se enriquecem.

Ninguém está mais sujeito a praticar erros do que aqueles que apenas agem por raciocínio.

A herança dos sábios tem sempre maior extensão e perpetuidade que a dos ricos: compreende o gênero humano e alcança a mais remota posteridade.

Os homens disfarçam-se, tal como as mulheres se enfeitam, para agradarem ou enganarem.

Ter privança com os que governam é contrair responsabilidade no mal que fazem, sem partilhar o louvor do bem que operam.