Poema de Luto
O amor dela era mais do que inflexível. Era brutal, com força industrial. Um amor enérgico que nunca dava espaço para nem um centímetro de fraqueza. Era um amor que via o que era melhor para você dez passos adiante e não se incomodava se doesse feito o inferno no intervalo. Quando eu me machucava, ela sentia com tanta profundidade que era como se fosse a sua própria aflição. Ela só era culpada por se preocupar demais. Agora eu tenho essa percepção, mas só quando olho para trás. Ninguém neste mundo jamais me amaria como a minha mãe, e ela nunca permitiria que eu me esquecesse disso.
Pelo resto de minha vida, haveria uma farpa no meu ser. Doendo desde o momento da morte de minha mãe até que fosse enterrada comigo.
Um certo dia, as preocupações da vida adulta serão abruptamente interrompidas para você. Boas lembranças da sua juventude virão à tona diante de uma notícia triste. É provável que você se reúna novamente em uma nova roda, mas não será a mesma descontração de antigamente. Será, na verdade, uma roda de despedida, cuja atmosfera não será permeada pela alegria do passado. Os olhares trocados não serão de felicidade, mas sim de tristeza diante da situação que os une. Após se despedir, a vida seguirá seu curso inevitável para você.
Meu amigo, você morreu hoje. E o que descobri é que perder um amigo é ouvir um silêncio. Como um barulho alto, muito alto, mas é silêncio.
Talvez se aquele abraço tivesse sido mais demorado, aquelas palavras fossem ditas e se meu amor pudesse ser mais bem transmitido a você. Vivemos de “e se” quando alguém parte, essas poucas letras formam a dor enorme que carregamos no começo, e talvez, pra sempre. O luto é como se uma parte boa e viva do seu coração adoecesse, e se engana quem diz que esse pedacinho se restitui com o tempo, afinal, a saudade nunca vai embora, e o que resta são as lembranças de um tempo bom em que aquele ser tão lindo esteve aqui, do nosso lado. O que eu quero dizer não é apenas sobre a dor, que por si só já é algo insaciável, mas também daquela sensação de vazio que encontramos após, aquela sensação de imobilidade, e a cada gota de água que cai no banho, vento que sopra no rosto e folha que cai no entardecer te faz ver quão curta é nossa jornada, estes detalhes sequer faziam sentido e veja só agora, tudo faz barulho silenciosamente e de tão pequeno se faz grande sob seu olhar. Eu diria que não existe remédio, mesmo quando muitos afirmam que o tempo cura ou até que as lembranças ajudam a sarar a ferida. Mas eu não concordo. Tudo bem doer pra sempre, esse é o preço do amor.
Existem pessoas lá no céu, que eu daria tudo para ver novamente, nem que fosse por um minuto, trinta segundos ou o tempo que durasse um abraço.
Se preparar emocionalmente para o lado negro é algo realmente doloroso e triste, mas perder o pai realmente e desesperador.
Perdi muito no último ano, todavia, isto não me fez desistir e quando recomecei quase morri estive internado, sem dignidade, sem depender de si mesmo, e não pude nem ir no sepultamento do meu pai, depois de uma semana nasci novamente, e pude visitar o túmulo de meu pai. Escrever é difícil mas me ajuda de certa forma me libertar desse fardo de tristeza que me assombra.
No momento da dor fica difícil discernir as motivações da tragédia mas é nessa hora que pessoas inesperadas se mostram solidárias.
A dor de uma perda realmente passa ou isso é apenas uma coisa que dizem para você se sentir melhor?
Se eu tivesse o poder de escolher meus sonhos todas as noites, eu escolheria sonhar com você.
Talvez eu não tivesse tanta a necessidade da sua existência real.
Eles costumavam sentar-se juntos de frente para o mar, e por horas conversavam sem ver o tempo passar, enquanto a conversa fluía, eles gostavam de construir castelos no ar.
Não é que o espírito esteja em pedaços com a ausência de quem amamos, é muito pior, ele se encontra trincado
“Fico triste toda vez que preciso de algo que ainda não inventaram. Como daquela vez que procurei por uma máquina do tempo para voltar até aquele exato momento do nosso último abraço e dar mais um abraço e falar tudo o que não falei, quando pensei que aquele não seria o último abraço.”
Que o Senhor da Vida nos favoreça com a Graça de podermos dar trabalho para a Morte!
Que ela nos encontre vivos!
Os que entendem que não foram criados para este mundo, não celebram a morte, mas a libertação dela.
A Vida Eterna!
O último abraço, a última risada, a última conversa. A gente nunca sabe quando um momento se tornará uma despedida, e talvez seja isso que torne a saudade tão intensa. Ela é o rastro do que foi bonito demais para ser esquecido.
A saudade é um espaço vazio que insiste em não ser preenchido. Tentamos seguir em frente, mas ela nos acompanha como sombra, lembrando que há coisas que não voltam, mas nunca realmente partem.
Saudade é quando alguém parte, mas nunca sai de verdade. O corpo se vai, mas os gestos ficam, os risos permanecem, os momentos insistem em visitar a memória. Há ausências que pesam mais do que presenças distraídas.