Poema curto
Meu barquinho é feito
de milagre e de Timbaúva,
A poesia cruza junto o rio
que deságua no mar,
Gosto de ver Timbaúvas
lendárias de pé para barcos
nesta vida nunca nos faltar,
Gosto quando você fala
comigo porque me faz flutuar.
O Pessegueiro-Bravo dá
sombra em tempos
de grande aquecimento
somente a sombra já
é uma grande utilidade,
Existe gente que é como
o Pessegueiro-Bravo,
que é melhor mesmo
deixar onde a pessoa
está para não se intoxicar:
cada um no seu lugar.
Sublime Sobrasil sublime
te ver esplendoroso
sobre o Sol e Lua me traz
o sentimento amoroso
de todos o dias fixar a paz
tão imprescindível
e escrever poemas profundos
para o despertar do amor
em todos os mais distantes mundos.
A minh'alma é atlântica,
O mastro do meu navio,
é feito de Guanandi,
A minha poesia romântica
te fará navegar oceanos
e do amor não temer enganos.
O amor para ser bom
tem que ser feito
como se faz o doce
de Jaracatiá para
não queimar o paladar,
Se for para nos amar
que seja preparado
e doce para a gente
em outra coisa não
mais na vida pensar
a não se em nos enamorar.
Quero fazer trilhas poéticas
de mãos dadas com a sua
carinhosa companhia,
Abraçar um Jacatirão-Açú
contigo e receber a energia,
Como prêmio desta vida
ganhar o seu coração
com toda devoção e alegria.
Entre as Guajuviras
escutei a sua voz,
Não me manifestei
porque espero te
encontrar no tempo certo;
Por premonição de ter
o teu amor concreto:
celebro este amor secreto.
Colhi Genipapos maduros
no afã de fazer doce
para cobrir você com mimos,
O quê quero em troca
são os nossos sorrisos colados,
Você é o meu bonito poema alado
que meu coração se encontra
a cada dia sempre e mais apaixonado.
Os Tapiás floridos
abençoam com carinho
os nossos destinos,
Nós vamos nos encontrar
porque a poesia
existe no caminho,
É só esperar a hora certa
para a gente caminhar.
A morte é a curva da estrada,
Morrer é só não ser visto.
Se escuto, eu te ouço a passada
Existir como eu existo.
A terra é feita de céu.
A mentira não tem ninho.
Nunca ninguém se perdeu.
Tudo é verdade e caminho.
As vagens da Ingá-Ferradura
estão maduras como as minhas
ideias poéticas e as tuas,
Encontrar o amor é questão de sorte,
como sou poetisa te aceno o norte
e dos meus braços você não haverá
de escapar porque sou aquela
que você sempre desejou encontrar.
Há Peitos-de-pombos
plantados para dar
sombra e proteger
este ranchinho,
E eu para te cobrir
com poemas e carinho.
Fazendo pensar
As vezes eu penso
Como poderia deixar de pensar
Coisas bestas e inúteis
Que eu mesmo posso refutar
Mesmo pensando sem saber
Eu sei que posso dizer
Mas saberei pensando.
Ao teu redor sou
como uma Jandaia
rodeia contente
um Ingá-do-brejo,
O quê eu quero
você também quer,
O fruto do seu amor
bonito me pertence.
A inefável poesia
que o Ipê-Tabaco
convida a ser,
Porque sei que
és um coração raro,
És a minha fortuna
poética que nem
mesmo o tempo há deter,
Todos os dias você
não para de me querer.
O Pau-viola está
carregadinho
de sementes,
As minhas mãos
estão guardando
os seus carinhos,
Tu é s o mais lindo
poema de amor
para ser lido
com olhar festivo.
É ou não é? Quem mais?
Às vezes canso da poesia que capto no ar, seja pela brisa constante ou dentro de um colorido olhar. Deixo - a de lado por um tempo, em versos não a transformo, pesam as palavras e tremo, a mente não tem a força exata e tudo se dissipa como frágil fumaça...
Desde a primeira
vez que te não paro
de te amar dos pés a cabeça,
Hoje plantei até uma
muda de Aroeira-Vermelha
e escrevi um lindo poema.
Aprecio o seu jeito sutil,
discreto e determinado,
Percebi que as nossas
mentes se combinam,
Sei ler os teus apelos
porque para mim não
existem teus segredos,
Sob a sombra desta
Aroeira-Pimenteira
eis o invencível poema
sobre o amor inevitável.
Até o Angico-do-Cerrado
percebeu que o nosso
amor nasceu para dar certo,
Nos teus olhos tenho
o meu sentido concreto,
No teu balanço o ímã
que me alcança e hipnotiza,
E na sua grata existência
toda a poesia nesta vida.